Anna caminhava pela mansão com passos suaves, mas cada movimento era carregado de intenção. Sentia o controle que sempre acreditou ser seu escorregando pelos dedos, especialmente com a presença de Sarah ocupando um espaço que deveria ser dela. A mansão, uma fortaleza de luxo e opulência, agora parecia um labirinto onde cada canto a lembrava de sua fragilidade.— Ele acha que pode me ignorar? — murmurou para si mesma, ajustando a alça da camisola de seda vermelha que escolhera meticulosamente. O tecido deslizava suavemente sobre sua pele, um lembrete de sua feminilidade e poder. — Thomas precisa de um lembrete de quem realmente manda aqui.Ao entrar no escritório sem bater, encontrou Thomas mergulhado em papéis, claramente exausto. O cansaço estava evidente em seus olhos, mas ele ergueu o olhar e imediatamente endureceu a expressão.— Anna, — disse, com a voz cansada. — O que você quer agora?Ela ignorou o tom de desdém e caminhou lentamente até a mesa, colocando-se estrategicamente em
Do lado de fora do escritório, Sarah permanecia imóvel no corredor, escondida pelas sombras que se estendiam com a luz difusa da mansão. As vozes de Thomas e Anna escapavam pela porta semiaberta, e cada palavra parecia pesar mais do que a anterior. Ela não havia planejado ouvir, mas a intensidade do diálogo a mantinha enraizada no lugar.Quando ouviu Thomas ceder ao pedido de Anna, um calafrio percorreu sua espinha. Algo dentro dela desmoronou, e a decepção queimou em seu peito como um fogo lento.— Ele realmente vai fazer isso, — pensou, com um nó se formando em sua garganta.Anna estava manipulando Thomas com o que fazia de melhor: seu charme venenoso e a capacidade de explorar a vulnerabilidade dos outros. Pior ainda, parecia que Thomas não tinha forças para resistir.Sarah recuou silenciosamente, fechando a porta do quarto atrás de si. Sentou-se na cama, abraçando os joelhos enquanto tentava processar o que ouvira. Sua mente girava, alternando entre raiva, tristeza e uma sensação
Thomas acordou naquela noite sentindo o peso esmagador das escolhas que precisava fazer. Adrian precisava de ajuda urgente, mas cada opção que surgia parecia envolta em um custo insuportável. Ele sabia que o tempo não estava a seu favor, mas a ideia de se submeter às manipulações de Anna era algo que sua mente e coração recusavam.Na manhã seguinte, após refletir sobre o futuro de seu filho, Thomas decidiu que precisava enfrentar Anna e colocar um ponto final na situação. Ele a chamou para uma conversa em seu escritório, onde Anna entrou com confiança, acreditando que, finalmente, havia vencido.— Thomas, — começou Anna, com um sorriso calculado que não chegava aos olhos. — Imagino que tenha decidido fazer o que é necessário.Thomas respirou fundo, tentando controlar a irritação que a atitude dela despertava. O ar estava carregado de tensão, como se uma tempestade estivesse prestes a eclodir.— Sim, eu tomei uma decisão, — disse com firmeza.O sorriso de Anna cresceu, convencida de qu
No jardim da mansão Lewantys, Sarah brincava com Aurora e Adrian quando viu Anna sair apressada da casa. A expressão rígida de Anna deixava claro que algo não havia saído como planejado; havia um clima tenso que Sarah não conseguia ignorar.A curiosidade a consumia enquanto observava Anna se afastar rapidamente; ela sabia que a batalha com Anna estava longe de terminar e sentiu uma pontada de ansiedade no peito. Os ares estavam mudando na mansão e Sarah podia sentir isso em cada fibra do seu ser.Thomas entrou no jardim pouco depois de Anna ter saído. Seus olhos estavam tristes e distantes, como se ele carregasse um peso enorme. Quando viu Sarah e as crianças brincando felizes no sol, ele tentou sorrir, mas dava para ver que estava sofrendo por dentro. — Como estão as crianças? – ele perguntou baixinho.Sarah percebeu imediatamente a inquietação em sua expressão e decidiu não deixar passar em branco.— Thomas... você parece preocupado – sondou, cautelosamente.Ele hesitou antes de res
Thomas estava sentado em seu escritório, com a mente presa em uma espiral de pensamentos. O tempo era o inimigo. Cada dia sem uma resposta significava um risco maior para Adrian. Ele sabia que não podia se dar ao luxo de hesitar.Após noites em claro, uma ideia ganhou forma: fertilização in vitro. Era prática, direta e, o mais importante, não exigiria um envolvimento emocional com Anna. Ele conhecia Anna bem o suficiente para saber que dinheiro seria um argumento irresistível.— Se isso é o que ela valoriza, então que seja — pensou Thomas com um misto de irritação e determinação.Na manhã seguinte, Thomas ligou para Anna, pedindo que ela fosse até a mansão. Poucas horas depois, ela chegou com a habitual imponência. O vestido preto elegante e o sorriso sarcástico não disfarçavam a necessidade de manter o domínio estampada em seu olhar.— Thomas, começou Anna, com um tom levemente zombeteiro. Finalmente decidiu ser razoável?Thomas foi direto, ignorando a provocação de Anna — Precisamos
Os meses seguintes foram repletos de tentativas de fertilização in vitro. Anna, sempre disposta a garantir o pagamento generoso, seguiu cada instrução médica à risca, participando de cada procedimento com um sorriso satisfeito ao receber os depósitos em sua conta. No entanto, um após o outro, os resultados foram os mesmos: negativos.Cada falha era mais um golpe para Thomas. Ele sentia a vida escapar por entre os dedos enquanto a saúde de Adrian exigia uma intervenção urgente. O fracasso não era apenas médico ― era emocional.Após a terceira tentativa malsucedida, Thomas foi até a casa de Anna. Ele estava exausto, a paciência no limite.— Anna o que está acontecendo? ― questionou, mantendo a fala calma, mas o desapontamento era evidente. Os médicos dizem que você está saudável. Tudo deveria estar funcionando.Anna cruzou os braços e arqueou a sobrancelha com desdém.— E você acha que eu não estou fazendo a minha parte? ― rebateu.— Eu passei por todos os tratamentos, segui todas as i
A noite estava calma na mansão, mas o coração de Sarah pulsava em um ritmo inquieto. Desde o último fracasso nas tentativas de fertilização in vitro, ela percebia uma mudança em Thomas. Ele parecia mais vulnerável, como se estivesse permitindo que suas defesas finalmente ruíssem. E isso a deixava desconfortável, pois sabia que, ao baixar suas próprias guardas, colocaria todo o seu plano em risco.Após colocar Adrian e Aurora para dormir, Sarah foi até o jardim em busca de ar fresco. O perfume das flores noturnas e a brisa suave trouxeram um alívio momentâneo para sua mente sobrecarregada. Mas, antes que pudesse se perder em seus pensamentos, passos ecoaram atrás dela.Thomas se aproximava, o olhar intenso e indecifrável. Seus passos não eram apressados, mas carregavam uma determinação que fez o coração de Sarah acelerar.— Por que ele sempre aparece quando eu mais preciso de distância? — pensou, mordendo levemente o lábio em frustração.— Sarah, — chamou Thomas, a voz baixa, mas cheia
O sol da tarde iluminava o jardim da mansão, onde Sarah e as crianças estavam reunidos em uma atividade improvisada. Aurora insistira em plantar flores novas, e Adrian, mesmo ainda fraco, queria ajudar.— Você segura a muda assim, — Sarah explicou, mostrando para Aurora, que observava com atenção os cabelos ruivos presos em um coque desarrumado. — Depois, cobre as raízes com terra. Vê? Bem simples.— Parece fácil quando você faz — Aurora disse sorrindo. — Mas vou tentar.Adrian, sentado em um banquinho próximo, segurava uma pequena pá com esforço. Ele estava concentrado, mas Sarah percebeu que seu ritmo estava diminuindo.Ela se ajoelhou ao lado dele e perguntou com suavidade:— Está tudo bem, campeão?Adrian levantou os olhos, e seu rosto frágil se iluminou com o carinho que sentia por Sarah.— Eu só quero que minha flor cresça forte... como eu — ele respondeu, a voz fraca, mas cheia de determinação.Sarah sentiu o coração apertar, mas manteve o sorriso.— Ela vai crescer forte, Adr