Pietro digitava furiosamente, mas, do outro lado, parecia que suas mensagens caíam em um buraco sem fundo. Lorena, com os lábios ainda inchados pelo beijo prolongado que quase a deixara sem ar, tinha os olhos levemente avermelhados. Estava completamente mole, como se fosse feita de gelatina, apoiada no corpo do homem à sua frente. Sem a ajuda dele, provavelmente não conseguiria sequer se manter de pé. Odair, que estava mais próximo do casal, nunca tinha visto Lorena daquele jeito. Era essa a mesma Lorena que ele conhecia? Sempre tão independente, agora tão obediente, quase tímida e delicada. Pelo visto, ela estava dizendo a verdade. Ela estava realmente vivendo bem. E esse homem, ao que parecia, realmente a amava. Como alguém que já havia passado por situações parecidas, Odair conseguia entender o que Guilherme provavelmente estava sentindo naquele momento. Vendo que o casal não parecia disposto a lhe dar atenção, Odair deu uma leve tossida, fechando a mão diante da boca
Então ele não está ocupado? O homem que a abraçava sorria, com os olhos negros como jade, observando a mulher em seus braços com um olhar cheio de carinho e amor. Lorena estava claramente do lado de Guilherme. Ele tinha certeza de que, mesmo que fosse realmente culpa de Guilherme, aquela mulher o defenderia até o fim. — Então, Presidente Guilherme, quer reaver aqueles cem milhões? Posso mandar transferir para você imediatamente. Os olhos castanho-escuros e profundos de Odair estavam tão calmos quanto águas tranquilas, escondendo segredos que ninguém poderia descobrir. Ele era habilidoso em ocultar o lado sombrio de sua natureza, sua crueldade insidiosa, e sabia perfeitamente como controlar sua faceta sombria. Caso contrário, ele jamais teria conseguido, aos dezoito anos, eliminar os inimigos e assumir o poder de todo o País Z. Seus métodos eram ainda mais cruéis do que qualquer um poderia imaginar, e ele certamente não era tão suave quanto parecia à primeira vista. Mas Gui
A atmosfera no amplo closet era sufocante, como uma onda de calor escaldante que invadia sem aviso. O silêncio era rompido apenas pelas respirações ofegantes e ritmadas, tecendo uma aura de desejo e tensão, como se nuvens de paixão pairassem no ar. Os lábios finos do homem, onde passavam, deixavam uma trilha de fogo, um calor selvagem que, mesmo extinto, renasceria com o mais leve sopro da primavera. Os braços da mulher, flexíveis como vinhas, se entrelaçavam ao redor dos ombros largos e musculosos dele, firmes e inabaláveis. Sua mente estava completamente em branco, como se tivesse perdido todas as memórias, flutuando no topo de uma nuvem. Era como se os pés parecessem tocar algo tão delicado e etéreo que, se ela soltasse, despencaria em um abismo. Mas, paradoxalmente, ela desejava se lançar nesse abismo. Mesmo sendo inverno, Lorena sentia como se estivesse no auge de um verão abrasador. Seu corpo tremia de calor, clamando por algo que pudesse extinguir o fogo que ardia dent
O corpo dela mudava, e ele conseguia sentir isso com uma clareza quase assustadora. Ela retrucou de forma manhosa: — De qualquer forma, tudo está horrível agora! Você está me provocando! Ao ouvir a risada grave que ressoava do peito dele, o rosto dela ficou ainda mais quente. Era como se fosse possível fritar um ovo ali. — Em que eu te provoquei? — Perguntou ele, com a voz rouca e profunda, arqueando levemente as sobrancelhas. Seu olhar zombeteiro pousou na mulher, que parecia um pequeno canguru, o encarando com indignação. Os olhos dela estavam brilhantes, com um toque de sedução evidente, e ela o fulminou com um olhar feroz, sem dizer uma palavra. Ele riu novamente, um riso selvagem, arrogante, malicioso e irresistivelmente provocante. Se inclinando ligeiramente, sussurrou algo em seu ouvido. De repente, o rosto, que já estava tão vermelho quanto o pôr do sol, ficou ainda mais escarlate, ardendo como se fosse um pequeno sol em chamas. Lorena já havia sido provocada po
Escritório da antiga mansão da família Araújo.Ângela estava sentada em uma cadeira, com a cabeça ligeiramente abaixada, visivelmente tímida e nervosa. Antes, no hotel, devido à presença de outras pessoas e com Lavínia ao seu lado, ela se sentira um pouco mais relaxada. Além disso, não queria se envergonhar na frente dos dois, se esforçava para controlar o coração inquieto. Achava que estava conseguindo esconder bem seus sentimentos naquele momento, mas, na realidade, os olhos experientes e astutos de Sr. Pedro, que já haviam avaliado inúmeras pessoas ao longo da vida, enxergaram tudo com clareza. — Ângela, o vovô a chamou aqui para conversar sobre você e Reginaldo. Sr. Pedro, no entanto, não demonstrava suas emoções e falou com ela de maneira amigável e acolhedora, exibindo um sorriso amoroso no rosto. O idoso queria que ela sentisse que ele não tinha más intenções, que estava ali apenas para um bate-papo sincero. Encarando um senhor tão gentil e bondoso, ela sentiu uma mi
Depois que Reginaldo saiu completamente, ele tentou ligar para Ângela. Muito bem, muito bem, agora o número dele também estava na lista negra da Sra. Araújo. O Presidente Reginaldo estava mesmo com azar. Não bastava ele ser bloqueado, ele ainda tinha que arrastar os outros para o buraco junto com ele. Na verdade, com a situação desta noite, qualquer um ficaria bravo. Se estivesse no lugar de Ângela, ele também ignoraria Reginaldo. Meia hora depois. Ian se aproximou de Reginaldo, hesitante e apreensivo. — Então... Presidente Reginaldo, não conseguimos localizar a Sra. Araújo. O homem estava sentado no sofá da sala, com as pernas cruzadas, um braço apoiado no encosto do sofá e o outro segurando um cigarro entre os lábios finos. Ele deu uma longa tragada, e o forte cheiro de tabaco começou a encher toda a sala. O aroma picante do cigarro atingiu diretamente seu peito, e, por um momento, era difícil saber se o desconforto vinha do cheiro ou de outra emoção. Com os olhos neg
— Ela está aqui do meu lado, e daí? Guilherme estava meio deitado na cama, com uma mão segurando o celular que ele havia jogado impiedosamente no chão na noite anterior. Agora, ele o colocava próximo ao ouvido, respondendo com uma voz rouca de quem ainda não havia despertado completamente ao interlocutor do outro lado da linha. Seus olhos baixos e ligeiramente semicerrados observavam a pequena mulher encolhida ao seu lado, como um camarão, com uma mão pousada sobre o peito dele e a outra meio abraçando sua cintura. Naquele momento, todo o coração e olhar de Guilherme estavam preenchidos pela figura delicada da mulher adormecida ao seu lado. Ela parecia estar dormindo de forma inquieta, com as sobrancelhas levemente franzidas, provavelmente incomodada pelo som vibrante do telefone. Ele tentou ao máximo abaixar o tom de voz para não a perturbar enquanto respondia à pessoa do outro lado. Era Reginaldo quem o havia procurado. Não estava claro exatamente o que ele queria. Com
Mansão do Sol. Pouco depois das dez da manhã. Numa manhã de dezembro, o frio era cortante, mas o sol, como uma bola de fogo vermelho, subia lentamente, e sua luz suave aos poucos dissipava a sensação gélida do ar. Lorena estava encolhida no aconchego do edredom, dormindo profundamente, sem dar o menor sinal de que acordaria tão cedo. De repente, sentiu uma dificuldade de respirar, como se o ar em seus pulmões estivesse rarefeito. Parecia que uma grande pedra pressionava seu peito, deixando -a sem fôlego. Foi assim que, confusa, acabou despertando. Um toque gelado invadiu sua boca, como uma língua que roubava os poucos resquícios de ar que ainda lhe restavam. Beijada até quase perder os sentidos, sentindo o ar cada vez mais escasso, abriu os olhos, ainda sonolenta, e viu um rosto absurdamente bonito, tão próximo que suas pernas fraquejariam só de olhar. Ela tentou empurrá-lo, mas descobriu que suas mãos estavam moles como gelatina, sem um pingo de força. De repente, flas