Sarah passou a noite em claro, ponderando sobre o convite de Thomas. A proposta mexera com ela de formas que não queria admitir. Por um lado, sabia que aceitar significava abrir mão da distância emocional que vinha tentando manter. Por outro, uma voz interior sussurrava que essa era a oportunidade perfeita.— Se ele realmente quer que eu esteja tão perto, então que seja, — murmurou enquanto observava a luz da madrugada pela janela. — Vou conquistar sua confiança, fazer com que se apaixone... e depois vou destruí-lo. Será minha doce vingança.A ideia de usar o próprio desejo de Thomas como arma parecia cruelmente justa. Sarah não queria machucá-lo fisicamente. Não. Seu objetivo era atingir onde mais doía: o coração. Ela queria deixá-lo devastado. E se, ao mesmo tempo, pudesse atingir Anna, seria ainda melhor. Uma vingança dupla — precisa e implacável.Na manhã seguinte, pegou o telefone e ligou para Thomas.— Thomas, — começou, a voz firme e decidida. — Pensei sobre sua proposta e deci
Sarah chegou à mansão com suas poucas malas. Thomas a aguardava na entrada, vestido casualmente, algo incomum para ele. Seu sorriso era caloroso, quase familiar.— Bem-vinda ao seu novo lar, — disse, pegando uma das malas para ajudá-la.Sarah entrou e deixou os olhos percorrerem o hall principal. Os corredores amplos, a escadaria imponente e o brilho frio do mármore eram os mesmos de suas lembranças. Cada detalhe parecia gritar memórias que ela preferia esquecer.— Desta vez, eu estou no controle, — murmurou para si mesma.Aurora e Adrian apareceram correndo ao ouvirem as vozes.— Você vai morar com a gente agora? — Aurora perguntou, os olhos brilhando.— Sim, — Sarah respondeu, abaixando-se na altura da menina. — Vou cuidar do Adrian e ajudar vocês.Aurora bateu palmas, radiante.— Eu sabia que você gostava de nós! — exclamou, abraçando-a com força.Nos dias seguintes, a presença de Sarah trouxe mudanças perceptíveis na mansão. Aurora e Adrian estavam mais tranquilos e sorridentes. T
A notícia de que Sarah havia se mudado para a mansão chegou rapidamente a Anna, e sua reação foi tão explosiva quanto se podia esperar. Ela não hesitou em confrontar Thomas, deixando para trás qualquer vestígio de autocontrole. Para Anna, Sarah havia ultrapassado todos os limites — e ela não pretendia aceitar isso passivamente.Era uma tarde tranquila. Sarah estava no jardim com Aurora e Adrian, supervisionando suas brincadeiras. O riso das crianças enchia o ar, um som que tornava a mansão menos sombria e fria. Mas a paz foi abruptamente interrompida quando a porta principal se abriu com um estrondo.Anna entrou como uma tempestade, seus saltos ecoando no mármore, a raiva evidente em cada passo. Thomas apareceu no corredor, tentando interceptá-la, mas ela já estava gritando.— Você deixou ela se mudar para a nossa casa? — vociferou Anna, ignorando completamente a presença das crianças. — Como você teve coragem, Thomas?Thomas respirou fundo, tentando manter a calma.— Primeiramente, n
Anna apareceu na mansão sem aviso prévio, trazendo consigo a tensão de uma tempestade prestes a explodir. Dessa vez, porém, ela usava uma máscara de calma, mesmo que seus olhos deixassem transparecer o ódio fervente sob a superfície.— Thomas, — Anna começou, entrando na sala de estar onde ele estava sentado. — Precisamos conversar... sobre sua decisão.A última palavra soou como uma acusação.— Deixar aquela mulher morar aqui? Isso é inaceitável.Thomas fechou a pasta que estava revisando e suspirou profundamente. Ele já esperava por isso, mas ainda assim, sentiu o cansaço tomar conta.— Anna, se você veio aqui para criar mais confusão, saiba que minha paciência está no limite.Anna riu amargamente, cruzando os braços em um gesto de desafio.— Confusão? — ela retrucou. — Isso é sobre nossos filhos, Thomas. Você realmente acha que eles precisam dela? Eu sou a mãe deles.Thomas se levantou devagar, mantendo o olhar fixo nela com uma intensidade que fez Anna recuar um pouco.— Você? — e
Anna caminhava pela mansão com passos suaves, mas cada movimento era carregado de intenção. Sentia o controle que sempre acreditou ser seu escorregando pelos dedos, especialmente com a presença de Sarah ocupando um espaço que deveria ser dela. A mansão, uma fortaleza de luxo e opulência, agora parecia um labirinto onde cada canto a lembrava de sua fragilidade.— Ele acha que pode me ignorar? — murmurou para si mesma, ajustando a alça da camisola de seda vermelha que escolhera meticulosamente. O tecido deslizava suavemente sobre sua pele, um lembrete de sua feminilidade e poder. — Thomas precisa de um lembrete de quem realmente manda aqui.Ao entrar no escritório sem bater, encontrou Thomas mergulhado em papéis, claramente exausto. O cansaço estava evidente em seus olhos, mas ele ergueu o olhar e imediatamente endureceu a expressão.— Anna, — disse, com a voz cansada. — O que você quer agora?Ela ignorou o tom de desdém e caminhou lentamente até a mesa, colocando-se estrategicamente em
Do lado de fora do escritório, Sarah permanecia imóvel no corredor, escondida pelas sombras que se estendiam com a luz difusa da mansão. As vozes de Thomas e Anna escapavam pela porta semiaberta, e cada palavra parecia pesar mais do que a anterior. Ela não havia planejado ouvir, mas a intensidade do diálogo a mantinha enraizada no lugar.Quando ouviu Thomas ceder ao pedido de Anna, um calafrio percorreu sua espinha. Algo dentro dela desmoronou, e a decepção queimou em seu peito como um fogo lento.— Ele realmente vai fazer isso, — pensou, com um nó se formando em sua garganta.Anna estava manipulando Thomas com o que fazia de melhor: seu charme venenoso e a capacidade de explorar a vulnerabilidade dos outros. Pior ainda, parecia que Thomas não tinha forças para resistir.Sarah recuou silenciosamente, fechando a porta do quarto atrás de si. Sentou-se na cama, abraçando os joelhos enquanto tentava processar o que ouvira. Sua mente girava, alternando entre raiva, tristeza e uma sensação
Thomas acordou naquela noite sentindo o peso esmagador das escolhas que precisava fazer. Adrian precisava de ajuda urgente, mas cada opção que surgia parecia envolta em um custo insuportável. Ele sabia que o tempo não estava a seu favor, mas a ideia de se submeter às manipulações de Anna era algo que sua mente e coração recusavam.Na manhã seguinte, após refletir sobre o futuro de seu filho, Thomas decidiu que precisava enfrentar Anna e colocar um ponto final na situação. Ele a chamou para uma conversa em seu escritório, onde Anna entrou com confiança, acreditando que, finalmente, havia vencido.— Thomas, — começou Anna, com um sorriso calculado que não chegava aos olhos. — Imagino que tenha decidido fazer o que é necessário.Thomas respirou fundo, tentando controlar a irritação que a atitude dela despertava. O ar estava carregado de tensão, como se uma tempestade estivesse prestes a eclodir.— Sim, eu tomei uma decisão, — disse com firmeza.O sorriso de Anna cresceu, convencida de qu
No jardim da mansão Lewantys, Sarah brincava com Aurora e Adrian quando viu Anna sair apressada da casa. A expressão rígida de Anna deixava claro que algo não havia saído como planejado; havia um clima tenso que Sarah não conseguia ignorar.A curiosidade a consumia enquanto observava Anna se afastar rapidamente; ela sabia que a batalha com Anna estava longe de terminar e sentiu uma pontada de ansiedade no peito. Os ares estavam mudando na mansão e Sarah podia sentir isso em cada fibra do seu ser.Thomas entrou no jardim pouco depois de Anna ter saído. Seus olhos estavam tristes e distantes, como se ele carregasse um peso enorme. Quando viu Sarah e as crianças brincando felizes no sol, ele tentou sorrir, mas dava para ver que estava sofrendo por dentro. — Como estão as crianças? – ele perguntou baixinho.Sarah percebeu imediatamente a inquietação em sua expressão e decidiu não deixar passar em branco.— Thomas... você parece preocupado – sondou, cautelosamente.Ele hesitou antes de res