ROSAGarotinha? Eu era assim tão insignificante?— Xerife, eles que encrencaram com a gente! — Ele virou a cabeça para olhar para Gini, que ainda segurava a bicicleta dela. E, pelo que notei, as mãos dela tremiam. Provavelmente raiva — Ele agarrou meu braço. Olha só! Ela levantou o braço para mostrar os dedos do jovem, mas o Xerife não se deu ao trabalho.— Eu sugiro que vocês obedeçam às regras, ou poderão encontrar outras acomodações aqui. E verão o sol nascer quadrado.Eu olhei para Gini, que lutava contra as lágrimas que estavam enchendo os olhos dela, porém, eu não via ali tristeza, mas sim raiva. — Perdão — Ela falou a contragosto e olhou os rapazes — Isso não voltará a acontecer — Eu poderia dizer que Gini estava prometendo que se vingaria, caso eles se aproximassem da gente, de novo.O Xerife concordou com a cabeça. — Podemos ir, Xerife? — Eu perguntei e ele me olhou de cima a baixo, com uma expressão que eu não soube ler. Não era exatamente confusão, mas algo parecido. —
ROSA— É que… Humanos normalmente não são muito receptivos com lobisomens. A sua amiguinha sabe?— Não — Eu neguei com a cabeça, para enfatizar — Mas ela, apesar de não ser uma de nós, também já foi excluída da sociedade daquela cidadezinha. — Ela não é lobisomem, mas… — Mas o que? — Eu perguntei, curiosa. O olfato dele era muito superior ao meu, é claro. — Ela… Não sei explicar. Mas ela tem um cheiro estranho. Não é ruim, só que… É estranho. Diferente. — Eu não percebi nada. — Talvez seja porque ainda não está com o seu lobo, senhora Rosamund. Tem coisas que a gente só consegue cheirar quando o lobo está conosco — Ele disse e me olhou. Então sorriu — E você poderá saber do que falo em breve. Eu olhei para baixo, sentindo um sorriso nos meus lábios.— Mas… E se eu não tiver lobo?Sim, eu tinha sido rebaixada a ômega, porém, eu ainda tinha sangue Beta. Tive esperanças de que talvez eu fosse florescer mais cedo, porém, isso não ocorreu. — Você tem sim, senhora Rosamund. Eu sei d
KURT— O quê? Do que está falando? Pra quem?Ela me olhou com confusão e isso me deixou com mais raiva ainda! Ela não tinha nem consciência? — Você empurrou a ômega de propósito, Giselle. Olhe toda essa comida espalhada pelo chão! — Eu a olhei profundamente e pude ver que o terror estava se apoderando de Giselle — Aria! Aria não demorou nada a chegar e olhou para a comida, mas logo se virou para mim. — Sim, Alfa?— Traga os utensílios, por favor. A nossa Luna vai dar o exemplo da mais pura humildade. — O que… O que disse? — Giselle perguntou e olhou para Aria, que também parecia confusa. — Faça o que eu digo, Aria — Não precisei falar uma segunda vez — E você, Giselle, eu aconselho que tire esses anéis, e essa pulseira, ou vai acabar perdendo-os ou se machucando. — Eu não..Usei a minha aura Alfa sobre ela e não havia escapatória. Ela era minha esposa e, ainda que não fosse marcada por mim, ela precisou jurar lealdade ao bando, desprendendo-se do pai dela de uma vez por todas. S
ROSA— Desculpa, Rosa — Gini disse antes mesmo de eu fechar a porta atrás de mim. Ela estava sentada no balcão, olhando para baixo e balançando as pernas — A minha avó às vezes pega pesado. Perdão. — Você não tem clientes mesmo, não é? — Eu perguntei e ela ergueu o olhar — Eu estou só te dando despesa. — Não, Rosa! — Ela saltou do balcão e veio em minha direção — Não é isso! Eu tenho clientes, eles só… Não vem aqui. Eu franzi o cenho. — Gini, se os seus clientes não vêm até a loja, por que você não mantém um negócio na internet? Não seria melhor do que manter esse lugar?— A loja é minha, Rosa. Os dois andares. Eu moro lá em cima — Ela apontou pro alto — Isso aqui não é alugado. A despesa que tenho com esse lugar é ínfima. Vale mais a pena estar rodeada de livros do que sentada na frente do computador. Eu conseguia concordar com aquilo. — Mmm… Quer que eu limpe a loja, então? Eu sei que ela tá super limpa, mas… Eu preciso fazer jus ao meu salário. — Rosa… Eu prefiro que me faça
ROSAEu apertei os olhos para ela. — Mas aí não é mais surpresa se você tá me dizendo que vai mesmo fazer uma festa. — Vamos lá, Rosa, não estrague a vibe! — Ela fechou os olhos, fingindo irritação.— Em três dias. Eu fui embora depois disso e os próximos dois dias foram tranquilos, sem intercorrências. Sem visitas na loja. De nenhuma espécie, mesmo! No fim de semana, fomos ao shopping e, francamente, não ficamos muito tempo. O local era estranho, muita gente e, sem qualquer surpresa, as pessoas nos olhavam esquisito. — Vamos tomar um sorvete e ir pra casa. Esse povo não vale a nossa companhia. E no nosso precioso sábado! — Gini sorriu para mim e me arrastou para o mercadinho. Compramos sorvete e ela foi lá pra casa. Eu não tinha uma TV, então, Gini e eu assistimos um filme pelo celular dela, mesmo. Mais uma experiência para a minha lista de novidades. Gini é a irmã que eu sempre quis ter. Na manhã do meu aniversário, eu acordei com o meu celular tocando e pensei que era Gini,
KURTA menina era… Como eu posso dizer? Brilhante? Deve ser a personalidade dela, supercontente, alegre e eu podia sentir dali que ela realmente gostava da minha Rosa. Isso me alegrou. Ao menos ela não ficaria tão solitária sem mim. Por enquanto. O loiro dos cabelos dela era diferente. Eu já tinha saído do bando várias vezes, andado pelos locais humanos, por outros bandos e aquele tom de loiro, que não chegava a ser platinado, mas quase… Eu não sei explicar. Era diferente. O jeito dela me lembrava uma adolescente, pois os cabelos estavam cheios de mechas coloridas e as roupas eram alegres, mas Rosa me disse que a garota tinha vinte e três anos.Os olhos eram de um azul com verde, eu fiquei meio confuso. Foi engraçado, mas eu só consegui pensar em Darius quando olhei para ela. Não, obviamente eles não tinham nada em comum, nem fisicamente e muito menos na personalidade — se aquele desgraçado fosse parecido com ela eu não estaria em apuros, agora — Mas… Seria interessante vê-los um per
ROSAEu arregalei os olhos. — Você lê os meus pensamentos?— Claro. Eu sou a sua mãe. Como eu não saberia o que se passa nessa sua linda cabecinha?— Mãe? — Eu perguntei. Não, ela não era a minha mãe, a não ser… — S-Selene?Ela sorriu mais abertamente. Certo, eu estava alucinando. — Não, meu bem. Você não está alucinando. Eu vim visitar você, porque é a hora. — Ninguém nunca comentou que a gente lhe vê quando se transforma. Nem na primeira vez.— Mas não me veem. Apenas aqueles que são escolhidos vem até aqui quando chega a hora de se transformarem. — Escolhidos? Eu sou uma escolhida? — Eu não entendia nada, mesmo. A única possibilidade era que alguma coisa muito louca estava acontecendo. Eu juro que não usei drogas, nem bebi. Talvez eu tivesse morrido…— Sim, escolhida. Não, você não morreu. Veja… Ela me ofereceu um espelho e primeiro, eu não vi nada diferente. Era eu. Apenas eu. Ela fez menção para que eu voltasse a olhar no espelho. Dessa vez, o reflexo tinha algo de diferen
ROSASelene balançou a cabeça, negando. — Não. Mas temos uma relação muito próxima. Agora eu vou enviá-la de volta. Não conte a ninguém. Nem mesmo a Kurt. Ele está sendo vigiado. — Eu posso… Posso perguntar algo? — Eu questionei, com medo. — Pergunte. — Ele e eu…?— Sim. Vocês são companheiros. Ele não tem os genes despertos, mas ele também descende de mim.— Assim como o Rei…— Exatamente. Você não o viu ainda, mas ele e Kurt são muito parecidos. Tenha paciência. Darius é um pouco difícil. Mas… Mantenha Gini com você. Principalmente perto do Rei.— Ela vai me proteger dele?— Definitivamente. Gini está ligada a você pelo destino. Ela vai proteger você de tudo. A vida dela está atrelada à sua — Selene sorriu — E o Rei também está ligado a ela.Eu não conseguia acreditar em tudo o que eu estava ouvindo. Eu era descendente de Selene? Mas... Eu sempre fui tão insignificante... Como poderia eu ser uma descendente da entidade mais poderosa da nossa espécie? — Agora vá. Finn está terr