Nos primeiros dias após a difícil conversa com as crianças, Thomas comparecia à mansão diariamente. Ele passava horas brincando com Aurora e Adrian, garantindo que eles sentissem sua presença, mesmo que o clima na casa permanecesse tenso. As crianças, embora ainda tristes, começavam a se adaptar à nova dinâmica.Sarah, por outro lado, observava tudo à distância. Cada visita de Thomas era uma mistura de alívio e dor. Ela sabia que ele estava tentando fazer o melhor para os filhos, mas isso não diminuía o vazio crescente que sentia toda vez que ele ia embora.Com o passar das semanas, a frequência das visitas de Thomas foi diminuindo gradualmente. No início, ele vinha todos os dias.Thomas decidiu que cada visita seria uma oportunidade de criar memórias preciosas com Aurora e Adrian. Ele se esforçaria para estar totalmente presente, dedicando tempo para brincadeiras, conversas e atividades que realmente importassem para eles.Seu objetivo era que, mesmo com a distância, cada encontro fo
Arthur finalmente decidiu que era hora de agir. Não suportava mais ver Sarah definhar, aprisionada pela tristeza, disfarçando a dor que se espalhava por toda a casa enquanto se esforçava para manter a fachada na frente das crianças.Uma urgência o consumiu, a certeza de que precisava agir para resgatá-la daquele abismo e, quem sabe, revelar-se como alguém disposto a ser seu porto seguro.Naquela tarde, enquanto Sarah revisava alguns documentos na sala de estar, Arthur entrou com seu característico ar tranquilo, mas com uma determinação sutil nos olhos.Naquela tarde, encontrou Sarah absorta em pilhas de documentos. Arthur adentrou o cômodo, sua habitual serenidade contrastando com a determinação que agora incendiava seu olhar. Ele sabia que o momento de agir havia chegado.— Sarah — começou ele, aproximando-se —, acho que você precisa de uma pausa.Ela levantou o olhar, surpresa.— Uma pausa?— Sim. Apenas uma noite para relaxar, respirar e se lembrar de que há um mundo lá fora — diss
Sarah ajustava o colar enquanto se olhava no espelho. Fazia meses desde que saíra para algo que não fosse resolver problemas ou cuidar das crianças.Agora, sentia uma mistura de ansiedade e leveza enquanto se preparava para mais um jantar com Arthur.Ele, sempre atencioso, havia escolhido um restaurante tranquilo, longe do caos que ultimamente parecia dominar sua vida.Enquanto dirigiam para o restaurante, Sarah olhava pela janela. O silêncio entre eles era confortável, mas ela sabia que, em algum momento daquela noite, Arthur faria perguntas que ela vinha adiando responder.Sentados em uma mesa no canto mais reservado do restaurante, Arthur sorriu enquanto servia vinho.— Está um pouco mais relaxada esta noite — comentou, observando o rosto dela com curiosidade.Sarah sorriu de volta, mas havia um peso em seus olhos.— Talvez seja porque você tem esse efeito calmante — brincou, embora soubesse que a calma era apenas superficial.Arthur apoiou os cotovelos na mesa, inclinando-se levem
Era uma noite movimentada no restaurante mais elegante da cidade. Luzes tênues criavam um ambiente acolhedor e romântico, enquanto uma música suave preenchia o ar. Sarah e Arthur ocupavam uma mesa no canto, conversando animadamente. Ele segurava as mãos dela e a olhava com uma intensidade que fazia Sarah desviar o olhar de vez em quando, tentando disfarçar o nervosismo.Do outro lado do salão, Thomas entrou acompanhado por Kathalina. Ele parecia tenso, como se aquele lugar fosse o último onde queria estar. Kathalina, por outro lado, irradiava confiança, deslizando pelo ambiente com um sorriso de quem sabia que estava chamando atenção.Quando os olhos de Thomas encontraram Sarah e Arthur, ele parou no meio do caminho, o rosto endurecendo. Lá estava ela, rindo suavemente, com Arthur segurando suas mãos. A proximidade entre os dois fazia o sangue de Thomas ferver.— Você está bem? — Kathalina perguntou, percebendo a súbita mudança na postura de Thomas.Ele seguiu o olhar dela e suspirou.
Thomas passou a noite inteira bebendo. Cada gole parecia alimentar as chamas do ciúme e da frustração que o consumiam.A imagem de Sarah com Arthur, tão próximos, o atormentava.Ele tinha consciência de que estava se descontrolando, mas não conseguia deixar de pensar nela: nos dois juntos. Por fim, não conseguindo mais resistir, ele se levantou, pagou a conta do restaurante e dirigiu em direção à mansão.Ele precisava vê-la, confrontá-la. Queria entender o que estava acontecendo entre ela e Arthur e, acima de tudo, precisava dizer a ela o que estava corroendo seu coração.A mansão estava silenciosa quando Thomas entrou, cambaleando levemente por causa do álcool. As luzes estavam apagadas, e o único som era o de seus próprios passos ecoando pelos corredores. Ele subiu as escadas rapidamente, guiado pela urgência de ver Sarah.Encontrou-a adormecida, com os cabelos enrolados no travesseiro e o rosto sereno sob a luz suave da lua que entrava pela janela. Ele parou diante da porta, imóvel
Na manhã seguinte, Sarah despertou nos braços de Thomas, ela sentiu o peso emocional da noite anterior ainda pulsando em seu coração; mais cansada emocionalmente do que fisicamente, não sabia em que momento aquela aproximação havia ocorrido, se partiu dele ou dela.Com cuidado, um misto de hesitação e determinação, afastou-se lentamente, tentando não o perturbar.Thomas dormia profundamente, o rosto estava relaxado e revelava os sinais do desgaste emocional dos últimos meses."Enquanto seus olhos permaneciam fixos nele, reparou em seus traços bem delineados: os cílios longos e escuros que emolduravam os olhos fechados, os lábios cheios e expressivos, a pele firme e o abdômen esculpido com perfeição. Havia uma harmonia inquietante naquela aparência.A lembrança da voz de Thomas chamando por ela em meio aos raros momentos de entrega ecoou em sua mente como um sussurro irresistível. Aquele sussurro que a perseguia era como um eco que não cessava, um ruído íntimo que insistia em enfraquec
No primeiro dia de retorno ao hospital, Sarah percebeu uma mudança no ambiente. Thomas fazia questão de estar presente em sua chegada, cumprimentando-a na entrada com um sorriso que trazia tanto alívio quanto tensão.— Bem-vinda de volta, Dra. Campbell — disse ele, com uma voz gentil, porém firme. — Tenho certeza de que o hospital será melhor com você aqui novamente.Sarah assentiu, mantendo a postura profissional.— Obrigada, Dr. Lewantys. Estou pronta para voltar ao trabalho.Thomas parecia prestes a dizer algo mais, mas foi interrompido pela chegada repentina de Kathalina, que entrou na recepção com a energia de sempre.— Thomas! — exclamou ela, ignorando Sarah momentaneamente. Depois, voltou-se para ela com um sorriso forçado. — Sarah, que surpresa vê-la aqui. Voltou ao trabalho, então?— Sim — respondeu Sarah educadamente, embora sentisse a tensão no ar.Kathalina lançou um olhar brincalhão para Thomas antes de prosseguir.— É ótimo. Isso significa que vocês dois poderão passar a
O dia seguinte trouxe uma nova dinâmica ao hospital, especialmente para Sarah. Com seu retorno ao trabalho, a tensão entre ela, Thomas e Kathalina aumentava a cada interação. Enquanto Sarah tentava se concentrar em suas responsabilidades, a presença de Arthur se tornava um refúgio seguro e reconfortante.Em uma manhã ensolarada, Sarah e Arthur estavam revisando relatórios na sala de descanso. A conversa fluía naturalmente, e as risadas compartilhadas eram um bálsamo para a alma de Sarah. Quando Arthur fez uma piada sobre um caso recente, o riso de Sarah ecoou pelo ambiente, atraindo a atenção de Thomas que passava por ali.Thomas parou na porta, observando a cena com um olhar que misturava surpresa e ciúmes. O sorriso de Arthur ao interagir com Sarah parecia iluminar o ambiente, enquanto Thomas sentia uma pontada no peito. Ele não gostava de ver outro homem se aproximar dela, mesmo que fossem apenas amigos.— Parece que você está gostando — disse Thomas, tentando soar indiferente, mas