Ângela viu pela primeira vez Reginaldo tão obediente e sem graça. O Sr. Pedro liderou um grupo de pessoas para fora da sala de descanso e, antes de sair, Reginaldo disse friamente a Kayra: — Vou mandar alguém lhe levar de volta. Kayra ficou surpresa. Ainda não tinha aproveitado o suficiente e já teria que ir embora? Mas não havia como contestar, então apenas assentiu obedientemente e respondeu com uma voz suave e tímida: — Está bem. — Ela sabia que os homens gostavam de mulheres obedientes. Reginaldo foi embora, e Kayra ficou olhando para suas costas o tempo todo. Lavínia e Ângela ainda estavam lá, observando friamente a cena. Os olhos de Kayra pareciam colados em Reginaldo. Lavínia deu uma risadinha sarcástica e, casualmente, suspirou: — Tem gente que já está viciada em ser amante, né? Nem se importa mais com a vergonha. Ângela olhou para Lavínia e deu um sorriso meio desanimado. Kayra estava de costas para elas. Seu rosto estava cheio de rancor enquanto mordia
Mas, com todo mundo pensando assim, ela começou a se sentir um pouco insegura. Ela já havia tentado acessar o sistema de prontuários do hospital para verificar algumas informações. Na verdade, ela não invadiu nem fez nada ilegal; tinha permissão para autorizar o acesso e consultar os registros. No entanto, o que apareceu foi que estava tudo normal, apenas um relatório do check-up de um ano atrás. Ela percebeu que ele fazia exames médicos anuais e que o próximo já estava se aproximando. Então, pensou que talvez fosse uma boa ideia adiantar e o fazer logo. De repente, ela se lembrou da época em que os dois haviam acabado de se casar. Ele, direta ou indiretamente, dava a entender que queria ter um filho. Naquela época, ela ainda tinha algumas reservas, ainda não havia entendido completamente seus próprios sentimentos e, por isso, continuava adiando. Agora as coisas haviam mudado. Ela finalmente tinha clareza sobre o que sentia: nesta vida, só reconhecia a ele, e mais ninguém. Es
Sala de monitoramento do hotel. Oito minutos antes de Guilherme aparecer, Lorena realmente tinha se dirigido ao banheiro, mas, a poucos passos da porta, ela parou, atendeu uma ligação e imediatamente se virou, indo embora. Depois, se dirigiu em direção ao elevador e, dentro dele, apertou o botão do décimo sexto andar. Heitor imediatamente ligou para Guilherme enquanto saía apressado: — Sr. Guilherme, a Sra. Santos foi para o décimo sexto andar do hotel e depois subiu para o terraço. João tinha acabado de sair, indo para a área de fumantes, quando viu, à distância, um homem de expressão sombria e severa. Ele caminhava apressado, com passos largos e, ao mesmo tempo, ansiosos, em direção ao elevador. João estreitou ligeiramente os olhos, intrigado. "Que pressa era aquela? " "Ele não ia procurar alguém no banheiro?" Pensou. João o chamou algumas vezes, mas o homem o ignorou completamente. Quando chegou ao elevador, o outro já havia subido. Logo depois, Inês, Arthur e Em
Lorena assentiu sem hesitar: — Ele é muito, muito bom para mim. Antes de encontrá-la, Odair havia retomado a investigação sobre Guilherme. Esse homem era, de fato, uma pessoa fora do comum. Suas habilidades e competências não ficavam atrás das de ninguém. Ele realmente tinha a capacidade de protegê-la. Mas o que eles mais valorizavam era se ele a tratava bem. Se não a tratasse bem, por mais forte que fosse, não serviria de nada. — Você tem que se lembrar sempre: você não está sozinha. Tem nós atrás de você, entendeu? Odair, em toda a sua vida, só havia sido realmente gentil com duas pessoas: uma foi Lívia, e a outra, Lorena. Uma era a mulher que ele queria amar até o fim da vida, e a outra, a irmã que ele desejava cuidar com carinho. Na verdade, eles não tinham laços de sangue. O encontro deles foi uma coincidência, e Lorena, coincidentemente, era a mais jovem entre eles, mas também a mais madura. Tão madura a ponto de fazer seu coração apertar. Quando Guilherme chegou
Pietro digitava furiosamente, mas, do outro lado, parecia que suas mensagens caíam em um buraco sem fundo. Lorena, com os lábios ainda inchados pelo beijo prolongado que quase a deixara sem ar, tinha os olhos levemente avermelhados. Estava completamente mole, como se fosse feita de gelatina, apoiada no corpo do homem à sua frente. Sem a ajuda dele, provavelmente não conseguiria sequer se manter de pé. Odair, que estava mais próximo do casal, nunca tinha visto Lorena daquele jeito. Era essa a mesma Lorena que ele conhecia? Sempre tão independente, agora tão obediente, quase tímida e delicada. Pelo visto, ela estava dizendo a verdade. Ela estava realmente vivendo bem. E esse homem, ao que parecia, realmente a amava. Como alguém que já havia passado por situações parecidas, Odair conseguia entender o que Guilherme provavelmente estava sentindo naquele momento. Vendo que o casal não parecia disposto a lhe dar atenção, Odair deu uma leve tossida, fechando a mão diante da boca
Então ele não está ocupado? O homem que a abraçava sorria, com os olhos negros como jade, observando a mulher em seus braços com um olhar cheio de carinho e amor. Lorena estava claramente do lado de Guilherme. Ele tinha certeza de que, mesmo que fosse realmente culpa de Guilherme, aquela mulher o defenderia até o fim. — Então, Presidente Guilherme, quer reaver aqueles cem milhões? Posso mandar transferir para você imediatamente. Os olhos castanho-escuros e profundos de Odair estavam tão calmos quanto águas tranquilas, escondendo segredos que ninguém poderia descobrir. Ele era habilidoso em ocultar o lado sombrio de sua natureza, sua crueldade insidiosa, e sabia perfeitamente como controlar sua faceta sombria. Caso contrário, ele jamais teria conseguido, aos dezoito anos, eliminar os inimigos e assumir o poder de todo o País Z. Seus métodos eram ainda mais cruéis do que qualquer um poderia imaginar, e ele certamente não era tão suave quanto parecia à primeira vista. Mas Gui
A atmosfera no amplo closet era sufocante, como uma onda de calor escaldante que invadia sem aviso. O silêncio era rompido apenas pelas respirações ofegantes e ritmadas, tecendo uma aura de desejo e tensão, como se nuvens de paixão pairassem no ar. Os lábios finos do homem, onde passavam, deixavam uma trilha de fogo, um calor selvagem que, mesmo extinto, renasceria com o mais leve sopro da primavera. Os braços da mulher, flexíveis como vinhas, se entrelaçavam ao redor dos ombros largos e musculosos dele, firmes e inabaláveis. Sua mente estava completamente em branco, como se tivesse perdido todas as memórias, flutuando no topo de uma nuvem. Era como se os pés parecessem tocar algo tão delicado e etéreo que, se ela soltasse, despencaria em um abismo. Mas, paradoxalmente, ela desejava se lançar nesse abismo. Mesmo sendo inverno, Lorena sentia como se estivesse no auge de um verão abrasador. Seu corpo tremia de calor, clamando por algo que pudesse extinguir o fogo que ardia dent
O corpo dela mudava, e ele conseguia sentir isso com uma clareza quase assustadora. Ela retrucou de forma manhosa: — De qualquer forma, tudo está horrível agora! Você está me provocando! Ao ouvir a risada grave que ressoava do peito dele, o rosto dela ficou ainda mais quente. Era como se fosse possível fritar um ovo ali. — Em que eu te provoquei? — Perguntou ele, com a voz rouca e profunda, arqueando levemente as sobrancelhas. Seu olhar zombeteiro pousou na mulher, que parecia um pequeno canguru, o encarando com indignação. Os olhos dela estavam brilhantes, com um toque de sedução evidente, e ela o fulminou com um olhar feroz, sem dizer uma palavra. Ele riu novamente, um riso selvagem, arrogante, malicioso e irresistivelmente provocante. Se inclinando ligeiramente, sussurrou algo em seu ouvido. De repente, o rosto, que já estava tão vermelho quanto o pôr do sol, ficou ainda mais escarlate, ardendo como se fosse um pequeno sol em chamas. Lorena já havia sido provocada po