Depois que Reginaldo saiu completamente, ele tentou ligar para Ângela. Muito bem, muito bem, agora o número dele também estava na lista negra da Sra. Araújo. O Presidente Reginaldo estava mesmo com azar. Não bastava ele ser bloqueado, ele ainda tinha que arrastar os outros para o buraco junto com ele. Na verdade, com a situação desta noite, qualquer um ficaria bravo. Se estivesse no lugar de Ângela, ele também ignoraria Reginaldo. Meia hora depois. Ian se aproximou de Reginaldo, hesitante e apreensivo. — Então... Presidente Reginaldo, não conseguimos localizar a Sra. Araújo. O homem estava sentado no sofá da sala, com as pernas cruzadas, um braço apoiado no encosto do sofá e o outro segurando um cigarro entre os lábios finos. Ele deu uma longa tragada, e o forte cheiro de tabaco começou a encher toda a sala. O aroma picante do cigarro atingiu diretamente seu peito, e, por um momento, era difícil saber se o desconforto vinha do cheiro ou de outra emoção. Com os olhos neg
— Ela está aqui do meu lado, e daí? Guilherme estava meio deitado na cama, com uma mão segurando o celular que ele havia jogado impiedosamente no chão na noite anterior. Agora, ele o colocava próximo ao ouvido, respondendo com uma voz rouca de quem ainda não havia despertado completamente ao interlocutor do outro lado da linha. Seus olhos baixos e ligeiramente semicerrados observavam a pequena mulher encolhida ao seu lado, como um camarão, com uma mão pousada sobre o peito dele e a outra meio abraçando sua cintura. Naquele momento, todo o coração e olhar de Guilherme estavam preenchidos pela figura delicada da mulher adormecida ao seu lado. Ela parecia estar dormindo de forma inquieta, com as sobrancelhas levemente franzidas, provavelmente incomodada pelo som vibrante do telefone. Ele tentou ao máximo abaixar o tom de voz para não a perturbar enquanto respondia à pessoa do outro lado. Era Reginaldo quem o havia procurado. Não estava claro exatamente o que ele queria. Com
Mansão do Sol. Pouco depois das dez da manhã. Numa manhã de dezembro, o frio era cortante, mas o sol, como uma bola de fogo vermelho, subia lentamente, e sua luz suave aos poucos dissipava a sensação gélida do ar. Lorena estava encolhida no aconchego do edredom, dormindo profundamente, sem dar o menor sinal de que acordaria tão cedo. De repente, sentiu uma dificuldade de respirar, como se o ar em seus pulmões estivesse rarefeito. Parecia que uma grande pedra pressionava seu peito, deixando -a sem fôlego. Foi assim que, confusa, acabou despertando. Um toque gelado invadiu sua boca, como uma língua que roubava os poucos resquícios de ar que ainda lhe restavam. Beijada até quase perder os sentidos, sentindo o ar cada vez mais escasso, abriu os olhos, ainda sonolenta, e viu um rosto absurdamente bonito, tão próximo que suas pernas fraquejariam só de olhar. Ela tentou empurrá-lo, mas descobriu que suas mãos estavam moles como gelatina, sem um pingo de força. De repente, flas
Ele soltou uma risada debochada e falou em tom provocador: — O que foi? Se esforçou demais ontem à noite e deixou a pessoa sem conseguir nem andar direito? Cuidado para não pegar o hábito de virar noites assim, ou vai acabar com insuficiência renal ainda jovem. Os cantos da boca de Lorena se contraíram. As veias na testa de Guilherme saltaram por um instante. Ela, com os braços ao redor do pescoço do homem, virou a cabeça para olhar Guilherme e piscou, perguntando com os olhos: — Alguém deixou ele irritado? Guilherme sorriu para ela. — Não ligue para ele, ele só está com inveja de como somos apaixonados. Coma alguma coisa para forrar o estômago, senão vai acabar se sentindo mal depois. Lorena hesitou por um momento. Em seguida, Guilherme a carregou até a mesa de jantar. Afinal, ela ainda não tinha tomado o café da manhã. Não importa o quão urgente fosse o problema de Reginaldo, ele podia esperar. Entre os problemas dos amigos e o estômago da esposa, a segunda opção er
Assim que Reginaldo saiu, Lorena subiu correndo as escadas para pegar o celular. Logo depois, desceu rapidamente. Ela desbloqueou o telefone e viu que realmente tinha uma chamada perdida de Ângela. O horário da ligação coincidia com o momento em que ela estava sendo provocada pelo homem ao seu lado, por isso nem tinha visto ou ouvido. Além disso, havia mensagens no WhatsApp de Ângela e Mônica. O homem ao lado olhou para o endereço exibido na tela e estreitou ligeiramente os olhos: — Isso é Monte Cristalino? Lorena, enquanto respondia às mensagens, assentiu sem dar muita atenção. O homem franziu levemente as sobrancelhas e perguntou com naturalidade: — A Sra. Santos também tem uma casa lá? Monte Cristalino era um empreendimento imobiliário do Grupo JM, situado em uma área nobre, com mansões luxuosas. Havia apenas 33 mansões, e todas já tinham donos. Naturalmente, sendo um projeto do Grupo JM, as casas eram verdadeiras joias da arquitetura, com preços que refletiam to
Logo, Vítor voltou. Atrás dele vinha um homem de porte imponente, vestindo um casaco preto. O rosto do homem exalava um misto de elegância serena e um enigma insondável. — Senhor, por aqui, por favor. — Vítor estendeu a mão, indicando com a palma aberta a direção da sala de estar. — A senhora Santos está na sala. Odair acenou educadamente com a cabeça. Ao vê-lo, Lorena ficou ligeiramente surpresa. Ela realmente não esperava que Odair viesse até a mansão para encontrá-la. — Odair. — Ela se levantou e o chamou. Odair olhou para ela e exibiu um sorriso gentil, respondendo com um leve "hm". Em seguida, lançou um olhar ao homem sentado no sofá, imóvel, com o rosto frio. Apesar disso, o sorriso de Odair permaneceu inalterado. Lorena moveu discretamente os olhos entre os dois e, sem chamar atenção, esticou o pé para dar um leve chute na perna do homem que estava sentado como um verdadeiro "dono do pedaço". Guilherme pausou por um instante. Ele ergueu levemente a cabeça e
Se passou um momento. Odair ergueu o olhar para ela e finalmente falou: — Dámaso teve problemas. As pupilas de Lorena se contraíram. A luz em seus olhos gradualmente desapareceu, e seu corpo estremeceu involuntariamente. — Há meio mês, ele foi até minha casa. Porém, na mesma noite, ao voltar, foi emboscado no meio do caminho. A viagem era confidencial, então ele estava acompanhado apenas por duas pessoas: um motorista e um guarda-costas. Mas do outro lado havia mais de vinte homens, todos armados. Quando chegamos ao local, encontramos apenas os corpos do motorista e do guarda-costas. Dámaso havia desaparecido. Até agora, ninguém sabe se ele está vivo ou morto. A Casa Imperial de Althéa abafou o caso, e ninguém sabe que ele está desaparecido. Quando Odair terminou de falar, o rosto de Lorena estava assustadoramente sombrio. Seus olhos, antes brilhantes, haviam escurecido, como se envoltos em uma camada de gelo. Com as mãos cerradas em punho, ela tentava controlar a torrente
O tempo voa. Num piscar de olhos, chegou o dia de Natal. Para muitas pessoas, talvez o Natal de todos os anos seja sempre igual, passado ao lado da família ou com os irmãos e irmãs. Mas, para Lorena, este Natal era diferente. Guilherme saiu cedo para ir à empresa e, na hora do almoço, os dois foram ao Sanatório Harmonia buscar Sarah para almoçarem juntos. A ideia inicial era levar Sarah para a antiga mansão da família Santos, mas ela recusou, dizendo que almoçar juntos era suficiente e que estava acostumada com a tranquilidade. Felizmente, o estado de saúde de Sarah estava muito bom, o que deixou Lorena mais tranquila, especialmente sabendo que Maia estava por perto para cuidar dela. Sempre que se encontravam, Sarah lançava um olhar discreto para a barriga de Lorena, tentando descobrir se ela já estava grávida. Lorena sabia que a avó realmente queria que ela tivesse um bebê, mas... Às três da tarde, os dois voltaram juntos para a antiga mansão da família Santos. — Aca