Era uma noite movimentada no restaurante mais elegante da cidade. Luzes tênues criavam um ambiente acolhedor e romântico, enquanto uma música suave preenchia o ar. Sarah e Arthur ocupavam uma mesa no canto, conversando animadamente. Ele segurava as mãos dela e a olhava com uma intensidade que fazia Sarah desviar o olhar de vez em quando, tentando disfarçar o nervosismo.Do outro lado do salão, Thomas entrou acompanhado por Kathalina. Ele parecia tenso, como se aquele lugar fosse o último onde queria estar. Kathalina, por outro lado, irradiava confiança, deslizando pelo ambiente com um sorriso de quem sabia que estava chamando atenção.Quando os olhos de Thomas encontraram Sarah e Arthur, ele parou no meio do caminho, o rosto endurecendo. Lá estava ela, rindo suavemente, com Arthur segurando suas mãos. A proximidade entre os dois fazia o sangue de Thomas ferver.— Você está bem? — Kathalina perguntou, percebendo a súbita mudança na postura de Thomas.Ele seguiu o olhar dela e suspirou.
Thomas passou a noite inteira bebendo. Cada gole parecia alimentar as chamas do ciúme e da frustração que o consumiam.A imagem de Sarah com Arthur, tão próximos, o atormentava.Ele tinha consciência de que estava se descontrolando, mas não conseguia deixar de pensar nela: nos dois juntos. Por fim, não conseguindo mais resistir, ele se levantou, pagou a conta do restaurante e dirigiu em direção à mansão.Ele precisava vê-la, confrontá-la. Queria entender o que estava acontecendo entre ela e Arthur e, acima de tudo, precisava dizer a ela o que estava corroendo seu coração.A mansão estava silenciosa quando Thomas entrou, cambaleando levemente por causa do álcool. As luzes estavam apagadas, e o único som era o de seus próprios passos ecoando pelos corredores. Ele subiu as escadas rapidamente, guiado pela urgência de ver Sarah.Encontrou-a adormecida, com os cabelos enrolados no travesseiro e o rosto sereno sob a luz suave da lua que entrava pela janela. Ele parou diante da porta, imóvel
Na manhã seguinte, Sarah despertou nos braços de Thomas, ela sentiu o peso emocional da noite anterior ainda pulsando em seu coração; mais cansada emocionalmente do que fisicamente, não sabia em que momento aquela aproximação havia ocorrido, se partiu dele ou dela.Com cuidado, um misto de hesitação e determinação, afastou-se lentamente, tentando não o perturbar.Thomas dormia profundamente, o rosto estava relaxado e revelava os sinais do desgaste emocional dos últimos meses."Enquanto seus olhos permaneciam fixos nele, reparou em seus traços bem delineados: os cílios longos e escuros que emolduravam os olhos fechados, os lábios cheios e expressivos, a pele firme e o abdômen esculpido com perfeição. Havia uma harmonia inquietante naquela aparência.A lembrança da voz de Thomas chamando por ela em meio aos raros momentos de entrega ecoou em sua mente como um sussurro irresistível. Aquele sussurro que a perseguia era como um eco que não cessava, um ruído íntimo que insistia em enfraquec
No primeiro dia de retorno ao hospital, Sarah percebeu uma mudança no ambiente. Thomas fazia questão de estar presente em sua chegada, cumprimentando-a na entrada com um sorriso que trazia tanto alívio quanto tensão.— Bem-vinda de volta, Dra. Campbell — disse ele, com uma voz gentil, porém firme. — Tenho certeza de que o hospital será melhor com você aqui novamente.Sarah assentiu, mantendo a postura profissional.— Obrigada, Dr. Lewantys. Estou pronta para voltar ao trabalho.Thomas parecia prestes a dizer algo mais, mas foi interrompido pela chegada repentina de Kathalina, que entrou na recepção com a energia de sempre.— Thomas! — exclamou ela, ignorando Sarah momentaneamente. Depois, voltou-se para ela com um sorriso forçado. — Sarah, que surpresa vê-la aqui. Voltou ao trabalho, então?— Sim — respondeu Sarah educadamente, embora sentisse a tensão no ar.Kathalina lançou um olhar brincalhão para Thomas antes de prosseguir.— É ótimo. Isso significa que vocês dois poderão passar a
O dia seguinte trouxe uma nova dinâmica ao hospital, especialmente para Sarah. Com seu retorno ao trabalho, a tensão entre ela, Thomas e Kathalina aumentava a cada interação. Enquanto Sarah tentava se concentrar em suas responsabilidades, a presença de Arthur se tornava um refúgio seguro e reconfortante.Em uma manhã ensolarada, Sarah e Arthur estavam revisando relatórios na sala de descanso. A conversa fluía naturalmente, e as risadas compartilhadas eram um bálsamo para a alma de Sarah. Quando Arthur fez uma piada sobre um caso recente, o riso de Sarah ecoou pelo ambiente, atraindo a atenção de Thomas que passava por ali.Thomas parou na porta, observando a cena com um olhar que misturava surpresa e ciúmes. O sorriso de Arthur ao interagir com Sarah parecia iluminar o ambiente, enquanto Thomas sentia uma pontada no peito. Ele não gostava de ver outro homem se aproximar dela, mesmo que fossem apenas amigos.— Parece que você está gostando — disse Thomas, tentando soar indiferente, mas
O Hospital Lewantys, além de ser uma referência em cuidados médicos, também era uma instituição que oferecia cursos de graduação e especializações na área de saúde. O baile de gala anual era um evento tradicional, destinado a celebrar a formatura dos alunos e a excelência da instituição.Era uma noite de reconhecimento, networking e glamour – um momento em que médicos, estudantes e figuras importantes do setor se reuniam para homenagear as conquistas do ano.O salão estava resplandecente, iluminado por lustres de cristal e preenchido pelo som suave de uma orquestra ao vivo. Os formandos e convidados circulavam pelo espaço, trajando vestidos elegantes e smokings impecáveis. O ambiente era uma combinação perfeita de sofisticação e celebração.Sarah hesitou ao entrar, vestindo um longo vestido de cetim azul royal que realçava seus marcantes olhos verdes âmbar. Ela estava deslumbrante, mas seu coração estava pesado com a perspectiva de encontrar Thomas – e, provavelmente, Kathalina ao lad
Sarah entrou correndo na sala, atraída pelo tom intenso das vozes de seus pais. Ambos estavam sentados, imersos em uma discussão acalorada. Algo nas expressões frias e calculadas de seus rostos a fez parar no meio do caminho.— Filha, venha aqui — disse seu pai. A voz fria, como de costume, agora carregava uma gravidade incomum.Sarah se aproximou, hesitante. Antes que pudesse perguntar, ele disparou:— Hoje é um dia decisivo para nossa família. Você vai comparecer no lugar de sua irmã na cerimônia de casamento dela.Os olhos de Sarah se arregalaram, incrédulos.— O quê? — exclamou. — Isso não é possível! É o casamento da Anna! Ela precisa estar lá, não eu.Seu pai cruzou os braços e franziu o cenho.— Anna desapareceu. Resolveu nos abandonar no pior momento. Este casamento é um acordo comercial firmado há anos, e não podemos arcar com os custos da quebra do contrato.Sarah balançou a cabeça, tentando processar a situação.— Papai, isso não faz sentido! Vocês podem conversar com o noi
Sarah foi empurrada para o banco de trás de um carro que arrancou em alta velocidade. Cada solavanco na estrada era um lembrete cruel da situação em que ela havia sido colocada. Tudo parecia um pesadelo do qual não conseguia despertar.Ela perdeu a noção do tempo. Sempre que tentava erguer o véu para ver onde estava, uma mão pesada a impedia. Quando tentava falar, uma voz áspera cortava o silêncio com um:— Cala a boca!Aquelas palavras ecoavam em sua mente como uma ameaça constante.Seus dedos tremiam, e as palmas estavam encharcadas de suor.— "Como isso aconteceu? Como cheguei a esse ponto?" — pensou.Aquele dia deveria ser especial — era o seu aniversário de 18 anos. Em vez disso, ela estava sendo arrastada para um destino incerto. Nem mesmo seu pai, que sempre prometera protegê-la, parecia se lembrar disso.— "Papai disse que me buscaria depois da cerimônia..." — pensou Sarah, sentindo o desespero crescer. — "Então, por que me deixou com esse homem horrível?"O carro finalmente p