DARIUSEntão, eu não senti mais a presença de Zairo. Ele estava com raiva e era só isso. Em breve ele voltaria. Se havia uma coisa que ele amava mais do que carnificina, era poder. E ser o Rei dava a ele exatamente o que ele queria. Soltei o ar, cansado. A dor estava mais amena. Fechei meus olhos e a imagem dela não me saía da cabeça. O cabelo perfeito. O rosto perfeito. O sorriso… Maldição! Por que ela tinha que ser uma bruxa? Se fosse ao menos apenas humana, me doeria menos… Mas bruxa? E Pertan. Era o mesmo sobrenome da Rainha ou eu estaria enganado?Abri os olhos e me sentei.Talvez ela não fosse a minha companheira! Talvez aquilo não passasse de um feitiço. Sim… Era bem capaz que fosse algum tipo de armadilha da Rainha das Bruxas! Se Genevieve se tornasse Rainha, a maldita daquela velha poderia me matar e tomar o poder! “Gini” … O madito do Kurt a chamou por apelido. Infeliz! Quem ele pensava que era para chamá-la assim? O nome dela era Genevieve! Ele estava íntimo demais dela!
KURT— Sai de cima de mim! — Eu o empurrei para longe. Ele não estava com o lobo dele. Zairo provavelmente ainda estava com raiva. Só por isso eu não devolvi o ataque.— Você não podia nem esperar, não é? — Darius estava bufando de raiva — Ela não é sua!— E é sua?— eu perguntei. Ele rosnou de novo, porém, Gini se colocou entre nós dois, com os braços abertos. — O que raios você pensa que está fazendo? — Ela perguntou a Darius. Eu conseguia cheirar a raiva dela. — Genevieve, saia! Não sente vergonha de defender o seu amante?— Amante? — Ela perguntou, de forma desdenhosa — E desde quando eu te devo explicações?Os olhos de Darius brilharam, indicando que ele não estava brincando. — Você é minha…— Não sou nada sua! Você me rejeitou. Você e eu não somos nada! — Ela jogou os cabelos para o lado — Além disso, não sou propriedade de ninguém. Pertenço a mim mesma. Darius ficou olhando para ela com a boca aberta, como se não conseguisse acreditar no que estava ouvindo. Uma pena não pod
DARIUS— Espera! — O que foi? — Eu perguntei, irritado. Ela franziu o cenho pra mim e apertou os olhos — Desculpe — Ela não gostou do meu tom e eu me senti mal por isso. Droga de laço! — Eu não vou deixar você me marcar assim — Ela disse e foi como uma facada no meu peito. Mas… Eu a beijei. Ela correspondeu! — Mas… Você é minha, droga! O mais normal é que eu te marque. Assim, qualquer macho vai pensar duas vezes antes de se aproximar de você! — Não — Ela inspirou fundo — Eu ainda sou uma bruxa. Isso não mudou. Ah, isso. Ela era uma bruxa. E do Demonic Blood! Minhas suspeitas sobre o nome dela não estavam erradas. Ela estava ligada diretamente à Rainha! — A sua mãe é… — Agnes. E minha avó… Bridget.Inferno! A avó dela foi a vaca que…. Mas Genevieve… Agora que eu tinha beijado aqueles lábios perfeitos, suculentos, a segurado em meus braços, eu não podia simplesmente deixá-la ir!— Você me quer? — Eu perguntei. Por favor, me queira! — Em um momento, você me rejeita. Agora, depoi
DARIUS— E eu tô no caminho de quem?Ela me olhou em descrença, como se eu estivesse me fazendo de desentendido. O que eu não estava! — Larga de ser sonso! — Ela falou, soltando-se de mim. Olha, ninguém falava assim comigo! Mas maldição! Eu não consegui fazer nada além de apertar os lábios, por uns segundos. — Sonso? — eu me aproximei mais dela de forma lenta, tentando parecer ameaçador, mas ela nem pareceu perceber, ou se incomodar. Então, eu tive que tomar providências. Eu a peguei no colo e a prendi contra a árvore. — Eu sou sonso, bruxinha?Genevieve soltou um som de quem foi pega de surpresa, mas não gritou, e não desviou os olhos dos meus. Ainda passou os braços pelo meu pescoço. — Sim! — ela respondeu, mas eu vi a mudança tanto na expressão facial quanto no cheiro dela, quando eu pressionei o meu quadril contra ela. Genevieve engoliu em seco. — Você sabe do que estou falando!Eu não podia negar que o jeitinho afrontoso dela era charmoso e me dava tesão. — Acho bom você me l
GINIAquele… Aquele idiota! Aargh! Aah, que raiva! Ele era lindo, gostoso, cheirava super bem… Rosa tinha dito que ele e Kurt eram muito parecidos. E… Eu não achava! Pra mim, Darius era absolutamente único. Mas era um imbecil! E eu fui fraca, deixei ele encostar em mim! Deixei ele colocar as mãos grandes e fortes… Não, Gini! Ele não vale a pena! Veio cheio dos carinhos, querendo me marcar e me chamando de Rainha, mas foi só receber um “não” pra ser um imbecil de novo e me colocar no patamar de “inimigo”. Assim que entrei no quarto, Rosa se levantou e veio me confortar. Ela sempre sabia quando eu estava mais triste do que zangada. — Gini, o que foi? Ele te machucou?— Como sabe que eu estava com Darius?— O cheiro. Eu não sei qual o cheiro do rei em específico, mas ele é o Rei e ele tem um marcador para isso. Ah, sim, claro. Ela era lobisomem, eu não. Contei tudinho a ela e sabe o que ela fez? Ela riu. Ela riu!— Rosa! Como pode rir disso?— É que… Gini, ele é apenas muito teimos
KURT— Genevieve! — Até onde eu sei, ela é minha amiga e não é nada sua. Afinal, você a rejeitou. Logo, primo, eu tenho mais direito de colocar apelidos nela do que você. Eu vi o pomo-de-adão dele subir e descer, como se ele estivesse com dificuldade de engolir o que eu tinha acabado de dizer. Ele merecia.— Ela estava nos meus braços. Ela me queria! Daí, ela disse não! E sabe por que, primo? — Ele mostrou os dentes, mas não eram presas. Zairo não estava ali, era óbvio — Ela quer que eu ceda às suas exigências. — Darius, eu não pedi nada a Gini, mas…— Genevieve!— … você tendo a sua fêmea, pode ter bebês seus. Por que me prender num casamento infeliz? Eu também quero poder amar a minha companheira! Ter os meus filhotes com ela!Eu ignorei a interrupção dele. Eu a chamaria de Gini e pronto! Ela queria ser chamada assim, já que se apresentou para mim daquela maneira. E eu respeitava mais a ela do que a ele. — Não terei bebês com uma bruxa — Ele disse fazendo careta e eu revirei os
KURTEu falei baixinho. Sendo quase um anfitrião, também, eu não podia torcer abertamente por ela. Darius não retornou. Onde raios ele poderia ter se metido?Havia um momento, quando os barcos deveriam ser atracados, que os participantes precisariam nadar. E ali era a última parte da prova. Sobreviver sem a carcaça do barco. Gini estava quase lá e eu percebi como o barco dela não estava sendo atingido por nada, mas era sempre quase. Darius não mexia com água, não que eu soubesse. Então… Para mim, era óbvio que alguém estava livrando a bruxa de problemas, mas como?Ela atracou o barco e pulou na água. Mais um animal. Atrás dela. Rosa me disse que não teria coragem de assistir aquilo, por isso, ficou no quarto. E eu estava com o coração na boca. — Vai logo! Ela foi puxada para baixo. Gini… Foi… Puxada para baixo. Ela tinha sumido!*** *** *** ***GINIAquela prova estava muito estranha! Eu via as coisas se aproximando de mim, mas… Nada me atingia! O meu barco ainda estava intacto e,
KURT“— É ela!” — Thorin despertou, e ele estava ficando mais do que agitado. “— Mate! Nossa companheira, nossa mate, está aqui!”“— Calma!” — eu o alertei, sendo que eu tinha que dizer aquilo para mim mesmo. Rosa era, sim, a minha companheira! Mas… E se eu a visse? “— Temos que sair daqui.” Se eu não me afastasse enquanto ainda tinha controle sobre mim mesmo, eu poderia colocar tudo a perder. Rosa era preciosa demais para que eu fodesse com tudo. “— Não!” — Thorin gritou, chorando. “—Marque a nossa companheira. Mate o rei. Mate todos!” “—Não! Eu não quero uma guerra! Calma. Tudo no seu tempo. E Rosa me pediu para não começar uma chacina.”Usando o que ainda me restava de juízo, eu saí dali pela porta dos fundos, em meio a vários funcionários reclamando sobre a minha presença onde não me cabia. Eu corri o mais rápido possível de volta para o castelo. Eu não assistiria mais droga de prova nenhuma! Aquilo não era o meu tipo de diversão, de todos os jeitos! Eu só fui ali para tentar