Naquela tarde, Sarah sentou-se no escritório com Thomas, cercados pelos documentos que haviam reunido: Papéis antigos, registros médicos e tudo que poderia ser usado para confrontar Anna. O ambiente estava carregado de tensão, mas também de determinação.— Precisamos construir uma base sólida, — disse Thomas, quebrando o silêncio. — Não podemos deixar espaço para que ela negue ou manipule as coisas como sempre fez.Sarah folheava os papéis à sua frente, buscando respostas que ajudassem a fechar o círculo de mentiras.— Tudo começa com a verdade sobre Adrian e Aurora, — respondeu ela, sua voz baixa, mas carregada de convicção. — Precisamos provar que ela sabia desde o início. Que ela roubou não só minha vida, mas a deles também.Thomas inclinou-se sobre a mesa, apontando para um registro específico.— Isso pode ajudar. É o histórico médico de Adrian logo após o nascimento. Algumas coisas não batem, principalmente as datas. Se cruzarmos isso com os relatórios do hospital onde Anna disse
Thomas e Sarah entraram na sala de reunião com passos lentos, como se carregassem um peso invisível nas costas. O médico-cirurgião cumprimentou sorridente, mas ficou sério.— Vamos discutir a escolha do doador — começou o médico. — Antes de qualquer decisão, é importante destacar que as duas, Sarah e Aurora são compatíveis, mas há fatores a se considerar.Thomas apertou a mão de Sarah com determinação, um gesto mudo de solidariedade. Ela inspirou profundamente, esforçando-se para conservar a compostura, mas a apreensão transparecia em sua expressão.O médico destacou três pontos principais:‘Recuperação de Aurora’: Como Aurora é uma criança, sua recuperação física seria mais rápida. No entanto, o impacto emocional poderia ser mais significativo devido à sua ligação com o irmão gêmeo.‘Riscos para Sarah’: Sarah enfrentaria maiores riscos físicos e precisaria de mais tempo para se recuperar, o que poderia afetar sua capacidade de cuidar das crianças.‘’Consentimento de Aurora’: Mesmo se
O estado de Adrian piorava a cada dia, e a atmosfera na mansão Lewantys estava carregada de tensão. Sarah passava noites em claro ao lado da cama dele, observando o filho lutar para respirar, enquanto Thomas se revezava entre o hospital e a casa, tentando manter a calma por Aurora.Os resultados dos testes finais de compatibilidade ainda não haviam chegado, e cada minuto parecia uma eternidade.Sarah sentia o peso da decisão que estava por vir. Estava chegando o momento crítico de determinar quem seria mais compatível para a doação. E se Aurora fosse a mais compatível? A simples possibilidade trouxe um nó à sua garganta.Se Aurora fosse escolhida, isso significaria expor sua filha a um procedimento médico complexo e potencialmente doloroso.Sarah sabia que Aurora era jovem demais para passar por um procedimento tão complexo, isso só deveria ser feito em última instância.— Não posso permitir que seja ela, se houver a menor chance de que possa ser eu a fazer a passar pelo procedimento
O momento em que Sarah e Adrian receberam alta foi marcado por uma mistura de alívio e emoção. A mansão, antes mergulhada em silêncio e incerteza, agora se preenchia com uma nova energia de esperança.Thomas abriu a porta da casa com um sorriso que ele não conseguia conter. Aurora era a mais feliz, correu para o irmão, envolvendo-o em um abraço bem apertado.— Mamãe, papai, Adrian, vocês chegaram! — exclamou ela, irradiando de felicidade.Ainda fraco, mas sincero, Adrian retribuiu o abraço com um sorriso tímido.Sarah observava a cena com o coração cheio de gratidão. O medo e a tensão dos últimos dias finalmente estavam sendo substituídos pela tão esperada paz.Thomas se aproximou de Sarah e segurou sua mão com carinho.— Nós conseguimos, — ele murmurou, olhando nos olhos dela.Sarah assentiu, sentindo as lágrimas brotarem novamente, mas desta vez de alívio.Apesar do retorno ao lar, a mansão ainda era marcada por momentos de tensão. Thomas e Sarah evitavam conversas pessoais e focava
Nos primeiros dias após a doação Sarah sentiu desconforto localizado, que foi amenizado com o ' uso de analgésicos e medidas simples.No procedimento de transplante de medula, a ocorrência de rejeição é incomum, mas pode ocorrer. Por isso, Sarah permaneceu ao lado do filho, garantindo todos os cuidados necessários até que ele se recuperasse completamente.Após algumas semanas, Sarah e Thomas decidiram que era hora de enfrentar Anna de uma vez por todas.Contudo, como sempre, Anna parecia estar um passo à frente. Quando chegaram à casa dela, encontraram apenas uma mensagem afixada na porta, escrita com uma caligrafia cuidadosa, mas carregada de desprezo:— Se vocês acham que vão vencer, estão subestimando do que eu sou capaz.Thomas olhou para Sarah, que segurava o papel com os dedos trêmulos, os olhos fixos e duros.— Ela sabe que estamos chegando perto, — disse Sarah, com a voz grave.Thomas assentiu, a mandíbula tensa.— E isso a torna ainda mais perigosa.Anna já estava em ação. De
Os dias na mansão Lewantys passaram a ser marcados por reflexão e incerteza. Thomas, determinado a reconstruir sua relação com Sarah, sabia que não podia forçá-la. Precisaria de paciência ― algo que nunca fora seu ponto forte.Naquela tarde, Thomas encontrou Sarah no jardim, sentada sob a sombra de uma árvore enquanto observava Aurora e Adrian brincarem. Ele hesitou antes de se aproximar, mas sabia que não podia mais adiar a conversa.— Sarah, — ele começou, com a voz firme, mas gentil. — Podemos conversar?Ela ergueu uma sobrancelha antes de assentir.— Claro.Thomas aproximou-se dela, observando a fragilidade em seu olhar e cuidando para não invadir seu espaço ou despertar seus medos.— Lamento profundamente por tudo que tem acontecido, Sarah — disse ele, com os olhos melancólicos. — Por ter confiado nas pessoas erradas... e por ter demorado tanto a enxergar a verdade que estava bem diante de mim.Sarah permaneceu em silêncio, sem desviar o olhar.— Sei que não posso mudar o passado
Os dias seguintes à conversa sincera entre Thomas e Sarah foram marcados por uma calma tensa e frágil. Thomas estava determinado a provar a culpabilidade de Anna, enquanto Sarah, embora tocada pela aparente sinceridade dele, mantinha suas reservas. No entanto, a tentativa de convivência tranquila foi testada rapidamente.Anna, com seu talento peculiar para manipular situações, intensificou sua presença nas redes sociais. Em um vídeo cuidadosamente produzido, ela usou um tom de vulnerabilidade para inverter a narrativa.— Eu estou cansada de ser pintada como a vilã desta história, — disse Anna, com lágrimas estrategicamente escorrendo pelo rosto. — A verdade é que Sarah entregou o bebê para mim. Ela disse que não queria cuidar dele. Eu fui a única que o acolheu, que o amou como uma mãe.O vídeo rapidamente viralizou, gerando uma onda de discussões acaloradas online. Algumas pessoas demonstraram apoio a Anna, enquanto outras questionavam suas intenções. Mas uma coisa era certa: as acusa
A manhã começou tranquila na mansão Lewantys. Sarah estava na cozinha preparando um lanche para Aurora e Adrian quando percebeu o silêncio inquietante. Thomas, que costumava estar presente para o café da manhã com as crianças, não estava lá.Ela o encontrou no escritório, sentado diante do computador, a expressão abatida e as mãos apertando a borda da mesa. Na tela, um vídeo estava pausado, mas as palavras congeladas no monitor eram o suficiente para fazer seu coração disparar.— Sarah Campbell é uma farsa, — a voz de Anna ecoava no escritório, cortante e cheia de veneno. — Ela diz que eu roubei Adrian, mas aqui está a verdade.Anna, com um sorriso cínico, segurava uma foto. Era Sarah, visivelmente exausta, segurando dois recém-nascidos nos braços. O ambiente ao fundo denunciava o cenário de uma maternidade.— Essa é Sarah no dia em que deu à luz, — continuava Anna, sua voz carregada de falsa indignação. — Dois bebês. E agora, ela tenta dizer que eu os roubei? A verdade é que ela me d