KURTDarius me levou até o meu quarto. O mesmo de antes. Ele era um maldito insensível, mesmo! — Espero que se divirta mesmo, Kurt. Se isso for alguma das suas artimanhas…— Eu juro que não é! — Levantei as mãos, me defendendo — Estou aqui apenas para me divertir. — Certo… — Ele disse, meio desconfiado. Não era tão burro, afinal — O jantar será servido em breve. Amanhã vamos ver como você vai se divertir. *** *** *** ***ROSAKurt me avisou de que já estava lá, enquanto Gini e eu ainda estávamos no caminho. Era razoavelmente longe e ela parecia pipoca ao meu lado: estourando. E, claro, super tagarela. — Quando chegarmos lá, ficaremos sem internet e sem celular. É uma das regras. Nada de celulares — Eu disse e Gini concordou. Ela tinha lido as regras. Era uma forma de manter o segredo sobre os lobisomens. — Não me importo. Eu já sei o que eles são e não tenho interesse em compartilhar com ninguém. Não sou dedo duro — Ela falou, com um imenso sorriso nos lábios e uma piscadinha — Q
KURT— Ainda não estou pra isso, Kurt. Eu gostava de Hanna e você sabe. Sim, eu sabia. E aquela vadia o traiu. — Pelo menos diminua a quantidade. Se você encontrasse a sua companheira, não ficaria tão depressivo. — Eu sei. Mas… Não estou pronto — Ele suspirou — Ela pode ser uma vaca cruel que vai apenas me sacanear. Eu não o pressionei mais. Ele era instável e eu não queria que ele ficasse irritado. Todos temos um limite e eu imaginei que Darius andava com o dele bem mais baixo. Como eu sabia? Percebi que vários membros da equipe dos serviçais haviam sumido. Nem quero saber como ele fez, mas eu sei que ele os tinha matado. Depois da nossa conversa, eu fui para o quarto e conversei com o amor da minha vida. Giselle foi inconveniente até nesse momento e teve a audácia de me ligar enquanto eu estava numa ligação de vídeo com Rosa. Já era dia e eu não sabia até agora o que ela queria. Com certeza nada sério, ou Finn já teria entrado em contato comigo. Darius quis praticar esportes c
KURTArco e flecha seria a primeira atividade. Claro que um humano estaria ali, com uma maçã minúscula na cabeça.— Você está matando essas pessoas gratuitamente, Darius. — Eu, não. A pessoa não é obrigada a participar de nada. Elas vêm por livre e espontânea vontade. A ganância delas é maior do que tudo e isso é o que me diverte. Eles morrem pela possibilidade de ganhar uma bolada em dinheiro. Patético. Ele falou de uma maneira descuidada, como se não fosse nada. Ele olhava para a arena com um olhar que eu chamaria de sádico. Bicho ruim! Primeiro, os homens começaram. — Há premiação diferente para homens e mulheres? — Eu perguntei e ele suspirou.— Mmm, não. Eles começam competindo separados, mas na hora da prova final, só pode haver um ganhador. — Mas então por que não os deixa competir juntos desde o início?Darius me lançou um olhar que eu conhecia. Ele estava me chamando de idiota. — Se eles competissem desde o início, muito provavelmente os homens ganhariam logo e não verí
KURT— Senhor Dumonceau — A guarda feminina o cumprimentou, séria, mas colocando-se em frente à porta. — Preciso falar com uma das participantes — Ele falou secamente e aquilo era contra as regras. Poderia ser visto como trapaça. — Senhor Dumonceau … — É uma ordem — Ele se aproximou da mulher que era mais forte do que muitos homens — Ou a sua cabeça vai rolar, humana. A equipe sabia o que ele era, claro. Ela engoliu em seco e respirou fundo. — Nome? — Perguntou ela, derrotada. — Não sei. Ela tem um cabelo loiro. Bem loiro. Difícil de perder. Com uns negócios coloridos.A mulher pareceu saber de quem se tratava, pelo aceno de cabeça dela, e pediu um momento, enquanto falava com alguém pelo ponto, pedindo que a moça se apresentasse. “— Essa garota tem sorte de eu estar tão cheio de wolfsbane que o meu lobo está mais do que adormecido, ou eu já a teria matado!” — ele disse via mind link. Claro que essa informação de estar envenenado ele não seria tão estúpido em dizer em voz alta
DARIUSAquela… Aquela bruxa miserável! Assim que a vi na arena, eu soube. O cheiro não era exatamente de bruxa, mas eu já sabia do feitiço que algumas usavam para mascarar o cheiro e eu o reconheceria em qualquer lugar. Eu odiava bruxas, com todo o meu coração. A Rainha delas amaldiçoou o meu pai, que morreu de maneira dolorosa. E eu não perdoaria aquilo! Vi minha mãe definhar de tristeza por conta disso. Eles eram companheiros destinados, portanto, de certa forma, a Rainha era a responsável pela morte dela. Pela morte dos meus pais! Porém, aquela loirinha tinha alguma coisa… Eu não saberia explicar no momento em que a vi, tão de longe, porém por mais doloroso que me fosse admitir, eu me senti excitado ao vê-la. Ela tinha as formas perfeitas e eu podia ver o sorriso dela. Droga! Ela não iria me enfeitiçar, não iria! Para o meu azar, ela venceu. Ela conseguiu passar daquela fase, o que significava que ela não iria pra casa tão cedo. Isso é, se eu não descobrisse nenhuma falcatrua da
DARIUSEla ficou parada imediatamente e eu não sei se eu tinha morrido e ido pro paraíso ou não. Meu coração parecia que ia explodir, de tão forte e rápido que estava batendo. Ela abriu a boca para respirar e eu enfiei a língua na boca dela, sem dar chance de ela me rejeitar naquele momento. Bom, ela me mordeu bem forte e eu senti o gosto do meu próprio sangue. Quando eu separei os nossos rostos, ela estava arfando, me olhando de uma maneira estranha, numa mistura de medo e estupefação. — O que… Pensa… Que está… Fazendo?! — Ela perguntou com dificuldade, mas muito raivosa. O rosto da bruxa estava mais corado, e ela ficou ainda mais linda. — Sua boca fala demais, e eu queria ver se era boa para outras coisas, também — Respondi de maneira atrevida. A boca dela se apertou em uma linha fina — Você é minha. Primeiro, ela pareceu confusa e pronta para falar algo, muito provavelmente algum despautério. Depois, o rosto dela empalideceu. Ela tinha entendido. — Isso… — Ela falou e engoliu
KURT— Eu não traí você, Darius. Ela é a sua companheira e isso não tem nada a ver comigo. Ele soltou uma gargalhada de desdém. — Como a encontrou? Huh? Tem algo a ver com a sua amante?Eu respirei fundo. Quando um lobo perde a sua companheira, é normal que ele fique amargo. E Darius já não era um amor, naturalmente. Eu precisava controlar o meu gênio, ou quebraria um dente dele ali mesmo. — Gini é amiga de Rosa, sim. E daí? Gini ficou interessada pelo campeonato e quis participar. Ela enviou o formulário, pagou a taxa e foi isso. Ela não usou magia ou qualquer truque sujo para ser aceita. — Ela veio aqui para me humilhar! Dentro do meu território! — Não, ela veio participar do torneio — Eu insisti. Então, ele me olhou desconfiado — Aparentemente, ela já vinha de olho há algum tempo e nem sabia que você era um lobisomem, até o dia da inscrição. — E como você soube que ela era a minha companheira? — Foi apenas uma sensação. Quando eu a vi pela primeira vez, pensei em você. Não
DARIUSEntão, eu não senti mais a presença de Zairo. Ele estava com raiva e era só isso. Em breve ele voltaria. Se havia uma coisa que ele amava mais do que carnificina, era poder. E ser o Rei dava a ele exatamente o que ele queria. Soltei o ar, cansado. A dor estava mais amena. Fechei meus olhos e a imagem dela não me saía da cabeça. O cabelo perfeito. O rosto perfeito. O sorriso… Maldição! Por que ela tinha que ser uma bruxa? Se fosse ao menos apenas humana, me doeria menos… Mas bruxa? E Pertan. Era o mesmo sobrenome da Rainha ou eu estaria enganado?Abri os olhos e me sentei.Talvez ela não fosse a minha companheira! Talvez aquilo não passasse de um feitiço. Sim… Era bem capaz que fosse algum tipo de armadilha da Rainha das Bruxas! Se Genevieve se tornasse Rainha, a maldita daquela velha poderia me matar e tomar o poder! “Gini” … O madito do Kurt a chamou por apelido. Infeliz! Quem ele pensava que era para chamá-la assim? O nome dela era Genevieve! Ele estava íntimo demais dela!