Capítulo 102Na manhã seguinte, Clayton despertou com o primeiro raio de sol filtrando pelas janelas sujas de sua casa que ficou vinte anos abandonada.Ele foi até a cozinha, o cheiro da fumaça do fogão a lenha ainda pairava no ar, e o gosto amargo do café preto, a única coisa decente que ele tinha para beber.Ele sabia que precisava resolver o problema da luz, mas para isso, teria que ir até a cidade. A velha caranga encostada no quintal, que mal funcionava, seria sua única opção de transporte. Clayton deu partida no motor, que roncou e tossiu antes de finalmente pegar, e seguiu pela estrada de terra, com os pensamentos focados no que precisava ser feito.Durante o caminho, ele pensava no futuro. A sorte estava do seu lado, afinal, ele havia sido esperto o suficiente para enterrar uma quantia considerável de dinheiro no quintal, dinheiro que ninguém sabia que existia. Isso o manteria por alguns meses, pelo menos até que ele conseguisse ganhar uma quantia maior.Quando chegou à cidade
Capítulo 103Clayton mal conseguia esconder a frustração enquanto encarava o relógio de luz que girava inutilmente. Já se passavam três dias desde que os técnicos haviam religado a energia na fazenda, mas a casa continuava mergulhada na escuridão. O tempo só agravava sua irritação e ele sabia que precisava agir rapidamente. Com a mandíbula cerrada, montou na velha caranga e dirigiu-se de volta à cidade, determinado a encontrar um eletricista.Ao chegar, a nostalgia o invadiu. Vinte anos haviam se passado, e a cidade que ele conhecera estava diferente, quase irreconhecível. A vida que foi arrancada dele havia mudado de forma irreversível, mas seu propósito continuava claro como o dia: a vingança.Enquanto procurava por um eletricista, seus olhos captaram uma visão que o fez parar abruptamente.Ao longe, andando pela calçada, ele viu uma jovem mulher de cabelos negros caminhando ao lado de outra, com a mesma cor de cabelo. A semelhança era inegável, e algo em seu interior dizia que aque
Capítulo 104A semana passou em um piscar de olhos para Jackson e Joshua. Durante os dias que esteve na fazenda, Jackson deixou de lado o terno e gravata que usava em sua rotina empresarial com o pai e vestiu-se como um verdadeiro cowboy: calça jeans surrada, camisa xadrez, chapéu de aba larga e botas que soavam firme contra o chão de terra. Era uma mudança que ele sempre apreciava, um retorno às raízes que lhe trazia uma sensação de pertencimento e paz.Ele adorava estar com os pais, mas havia algo de especial em estar na fazenda dos tios, cercado pelos primos. As vidas deles seguiam caminhos tão distintos, em países diferentes, mas sempre que se reuniam, a conexão familiar parecia ser reforçada, como se os laços entre eles fossem indestrutíveis.A notícia de que Maddie estava esperando um bebê encheu o coração de Jackson de alegria. Saber que o legado da família Colt continuaria, crescendo e se fortalecendo, o deixava orgulhoso. Era como se ele pudesse ver a história da família se d
Capítulo 105A perseguição começou feroz, com a caminhonete de Joshua disparando pela estrada de terra, levantando uma nuvem de poeira enquanto os outros veículos da fazenda e as viaturas da xerife seguiam logo atrás. Jack estava na carroceria com Matthew e Jackson, com o rosto endurecido pela raiva e a preocupação.Do outro lado, os sequestradores, confiantes de que conseguiriam despistar os Colt, aceleravam pela estrada sinuosa. Eles conheciam o terreno e tinham preparado um plano. Num ponto estratégico, o motorista da caminhonete sequestrada fez uma curva brusca, saindo da estrada principal e entrando em uma trilha quase imperceptível, coberta por uma vegetação densa. O objetivo era simples: perder os perseguidores no labirinto de trilhas secundárias.- Eles não vão conseguir nos seguir aqui - disse um dos sequestradores com um sorriso presunçoso.Enquanto os sequestradores dirigiam pela estrada de terra, um deles olhou para o outro, confuso.- Ei, onde está a Charlotte? O Clayton
Capítulo 106 Meses depois... Madelyn estava no hospital, as contrações se intensificavam cada vez mais. Matthew estava ao seu lado, segurando sua mão, tentando oferecer o máximo de conforto. Charlotte, Jack e Joshua aguardavam ansiosos do lado de fora, enquanto os minutos se arrastavam como horas. Finalmente, o som do choro de um recém-nascido encheu o quarto. A enfermeira, com um sorriso caloroso, entregou o pequeno bebê nos braços de Madelyn. Seus olhos se encheram de lágrimas ao olhar para o filho, um menino saudável com os cabelos loiros, tão parecidos com os de Matthew. — Ele é perfeito, Madelyn — Matthew sussurrou emocionado, beijando sua testa. — Sim, ele é — Madelyn respondeu, com um sorriso radiante. — Quero dar a ele o nome de Maxwell, em homenagem a você e ao meu tio Max. Ele sempre foi uma figura importante na minha vida, assim como meu pai. Matthew concordou com um aceno de cabeça, sentindo o peso e a importância da homenagem. Jack, que entrou no quarto com os ol
PrólogoCidade de Amarillo, Texas, 1996.Jack Colt é um dos fazendeiros mais ricos do Texas, suas terras se estendem até onde seus olhos não podem ver. Mesmo com tanto poder e dinheiro, sente que falta algo em sua vida.Ele entra no casarão da fazenda e anda até o escritório com a testa franzida. Nunca imaginou que algum dia iria querer ter filhos. Essa vontade estranha de ser pai apareceu de um momento para o outro na semana passada, quando foi convidado por um casal de amigos de outra fazenda para um jantar em comemoração aos dois anos de casados e da filha recém-nascida.Quando viu a pequena garota e a segurou todo desajeitado com medo de derrubá-la, seu coração encheu-se de amor pela pequena. Ela era linda, uma pequena princesinha.Sentado à cadeira, não consegue prestar atenção nos documentos à sua frente. Precisa encontrar alguém para ser sua esposa e lhe dar filhos, pelo menos uns cinco.Os papéis de negócios que antes dominavam seus pensamentos agora pareciam insignificantes.
Capítulo 2Uma semana depois, Jack estava passando pela cidade, seu cavalo trotando lentamente pelas ruas movimentadas. Ao se aproximar da agropecuária local, desmontou e entrou na loja. Notou um grupo de homens conversando animadamente perto do balcão. Eles falavam baixo olhando para os lados.Jack pegou um saco de ração, fingindo interesse, enquanto ouvia a conversa. Dois homens, Jim e Earl, estavam discutindo em voz baixa, mas suficientemente alta para que Jack captasse cada palavra.— Você ouviu a última? — disse Jim, com um tom grave.Earl assentiu, seus olhos cheios de preocupação.— Sim, ouvi. Amanhã é o grande dia. A filha de Clayton vai se casar com o velho Silas. Que Deus tenha piedade da alma dela. Porque o Silas não vai ter, o homem é um crápula.O coração de Jack parou por um momento, uma onda de raiva e desespero atravessando seu corpo. Ele sabia que Clayton estava disposto a qualquer coisa para se livrar da dívida, mas não imaginava que ele levaria adiante uma decisão t
Capítulo 3O sol mal havia nascido quando Jack se levantou. Ele sabia que o dia seria decisivo, e não podia falhar. Depois de se preparar rapidamente, montou em seu cavalo e cavalgou em direção à cidade, seu pensamento fixo no contrato que mudaria tudo em sua vida.Ao chegar ao escritório do advogado, Jack encontrou Clayton já à espera, com Charlotte ao seu lado. Ela parecia ainda mais pálida e nervosa, seus olhos evitavam os dele.— Bom dia, Jack — disse Clayton, tentando parecer descontraído, mas a tensão em sua voz era evidente. — Estamos prontos para formalizar o acordo?Jack assentiu, cumprimentando o advogado antes de se sentar à mesa com Clayton e Charlotte. O advogado começou a explicar os termos do contrato, detalhando cada cláusula com precisão. Jack prestava atenção em cada palavra, garantindo que tudo estivesse conforme o combinado.— Então, para finalizar, Jack assumirá todas as responsabilidades financeiras e legais por Charlotte, e Clayton renunciará a qualquer dívida.