Chegamos a Paris. Era noite. A estalagem, nos limites da cidade, estava vazia e não houve problemas em conseguirmos quartos.
— Monsieur — o dono deixou no ar para que fosse completado por Edmund.
— Conde Ernöyi e Condessa de Vaslui.
— Senhor, eu não percebi. &m
Eu abri os olhos, ciente de que estava só, ainda que meu corpo todo estivesse aquecido pelo dele. Como explicar a mim mesma que, em anos, aquela havia sido a noite na qual me esquecera do mundo? Na qual eu realmente dormira sem me preocupar com o amanhã... com o que viria? Eu estava protegida de tudo e me sentia segura. Afundei meu rosto no travesseiro onde ele dormira, ao meu lado, e inspirei cada nota de sândalo que ele deixara ali. Abandonei-me nos meus erros.— Bonjour, princesa — sussurrou no meu ouvido, sem que eu o tivesse visto entrar. — Está quase na hora de irmos — completou sob
O desejo latente pelo cheiro, o gosto dele. E eu rolava na cama, tremendo.E escorreguei por cima do corpo pequeno ao meu lado, brilhando em escarlates. Afastando os cabelos escuros de seu rosto. Tão lindo o meu menino... Tão parecido com ele. Minha língua passeou em suas feições, serenas... Sem me temer. E eu chorei, trazendo o corpo dele, mole, contra o meu. Se ao menos ele pudesse me matar antes que eu fizesse isso a ele.Apertei-o firme contra mim, e com um beijo delicado em sua testa voltei a deitá-lo sobre os lençóis. Saí da cama e me aninhei no chão, entre a porta e o armário. Eu mataria quem passasse por aquela porta, jurei em
De almas sinceras à união sincera.Nada há que impeça. Amor não é amor,se quando encontra obstáculos se altera.Ou vacila ao mínimo temor.Amor é um marco eterno, dominante,que encara a tempestade com bravura; Chegamos a Paris na manhã seguinte e nos abrigamos numa estalagem nos limites da cidade. Os cavalos estavam muito castigados, não aguentariam mais duas léguas. Ajudei-a sair do coche, já que insistiu que estava bem disposta e juntos nos postamos à frente do dono do lugar. Uma nova entrevista para o quarto, na qual eu me vi obrigado a revelar nossa condição de amantes, já que era parte do nosso plano, e me senti imensamente agradecido de entrar no aposento e me ver livre desse comportamento na frente de outrem. — Como se sente? — indaguei ao retirar o casaco e o laço do pescoço.A Tempestade - Edmund
Foi a primeira noite, desde que começamos aquela missão que a vi dormir profundamente, abraçada ao meu corpo enquanto a acarinhava lentamente, guardando aquele momento para mim. Beije-lhe os cabelos por onde desciam meus dedos com ternura. Seria realmente uma traição pertencermo-nos dessa forma? Alguém poderia nos recriminar por nosso amor eterno? Deixei-me dormir algumas horas, acalentado no calor do corpo onde começava e terminava minha existência.Levantei ainda era madrugada, Lise dormia serenamente e aproveitei para me livrar do corpo do renegado. Não demorei muito nessa tarefa, minha velocidade aliada à correnteza do rio Sena e tudo estava resolvido. No entanto, minha volta à estalagem não
Eu a vi subir naquele coche com a estranha sensação de que deveria impedi-la de ir. No entanto, por mais que aceitasse que esse era um aviso de meus sentidos imortais diante do conhecimento que Victor alegava ter de nossos interesses, seria o mesmo que entregá-la de mão beijada para ele. Se eu tinha a pequena chance de neutralizar Victor, eu a usaria para manter Lise a salvo juntamente a Inês. Tudo estava devidamente acertado para que Francis, meu estimado cocheiro e Protettori honorário, levasse Lise a salvo de volta para Órleans, onde Derek assumiria a guarda dela até Limoges. Tudo deveria ser feito tão rápido quanto a presença dos renegados permitisse. Eu não era um tolo de achar que Victor mandaria Inês sem prote&
— Como vamos entrar, majestade?— Não seja tão irônico, Derek. — Sorri ao seu lado, esperando que a noite definitivamente cobrisse aquela casa.— Vamos entrar pela porta da frente?— Ainda estou estudando as possibilidades. — Fitei novamente a construção de pedra.
NeveBranca e fofaFria...Cinco anos depois, em Vaslue— Não a deixe comer neve, Pietro! — eu reclamei com o rapaz de cabelos escuros que corria atrás da menina loura, com seus cachos presos no alto da cabeça. — Venha, voltem! Ania!Último capítulo