Capítulo 3
O sol mal havia nascido quando Jack se levantou. Ele sabia que o dia seria decisivo, e não podia falhar. Depois de se preparar rapidamente, montou em seu cavalo e cavalgou em direção à cidade, seu pensamento fixo no contrato que mudaria tudo em sua vida. Ao chegar ao escritório do advogado, Jack encontrou Clayton já à espera, com Charlotte ao seu lado. Ela parecia ainda mais pálida e nervosa, seus olhos evitavam os dele. — Bom dia, Jack — disse Clayton, tentando parecer descontraído, mas a tensão em sua voz era evidente. — Estamos prontos para formalizar o acordo? Jack assentiu, cumprimentando o advogado antes de se sentar à mesa com Clayton e Charlotte. O advogado começou a explicar os termos do contrato, detalhando cada cláusula com precisão. Jack prestava atenção em cada palavra, garantindo que tudo estivesse conforme o combinado. — Então, para finalizar, Jack assumirá todas as responsabilidades financeiras e legais por Charlotte, e Clayton renunciará a qualquer dívida. Há mais alguma coisa que vocês queiram adicionar? — perguntou o advogado, olhando para os três. Jack olhou para Clayton, que balançou a cabeça, concordando. — Não, isso cobre tudo — respondeu Jack firmemente. — Vamos assinar. Enquanto eles assinavam os papéis, Jack sentiu um certo alívio. O contrato estava feito, e agora Charlotte estava sob sua responsabilidade. Ele sabia que a verdadeira prova começaria agora. Após a formalização, Clayton se levantou, estendendo a mão para Jack. — Agradeço por isso, Jack. Espero que possamos seguir em frente sem mais problemas. Jack apertou a mão de Clayton, mas seu foco estava em Charlotte. — Espero que sim, Clayton. Vou cuidar bem de Charlotte. Clayton assentiu e, sem mais palavras, deixou o escritório, deixando Jack e Charlotte sozinhos com o advogado. Jack se voltou para Charlotte, que estava visivelmente nervosa. — Charlotte, você está pronta para ir? — perguntou ele, tentando soar o mais gentil possível. Ela olhou para ele, a vulnerabilidade clara em seus olhos. — Sim, estou pronta. Jack e Charlotte saíram do escritório e montaram em seus cavalos. O caminho de volta à fazenda de Jack foi silencioso, ambos com seus próprios pensamentos. Ao chegarem à fazenda, Jack ajudou Charlotte a descer do cavalo. Ele a guiou até o casarão, mostrando-lhe os arredores e explicando onde ficava cada coisa. — Aqui é onde você vai morar agora, Charlotte. Quero que se sinta à vontade para fazer deste lugar o seu lar — disse ele, tentando oferecer um sorriso reconfortante. Charlotte olhou ao redor, ainda se adaptando à ideia de sua nova vida. — Obrigada, Jack. Vou tentar me acostumar. Jack assentiu, sabendo que levaria tempo para ela se ajustar. — Sei que é muito para processar. Vou dar a você todo o tempo que precisar. Enquanto Jack mostrava o restante da casa, ele não pôde deixar de admirar Charlotte. Apesar de tudo pelo que estava passando, ela se mantinha firme. Jack guiou Charlotte até o quarto que havia preparado para ela. O ambiente era simples, mas acolhedor, com móveis de madeira escura e uma grande janela que deixava a luz do sol entrar. Ele abriu a porta e fez um gesto para que ela entrasse. — Este será o seu quarto, Charlotte. Sinta-se à vontade para arrumar tudo do jeito que preferir — disse ele, tentando soar encorajador. Charlotte entrou no quarto, olhando ao redor com olhos curiosos e cautelosos. Jack pôde ver que ela estava tentando processar todas as mudanças. — Vou deixar você descansar e se acomodar. Mais tarde, chamarei você para almoçarmos juntos — disse Jack, dando um passo para trás em direção à porta. Charlotte assentiu, sua voz um pouco mais forte agora. — Obrigada, Jack. Agradeço pela gentileza. Jack sorriu antes de responder. — De nada, Charlotte. Se precisar de qualquer coisa, estarei por perto. Vou pedir para o capataz ir buscar suas coisas. Ele fechou a porta suavemente e desceu as escadas. Sabia que precisava dar espaço para Charlotte se ajustar, mas também queria garantir que ela não se sentisse sozinha ou abandonada. Enquanto andava pela casa, Jack começou a pensar em como seria o almoço. Precisava ser um momento tranquilo, uma chance para ambos se conhecerem melhor. Então teve uma ideia e foi até a área gourmet. — Julieta? — entrou chamando a cozinheira que o recebeu com um grande sorriso. — E então, meu querido. Você se casou? Onde está sua esposa? — Na verdade — disse sentando a mesa. — Ainda não casamos, não entendi porque o pai dela a deixou comigo. Mas por outro lado, achei melhor, vai saber o que aquele maluco faria. — Sim, é verdade. Nunca gostei dele. Desculpe a sinceridade, senhor. — Ele sempre foi estranho, mas isso nunca afetou nossa amizade a não ser o que ia fazer com a filha. — Falando nisso, senhor. E o velho Silas, será que aceitou numa boa não se casar com a mocinha? — ela perguntou curiosa se aproximando e sentando a frente do patrão. — Não sei. Mas isso é um problema do Clayton com o Silas. — O senhor tem razão. Jack tira o chapéu passando os dedos pelos cabelos negros. Aos quarenta anos se admira por praticamente não ter fios brancos em seus cabelos. — O que teremos para o almoço, Julieta? — Como uma boa cozinheira brasileira de mão cheia. Estou fazendo seu prato predileto, senhor, feijoada. — Desde que entrou em nossas vidas na fazenda não me vejo mais sem sua deliciosa feijoada. — Ah, obrigada — disse envergonhada. Mais tarde, quando o almoço estava pronto, Jack subiu as escadas e bateu levemente na porta do quarto de Charlotte. — Charlotte, o almoço está pronto. Vamos comer juntos? — chamou ele, tentando manter a voz calma e acolhedora. A porta se abriu lentamente e Charlotte apareceu, um pouco mais relaxada do que antes. Ela deu um pequeno sorriso, que fez Jack sentir que talvez as coisas estivessem começando a se encaixar. — Obrigada, Jack. Estou pronta — disse ela, seguindo-o até a sala de jantar. Eles se sentaram à mesa e Jack serviu o almoço. Como é o primeiro dia dela e ainda não estão casados, talvez ela não se sinta bem com os demais a mesa. — O que é isso? — perguntou ela, observando a comida diferente. — Apenas experimente, é divino. Curiosa, ela pegou o garfo e experimentou cada item separadamente. Seus olhos encheram de prazer ao experimentar o delicioso prato. Enquanto comiam, a conversa foi aos poucos fluindo, com Jack fazendo perguntas leves sobre os interesses e hobbies de Charlotte, tentando conhecê-la melhor sem pressioná-la. — Então, Charlotte, o que você gosta de fazer no seu tempo livre? — perguntou Jack, pegando um pedaço de pão. Charlotte pensou por um momento antes de responder. — Gosto de ler e de passar tempo com os animais. Sempre gostei de ajudar na fazenda, cuidando dos cavalos e das galinhas. Jack sorriu, satisfeito por encontrar um ponto em comum. — Temos muitos animais aqui. Tenho certeza de que você vai gostar de conhecê-los. E, se precisar de algum livro, posso trazer da cidade para você. Os olhos de Charlotte brilharam ligeiramente com a menção dos animais e dos livros. — Isso seria maravilhoso, Jack. Obrigada. A refeição continuou, e aos poucos, a tensão entre eles começou a diminuir. Após o almoço, Jack se levantou e começou a recolher os pratos. — Vou cuidar disso. Por que você não dá uma volta pela fazenda? Pode ser bom para você se familiarizar com o lugar. Charlotte assentiu, levantando-se da mesa. — Acho que vou fazer isso. Obrigada pelo almoço, Jack. Estava delicioso. Jack sorriu, sentindo uma pequena vitória naquele momento. — Fico feliz que tenha gostado. Aproveite o passeio. Enquanto Charlotte saía para explorar a fazenda, Jack voltou para a cozinha, sentindo uma leve esperança de que, com o tempo, poderiam construir uma vida juntos que fosse feliz e segura.Capítulo 4Charlotte saiu do casarão, ansiosa para conhecer os arredores da fazenda. Ao pisar no vasto terreno, foi recebida pelo calor do sol texano e pelo som distante de animais e vento sussurrando entre as árvores.Caminhou devagar, permitindo-se apreciar a beleza da paisagem ao seu redor. As colinas ondulantes, os campos de pastagem e os cercados que se estendiam até onde os olhos podiam ver eram impressionantes. Jack realmente tinha uma propriedade magnífica.Enquanto caminhava, Charlotte percebeu que não tinha visto nenhum dos funcionários desde que chegara. Imaginou que deviam estar ocupados com suas tarefas diárias, espalhados pela grande extensão da fazenda. Isso lhe deu uma sensação de tranquilidade; gostava da ideia de explorar sozinha por um tempo.Passou por um estábulo onde alguns cavalos pastavam preguiçosamente. A proximidade dos animais trouxe um leve sorriso ao seu rosto. Sempre havia encontrado conforto e paz entre os animais, e sentiu que, pelo menos nesse aspecto
Capítulo 5Charlotte ficou sozinha na sala de estar enquanto Jack levava a louça do jantar para a cozinha. Ela observou o cômodo decorado com móveis rústicos e, ao mesmo tempo, confortáveis.Ao se aproximar do sofá, Charlotte sorriu ao ver o mesmo gatinho que havia levado um pisão no rabo mais cedo, agora deitado e dormindo todo largado. O pequeno animal parecia ter se recuperado rapidamente do susto, e sua tranquilidade era quase contagiante.Charlotte se sentou suavemente ao lado do gato, tomando cuidado para não acordá-lo. Enquanto acariciava delicadamente o felino adormecido, ela sentiu uma grande ternura pelo pequeno felino. A casa, a fazenda, e até mesmo o gatinho, tudo começava a se tornar parte de sua nova realidade.Ela olhou ao redor da sala mais uma vez, absorvendo cada detalhe: as cortinas que pareciam antigas e a lareira que parecia convidativa para noites aconchegantes.Perdida em seus pensamentos, Charlotte não percebeu quando Jack voltou à sala. Ele parou na entrada, o
Capítulo 6Não demora muito para chegarem na cidade. Jack estava determinado a fazer esse dia especial para ela. Vai mostrar a ela que merece coisas boas e confortáveis.- Pronta para a aventura? - Jack perguntou com um sorriso enquanto segurava a porta da caminhonete aberta para ela sair.Charlotte sorriu, mas havia uma leve sombra de ansiedade em seus olhos.- Sim, estou pronta.Ele havia estacionado a caminhonete na frente de uma loja de roupas.- Primeiro, vamos comprar algumas roupas novas para você - disse ele, pegando na mão dela e a guiando para dentro da loja.Ela não conseguiu esboçar nenhum tipo de reação por ter sido pega de surpresa.Dentro da loja, Charlotte ficou maravilhada com a variedade de tecidos e roupas que nunca pensou que um dia teria. Jack a incentivou a escolher o que quisesse. Após algumas horas, Charlotte tinha uma pilha de roupas novas: vestidos, calças confortáveis, blusas de várias cores e estilos.- Você merece o melhor - Jack disse, vendo o brilho nos
Capítulo 7Enquanto Jesse ignorava o conselho do colega, Jack e Charlotte chegaram ao estábulo. Jack soltou a mão dela, mas seus olhos não deixaram de observá-la com ternura.- Vou selar o cavalo para você - disse ele, pegando os equipamentos. Hoje será sua primeira lição de montaria aqui na fazenda. Sei que sabe montar, mas percebi que não tem muita experiência. Vou te ensinar tudo o que precisa saber na teoria e na prática.Charlotte sorriu, animada.- Estou ansiosa para aprender - disse colocando as mãos na cintura fazendo Jack esquecer o que estava fazendo por alguns segundos.Ele sorri em seguida tentando disfarçar o fato de ter perdido a concentração no que estava fazendo. Ela ficou com um olhar curioso tentando entender o que havia acontecido,mas não disse nada.Enquanto Jack preparava o cavalo, Charlotte olhou ao redor, admirando o trabalho que os funcionários faziam com dedicação.Após alguns minutos, Jack terminou de selar o cavalo e ajudou Charlotte a montar. - Pronta? - e
Capítulo 8No dia seguinte, Jack acordou mais cedo que o normal, super ansioso. Julieta havia sugerido que ele comprasse produtos de beleza para Charlotte, e ele achou a ideia excelente.Agora estava na cidade, dentro da perfumaria, e ao ver a imensa quantidade de produtos, deixou de achar a ideia tão empolgante. Não fazia a mínima ideia de onde começar. - Posso ajudar em alguma coisa, senhor? - perguntou uma atendente, vendo a expressão confusa de Jack.- Sim, por favor - respondeu Jack, aliviado. - Estou procurando alguns produtos de beleza para minha noiva, mas não sei exatamente o que comprar.A atendente sorriu, compreendendo a situação.- Claro, eu posso ajudá-lo. Primeiro, vamos ver alguns produtos básicos. Você já tem algo em mente?- Não faço ideia.- Entendi. Vamos começar com o essencial então, por enquanto - disse a atendente, pegando alguns itens das prateleiras. - Aqui temos hidratantes, cremes faciais, produtos para cabelo e alguns perfumes. Esses são produtos básicos
Capítulo 9Antes de voltar para a fazenda, Jack foi até uma pequena livraria. Como não sabia os gostos de Charlotte em relação à leitura, decidiu pedir ajuda à atendente. Ao entrar na loja, foi recebido por uma mulher de meia-idade, com óculos na ponta do nariz e um sorriso acolhedor.- Olá, posso ajudá-lo, senhor Colt? - perguntou ela.- Sim, eu espero que sim - respondeu Jack, meio desconcertado. - Estou procurando alguns livros para minha noiva, mas não sei exatamente o que ela gosta de ler.A atendente inclinou a cabeça, pensativa.- Bem, nós temos uma grande variedade. Talvez eu possa sugerir alguns romances clássicos? São sempre uma boa escolha.Jack assentiu, sentindo-se um pouco mais confiante.- Isso parece uma boa ideia. Pode me mostrar alguns?A atendente levou Jack até uma prateleira cheia de romances de todas as épocas e estilos.- Aqui temos alguns clássicos - disse ela, pegando um volume. - Este é "Orgulho e Preconceito" de Jane Austen. É uma história de amor que muitas
Capítulo 10Eles entraram na casa, e Jack conduziu Charlotte até a sala de jantar. Com um sorriso, ele entregou-lhe várias sacolas repletas de cosméticos, shampoos, cremes e sabonetes, tudo o que acreditou que ela gostaria.- Espero que você goste - disse Jack, observando-a com carinho enquanto ela inspecionava os produtos.Charlotte abriu uma sacola e sorriu ao ver os itens cuidadosamente escolhidos.- São maravilhosos, Jack... - Seus olhos brilharam com gratidão.- E ainda tem mais uma coisa - Jack disse com um ar de mistério. Ele pegou uma última sacola e a entregou a Charlotte.Com curiosidade, ela abriu a sacola e viu os livros. Seus olhos se arregalaram de surpresa e alegria.- Livros! - exclamou, folheando as capas dos romances. - Jack, você é incrível. Eu amo ler!Jack sorriu, satisfeito por ver a alegria dela.- Conversei com a atendente da livraria e ela me ajudou a escolher. Espero que goste das histórias.Charlotte segurou um dos livros contra o peito, emocionada.- Eu ado
Capítulo 11Jack puxou o freio de mão e virou o corpo no assento do carro para ficar de frente para Charlotte. Segurou seus ombros, fazendo-a virar devagar. Seu coração estava apertado por ver tanto sofrimento num rosto tão lindo como o dela.- Me diga o que tem.- Eu... Eu não... Eu não sei - disse ela, se calando em seguida, sentindo o corpo tremer.- Você está muito nervosa. Por que não quer me contar? O que devo fazer para conseguir te acalmar? Hum?Ele a puxou mais para perto e abraçou seu corpo miúdo com carinho. Foi trazendo-a para mais perto até tê-la sentada em seu colo e o abraço ficar apertado, para que ela não escapasse.Assim que conseguiu acalmar um pouco o coração, ela percebeu que estava no colo dele e que ele estava fazendo carinho em sua cabeleira negra. Ainda assim, sentia algumas lágrimas descerem e o corpo tremendo.- Está mais calma? - perguntou ele, sem parar de acariciar seus cabelos.- Não... Não consigo...Pelo contrário, ela se sentia mais agitada pelo sofri