Capítulo 5

Uma mulher maravilhosa toma conta da minha visão, está com um vestido preto, é apertado nos seios médios e solto no cumprimento até os pés. Ela é linda e perfeita, não sei como definir. O preto se destaca na sua pele branca e seus longos cabelos castanhos, em cachos até a cintura.

— Oi! — repete a todos nós, parecendo envergonhada.

Ninguém responde, estamos todos em choque, menos o meu avô que sorri e responde tranquilamente:

— Oi querida, está maravilhosa como previ!

O que? Como assim? É ela? A esposa?

— Pai! O que está acontecendo aqui, você está de brincadeira comigo?

Meu pai encontrou a voz primeiro.

— Está é a minha noiva e nos casamos no sábado.

— Sábado? — pergunto no automático.

A raiva começa tomar o lugar da indignação. Ela está atrás do dinheiro do meu vô, é uma interesseira e ele vai cair nas garras dela, eu cairia.

Quando seus olhos param em mim, se assusta, muda a postura rapidamente, desviando os olhos.

Que porra foi essa? Será que me conhece? Não, me lembraria dela.

— Sim Otávio, será sábado e se não quiserem comparecer tudo bem, mas riscarei o nome de vocês do testamento.

— Como é que é? — meu pai explode.

— Vamos jantar, Emma está servindo e será um desperdício deixar esfriar.

Ele segura na cintura fina da garota, e a conduz em direção a sala de jantar.

— O que foi isso? — Beatriz sussurra.

— Isso é uma golpista que jamais ficará com a minha herança.

Meu pai vai na frente, seguimos atrás dele.

Sentamos a mesa e a menina ainda está de cabeça baixa, penso que se fosse uma golpista não estaria com vergonha de encarar, talvez seja profissional e está tentando nos enganar com sua meiguice.

— Como é o nome da bela moça? — pergunto querendo saber mais dela.

— Que cabeça é a minha. Peço desculpas. — ele olha para a jovem com carinho e ela retribui o olhar com um meio sorriso lindo. — Essa é a Nicole. Nicole, este de cara amarrada é meu filho Heitor, e aquele, que ainda não acreditou que consegui uma mulher linda como você, é meu neto Otávio, e aquela mocinha é minha neta, Beatriz.

— É um prazer conhecer todos vocês! Antônio me falou muito da família!

Ai tem coisa!

— Se eu descobrir que está atrás de dinheiro....

— Chega Heitor! Cala a boca ou saia da mesa! — meu vô mais uma vez altera a voz.

— Será que você não vê...

— Vejo apenas você preocupado com o MEU dinheiro. Nicole é importante para mim e me casarei com ela, se estiverem incomodados, por favor, se retirem da minha casa.

— Vai abandonar a sua família por ela? — meu pai se atreve a falar.

— Não, porque aqui não tenho família, apenas um bando de urubus esperando que eu morra para se apossar da minha fortuna, a qual não dão valor. — Nicole olha para o meu vô com humor, como se compartilhassem de alguma piada. — E quero que saiba que escutei vocês conversarem, e jamais deixarei que vendam a minha fábrica e não vou me opor se quiserem ir morar na cidade, espero que sejam felizes por lá.

Estamos todos pasmos mais uma vez. Que dia ele nos ouviu?

Droga! Meu pai está pálido.

— Pai eu...

— Cale–se e vamos comer, não quero ter que voltar a ter essa conversa. — Ele se vira para a Nicole, que parece orgulhosa. — Me desculpe por isso, querida, prometo que não irá se repetir.

— Tudo bem Antônio, vamos comer! — ela acaricia o seu braço com intimidade e carinho.

Não pode ser que meu vô tenha tanta sorte assim, e ela esteja mesmo apaixonada por ele.

Me sirvo quieto, eu que não vou abrir minha boca. Beatriz parecia assustada e a ponto de chorar, então seguro sua mão mostrando que estou aqui.

Meu pai não disse mais nada, comeu e depois pediu licença, saindo da mesa.

Beatriz e eu, não nos mexemos do lugar, esperamos a garota comer. As vezes nossos olhos se encontravam e ela desviava apressadamente.

Será que se sente atraída por mim? Sorri internamente com esse pensamento.

Depois da sobremesa, fomos para a sala de visitas. Meu avô sentou ao lado dela e com a boa pinta que ainda tem, — a genética é uma herança de família, — ele pega a mão dela e com a outra tira uma caixinha de dentro do bolso.

— Essa joia é pouco comparada a sua beleza interior, e exterior, você é maravilhosa e uma mulher fantástica, e espero te fazer feliz e poder te proteger enquanto ainda viver.

Meu vô sempre foi carinhoso assim com a minha avó, um nó se forma na garganta. Será que esqueceu dela?

— Obrigada, é lindo! — Nicole acaricia o rosto dele e se inclina, depositando um beijo delicado em sua testa.

— Licença, tenho que... — Beatriz fala com a voz embargada. — Vou estudar um pouco.

— Pode ir querida — vovô responde sem tirar os olhos de Nicole, na verdade, nem eu consigo tirar os olhos dela.

Beatriz sai da sala quase correndo e sobe as escadas para o quarto.

— Quer ir ver como ela está Otávio? — assustei quando meu vô falou comigo.

— Beatriz vai superar, mas acredito que o senhor terá que conversar com ela.

Torço por um tempo a sós com a linda Nicole.

Ele assentiu.

— Vou até lá querida, vai ficar bem aqui? — ela assentiu. — Já volto.

Ele beija a mão dela, agora com a aliança, e me dá um olhar de aviso caso saia dos trilhos.

Melhor me comportar.

— Então, onde se conheceram? — pergunto, depois de um tempo em silêncio.

Ela me encara sem saber o que responder, pelo menos é isso que parece.

— Na praça, estava lá e ele apareceu, me ajudou a entender algumas coisas e conversamos por um tempo.

— E foi amor à primeira vista?

Ela sorri e fico encantado.

Que merda foi essa que pensei? Eu não fico encantado com nada, muito menos com uma mulher, a não ser que ela vá me agradar de alguma forma sexual.

— Não, Antônio me conquistou com a simplicidade e amor ao próximo.

— Então você se apaixonou pelo coração do velho? — questiono sarcasticamente. — Isso não tem nada a ver com o quanto de dinheiro ele tem?

— O dinheiro nem sempre é o melhor atrativo de um homem, e seu avô tem caráter o que poucos tem.

Sei que a última parte foi direcionado a mim, então mudo de assunto.

— Quantos anos você tem?

— Isso importa? — desvia os olhos e morde o canto dos lábios.

Um ato simples me causa calafrios por todo o corpo, imediatamente penso em seus lábios em volta do meu... Droga! Preciso me comportar antes que acabe com uma ereção na frente da garota.

— É segredo a sua idade, porque está fazendo tanto mistério? — provoco.

— Não é mistério, só acho que não te devo satisfação da minha vida, então não tenho que te responder nada.

Ai!

Bruta e linda, precisa ser domada e sou louco por mulheres ariscas.

— Entendo. Bem, posso adivinhar, adoro desafios. — ela solta um riso sem graça. — Talvez trinta?

Sei que passei longe, por causa da sua expressão confiante.

— Você é ridículo! — diz analisando a pedra do anel. Meu vô tem um bom gosto.

— Vinte?

Ela se remexe na cadeira, porém ainda não esboçou nenhuma reação.

— Vinte e dois? Vinte e cinco? — meu Deus ela é tão nova! — Vinte e quatro? — bingo, ela me olha sorrindo.

Não pode ser, meu vô está louco? Ou é um pervertido? A segunda opção com certeza, pois estou maluco por ela só de vê-la sorrir, imagine tê-la em minha cama.

— Está tudo bem por aqui? — vovô chegou e se sentou ao lado dela.

— Só seu neto tentando adivinhar a minha idade.

— Que falta de educação filho, acredito que tem muito mais coisas para conversar do que ficar com adivinhações, ainda mais com uma mulher encantadora como Nicole.

Com certeza tem, e minha imaginação voa, formando imagens dela apenas de lingerie e com todo prazer tiraria cada peça até que me encaixar entre as suas pernas e me enterrar profundamente.... De novo não, dessa vez não consigo controlar, e minha calça se aperta.

— Tenho que ir, amanhã eu... preciso sair — diz se levantando, me dando uma visão e tanto do seu corpo.

Droga!

— Mas já, não quer ficar para dormir?

Vovô é um safado, mas não o culpo. Se fosse minha, a levaria para o quarto, jogaria ela na cama e tiraria a sua roupa. Beijaria cada centímetro de pele e provaria o seu sabor com a língua...

— Otávio! Otávio?

— Oi!

— Nicole está dizendo tchau!

— Ah! Tchau. Foi um prazer te conhecer.

— O prazer foi meu.

— Não quer mesmo ficar? — meu avô insisti.

Agora sei pra quem puxei.

— Não, estou cansada.

— Ok! Passo a tarde na sua casa então.

— Vou esperar você!

A voz dela jorra sexualidade, ou é coisa da minha cabeça, estou enlouquecendo.

Me levanto quando ela passa por mim, sentindo seu cheiro de flores, é magnifico.  Por um momento paro de respirar, vendo seu jeito angelical de andar enquanto caminha até a porta.

Ela é malditamente sexy, deslumbrante e tem uma bunda incrível...

— Fecha a boca rapaz!

Meu vô dá risada, se fosse outro teria socado a minha cara.

Agora sim estou confuso.

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