KURTA menina era… Como eu posso dizer? Brilhante? Deve ser a personalidade dela, supercontente, alegre e eu podia sentir dali que ela realmente gostava da minha Rosa. Isso me alegrou. Ao menos ela não ficaria tão solitária sem mim. Por enquanto. O loiro dos cabelos dela era diferente. Eu já tinha saído do bando várias vezes, andado pelos locais humanos, por outros bandos e aquele tom de loiro, que não chegava a ser platinado, mas quase… Eu não sei explicar. Era diferente. O jeito dela me lembrava uma adolescente, pois os cabelos estavam cheios de mechas coloridas e as roupas eram alegres, mas Rosa me disse que a garota tinha vinte e três anos.Os olhos eram de um azul com verde, eu fiquei meio confuso. Foi engraçado, mas eu só consegui pensar em Darius quando olhei para ela. Não, obviamente eles não tinham nada em comum, nem fisicamente e muito menos na personalidade — se aquele desgraçado fosse parecido com ela eu não estaria em apuros, agora — Mas… Seria interessante vê-los um per
ROSAEu arregalei os olhos. — Você lê os meus pensamentos?— Claro. Eu sou a sua mãe. Como eu não saberia o que se passa nessa sua linda cabecinha?— Mãe? — Eu perguntei. Não, ela não era a minha mãe, a não ser… — S-Selene?Ela sorriu mais abertamente. Certo, eu estava alucinando. — Não, meu bem. Você não está alucinando. Eu vim visitar você, porque é a hora. — Ninguém nunca comentou que a gente lhe vê quando se transforma. Nem na primeira vez.— Mas não me veem. Apenas aqueles que são escolhidos vem até aqui quando chega a hora de se transformarem. — Escolhidos? Eu sou uma escolhida? — Eu não entendia nada, mesmo. A única possibilidade era que alguma coisa muito louca estava acontecendo. Eu juro que não usei drogas, nem bebi. Talvez eu tivesse morrido…— Sim, escolhida. Não, você não morreu. Veja… Ela me ofereceu um espelho e primeiro, eu não vi nada diferente. Era eu. Apenas eu. Ela fez menção para que eu voltasse a olhar no espelho. Dessa vez, o reflexo tinha algo de diferen
ROSASelene balançou a cabeça, negando. — Não. Mas temos uma relação muito próxima. Agora eu vou enviá-la de volta. Não conte a ninguém. Nem mesmo a Kurt. Ele está sendo vigiado. — Eu posso… Posso perguntar algo? — Eu questionei, com medo. — Pergunte. — Ele e eu…?— Sim. Vocês são companheiros. Ele não tem os genes despertos, mas ele também descende de mim.— Assim como o Rei…— Exatamente. Você não o viu ainda, mas ele e Kurt são muito parecidos. Tenha paciência. Darius é um pouco difícil. Mas… Mantenha Gini com você. Principalmente perto do Rei.— Ela vai me proteger dele?— Definitivamente. Gini está ligada a você pelo destino. Ela vai proteger você de tudo. A vida dela está atrelada à sua — Selene sorriu — E o Rei também está ligado a ela.Eu não conseguia acreditar em tudo o que eu estava ouvindo. Eu era descendente de Selene? Mas... Eu sempre fui tão insignificante... Como poderia eu ser uma descendente da entidade mais poderosa da nossa espécie? — Agora vá. Finn está terr
ROSANa manhã seguinte, eu pensei que estaria acabada, mas não. Eu estava renovada! Acordei cedo e fiquei tentada a ir para a cidade como um lobo, porém, era perigoso. Humanos poderiam estar rondando pela floresta naquele perímetro e eu me tornaria um alvo fácil. Pior do que eles atirarem em mim e me matarem, era me seguirem e descobrirem o que eu era. Assim que abri a porta da loja, Gini estava lá, me recebendo com os braços abertos. Ela me olhou com uma certa curiosidade, então me levou até a parte de trás da loja — depois de virar a placa para “fechado” — e me fez sentar na cadeira de madeira dela. — Certo, eu não curto mentiras. Vamos ser sinceras: Eu sou bruxa, você é lobisomem, certo?Eu concordei com a cabeça. E, incrivelmente, eu senti um peso enorme ser retirado dos meus ombros! Contar a verdade, poder compartilhar isso com alguém era… Incrível!Eu vinha experimentando muitas formas de liberdade e era algo que o meu coração e a minha cabeça ainda não estavam prontos para p
ROSA— Você não é a minha mãe, Gini! — Eu sei. Sou sua irmã mais velha.— Nossa… Tão mais velha! — Ainda assim, mais velha — Ela disse e ergueu o nariz — Ah… E mais: respeite-me. Eu tive que gargalhar. — Você é demais!— Eu sei, eu sei! Dias se passaram e Kurt falava agora todos os dias ao telefone comigo. Gini me fez transformar em lobo para que eu pudesse mandar uma foto para ele. Na manhã seguinte à foto, Gini estava toda eufórica.— O que houve? Parece até que ganhou na loteria! — Quase! Eles me aceitaram para participar do show!— Gini, eu não acho…— Eu vou! Sou uma bruxa, o que vai acontecer? Eu vou me dar bem. Além disso, já falei. Não tô lá pela grana. Eu quero ver o tal Rei. Você e eu temos uma aposta, lembra?— Lembro. Ai, ai... Só eu pra apostar uma coisa dessas! — Isso é verdade! O Rei, Rosa! — Ela balançou a cabeça — Quase me sinto culpada por ganhar tão fácil.Coitada da Gini. Eu não contei a verdade a ela, claro. Quando eu contei a Kurt sobre aquela possibilid
KURTDarius me levou até o meu quarto. O mesmo de antes. Ele era um maldito insensível, mesmo! — Espero que se divirta mesmo, Kurt. Se isso for alguma das suas artimanhas…— Eu juro que não é! — Levantei as mãos, me defendendo — Estou aqui apenas para me divertir. — Certo… — Ele disse, meio desconfiado. Não era tão burro, afinal — O jantar será servido em breve. Amanhã vamos ver como você vai se divertir. *** *** *** ***ROSAKurt me avisou de que já estava lá, enquanto Gini e eu ainda estávamos no caminho. Era razoavelmente longe e ela parecia pipoca ao meu lado: estourando. E, claro, super tagarela. — Quando chegarmos lá, ficaremos sem internet e sem celular. É uma das regras. Nada de celulares — Eu disse e Gini concordou. Ela tinha lido as regras. Era uma forma de manter o segredo sobre os lobisomens. — Não me importo. Eu já sei o que eles são e não tenho interesse em compartilhar com ninguém. Não sou dedo duro — Ela falou, com um imenso sorriso nos lábios e uma piscadinha — Q
KURT— Ainda não estou pra isso, Kurt. Eu gostava de Hanna e você sabe. Sim, eu sabia. E aquela vadia o traiu. — Pelo menos diminua a quantidade. Se você encontrasse a sua companheira, não ficaria tão depressivo. — Eu sei. Mas… Não estou pronto — Ele suspirou — Ela pode ser uma vaca cruel que vai apenas me sacanear. Eu não o pressionei mais. Ele era instável e eu não queria que ele ficasse irritado. Todos temos um limite e eu imaginei que Darius andava com o dele bem mais baixo. Como eu sabia? Percebi que vários membros da equipe dos serviçais haviam sumido. Nem quero saber como ele fez, mas eu sei que ele os tinha matado. Depois da nossa conversa, eu fui para o quarto e conversei com o amor da minha vida. Giselle foi inconveniente até nesse momento e teve a audácia de me ligar enquanto eu estava numa ligação de vídeo com Rosa. Já era dia e eu não sabia até agora o que ela queria. Com certeza nada sério, ou Finn já teria entrado em contato comigo. Darius quis praticar esportes c
KURTArco e flecha seria a primeira atividade. Claro que um humano estaria ali, com uma maçã minúscula na cabeça.— Você está matando essas pessoas gratuitamente, Darius. — Eu, não. A pessoa não é obrigada a participar de nada. Elas vêm por livre e espontânea vontade. A ganância delas é maior do que tudo e isso é o que me diverte. Eles morrem pela possibilidade de ganhar uma bolada em dinheiro. Patético. Ele falou de uma maneira descuidada, como se não fosse nada. Ele olhava para a arena com um olhar que eu chamaria de sádico. Bicho ruim! Primeiro, os homens começaram. — Há premiação diferente para homens e mulheres? — Eu perguntei e ele suspirou.— Mmm, não. Eles começam competindo separados, mas na hora da prova final, só pode haver um ganhador. — Mas então por que não os deixa competir juntos desde o início?Darius me lançou um olhar que eu conhecia. Ele estava me chamando de idiota. — Se eles competissem desde o início, muito provavelmente os homens ganhariam logo e não verí