ROSAO dia com Gini foi maravilhoso! Eu não tinha noção de como poderia ser bom estar trabalhando! Não como escrava, mas como uma trabalhadora que seria paga.No bando com Kurt, eu tinha Ária para conversar e ela era ótima, mas não era da minha idade e basicamente falávamos da cozinha e do bando. Ali com Gini, além de poder interagir com alguém da minha idade — ela tinha vinte e três anos, em realidade —, eu pude falar de muitas coisas e nenhuma delas tinha a ver com lobisomens. Eu amava Kurt, amava as pessoas do bando, porém, eu queria mais! E Gini estava me dando exatamente aquilo. Além disso, ela era muito animada, não me deixava ficar pra baixo. Contei a ela que eu gostava de um homem, mas ele foi obrigado pela família dele a se casar com outra. E eu ainda fui ameaçada. — É tão romântico! — Ela falou, sonhadora, quando contei a ela — Sabe… As coisas vão dar certo, Rosa. Vão, sim! Ela era tão doce. Gini era muito sincera. Eu podia sentir isso nela. Incrível como eu a conhecia h
ROSAEu não estava acreditando. Onde Gini esteve durante toda a minha vida? — Com certeza! — Ela falou, meio que inflando o peito — Você vai aprender a pilotar essa maravilha. E, claro, depois te ensino a dirigir o carro. — Eu posso? — Perguntei. — Claro. Só lembre de estar com seus documentos quando formos andar de carro. A cidade é pequena, não temos acidentes aqui, mas como você bem apontou, as pessoas dessa cidade não vão muito com a nossa cara. Eles arranjarão qualquer desculpa pra falar mal. Claro, em todos os lugares sempre tinha esse tipo de gente, não é mesmo? Humano ou lobo. E eu não tinha documentos. Como eu poderia ter? Eu sabia o meu nome, eu tinha uma documentação dentro do bando, mas não era uma carteira nacional. Eu falaria com Henry, pois todos os lobos tinham certidões de nascimento e, com ela, eu poderia pedir uma identidade para mim. Coisa boa que Gini não pediu documentos para me contratar. Ainda.Saímos da cafeteria e fomos para a livraria, onde Gini pediu q
ROSAGarotinha? Eu era assim tão insignificante?— Xerife, eles que encrencaram com a gente! — Ele virou a cabeça para olhar para Gini, que ainda segurava a bicicleta dela. E, pelo que notei, as mãos dela tremiam. Provavelmente raiva — Ele agarrou meu braço. Olha só! Ela levantou o braço para mostrar os dedos do jovem, mas o Xerife não se deu ao trabalho.— Eu sugiro que vocês obedeçam às regras, ou poderão encontrar outras acomodações aqui. E verão o sol nascer quadrado.Eu olhei para Gini, que lutava contra as lágrimas que estavam enchendo os olhos dela, porém, eu não via ali tristeza, mas sim raiva. — Perdão — Ela falou a contragosto e olhou os rapazes — Isso não voltará a acontecer — Eu poderia dizer que Gini estava prometendo que se vingaria, caso eles se aproximassem da gente, de novo.O Xerife concordou com a cabeça. — Podemos ir, Xerife? — Eu perguntei e ele me olhou de cima a baixo, com uma expressão que eu não soube ler. Não era exatamente confusão, mas algo parecido. —
ROSA— É que… Humanos normalmente não são muito receptivos com lobisomens. A sua amiguinha sabe?— Não — Eu neguei com a cabeça, para enfatizar — Mas ela, apesar de não ser uma de nós, também já foi excluída da sociedade daquela cidadezinha. — Ela não é lobisomem, mas… — Mas o que? — Eu perguntei, curiosa. O olfato dele era muito superior ao meu, é claro. — Ela… Não sei explicar. Mas ela tem um cheiro estranho. Não é ruim, só que… É estranho. Diferente. — Eu não percebi nada. — Talvez seja porque ainda não está com o seu lobo, senhora Rosamund. Tem coisas que a gente só consegue cheirar quando o lobo está conosco — Ele disse e me olhou. Então sorriu — E você poderá saber do que falo em breve. Eu olhei para baixo, sentindo um sorriso nos meus lábios.— Mas… E se eu não tiver lobo?Sim, eu tinha sido rebaixada a ômega, porém, eu ainda tinha sangue Beta. Tive esperanças de que talvez eu fosse florescer mais cedo, porém, isso não ocorreu. — Você tem sim, senhora Rosamund. Eu sei d
KURT— O quê? Do que está falando? Pra quem?Ela me olhou com confusão e isso me deixou com mais raiva ainda! Ela não tinha nem consciência? — Você empurrou a ômega de propósito, Giselle. Olhe toda essa comida espalhada pelo chão! — Eu a olhei profundamente e pude ver que o terror estava se apoderando de Giselle — Aria! Aria não demorou nada a chegar e olhou para a comida, mas logo se virou para mim. — Sim, Alfa?— Traga os utensílios, por favor. A nossa Luna vai dar o exemplo da mais pura humildade. — O que… O que disse? — Giselle perguntou e olhou para Aria, que também parecia confusa. — Faça o que eu digo, Aria — Não precisei falar uma segunda vez — E você, Giselle, eu aconselho que tire esses anéis, e essa pulseira, ou vai acabar perdendo-os ou se machucando. — Eu não..Usei a minha aura Alfa sobre ela e não havia escapatória. Ela era minha esposa e, ainda que não fosse marcada por mim, ela precisou jurar lealdade ao bando, desprendendo-se do pai dela de uma vez por todas. S
ROSA— Desculpa, Rosa — Gini disse antes mesmo de eu fechar a porta atrás de mim. Ela estava sentada no balcão, olhando para baixo e balançando as pernas — A minha avó às vezes pega pesado. Perdão. — Você não tem clientes mesmo, não é? — Eu perguntei e ela ergueu o olhar — Eu estou só te dando despesa. — Não, Rosa! — Ela saltou do balcão e veio em minha direção — Não é isso! Eu tenho clientes, eles só… Não vem aqui. Eu franzi o cenho. — Gini, se os seus clientes não vêm até a loja, por que você não mantém um negócio na internet? Não seria melhor do que manter esse lugar?— A loja é minha, Rosa. Os dois andares. Eu moro lá em cima — Ela apontou pro alto — Isso aqui não é alugado. A despesa que tenho com esse lugar é ínfima. Vale mais a pena estar rodeada de livros do que sentada na frente do computador. Eu conseguia concordar com aquilo. — Mmm… Quer que eu limpe a loja, então? Eu sei que ela tá super limpa, mas… Eu preciso fazer jus ao meu salário. — Rosa… Eu prefiro que me faça
ROSAEu apertei os olhos para ela. — Mas aí não é mais surpresa se você tá me dizendo que vai mesmo fazer uma festa. — Vamos lá, Rosa, não estrague a vibe! — Ela fechou os olhos, fingindo irritação.— Em três dias. Eu fui embora depois disso e os próximos dois dias foram tranquilos, sem intercorrências. Sem visitas na loja. De nenhuma espécie, mesmo! No fim de semana, fomos ao shopping e, francamente, não ficamos muito tempo. O local era estranho, muita gente e, sem qualquer surpresa, as pessoas nos olhavam esquisito. — Vamos tomar um sorvete e ir pra casa. Esse povo não vale a nossa companhia. E no nosso precioso sábado! — Gini sorriu para mim e me arrastou para o mercadinho. Compramos sorvete e ela foi lá pra casa. Eu não tinha uma TV, então, Gini e eu assistimos um filme pelo celular dela, mesmo. Mais uma experiência para a minha lista de novidades. Gini é a irmã que eu sempre quis ter. Na manhã do meu aniversário, eu acordei com o meu celular tocando e pensei que era Gini,
KURTA menina era… Como eu posso dizer? Brilhante? Deve ser a personalidade dela, supercontente, alegre e eu podia sentir dali que ela realmente gostava da minha Rosa. Isso me alegrou. Ao menos ela não ficaria tão solitária sem mim. Por enquanto. O loiro dos cabelos dela era diferente. Eu já tinha saído do bando várias vezes, andado pelos locais humanos, por outros bandos e aquele tom de loiro, que não chegava a ser platinado, mas quase… Eu não sei explicar. Era diferente. O jeito dela me lembrava uma adolescente, pois os cabelos estavam cheios de mechas coloridas e as roupas eram alegres, mas Rosa me disse que a garota tinha vinte e três anos.Os olhos eram de um azul com verde, eu fiquei meio confuso. Foi engraçado, mas eu só consegui pensar em Darius quando olhei para ela. Não, obviamente eles não tinham nada em comum, nem fisicamente e muito menos na personalidade — se aquele desgraçado fosse parecido com ela eu não estaria em apuros, agora — Mas… Seria interessante vê-los um per