Levo a minha irmã na festa e vejo algumas menininhas me dando mole, não é a minha praia, prefiro mulheres bem resolvidas, com experiência, se é que me entendem. Já meu pai não se importa, adora uma virgenzinha.
— A hora que for embora me mande uma mensagem, que venho te buscar.
— Não se preocupe, arrumo uma carona para casa. — Sorri se distanciando do carro.
— Você quem sabe! Me ligue se precisar e tome cuidado com esse vestidinho!
Ainda estou pensando se levo ela de volta para casa e quando decido, já sumiu de vista.
Dirijo até a boate, e para a minha sorte o dono está do lado de fora, conversando com alguns clientes.
— Oi!
Ele sorri pra mim, descendo os olhos descaradamente pelo meu corpo.
— Olá gato! Não vai querer entrar?
Ótimo, ele é gay, só me faltava essa. Não tenho nada contra, mas é melhor ele não piscar pra mim e ele pisca.
Merda!
— Não.
Então tenho uma grande idéia. Se seduzi-lo pode me dar o telefone da garota com mais facilidade.
Não acredito que vou fazer isso, mas dou o meu melhor sorriso, daqueles que deixa as garotas desconcertadas e completamente molhadas.
Mas que porra eu estou fazendo?
— O que quer então?
Acho melhor ir direto ao ponto.
— Quero saber o nome e telefone de uma das suas garotas!
Seu sorriso some um pouco. Me endireito mostrando meus músculos sob a camiseta, e isso atraiu os seus olhos para o meu peito e braços.
— Vamos entrar, podemos beber alguma coisa e você me fala de quem quer saber. Também posso te proporcionar uma noite bem divertida, se quiser é claro!
Não com ele incluso, só quero se for com a garota de curvas maravilhosas, e aquela tatuagem que me excita só de lembrar.
Entro na boate, deixando ele pensar que o aceitaria dentro de um quarto comigo. Sentamos em uma mesa de frente com o palco, imediatamente ergue a mão e faz o pedido das bebidas. Duas garotas lindíssimas se aproximam, praticamente nuas, uma sentou no colo dele e a outra começa a dançar na minha frente, se ajoelha alisando as minhas pernas, subindo para a barriga...
— Então, consegue ver quem você quer? — o dono da boate fala.
— Queria saber mais sobre a garota do palco, ela faz uma dança incrível.
Ele muda um pouco a expressão e depois sorri.
— A apresentação acabou a um tempo, mas Jane vai adorar saber que gostou de vê-la dançando. — Responde batendo a mão na coxa da que está em seu colo.
— Como faço para ter uma noite com ela? Pago qualquer valor.
A garota levanta e caminha lentamente até parar atrás de mim, se inclina e sussurra no meu ouvido.
— O que acha de me ver dançar, podemos ir para um quarto particular...
O desejo inflama minha pele.
As meninas se esfregam em mim, uma delas tira os seios para fora ganhando total atenção.
— O que acha de uma noite comigo? — se esfrega no meu braço.
— Ainda não, meu bem! — faz biquinho e se afasta. — Ei! Onde ela vai?
— Foi buscar a Jane. Quer esperar aqui ou quer ir para um quarto?
Com medo de que esse convite fosse dele, resolvo esperar aqui mesmo.
A mulher que ficou está alisando meu membro por cima do tecido jeans, enquanto pulsa desesperadamente por liberação. O cara fica observando, sinto o peso do seu olhar em mim e não consigo controlar os gemidos que escapam dos meus lábios, por causa da massagem erótica que estou recebendo.
Já dividi um quarto com Willian várias vezes, até mesmo as garotas, só que nunca nos tocamos. Eu amo a perversão, ela me encanta e me deixa excitado, é divertido, mas como disse prefiro que seja com as mulheres.
— Ela já vem vindo! — ele fala, lembrando-me do porque estou aqui.
Viro na direção que está olhando, e a poucos metros vem uma garota loira com poucas roupas e gostosa pra caralho, mas não quem estou procurando.
— Não é ela.
— Como assim não é ela? Jane dança aqui todas as noites! — O dono da boate me olha assustado.
— Não, eu vim na sexta e uma morena estava no palco, cabelos castanhos e usava uma máscara.
Afasto as mãos da garota, me sentindo frustrado.
— Ah! Sei de quem está falando, mas infelizmente ela não trabalha mais para mim. Temos apenas Jane agora.
De perto ela é ainda mais bonita, olhos sedutores e um corpo escultural, que dá água na boca. Ainda assim, necessito saber quem é a outra.
— Nem o telefone, endereço, o nome, algo que possa me dizer sobre ela? Posso pagar.
— Claro que pode, porém não tenho como lhe dar esta informação.
Não acredito nas palavras dele, é nítido que está mentindo, principalmente quando vejo as meninas se entreolharem com desconfiança.
— Podemos pedir um quarto? — Jane se debruça sobre mim.
Com as carícias que a garota está fazendo, com certeza vou precisar de um quarto, porém, quero as duas, vou fazer elas falarem o que sabem.
— Pode pedir e está convidada.
Seguro a mão da mulher a minha frente, já imaginando o que ela pode fazer com a língua.
— Tudo bem, Jonas?
— Podem ir!
A decepção está estampada em seu rosto, mas sorri se levantando, nos dando licença. Fico apenas com as duas moças.
Elas me conduzem para um lugar, com luz baixa avermelhada e uma cama redonda no meio do cômodo, no canto tem o frigobar e algumas bebidas na parede, um espelho enorme no teto e um de frente para a cama.
Isso vai ser excitante pra porra! Willian vai me matar se ficar sabendo.
Foi uma noite e tanto, elas foram maravilhosas, mas não consegui tirar nada das duas. A garota é anônima, e nenhuma das meninas tinham acesso a identidade dela, só sabiam que Jonas a chamava de flor e que apenas dançava e ia embora. Posso dizer que isso me deixou ainda mais interessado e irei descobrir quem ela é, nem que custe todo o meu tempo e dinheiro.
Vou para casa depois de uma boa transa e me jogo na cama, mas antes passei no quarto da minha irmãzinha para saber se já tinha chegado, e sim, estava dormindo, então pude descansar tranquilo.
Nem vi a manhã de domingo passar, fiquei perdido nos pensamentos o dia todo, até que meu pai irrompe pela porta parecendo furioso.
— O que foi?
— Ficou sabendo do jantar? Seu avô deve ter enlouquecido. Casamento nessa altura do campeonato, com o pé na cova? Ele quer é dividir a herança, mas vou deixar claro que isso não vai acontecer, queira a velha ou não!
— Pai — estou à beira de uma crise de riso. — Provavelmente, ela nem vai durar muito!
— A não ser que também seja rica, ai nem vai se importar com a herança. — Ele senta na minha cama, pensativo.
— Confesso que estou ansioso para conhecer a louca que aceitou se casar com ele. E chamar as pessoas de velha é errôneo! — digo sarcástico, lembrando do conselho do meu vô.
— Seu avô que te disse isso, tenho certeza que foi! — rimos. — E a sua mãe? Ela ligou?
— Não falo com a mamãe desde a semana passada.
Minha mãe está viajando com o novo namorado, e não tem tempo para os filhos, na verdade, nem me importo, nunca foi uma boa mãe. Está sempre preocupada com roupas e maquiagens, chega ser cansativo.
Lembro que a minha avó fazia de tudo por nós, reuniões de escola, roupas e concelhos sobre namoradas. Ela sim era a minha mãe, faz tanta falta que chega doer.
— Com certeza está em Paris, gastando o meu dinheiro...
Meu pai tagarelou sobre a mamãe por um tempo e mal ouvi, estou preso nas lembranças.
— Sinto falta da vovó! — penso alto.
Meu pai se interrompe, o silêncio recai sobre nós, até ele dizer:
— Também sinto.
Ele sorri.
— Bom, vou tomar um banho, não quero me atrasar para o jantar. Não vejo a hora de conhecer a nova vovó.
— Ela nunca será a sua vó!
Meu pai levanta e sai do quarto, não está aceitando bem esse assunto de casamento.
Depois de me arrumar, desço para a sala de visitas, onde meu pai e minha irmã já aguardam, me sento ao lado de Beatriz.
— Oi princesinha, como foi a sua noite ontem? — pergunto, cutucando-a com o cotovelo.
— Que noite? — meu pai questiona.
— Cala a boca, idiota!
Xi! Acho que dei mancada.
— É que ela tinha um montão de trabalho para fazer, então estou perguntando como foi.
Menti na cara dura, sempre apoiávamos um ao outro.
— Sei... espero que não tenha ido naquela festa, mocinha! Fui bem claro quando não autorizei.
Meu pai nunca foi duro com Beatriz, sempre fez tudo que ela quis e agora usou um tom mais firme e autoritário, fazendo-a entristecer.
— Eu não fui!
Ela se levanta, ia saindo da sala quando trombou com o vovô.
— Que carinha triste é essa, querida?
— Papai está estranho. — Ela o abraçou e começou a chorar. — Ele gritou comigo, e nem fiz nada!
Rainha do drama, deveria ganhar uma medalha por isso.
— Calma filha, ele só está preocupado com a herança, não é nada com você.
Fico extasiado e sem fala.
— Pai!
— Ela está chegando, então quero que tenham educação.
Vovô avisa, ignorando o meu Pai.
— Como quiser! — digo me divertindo com essa situação.
A campainha tocou. É agora, o espetáculo vai começar!
Emma, nossa governanta, corre para abrir a porta.
— Oi!
Ouço uma voz suave, daqui não conseguia vê-la.
— Entre senhorita, o senhor Antônio e sua família a espera.
Senhorita?
Uma mulher maravilhosa toma conta da minha visão, está com um vestido preto, é apertado nos seios médios e solto no cumprimento até os pés. Ela é linda e perfeita, não sei como definir. O preto se destaca na sua pele branca e seus longos cabelos castanhos, em cachos até a cintura.— Oi! — repete a todos nós, parecendo envergonhada.Ninguém responde, estamos todos em choque, menos o meu avô que sorri e responde tranquilamente:— Oi querida, está maravilhosa como previ!O que? Como assim? É ela? A esposa?— Pai! O que está acontecendo aqui, você está de brincadeira comigo?Meu pai encontrou a voz primeiro.— Está é a minha noiva e nos casamos no sábado.— Sábado? — pergunto no automático.A raiva começa tomar o lugar da indig
NicoleSó consegui respirar normalmente depois que sai daquela casa, não pensei que fosse ser tão difícil, nem que encontraria ele aqui, o cara que quase me fez descer do palco e perder o juízo somente com um olhar. E de novo senti o olhar dele em mim, rastros de fogo me consumiam, minha vontade era voltar e dizer algumas coisas a ele, ou fazer, mas apenas caminhei até a limusine e Alex me levou de volta ao hotel.— Está tudo bem, Senhorita?— Não, só vou ficar bem quando começar a me chamar pelo nome.Não gosto como soa, sei que é uma forma de respeito, porém não vou conseguir me acostumar com isso.— Desculpe, vou tentar. Assim que estaciona na frente do prédio eu desço, e antes de ir embora ele me chama de sen
Na parte da tarde foi mais corrido ainda, quando terminei de organizar tudo já estava anoitecendo. Cheguei no corredor do meu quarto, rezando por um banho, no entanto, ouço risadas vindas do corredor oposto ao meu, e como uma boa curiosa vou ver. — Devia ter ido para o quarto.Otávio está se agarrando com a florista que dispensei lá no jardim não faz muito tempo. Jurava que tinha ido embora, mas vejo que não. Meu coração acelera, quando os olhos dele param em mim, me enraizando no lugar, sem conseguir correr ou cobrir o rosto. O pervertido sorri, sem parar de deslizar as mãos pelo corpo da menina. Prensa ela na parede e ergue uma das suas pernas. A saia é curta, facilitando o acesso.Merda!O que estou fazendo aqui ainda? E se a Beatriz aparecer? Maldito Otávio! A garota só tem quinze ou dezesseis, sei lá, seria constrangedor ver uma cena dessas.Ele af
OtávioEstou andando de um lado para o outro, tentado a voltar no quarto dela e toma-la em meus braços, porém, preciso pensar. Não posso fazer isso com meu avô, não quando parece feliz com o casamento. Não o vejo tão alegre assim desde que minha vó faleceu.Droga!Posso ter qualquer mulher, porque tenho que querer justo a dele?Maldição! Preciso sair.Ligo para Willian e combinamos de nos encontrar no bar estrela azul
NicoleAcabo de me arrumar, mas não consigo me mexer, ainda estou tomando coragem, tentando entender se é mesmo certo o que vou fazer. Penso na minha mãe, vivendo em um hospital barato e sendo maltratadaFico com pena de tirá-la de onde está, parece tão bem. Ela voltou a pintar, era uma das coisas que mais gostava. A última vez que fui vê-la, estava debruçada na imagem de uma menininha, que dizia ser sua filha e que ela nunca vem. Me corta o cora&c
Na segunda-feira, Antônio me levou para conhecer a fazenda, como não sei andar de cavalo, estamos no mesmo. Como um pai protetor, segura firmemente a minha cintura.O cavalo é enorme, pelagem negra e brilhante, maravilhosamente dócil, mesmo assim estou morrendo de medo.— E se nos derrubar?— Trovão é um cavalheiro, nunca derrubaria uma dama! Não é mesmo! — acariciou a cabeça do animal com amor.O passeio continua tranquilo. Vejo as plantações que parecem não ter fim. A natureza, o canto dos pássaros, deixa tudo mais calmo, até o ar parece ser mais limpo. Passamos pelos trabalhadores e automaticamente aceno para eles, Antônio faz o mesmo esboçando um belo sorriso no rosto. Parece ser um bom patrão.— Onde estamos indo?Noto que não é a direção da cas
OtávioEstaciono meu carro na garagem, já passava das duas da manhã. É sexta-feira e sempre passo a noite fora, porém hoje decidi vir embora mais cedo, não estou no clima para festa, e isso vem acontecendo a um tempo, desde que Nicole apareceu na minha vida para me infernizar com aquela bunda gostosa. Não! Ela é esposa do meu avô, não posso pensar assim... que se dane, ela é gostosa mesmo.Estou um pouco zonzo pela bebida, por isso, tive um pouco de dificuldade de abrir a porta. Entro quieto, não quero acordar ninguém, mas antes de subir a escada ouço um barulho de algo caindo. Parece ser no escritório.Quem est&aacut
Ao anoitecer resolvi sair com Willian, e notei que está estranho, cabisbaixo, olhando para o nada, perdido em pensamentos.— Willian, está me ouvindo?— Oi!Não, ele não está me ouvindo.— O que deu em você?— Nada, só pensando em algumas coisas.— No que por exemplo?— Se uma mulher disser que gosta de você, mas fica com outros homens... O que você faria?— Que merda é essa? — dá de ombros. — Eu mandaria a garota se foder e pronto.Ele sorri.— Mas ela é tão preciosa!— Quem é?— Ela é linda, inocente e cheia de si. Quando sorri parece uma boneca, quando fala é uma Deusa da perdição.— Tá legal! Por que não pega uma dessas mulheres e esquece a garota inocentemente perversa.