Nathan estacionou alguns minutos depois em frente a localização que o senhor dois nos informara. Nesse meio tempo descobrimos que na verdade, os dois senhores eram irmãos que moravam em uma pequena casa um pouco atrás do posto. A casa em que nos deixaram antes de sumirmos para Deus sabe lá por qual lugar. Esse tempo não foi muito confortável. Senhor um e dois nos deixaram para fazer alguma coisa dentro da loja e eu e Lia ficamos sozinhas olhando para o horizonte na esperança de que isso trouxesse Nathan mais depressa. Eu não poderia dizer como aquilo estava sendo para ela, mas para mim estava sendo péssimo. Eu nem sei se podia me dar ao luxo de ficar chateada sendo que, em parte, ela tinha razão. No entanto, eu ficava porque tinha a esperança de que no fundo ela não acreditasse realmente naquilo. Me doeu perceber que ela acreditava. Eu sei que nossa conversa recente também a incomodava, e também sei que em algum momento sentaríamos e conversaríamos sobre isso, assim como sempre fa
Eu o disse onde era o local no qual passamos a noite anterior e depois de quase uma hora estacionamos em frente ao bar. Lia decidiu permanecer no carro com seu novo amigo, dessa forma só eu e Nathan adentramos no local. A imagem agora dando lugar a novas lembranças. Diferente de ontem, o bar agora estava vazio. Algumas cadeiras repousavam em cima das mesas enquanto uma das garçonetes de ontem varria o piso de madeira. – Com licença. – A mulher parou de varrer se voltando para mim. – Nós viemos aqui ontem e acho que posso ter deixado nossos pertences aqui. – Ah, oi Princess Britney. Não pensei que a veria tão cedo. Misericórdia! – Não consegui ficar muito tempo sem meu celular. – Sorri para ela. O que não deixava de ser mentira já que um celular hoje é tão valioso quanto algum órgão. – Verdade. Você deu sorte. Eu achei os celulares antes de fecharmos. Se estivesse cheio, com certeza vocês ficariam sem. – Ah meu Deus! – Suspirei aliviada. Já estava apavorada em pensar em atende
Nathan's povÉ complicado pensar que tudo poderia ser facilmente resolvido se eu apenas não tivesse deixado diversas oportunidades passarem diante de mim. Por que eu deveria cobrar do meu pai algo que eu nem ao menos tive coragem de mostrar? Como ele me conheceria se eu nunca fui eu mesmo quando estava perto dele? Não sei se parecia justo com ele. De qualquer modo, também não era justo comigo. Desde criança meu pai sempre foi minha fonte de expiração. Era o que eu deveria me tornar. Era o símbolo do sucesso e uma das vidas mais desejadas da cidade. Graças a ele eu tive a oportunidade de ter tudo o que eu queria. Ter uma boa casa, boas roupas, bons estudos. Não era isso que todo pai desejaria ao seu filho? Minha mãe e meu pai era aquele casal perfeito de todos os filmes. Que estão sempre bem porque nunca nos chega aos olhos àqueles detalhes que não é interessante ser mostrado. Eu tinha treze anos quando tive meu primeiro relacionamento com uma garota. Ela era linda, vinha de boa fam
Acredito que minha mente começou a mudar quando tinha 19 anos e peguei meu pai beijando uma mulher em seu escritório. Eu não conseguia lembrar o nome da mulher, mas sabia que já a tinha visto algumas vezes nas festas que fui com minha família. Naquele dia eu não deveria ter chegado mais cedo e minha mãe não estava em casa. Como ele tinha coragem de fazer isso com a minha mãe? E ainda por cima em nossa própria casa? Aquilo era tão desrespeitoso com ela! Eu fiquei tão irritado. Aquela foi a primeira vez que me recordo de ter gritado com meu pai. Eu disse que não diria nada para minha mãe se ele me prometesse que nunca mais faria aquilo novamente. Pensar no que eu deveria fazer me corroeu por semanas. Eu não sabia se entregava meu pai, eu não queria ser o responsável por estragar nossa família. Hoje percebo que era ele que havia estragado. Na segunda vez que vi aquela mulher lá em casa, descobri que, embora ele tivesse prometido, ele nunca de fato cumpriu. Contei à minha mãe um dia dep
Isa chegou a mencionar Belle algumas vezes dizendo que seria perfeito se nós duas saíssemos em casal, mas é claro que eu apenas ignorava. A verdade é que eu nunca tive vontade de conhecer Belle e queria apagá-la totalmente da minha cabeça. Por muito tempo eu obtive sucesso nisso. Odiaria que a lembrança daquele sorriso lindo fosse corrompida por meus pais. As coisas ficaram mais confusas no dia em que Isadora me convidou para ir em um evento com as outras duas. Eu ainda não tinha conhecido sua namorada, Lia, e gostaria muito de conhecê-la, portanto, não achei que teria problema em ver mais uma vez a garota do sorriso bonito. Naquele dia acabei me atrasando um pouco e fiz as três ficarem naquele clima quente me esperando, mas meus pais e eu tínhamos acabado de voltar de um compromisso com nosso projeto, então não opção. Apareci cerca de quinze minutos depois, logo me desculpando pelo atraso. As três não pareceram se importar. – Essa é minha namorada, Lia. – Mencionou Isa. – Oi, Lia.
Depois daquele dia demorou um pouco até que voltamos a nos ver e aquilo me incomodava um pouco porque eu gostaria de vê-la mais uma vez. Eu estava me sentindo estranho e obcecado. Era só uma mulher normal que eu mal conhecia. Talvez por alguma razão que eu estava tentando não pensar muito, sugeri convidar os amigos de Isa para a casa de praia quando ela quis levar Lia. – Até a Belle? – Perguntou Isa se divertindo. – Se você quiser. – Tentei soar indiferente, mas aquilo era tão óbvio que chegava a ser espantoso. – Seria legal se ela fosse. – Apenas confessei. – Seria legal ter mais uma chance de conversar com ela como um ser humano normal ao invés de ficar lá parado sem saber o que dizer. Poderia ser uma chance de nos darmos bem e talvez nos tornarmos amigos. – Gostaram do lugar? – Perguntei assim que chegamos à casa. Decidimos apenas ir à praia e relaxar, afinal muitos de nós tivemos uma semana cansativa. Assim que chegamos à praia, os quatro ficaram conversando enquanto Isa e eu
Assim que chegamos e eu deixei os garotos em sua casa, fui direto para a casas da Débora antes que algo me fizesse mudar de ideia. Estacionei depressa em frente à casa de Débora indo direto para seu quarto, já que sua governanta havia me deixado passar. Espiei rapidamente por sua porta entreaberta e vi Débora deitada em sua cama, distraída lendo algum livro. Quando já estava batendo em sua porta, a garota me notou, parecendo de início um pouco surpresa, logo depois sorrindo para mim. – Nathan? Oi, eu pensei que estivesse viajando. – Eu estava. Acabei de chegar. – E olhar seu rosto me lembrou daquela sensação de não saber como confessar algo, da mesma forma como ocorreu quando contei para minha mãe sobre meu pai. – Podemos conversar? – Claro. Entre. – A menina me puxou gentilmente para dentro, fechando a porta em seguida. Débora era uma garota tão doce, perfeita aos olhos de todos. Aquilo me deixava mil vezes mais nervoso. Passei minhas mãos suadas uma na outra na tentativa falha
– Você terminou com a Débora e está namorando outra? – JP me perguntou espantado. – Já estava na hora! – Sorri achando graça. – Só o nome que estraga, Isabelle da má sorte. Ela tem um apelido? – Nada que você não tenha chamado a sua Isabelle. – Meu nada. Só dela e seja lá de quem aguenta. – Que coincidência que duas Isabelles tenham bagunçado nossas vidas, não é? – Espero que a sua de uma forma mais positiva. Pedro e Isa foram as únicas pessoas as quais contei sobre meu relacionamento com Belle, já que evitava tocar nesse assunto antes que Débora finalmente dissesse sobre nosso término aos pais dela. Aquilo demorou mais tempo do que eu pretendia, mas depois de algumas leves pressões por minha parte, finalmente aconteceu. Não posso deixar de ter a sensação de que Débora aproveitou muito de nosso relacionamento para ter uma vida às escondidas que não queria deixar de ter. Era estranho como parecia que só depois de me afastar, eu havia finalmente compreendido Débora. Pude entender q