Esta é uma obra de ficção; nomes e situações ocasionalmente podem remeter o leitor à realidade histórica, e o farão. Todavia, apesar dos estudos e da dedicação da autora em ser fiel aos acontecimentos da época, não deve servir como fonte de dados e datas.
Tendo em vista os parâmetros dos livros publicados pelo mundo, a cronologia e narrativa desta obra podem conter, eventualmente, um diferencial. Por favor, esteja atento às mudanças de ponto de vista e personagens durante sua leitura.
Aos menores de dezoito anos, esta não é uma obra recomendada para leitura por conter cenas de violência e sexo. Salvo supervisão de um responsável.
A autora se exime de qualquer responsabilidade mediante este aviso.
Por haver sempre confrontos de ideias sobre o mito, a autora se reservou o direito de criar sua própria lenda, levando em consideração alguns pontos do original.
Não devemos achar que a natureza se comporta de maneira tão diferente nos vários pontos do universo. Há um ciclo que sempre é mantido, quer estejamos próximos ou distantes de seu centro... A vida é gerada da mesma forma, em qualquer planeta, quer você seja uma planta ou um animal... Pensante ou não. O que é pensamento para você? Eu já me questionei isso milhões de vezes, e até hoje, mesmo depois de tudo o que já vi e senti, ainda o acho complexo demais. Dele surgem nossas memórias, nossas ideias... O conhecimento. Será que você sabe quem é mesmo?Você está em tudo a sua volta, está relacionado às pessoas, ao solo,
I'm giving up the ghost of loveInto the shadows cast on devotionShe is the one that I adoreCreed of my silent suffocation ( Bittersweet — Apocalyptica)600 A.CEu nasci, saí daquela quentura para a frieza da escuridão... A escuridão que seria meu lar por uma vida inteira... Uma vida que era eterna. Eu e minha irmã... Não era maior do que ela, apenas eu vi primeiro os borrões, tão complicados e anuviados
A neve caía por todo o jardim, o vento fazia meu cabelo chicotear ferozmente pelo meu rosto e eu já podia entrever, em meus pensamentos, as grandes sacadas do castelo Ernöyi. Eu me agitava interiormente, como se várias borboletas revoassem juntas, de uma vez só. Victor estava à minha frente no coche, ele fizera questão de vir em seu próprio carro, o que me forçara a ser sua companhia na viagem. Eu odiava estar ali, sozinha com ele, naquele pequeno espaço. Meu nariz estava quase colado ao vidro, mas eu senti quando a mão dele roçou as minhas
— Lise?— O que foi? — Estreitei meu olhar sobre ela, preocupada. — Hoje é Natal! — Inês disse com as bochechas vermelhas ao entrar no quarto.— E desde quando você liga para isso? — Eu sorri. Hungria — Buda, 1786Durante seis meses daquele ano, Victor se manteve distante do castelo dos Fejéryi, em Buda, provavelmente uma decisão tomada numa das conversas na biblioteca dos Ernöyi, pelos homens da família. E eu me perguntava que motivo forte o levara a se ausentar por tanto tempo; ele não era do tipo que me deixaria livre por aí, nunca fora. Devia ser algo do qual os Ernöyi não abririam mão que Victor cuidasse, e muito provavelmente ele também não... Mas em que o meu irmão poderia ser tão útil? Eu divagava... tolices... Não tinha como negar que me sentia melhor em poder andar pelos corredores sem a tensão de encontrá-lo numConfissões
As ruas de Buda estavam cheias, como eu imaginava, não tanto quanto Pest, que tinha mais opções de comércio, mas a recém-restituída capital da Hungria se tornava o centro das atenções naqueles dias. A vinda da família Real sempre causava um certo furor na nobreza e na burguesia local, já que os bailes sucediam-se uns aos outros, numa apologia aos gastos das castas afortunadas húngaras. Qualquer família, com filhas abaixo dos dezoito anos, organizava festas para apresentá-las à Rainha para tentar, quem sabe com um pouco de sorte, tê-la como preceptora delas. Essa era uma das vantagens de ser imortal: meus pais não iriam se prestar a um papel desses para que eu e Inês desfilássemos como protegidas de Maria Theresa nos eventos da Casa d'Austria. Entreta
— Elise — a voz me chamou calma quando eu passei pela porta da biblioteca. — Podemos conversar?— Sim, papai — eu assenti, entrando na atmosfera quente e almiscarada. — Feche a porta, sim? — disse com carinho.Após feito o que me fora ordenado, dirigi-me ao pequeno divã junto à sólida mesa de carvalho ocupada por ele. Os intenso
É certo o que estamos prestes a sofrer?Eu me perguntava sob a luz fraca do sol da manhã, a única hora que nós realmente podíamos sair de casa sem muita preocupação com nossa pele. Não que ela realmente sucumbisse aos raios solares, ou virássemos cinzas, como dizem as lendas por aí... De longe seria um esboço da verdade. Nossa sensibilidade é alta, é fato, e talvez você possa nos comparar nesses termos aos humanos albinos. Então, pode ver que não é nada impossível sair à luz do dia, não é propriamente aconselhável nos expormos muito tempo a ela. Aquele dia em especial, o sol brilhava entre nuvens, ou melhor, quase não o fazia, e eu me deixe