Na manhã seguinte, Sarah estava decidida. Ela encontrou Thomas no escritório, perdido em pensamentos.— Você decidiu alguma coisa? — Ele foi direto, mas com um tom cauteloso.Sarah respirou fundo, mantendo a compostura.— Sim. Mas não é o você está esperando.Thomas franziu o cenho.— O que quer dizer?— Quero que você me escute com atenção — disse ela, aproximando-se.— Acredito que há outra maneira de ajudar Adrian sem precisar ter outro filho.Thomas parecia confuso.— Outra maneira? Sarah, já tentamos quase tudo. Adrian está sem tempo... você sabe disso.— Eu sei, — ela respondeu, com a voz tremendo levemente. — E é por isso que quero fazer mais testes. — Sarah fez uma breve pausa antes de continuar.— Quero testar minha compatibilidade com Adrian.O silêncio pairou na sala. Thomas piscou, surpreso.— Sua compatibilidade? — ele repetiu.— E quero que Aurora também seja testada, — Sarah completou, sua voz baixa, mas firme.Thomas ficou imóvel por um instante, processando a sugestão
No dia seguinte, Sarah, Adrian e Aurora foram ao hospital para a coleta de amostras. Sarah tentava manter a calma, principalmente para não assustar as crianças, mas por dentro, estava um verdadeiro caos.O peso da incerteza e da esperança se misturavam em seu coração.— Mamãe Sarah, por que estamos fazendo isso? — perguntou Aurora, apertando a mão de Sarah com força. Seus olhos grandes e curiosos brilhavam com uma inocência que quase fazia o coração de Sarah se partir em mil pedaços. Sarah engoliu em seco, sentindo a pressão aumentar em seu peito, como se o ar ao seu redor estivesse se tornando escasso.— Estamos aqui para ajudar o Adrian, querida. Você quer ajudar seu irmão, não é mesmo?Aurora acenou rapidamente, um sorriso doce e radiante iluminando seu rosto pequeno.— Claro que sim! A determinação de Aurora era um farol em meio à tempestade que se formava dentro de Sarah, um lembrete do amor que unia aquela família em momentos de adversidade.Adrian, mesmo visivelmente fraco, sor
A viagem de volta à mansão foi mergulhada em um silêncio pesado. Thomas mantinha as mãos firmes no volante, os nós dos dedos esbranquiçados pela tensão. Ele evitava olhar para Sarah, enquanto ela mantinha os olhos fixos na paisagem que passava rapidamente pela janela. Emoções conflitantes percorriam a mente de ambos, criando um obstáculo invisível entre eles. Thomas se esforçava para encontrar as palavras certas para a conversa inevitável que certamente iria ter, enquanto Sarah questionava se seria capaz de encarar a verdade que estava prestes a ser revelada. Ao chegaram, Thomas abriu a porta da casa, entrou e quebrou o silêncio: — Precisamos conversar — disse ele, com a voz grave. Sarah apenas assentiu, sabendo que esse momento era inevitável. Enquanto subia as escadas, ela sentia o peso das expectativas e do medo do que estava por vir. Decidiu que primeiro queria ver como as crianças estavam. Era uma pequena distração para turbilhão de pensamentos que permeavam sua mente.
As palavras dele eram como facas, e a raiva borbulhou no peito de Sarah.— Thomas, você... não me deixou abrir a boca naquela noite. Se tivesse permitido que eu falasse, tudo teria sido esclarecido e não estaríamos aqui nos acusando.Sarah sentia o peso da frustração crescer dentro dela enquanto se lembrava da noite em que tudo aconteceu. O silêncio imposto por Thomas a deixara sem voz.Agora, ele parecia incapaz de perceber o quanto a responsabilidade era dele também.— Você acreditou nela sem sequer verificar se era a verdadeira mãe da criança — continuou Sarah, a indignação transparecendo em cada palavra.— Você tomou decisões precipitadas, Thomas, e agora estamos presos nesse ciclo de desconfiança.Thomas olhou para ela, a confusão e o arrependimento refletidos em seu olhar. Ele sabia que suas ações tinham consequências, mas a dor de ouvir as verdades que Sarah estava colocando em palavras era quase insuportável.As acusações dela eram justas, e ele se viu lutando para encontrar u
Sarah se trancou no quarto, tentando processar a montanha de emoções. Durante meses, ela se convencera de que Adrian era apenas o filho de Anna e Thomas. Afinal, eles eram casados...Afinal, agora tudo fazia sentido. Cada conexão que sentia com Adrian, cada momento em que ele parecia ser mais do que um paciente: ele era seu filho.A alegria de reencontrar Adrian se misturava com uma raiva que ela não conseguia conter. Anna havia destruído sua vida, roubado seu filho e deixado que ela acreditasse no pior. Como se não bastasse, ainda tentou matá-la ao atear fogo na casa.Sarah olhou seu reflexo no espelho, os olhos espelhavam sua determinação e o rosto transmitia uma força que ela nunca havia experimentado anteriormente.— Anna não vai escapar desta.Thomas permaneceu isolado em seu escritório, enquanto tentava assimilar a verdade arrasadora. Adrian, que ele acreditava ser seu filho biológico com Anna, na verdade, era fruto do relacionamento conturbado dele com Sarah.Perdido em seus pe
Na manhã seguinte, Thomas convocou Sarah para um encontro no jardim. O sol matinal filtrava-se pelas árvores, lançando sombras que dançavam suavemente no gramado. Ele parecia exausto, mas havia uma determinação ardente em seus olhos que Sarah nunca havia visto antes.Um silêncio profundo se instalou, quebrado unicamente pelo sussurro do vento nas folhagens e pelo canto distante dos pássaros, um claro contraste com a tempestade emocional que os dois enfrentavam.— Vamos discutir sobre a Anna — declarou ele, com uma voz resoluta e direta.— E sobre o que faremos a partir de agora.Sarah cruzou os braços, seu olhar fixo e desafiador.— Não há o que pensar, Thomas. Ela precisa ser confrontada pelo que fez. Pelo que roubou de mim.Thomas assentiu, seu maxilar tenso como uma corda prestes a estourar.— Concordo plenamente. Mas precisamos ser estratégicos. Anna não é do tipo que recua facilmente. Ela vai lutar com todas as armas.Sarah avançou um passo, seus olhos brilhando com uma determina
Naquela tarde, Sarah sentou-se no escritório com Thomas, cercados pelos documentos que haviam reunido: Papéis antigos, registros médicos e tudo que poderia ser usado para confrontar Anna. O ambiente estava carregado de tensão, mas também de determinação.— Precisamos construir uma base sólida, — disse Thomas, quebrando o silêncio. — Não podemos deixar espaço para que ela negue ou manipule as coisas como sempre fez.Sarah folheava os papéis à sua frente, buscando respostas que ajudassem a fechar o círculo de mentiras.— Tudo começa com a verdade sobre Adrian e Aurora, — respondeu ela, sua voz baixa, mas carregada de convicção. — Precisamos provar que ela sabia desde o início. Que ela roubou não só minha vida, mas a deles também.Thomas inclinou-se sobre a mesa, apontando para um registro específico.— Isso pode ajudar. É o histórico médico de Adrian logo após o nascimento. Algumas coisas não batem, principalmente as datas. Se cruzarmos isso com os relatórios do hospital onde Anna disse
Thomas e Sarah entraram na sala de reunião com passos lentos, como se carregassem um peso invisível nas costas. O médico-cirurgião cumprimentou sorridente, mas ficou sério.— Vamos discutir a escolha do doador — começou o médico. — Antes de qualquer decisão, é importante destacar que as duas, Sarah e Aurora são compatíveis, mas há fatores a se considerar.Thomas apertou a mão de Sarah com determinação, um gesto mudo de solidariedade. Ela inspirou profundamente, esforçando-se para conservar a compostura, mas a apreensão transparecia em sua expressão.O médico destacou três pontos principais:‘Recuperação de Aurora’: Como Aurora é uma criança, sua recuperação física seria mais rápida. No entanto, o impacto emocional poderia ser mais significativo devido à sua ligação com o irmão gêmeo.‘Riscos para Sarah’: Sarah enfrentaria maiores riscos físicos e precisaria de mais tempo para se recuperar, o que poderia afetar sua capacidade de cuidar das crianças.‘’Consentimento de Aurora’: Mesmo se