Beatriz ouviu Aaron chamá-la, então primeiro passou o cartão e pegou o recibo antes de se aproximar. — Beatriz, Vera quer comprar umas roupas pra Rodrigo, Dá uma força pra ela aí. — Mal terminou de falar, Aaron se tocou da besteira: — Espera aí, talvez Beatriz não possa ajudar muito, eles mal se conhecem.Aaron não sabia que Rodrigo e Beatriz se conheciam, isso nunca tinha vindo ao público.Vera lançou um olhar para ele e sorriu: — Relaxa, Aaron. Beatriz conhece Rodrigo sim. Me ajuda aí, Beatriz? Tô perdidinha com os tamanhos.Beatriz fez que sim com a cabeça. Ela nem entrou na parte de escolher cores ou estilos, só pegou um tamanho.— Pode usar esse tamanho como referência.— Obrigada.— De nada. Se não precisa de mais nada, vou nessa.Aaron ficou para ajudar Vera com as compras, e Beatriz voltou para casa de carro. As roupas que compraram no shopping iam mandar direto pra casa de Aaron.Ela já tinha medido a cintura dele. Com as mãos.Os dois já tinham transado, então ela sabia bem
Beatriz olhou ao redor, mas não encontrou o homem. Ele provavelmente já tinha ido embora. Beatriz devolveu o capacete e a moto pra moleque: — Valeu.— Você pode me passar seu contato. — Perguntou o garoto, meio tímido.Beatriz só deu um sorrisinho, entrou no carro, acenou e foi embora.Enquanto isso, Rodrigo entregou o capacete para o Assistente Martins, acendeu um cigarro com um ar preguiçoso e entrou no carro.Assistente Martins olhou pro braço do chefe, sem poder fazer nada. O braço nem tinha sarado direito e o cara já tava pilotando a moto.Eles tinham encontrado Beatriz na estrada por acaso e a seguiram até o Autódromo José Pace. Não imaginavam que ela iria pilotar uma moto pesada. É raro ver alguém pilotando essas motos pesadas. São difíceis de controlar.Rodrigo deu uma tragada e exalou a fumaça devagar, olhando para a silhueta da mulher que entrava no carro ao longe. Ele segurou o cigarro entre os dedos, perdido em pensamentos.— Chefe, a Vera ligou pra você. — Lembrou o Assis
Aaron segurou o queixo de Beatriz.Olhou pra um lado, pro outro.Beatriz fechou a cara: — Pode soltar? Isso é assédio no trabalho.Aaron soltou o queixo dela, obedientemente, e chegou a uma conclusão: — Quem diria, Beatriz... Você é mesmo uma daquelas que só pensam em romance, né?O ex-marido nem liga pra ela, e, mesmo assim, ela continua trazendo café da manhã com carinho. Se isso não é ser cega de amor, o que é?Beatriz respirou fundo, soltou uma risada fria e, de má vontade, entregou os documentos para ele: — É, sou louca de amor mesmo. Tem reunião às nove e meia.Aaron franziu a testa: — Quem foi o idiota que marcou reunião às nove e meia? Logo de manhã, o cérebro ainda tá no modo soneca.Às vezes Beatriz não entendia como Aaron virou presidente. Nasceu com o cu virado pra lua.Aaron xingou baixinho, pegou os papéis e saiu correndo pra trabalhar.Beatriz foi comprar um café na cafeteria em frente à empresa.Mal saiu da cafeteria, viu Jean parado do lado de um carro preto.Ele veio
Jean abriu a porta e sentou no banco do motorista. Ouviu Lucas falar friamente lá atrás: — Liga pra Aaron. Quero marcar uma reunião com ele.De qualquer jeito, Beatriz não podia ficar ali.Lucas pensou na Camila, pensou na filha.Quando Aaron recebeu o convite de Lucas, ergueu a sobrancelha, achando estranho.Lucas chamando ele pra conversar? Essa era nova.— Diga a ele que às sete da noite estou disponível. — Aaron desligou o telefone.Laura, ao receber a ligação de Beatriz, foi direto para o camarote do bar onde Beatriz estava. Quando entrou, viu uma garrafa vazia sobre a mesa. Só uma garrafa, ainda bem.A bebida nem era tão forte, Beatriz ainda tava lúcida.— Bia, o que houve? — Laura cutucou o braço de Beatriz: — Afogando as mágoas na bebida?Beatriz levantou uma sobrancelha e deu um sorriso: — Não é mágoa, é só pra relaxar.Ela só não entendia por que o Lucas queria que ela saísse dali de repente.Tava chateada.Ela não ia sair de jeito nenhum. Sair significava deixar Camila se s
Aaron: [Se eu te demitir, o Presidente Moreno prometeu me dar uma margem de 10% no novo projeto de parceria.]Beatriz viu a mensagem e respondeu apenas: [Caramba, eu valo mesmo.]Ela sentia que algo tinha acontecido, algo que fez Lucas querer expulsá-la de lá de repente. Mas ela não sabia o que era.Do outro lado, Aaron leu a resposta de Beatriz e olhou pra Lucas com um sorrisinho: — Vou pensar e te dou a resposta depois.Ele guardou o celular no bolso, levantou e olhou de lado pra Lucas: — Beatriz te conhecer foi mesmo um azar dos diabos pra ela.Lucas manteve a expressão indiferente, sem demonstrar nenhuma emoção.Aaron deu uma risada irônica e saiu.Logo após a saída de Aaron, Lucas se levantou e pegou o copo sobre a mesa, jogando-o com força no chão. O copo se estilhaçou instantaneamente.Jean entrou na sala e, ao ver os cacos de vidro no chão, falou: — Presidente, Camila ligou pra você.Lucas franziu a testa e respondeu friamente: — Diga a ela que não volto para casa hoje à noite.
O Assistente Martins não se atreveu a dizer mais nada. — Vera está lá fora. — Ele finalmente disse: — Ela disse que quer te convidar para ir ao festival de música.O festival de música é um evento tradicional por aqui, realizado apenas uma vez a cada três anos. Vera nunca havia participado antes porque estava sempre no exterior, mas quando ouviu amigos mencionando, decidiu que queria conferir.Laura e Beatriz também estavam no festival. As duas usavam tiaras com laços de borboleta na cabeça enquanto se moviam pela multidão.— Bia, aqui está bem mais animado que o bar, né? — Laura teve que berrar pra Bia ouvir.— É, bem animado. — Beatriz respondeu.— Peraí que o melhor ainda tá por vir, vai rolar show de fogos no final!Bia deu uma olhada em volta e do nada ficou paralisada.No meio da multidão, ela avistou Rodrigo ao lado de Vera, que estava toda radiante. Vera, toda ousada, tava rindo e tentando enfiar um lacinho na cabeça dele.Ele virou a cara e ela não conseguiu.Vera riu alto e
No dia do aniversário de casamento, Beatriz Silva foi sozinha ao ginecologista. No hospital, ela encontrou seu marido abraçando seu amor. Ela estava encostada no peito do homem e, com uma voz suave, disse:— Lucas, obrigado por me acompanhar ao hospital para ver minha cólica menstrual.O marido, cheio de carinho da sua amor, então pediu a Beatriz para comprar chocolate. Beatriz de repente sorriu. Sua mão se afastou da barriga. Que coincidência, ela estava pensando em mudar de hospital para fazer um aborto.Beatriz estava no hospital para abortar. Ela esperou na fila para ser chamada por doutor. Ao redor, havia vários casais sentados, esposas grávidas acompanhadas por seus maridos. Isso fazia ela, sozinha ali para abortar, parecer um pouco triste.Dois meses atrás, ela havia acompanhado Lucas Moreno em uma viagem de negócios. Participaram de uma festa e ela acabou bebendo demais. Quando acordou na manhã seguinte, estava sozinha na suíte do hotel. O quarto era bagunçado, indicava o sexo
Beatriz estacionou o carro à beira da estrada. Quanto à questão da gravidez de Lucas, ela negou com calma:— Não estou grávida, só tive alguns desconfortos intestinais nos últimos dias.Lucas, apoiado no guarda-roupa, olhou com indiferença e zombou: — Beatriz, é melhor você não tentar me enganar. Hoje em dia, estar grávida para garantir uma posição de esposa rica não está na moda.O coração de Beatriz deu um leve solavanco com o que ele estava pensando dela. Ela tocou suavemente sua barriga ainda plana e disse com serenidade: — Presidente Lucas, como eu poderia estar grávida? Usamos preservativo naquela noite, deve ser de boa qualidade, sem falhas.Lucas arqueou a sobrancelha e ficou em silêncio.Pela manhã, houve uma reunião na empresa que durou metade do dia. Ao meio-dia, Beatriz levou café preparado para o escritório. Ela colocou os documentos pedidos por Lucas sobre a Brasiluxe Entretenimento na mesa.Seus olhos passaram pelos documentos da Brasiluxe. O Grupo Moreno nunca havia e