Com muito esforço abri meus olhos e percebi que tinha mais alguém no quarto, sentei rapidamente na cama em um susto, quem estava ali?
-Óh querida você despertou...
Reconheci a voz da Madre Thereza por mais que o tom dela estivesse um pouco alterado, parecia que não estava muito feliz por eu ter acordado, parecia mais como se estivesse assustada.
-Madre? O que faz aqui...
Ela me olhou e soltou um sorriso amarelo.
-Sua tia querida, ela telefonou, quer saber se chegou e se está bem, está muito preocupada, pediu que eu viesse chama-la, eu disse que estava dormindo, mas ela insistiu para falar com você.
Isso era bem a cara de minha tia mesmo ela devia estar preocupada, talvez fosse apenas coisa da minha cabeça, talvez a Madre só estivesse tentando me acordar mesmo, eu tinha passado muito tempo fugindo de demônios e agora estava desconfiando até da pobre madre.
Levantei e segui com ela pelo corredor escuro, cruzamos pelo relógio anti
-Para a terra, eles estão partindo em missão agora, deseje boa sorte a eles, talvez nem todos voltem. Olhei para a fila que havia se formado, nenhum deles possuía um traço sequer de medo, pulavam no redemoinho com garra e força, até mesmo as crianças, sim crianças, muitos anjos assumiam essa aparência sabe-se lá por que, talvez fosse uma tática de guerra, mas como a própria Lucy havia dito eu não podia me deixar levar pelas aparências. Foi quando o ultimo pelotão se aproximou que eu percebi um burburinho entre eles. -Vamos morrer, que chance temos, mau recebemos algum treinamento, para eles é fácil ir e saltar salvar humanos, mas nós nada mais somos do que cobaias que serão usadas para distração, seremos mortos no mesmo instante em que entrarmos na boca do inferno. -Eles estão com medo, talvez não devessem lutar, veja bem Lucy, essa guerra é minha é por minha causa, eu preciso lutar também. -Não Alicia, estará quebrando todas as regras, eles n
Caliel permaneceu sério, sem ter uma palavra que pudesse dizer, Daniel estava certo, pelo menos até a parte em que alguma coisa não corria bem, ainda assim ele não conseguia acreditar que tudo aquilo não tivesse passado de um plano para se livrar de Alicia, Caled continuava abraçado ao corpo dela, a lágrima, mas não escorriam nem sua face parecia ter vida, ele estava ali e ao mesmo tempo não estava, Caliel olhou para Caled. -Ele está muito ferido, sangra muito e ao mesmo tempo nem mesmo percebeu a quantidade de sangue que perdeu, eu devo leva-lo para que ele seja curado se não morrerá sem nem mesmo perceber, o dia já está amanhecendo e teremos que inventar algo para explicar o que aconteceu. -Inventar algo é assim que resolvem uma morte? Inventando algo? -O que quer que eu faça Daniel, que eu vá até a sede procure por Helena mostre minhas asas a ela e diga a ela que sua sobrinha foi morta pelas mãos do seu namorado que a matou por engano enquanto tentava mata
-Então resolveu aparecer para cumprir com seu dever e se entregar! -Eu poderia dizer que sim Jeliel, mas não estou aqui sozinho. Nessa hora uma rebelião de anjos se levantou e passou a ficar do lado de Caliel. -Estamos aqui para fazer a justiça, estamos aqui para que todos conheçam a verdade! Caled que também descansava se colocou à frente de Uriel. -O que está fazendo Caliel, o que está acontecendo? Você sumiu, por onde esteve? -Eles enganaram você Caled, eu precisei me manter escondido até então por que queriam usar Purah em mim assim como usaram em você e o fizeram se esquecer de Alicia, a verdade é que tudo não passou de um plano de Jeliel e Uriel para matar Alicia! -Não foi um plano, foram ordens divinas! -De quem Jeliel? Diga o nome do responsável por esta ordem então? -Sou um serafim! Como ousa me desafiar? -E eu sou um Trono e pouco importa a classe de cada um aqui, o fato é que ninguém se respon
Alicia tinha sido enterrada na reserva em um jardim perto da antiga casa de Helena e não em um cemitério comum, aquele era um dos lugares que ela mais gostava e Helena resolveu seguir à risca isso, ao se aproximarem Daniel viu a terra revirada e a lápide caída no chão, a cova estava aberta e para a surpresa dos dois, não havia nada dentro dela. -Que estranho, eles não apenas tentaram roubar o tumulo em busca de dinheiro ou joias, eles literalmente roubaram o tumulo, levaram tudo, até mesmo o corpo dela. Daniel tentou ver se havia marcas de alguma coisa, porém não encontrou grandes coisas, Caliel resolveu surgir de onde estava, não podia ficar calado diante disso. -Eu sei que disse para que eu não viesse, mas tem coisas que precisa saber Daniel e isso que aconteceu acredito eu que seja um dos motivos. Daniel olhou para ele de rosto fechado. -Certo, então me diga, por que os seus amigos se interessariam em roubar Alicia de nós? -Amigos?
-Será que pode nos dar um tempo? Talvez seja melhor ir ver Sophia e Helena, elas devem estar pirando com o assalto ao tumulo de Alicia. -Tem razão, eu vou, volto amanhã. Caled olhou para Caliel assim que ele saiu. -Por que não me contou a verdade? -Caled entenda, já foi muito difícil para mim convence-lo de que amava alguém de quem não se lembrava, imagine então se eu dissesse que matou essa pessoa por acidente? -Eu não devia amá-la tanto assim, se eu a, mas se como diz eu não teria deixado eles me controlarem da forma que estão me controlando. -Entenda Caled os poderes de um anjo vão muito além do compreendimento, talvez seja apenas temporário talvez se lembre de tudo um dia. -E como será esse dia Caliel, como será me lembrar que matei o grande amor de minha vida? Caliel permaneceu em silêncio enquanto Caled se levantava e ia para o quarto, perdido em pensamentos, não seria nada fácil fazê-lo entender as coisas depois
Caled andou em círculos em seu quarto, tinha algo que o incomodava em relação a aquela ave, quando finalmente algo em sua mente respondeu às perguntas que pareciam não ter resposta, ele poderia contar o que se passava em seus pensamentos para Caliel, mas ficou com medo de parecer louco, Daniel e Sophia chegaram na hora marcada, Sophia andava admirando tudo, por mais que já tivesse vindo diversas vezes a casa de Caled nunca parecia se cansar de olhar as coisas. -Tenho que voltar cedo, sabe que Helena não vai dormir sem ter certeza de que estou deitada. Daniel olhou para ela. -Não se preocupe, não vamos demorar. Caliel apareceu no alto da escada. -Sophia. -Dr. Phillip, está morando com Caled também? -Sim, estou morando aqui, junto com alguns amigos Quando ele disse isso outros anjos surgiram, da cozinha, do escritório e dos corredores, Sophia se assustou ao ver tantas pessoas juntas em uma casa. -Sua equipe é bast
A ave apenas curvou a cabeça percebendo que ele tinha se direcionado a ela, depois se virou o ignorando. -Eu sei, eu sou louco estou a discutir com uma ave, tudo bem, mas você bem que podia ser minha amiga e me devolver aquela fotografia, é importante para mim lembrar daquela garota, eles dizem que é importante e eu acredito por que meu coração... – A Ave não deixou que ele terminasse o que tinha para dizer e levantou voo o deixando sozinho no jardim. Quando Caled ergueu a cabeça notou que uma fumaça densa se fazia ao norte, cada vez mais intensa. -Caliel, Caliel! Veja o que é aqui? Caliel veio correndo e reparou na fumaça a qual ele se referia. -Parece que estão queimando um pedaço da floresta, estranho, essa área pertence a sede, ninguém poderia queimá-la. Daniel encostou o carro no canto do jardim e desceu vindo caminhando calmamente até onde eles estavam. -Também notaram a fumaça? -Sim, mas não deveria ser proibido,
Ela levantou as mãos, Caled saiu a tempo para ver isso acontecer, e então viu que o chá, mas congelaram seu movimento, e quando ela uniu as mãos, um sopro intenso de vento cruzou por eles, em uma magnitude tão grande que o chá, mas se dissiparam e se apagaram no mesmo instante, Caled não acreditava no que estava vendo, nunca tinha visto tanto poder assim, isso não podia ser real. -Isso é. Como você pode... -Entendeu agora por que Asmo me quer? -Pode fazer isso sempre? -Quando estou no meu corpo de humana sim, mas também perco o controle das ações, agora estou com você, mas se amanhã estiver sozinha ele pode me dominar. Caled a abraçou com força e a beijou no pescoço. -Ele nunca mais vai te dominar, por que eu vou estar aqui com você sempre. Alicia se deixou abraçar, porém se voltou para ele. - Mas não lembra quem eu sou. Caled sorriu e deu um passo à frente. -Eu não preciso lembrar, eu só preciso sentir.