8º Capitulo – Vigiados

-Eu só não entendo, há princípio achei que estivessem a minha procura, que quisessem sei lá, me matar e sem saber quem eu era estavam matando uma garota após a outra até me encontrarem, era essa a minha ideia por isso estavam matando as garotas nascidas no mesmo ano que eu e do meu colégio, mas pelo que Asmodeus disse, não é isso, eles sabem quem eu sou, então por que mataram tantas outras meninas?

-Talvez estejam criando demônios e precisem de corpos...

-Não sei, por que escolheriam justamente meninas de 16 anos? Por que não optar por homens e de preferência fortes?

-É sem dúvidas uma escolha bizarra.

Daniel entrou logo em seguida no quarto.

- Alicia, eu vim assim que soube, o que houve?

Caled me olhou fazendo um sinal positivo.

-Eles estão atrás de mim, estas mortes são por minha causa, eles me querem...

-Os demônios? Mas não tínhamos vencido?

-Não, a guerra só começou a verdade é que atiçamos a fogueira sem querer, trazendo Caled para o nosso lado irritamos o príncipe do inferno Asmodeus o pai de Caled, você o conheceu...

-Sim eu sei quem ele é, mas o que ele quer? Você?

-É o que estamos tentados a acreditar, as meninas que morreram estudam no meu colégio e tem a minha idade, tudo indica que estão a minha procura.

-Não entendo, se Asmo quer a você por que ele simplesmente não ordena que a matem, ele sabe que é você, por que matar inocentes?

-Era isso que eu e Caled estávamos tentando descobrir...

-E por que pegar meninas de datas tão diferentes?

Pisquei algum, mas vezes sem entender o que ele tinha dito, depois olhei fixamente para ele.

-O que disse? Datas?

Daniel gaguejou.

Caled interrompeu.

-O que você sabe Daniel?

Daniel olhou para ele e depois voltou a olhar para mim.

-Bom, talvez seja uma besteira o que eu vou dizer, mas vocês perceberam que as garotas mortas pertencem a meses diferentes? Tipo, se eles estão procurando por alguém com um nascimento especifico não deveriam se concentrar em nascidos naquele dia ou pelo menos naquele mês e ano?

Olhei para Caled, Daniel tinha razão.

-Faz sentido, mas como sabe disso?

-Eu participo do grêmio estudantil e estamos organizando o livro do ano com as fotografias dos alunos, acho que você sabe o que é, não é?

-Sim eu sei, e daí?

-Bom, cada aluno fotografado tem sua data de nascimento grifada e também o seu maior sonho descrito no livro, junto com o ano que está cursando, estávamos essa semana organizando isso, por meses, decidimos que as meninas que morreram também deveriam ter uma página para elas, como uma homenagem do grêmio, e foi então que eu percebi, que cada uma delas pertencia a um mês do ano diferente.

-Consegue esses dados para mim?

-Claro, só preciso acessar a conta do grêmio na escola e tenho os dados de todos.

-Ótimo, faça isso, e consiga também uma lista com todas as meninas de 16 anos completos que possam se encaixar na lista.

-Tudo bem, posso conseguir até a noite, Helena vai passar a noite aqui?

-Sim em observação, vou ficar aqui.

-Tudo bem, pela manhã mesmo eu consigo os dados.

-Se quiser eu posso ajudar, e daí fazemos isso ainda hoje o que acha? – Sugeriu Caled.

-Bom a essa hora o colégio já este fechado, mas quer saber eu sempre quis invadir a diretoria.... Vai ser o máximo!

Vi um sorriso brotar no rosto de Caled e Daniel e os dois saíram apressados, se eu não conhecesse Daniel tão bem juraria que ele era algum tipo de anjo.

Helena acordou algum, ,mas vezes a noite ,mas não disse nada, apenas abria e voltava a fechar os olhos como se ainda não estivesse consciente, o médico disse que era normal e que pela manhã ele voltaria para dar uma última examinada, , ,mas que era provável que ela seria liberada assim que acordasse, e foi assim que aconteceu, eram 10 horas da manhã quando o médico entrou e voltou a examinar Helena que já estava acordada e pronta para ir para casa, fomos liberadas logo em seguida, ainda assim proibi Helena de trabalhar e como uma criança ela fez birra e então concordou dizendo que ficaria lendo na biblioteca da sede, eu ainda não tinha contado a ela sobre a casa, não queria imaginar a reação dela ao saber que não tinha sobrado nada do seu tão amado chalé.

Daniel e Caled chegaram pela tarde com os papéis, a lista de garotas que se enquadravam na lista dos 16 anos era sem dúvidas imensa.

-Opções não faltam, como você mesma pode ver.

-Pois é não vai ser fácil proteger a todas, conseguiu as datas das meninas mortas?

-Sim, estão aqui...

Margaret Simon – Nascimento: 20/01 Idade:16 anos

Mary Scott – Nascimento: 13/05 Idade: 16 anos

Susana Lines – Nascimento: 15/10 Idade: 16 anos

Stephanie Lines – Nascimento 26/07 Idade: 15 anos

Julie Smitt – Nascimento 11/07 Idade: 16 anos

Sarah Daniels – Nascimento 10/08 Idade: 16 anos

Observei a lista, logo risquei o nome de Stephanie por que mesmo tendo sido morta com a prima ela não havia sido levada.

-Certo, temos então janeiro, maio, outubro, julho e agosto?

Caled me observou e me entregou um segundo papel.

-Aqui estão os nomes e as datas das meninas de ontem.

Peguei o papel tremula, tanta coisa tinha acontecido que eu nem havia pensado que havia mais garotas mortas.

Abri o papel com medo dos nomes que eu viria na minha frente.

Samantha Bowie – Nascimento: 14/06 Idade: 16 anos

Karoline Minds – Nascimento: 17/02 Idade: 16 anos

-Não as conheço, mas lamento ainda assim.

-Elas eram meio metidinhas, não se misturavam com as outras meninas. – Disse Daniel de canto, como se as conhecesse bem.

Olhei o papel e suspirei.

-Certo, temos então janeiro, fevereiro, maio, junho, julho, agosto e outubro?

-Isso, falta março, abril, setembro, novembro e dezembro.

Peguei a lista que Daniel tinha me trazido das meninas com idade de 16 anos e passei a riscar todas aquelas que fugiam dos meses indicados.

No total conseguimos eliminar cerca de 50% da lista o que já ajudava bastante, seria mais fácil ficar de olho.

Começava a escurecer e senti um vento gelado entrar pela janela, me ergui e fui fechar as cortinas, quando novamente me deparei com a lua.

-Em que lua estamos?

Caled me olhou balançando a cabeça.

-Crescente, já lhe respondi isso ontem.

Voltei a olhar para ele.

-É mesmo, tem razão.... Desculpe.

Daniel partiu e logo Caliel chegou, dizendo que tinha coordenado alguns anjos a fazerem plantão para que nada acontecesse naquela noite, isso me fez ficar mais tranquila, Sophia entrou no quarto sem bater.

- Dr. Ainda por aqui? Pensei que já tivesse ido embora.

-Fiquei para dar uma olhada em umas crianças que estão doentes.

-Tudo bem. – Disse ela o ignorando completamente e vindo ao meu encontro com o celular na mão. – Olha Ali, o que eu recebi, essa foto foi tirada depois que os corpos das meninas foram encontrados.... Não é bizarra?

Peguei o celular da mão dela, disfarçadamente Caliel veio para o meu lado observando a imagem comigo, a imagem estava um pouco embaçada, mas claramente no chão podia se ver um símbolo riscado em vermelho, possivelmente feito pelo sangue das meninas.

-Você pode me m****r essa foto Sophi?

-Para que quer essa coisa horrível? Eu estava era querendo apagar isso.

-Acho que conheço o lugar, mas gostaria de analisar para ter certeza.

Sophia pôs o dedo na boca com dúvida e depois concordou.

-Tudo bem, mas vê se exclui isso depois, acho horrível compartilhar esse tipo de coisa, imagina como a família das meninas fica ao receber uma foto dessas no celular?

-Você tem toda razão, deve ser horrível mesmo, vou dar uma segunda olhada e também vou excluir.

Dito isso ela me enviou a foto e saiu do quarto.

-O que acha Caliel?

-Sem dúvidas é um símbolo de invocação, resta saber do que e para que...

- Mas isso é magia negra, não é? Bruxaria, ou demônios também fazem isso?

- Bruxos que praticam magia negra mesmo que não queiram acabam assinando uma sentença com o demônio, toda vez que uma magia negra é feita, é um passo ao inferno dado, é claro que para fazer uma magia como essa é necessário ser bruxo, mas isso não significa que esse bruxo não esteja ligado as forças ocultas.

-E como podemos descobrir isso?

-Eu conheço alguém que pode ajudar.

-Quem?

-Eiael, eu vou falar com ele.

-Não Caliel, nem pensar, você não pode ir em um lugar como aquele, eles vão matar você, eu vou, já estive lá não se esqueça que fui um demônio até pouco tempo atrás, e é provável que muitos ainda não saibam da minha condição, sou respeitado por eles.

- Não Caled, você ainda está em fase de teste, se for visto em um lugar como aquele perderá suas asas sem direito a julgamento, eu vou, confie em mim eu sei o que estou fazendo.

Olhei para os dois.

-Afinal do que estão falando, quem é Eiael?

-É o anjo que guarda as ciências ocultas.

-Tem um anjo para isso?

-Sim, ou melhor tinha... Ele foi expulso dos céus a muito tempo atrás e se uniu a alguns demônios...

-Vai falar com um demônio.

-Digamos que ele me deve um favor, eu só vou cobrar.

Dito isso Caliel saiu, saltando pela janela, qualquer dia desse alguém iria ver essa cena e não ria acreditar no que viu.

-Onde esse Eiael se esconde?

-Na boca do inferno, você não gostaria de conhecer aquele lugar.

-É tão horrível assim?

-É o seu pior pesadelo.

Caled me abraçou, por alguns segundos fiquei com medo do que pudesse acontecer a Caliel, mas pelo visto ele sabia o que fazer.

Nada poderia segurar dona Helena naquela biblioteca em um dia claro de sexta feira, nem mesmo meu apelo para mantê-la afastada de tudo e principalmente da reserva.

-Por que não quer que eu vá para casa Alicia?

-Você está em casa tia.

-Sabe muito bem do que estou falando, desde ontem que não me deixa ir para a reserva, voltamos do hospital e deu um jeito de eu ficar aqui, até dormir aqui me fez dormir alegando de dirigir não me faria bem e agora não quer que eu vá para casa, o que está acontecendo?

Bom eu não poderia esconder isso para o resto da vida, poderia?

Olhei para o chão envergonhada por ter sido descoberta.

-Tia, não se lembra como foi parar no hospital?

-Lembro de ter descido as escadas e sentido um forte cheiro de gás e ter ficado tonta logo em seguida, mas... – De repente ela pôs a mão na boca, assustando-se da própria conclusão. – Gás... Meu Deus o Gás da cozinha ficou aberto, eu...

-Eu sinto muito tia...

Ainda sem aceitar bem as coisas Helena caminhou até a porta da frente.

-Eu preciso ver minha casa.

Eu e Caled resolvemos segui-la, não seria bom para ela ver tudo sozinha.

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