Uma mulher maravilhosa toma conta da minha visão, está com um vestido preto, é apertado nos seios médios e solto no cumprimento até os pés. Ela é linda e perfeita, não sei como definir. O preto se destaca na sua pele branca e seus longos cabelos castanhos, em cachos até a cintura.
— Oi! — repete a todos nós, parecendo envergonhada.
Ninguém responde, estamos todos em choque, menos o meu avô que sorri e responde tranquilamente:
— Oi querida, está maravilhosa como previ!
O que? Como assim? É ela? A esposa?
— Pai! O que está acontecendo aqui, você está de brincadeira comigo?
Meu pai encontrou a voz primeiro.
— Está é a minha noiva e nos casamos no sábado.
— Sábado? — pergunto no automático.
A raiva começa tomar o lugar da indignação. Ela está atrás do dinheiro do meu vô, é uma interesseira e ele vai cair nas garras dela, eu cairia.
Quando seus olhos param em mim, se assusta, muda a postura rapidamente, desviando os olhos.
Que porra foi essa? Será que me conhece? Não, me lembraria dela.
— Sim Otávio, será sábado e se não quiserem comparecer tudo bem, mas riscarei o nome de vocês do testamento.
— Como é que é? — meu pai explode.
— Vamos jantar, Emma está servindo e será um desperdício deixar esfriar.
Ele segura na cintura fina da garota, e a conduz em direção a sala de jantar.
— O que foi isso? — Beatriz sussurra.
— Isso é uma golpista que jamais ficará com a minha herança.
Meu pai vai na frente, seguimos atrás dele.
Sentamos a mesa e a menina ainda está de cabeça baixa, penso que se fosse uma golpista não estaria com vergonha de encarar, talvez seja profissional e está tentando nos enganar com sua meiguice.
— Como é o nome da bela moça? — pergunto querendo saber mais dela.
— Que cabeça é a minha. Peço desculpas. — ele olha para a jovem com carinho e ela retribui o olhar com um meio sorriso lindo. — Essa é a Nicole. Nicole, este de cara amarrada é meu filho Heitor, e aquele, que ainda não acreditou que consegui uma mulher linda como você, é meu neto Otávio, e aquela mocinha é minha neta, Beatriz.
— É um prazer conhecer todos vocês! Antônio me falou muito da família!
Ai tem coisa!
— Se eu descobrir que está atrás de dinheiro....
— Chega Heitor! Cala a boca ou saia da mesa! — meu vô mais uma vez altera a voz.
— Será que você não vê...
— Vejo apenas você preocupado com o MEU dinheiro. Nicole é importante para mim e me casarei com ela, se estiverem incomodados, por favor, se retirem da minha casa.
— Vai abandonar a sua família por ela? — meu pai se atreve a falar.
— Não, porque aqui não tenho família, apenas um bando de urubus esperando que eu morra para se apossar da minha fortuna, a qual não dão valor. — Nicole olha para o meu vô com humor, como se compartilhassem de alguma piada. — E quero que saiba que escutei vocês conversarem, e jamais deixarei que vendam a minha fábrica e não vou me opor se quiserem ir morar na cidade, espero que sejam felizes por lá.
Estamos todos pasmos mais uma vez. Que dia ele nos ouviu?
Droga! Meu pai está pálido.
— Pai eu...
— Cale–se e vamos comer, não quero ter que voltar a ter essa conversa. — Ele se vira para a Nicole, que parece orgulhosa. — Me desculpe por isso, querida, prometo que não irá se repetir.
— Tudo bem Antônio, vamos comer! — ela acaricia o seu braço com intimidade e carinho.
Não pode ser que meu vô tenha tanta sorte assim, e ela esteja mesmo apaixonada por ele.
Me sirvo quieto, eu que não vou abrir minha boca. Beatriz parecia assustada e a ponto de chorar, então seguro sua mão mostrando que estou aqui.
Meu pai não disse mais nada, comeu e depois pediu licença, saindo da mesa.
Beatriz e eu, não nos mexemos do lugar, esperamos a garota comer. As vezes nossos olhos se encontravam e ela desviava apressadamente.
Será que se sente atraída por mim? Sorri internamente com esse pensamento.
Depois da sobremesa, fomos para a sala de visitas. Meu avô sentou ao lado dela e com a boa pinta que ainda tem, — a genética é uma herança de família, — ele pega a mão dela e com a outra tira uma caixinha de dentro do bolso.
— Essa joia é pouco comparada a sua beleza interior, e exterior, você é maravilhosa e uma mulher fantástica, e espero te fazer feliz e poder te proteger enquanto ainda viver.
Meu vô sempre foi carinhoso assim com a minha avó, um nó se forma na garganta. Será que esqueceu dela?
— Obrigada, é lindo! — Nicole acaricia o rosto dele e se inclina, depositando um beijo delicado em sua testa.
— Licença, tenho que... — Beatriz fala com a voz embargada. — Vou estudar um pouco.
— Pode ir querida — vovô responde sem tirar os olhos de Nicole, na verdade, nem eu consigo tirar os olhos dela.
Beatriz sai da sala quase correndo e sobe as escadas para o quarto.
— Quer ir ver como ela está Otávio? — assustei quando meu vô falou comigo.
— Beatriz vai superar, mas acredito que o senhor terá que conversar com ela.
Torço por um tempo a sós com a linda Nicole.
Ele assentiu.
— Vou até lá querida, vai ficar bem aqui? — ela assentiu. — Já volto.
Ele beija a mão dela, agora com a aliança, e me dá um olhar de aviso caso saia dos trilhos.
Melhor me comportar.
— Então, onde se conheceram? — pergunto, depois de um tempo em silêncio.
Ela me encara sem saber o que responder, pelo menos é isso que parece.
— Na praça, estava lá e ele apareceu, me ajudou a entender algumas coisas e conversamos por um tempo.
— E foi amor à primeira vista?
Ela sorri e fico encantado.
Que merda foi essa que pensei? Eu não fico encantado com nada, muito menos com uma mulher, a não ser que ela vá me agradar de alguma forma sexual.
— Não, Antônio me conquistou com a simplicidade e amor ao próximo.
— Então você se apaixonou pelo coração do velho? — questiono sarcasticamente. — Isso não tem nada a ver com o quanto de dinheiro ele tem?
— O dinheiro nem sempre é o melhor atrativo de um homem, e seu avô tem caráter o que poucos tem.
Sei que a última parte foi direcionado a mim, então mudo de assunto.
— Quantos anos você tem?
— Isso importa? — desvia os olhos e morde o canto dos lábios.
Um ato simples me causa calafrios por todo o corpo, imediatamente penso em seus lábios em volta do meu... Droga! Preciso me comportar antes que acabe com uma ereção na frente da garota.
— É segredo a sua idade, porque está fazendo tanto mistério? — provoco.
— Não é mistério, só acho que não te devo satisfação da minha vida, então não tenho que te responder nada.
Ai!
Bruta e linda, precisa ser domada e sou louco por mulheres ariscas.
— Entendo. Bem, posso adivinhar, adoro desafios. — ela solta um riso sem graça. — Talvez trinta?
Sei que passei longe, por causa da sua expressão confiante.
— Você é ridículo! — diz analisando a pedra do anel. Meu vô tem um bom gosto.
— Vinte?
Ela se remexe na cadeira, porém ainda não esboçou nenhuma reação.
— Vinte e dois? Vinte e cinco? — meu Deus ela é tão nova! — Vinte e quatro? — bingo, ela me olha sorrindo.
Não pode ser, meu vô está louco? Ou é um pervertido? A segunda opção com certeza, pois estou maluco por ela só de vê-la sorrir, imagine tê-la em minha cama.
— Está tudo bem por aqui? — vovô chegou e se sentou ao lado dela.
— Só seu neto tentando adivinhar a minha idade.
— Que falta de educação filho, acredito que tem muito mais coisas para conversar do que ficar com adivinhações, ainda mais com uma mulher encantadora como Nicole.
Com certeza tem, e minha imaginação voa, formando imagens dela apenas de lingerie e com todo prazer tiraria cada peça até que me encaixar entre as suas pernas e me enterrar profundamente.... De novo não, dessa vez não consigo controlar, e minha calça se aperta.
— Tenho que ir, amanhã eu... preciso sair — diz se levantando, me dando uma visão e tanto do seu corpo.
Droga!
— Mas já, não quer ficar para dormir?
Vovô é um safado, mas não o culpo. Se fosse minha, a levaria para o quarto, jogaria ela na cama e tiraria a sua roupa. Beijaria cada centímetro de pele e provaria o seu sabor com a língua...
— Otávio! Otávio?
— Oi!
— Nicole está dizendo tchau!
— Ah! Tchau. Foi um prazer te conhecer.
— O prazer foi meu.
— Não quer mesmo ficar? — meu avô insisti.
Agora sei pra quem puxei.
— Não, estou cansada.
— Ok! Passo a tarde na sua casa então.
— Vou esperar você!
A voz dela jorra sexualidade, ou é coisa da minha cabeça, estou enlouquecendo.
Me levanto quando ela passa por mim, sentindo seu cheiro de flores, é magnifico. Por um momento paro de respirar, vendo seu jeito angelical de andar enquanto caminha até a porta.
Ela é malditamente sexy, deslumbrante e tem uma bunda incrível...
— Fecha a boca rapaz!
Meu vô dá risada, se fosse outro teria socado a minha cara.
Agora sim estou confuso.
NicoleSó consegui respirar normalmente depois que sai daquela casa, não pensei que fosse ser tão difícil, nem que encontraria ele aqui, o cara que quase me fez descer do palco e perder o juízo somente com um olhar. E de novo senti o olhar dele em mim, rastros de fogo me consumiam, minha vontade era voltar e dizer algumas coisas a ele, ou fazer, mas apenas caminhei até a limusine e Alex me levou de volta ao hotel.— Está tudo bem, Senhorita?— Não, só vou ficar bem quando começar a me chamar pelo nome.Não gosto como soa, sei que é uma forma de respeito, porém não vou conseguir me acostumar com isso.— Desculpe, vou tentar. Assim que estaciona na frente do prédio eu desço, e antes de ir embora ele me chama de sen
Na parte da tarde foi mais corrido ainda, quando terminei de organizar tudo já estava anoitecendo. Cheguei no corredor do meu quarto, rezando por um banho, no entanto, ouço risadas vindas do corredor oposto ao meu, e como uma boa curiosa vou ver. — Devia ter ido para o quarto.Otávio está se agarrando com a florista que dispensei lá no jardim não faz muito tempo. Jurava que tinha ido embora, mas vejo que não. Meu coração acelera, quando os olhos dele param em mim, me enraizando no lugar, sem conseguir correr ou cobrir o rosto. O pervertido sorri, sem parar de deslizar as mãos pelo corpo da menina. Prensa ela na parede e ergue uma das suas pernas. A saia é curta, facilitando o acesso.Merda!O que estou fazendo aqui ainda? E se a Beatriz aparecer? Maldito Otávio! A garota só tem quinze ou dezesseis, sei lá, seria constrangedor ver uma cena dessas.Ele af
OtávioEstou andando de um lado para o outro, tentado a voltar no quarto dela e toma-la em meus braços, porém, preciso pensar. Não posso fazer isso com meu avô, não quando parece feliz com o casamento. Não o vejo tão alegre assim desde que minha vó faleceu.Droga!Posso ter qualquer mulher, porque tenho que querer justo a dele?Maldição! Preciso sair.Ligo para Willian e combinamos de nos encontrar no bar estrela azul
NicoleAcabo de me arrumar, mas não consigo me mexer, ainda estou tomando coragem, tentando entender se é mesmo certo o que vou fazer. Penso na minha mãe, vivendo em um hospital barato e sendo maltratadaFico com pena de tirá-la de onde está, parece tão bem. Ela voltou a pintar, era uma das coisas que mais gostava. A última vez que fui vê-la, estava debruçada na imagem de uma menininha, que dizia ser sua filha e que ela nunca vem. Me corta o cora&c
Na segunda-feira, Antônio me levou para conhecer a fazenda, como não sei andar de cavalo, estamos no mesmo. Como um pai protetor, segura firmemente a minha cintura.O cavalo é enorme, pelagem negra e brilhante, maravilhosamente dócil, mesmo assim estou morrendo de medo.— E se nos derrubar?— Trovão é um cavalheiro, nunca derrubaria uma dama! Não é mesmo! — acariciou a cabeça do animal com amor.O passeio continua tranquilo. Vejo as plantações que parecem não ter fim. A natureza, o canto dos pássaros, deixa tudo mais calmo, até o ar parece ser mais limpo. Passamos pelos trabalhadores e automaticamente aceno para eles, Antônio faz o mesmo esboçando um belo sorriso no rosto. Parece ser um bom patrão.— Onde estamos indo?Noto que não é a direção da cas
OtávioEstaciono meu carro na garagem, já passava das duas da manhã. É sexta-feira e sempre passo a noite fora, porém hoje decidi vir embora mais cedo, não estou no clima para festa, e isso vem acontecendo a um tempo, desde que Nicole apareceu na minha vida para me infernizar com aquela bunda gostosa. Não! Ela é esposa do meu avô, não posso pensar assim... que se dane, ela é gostosa mesmo.Estou um pouco zonzo pela bebida, por isso, tive um pouco de dificuldade de abrir a porta. Entro quieto, não quero acordar ninguém, mas antes de subir a escada ouço um barulho de algo caindo. Parece ser no escritório.Quem est&aacut
Ao anoitecer resolvi sair com Willian, e notei que está estranho, cabisbaixo, olhando para o nada, perdido em pensamentos.— Willian, está me ouvindo?— Oi!Não, ele não está me ouvindo.— O que deu em você?— Nada, só pensando em algumas coisas.— No que por exemplo?— Se uma mulher disser que gosta de você, mas fica com outros homens... O que você faria?— Que merda é essa? — dá de ombros. — Eu mandaria a garota se foder e pronto.Ele sorri.— Mas ela é tão preciosa!— Quem é?— Ela é linda, inocente e cheia de si. Quando sorri parece uma boneca, quando fala é uma Deusa da perdição.— Tá legal! Por que não pega uma dessas mulheres e esquece a garota inocentemente perversa.
NarradorNo domingo, a única coisa que se fala nas redes sociais, é sobre a festa na casa do Jeferson. Beatriz está eufórica, passou a semana escolhendo a melhor roupa e o sapato que mais combinaria, porém, ainda não sabia o que dizer ao pai, o plano A: é apenas pedir;O plano B: é pedir ajuda ao Otávio e se não ajudar;Plano C: fugir sem que ninguém notasse. — Ela espera não chegar a tanto.Por volta das 3 horas da tarde, ela vai ao quarto do pai, bate e ninguém atende, então desce as escadas a procura da Emma. É a única que sabe tudo nesta casa.Quando chega na cozinha, ela