O Assistente Martins não se atreveu a dizer mais nada. — Vera está lá fora. — Ele finalmente disse: — Ela disse que quer te convidar para ir ao festival de música.O festival de música é um evento tradicional por aqui, realizado apenas uma vez a cada três anos. Vera nunca havia participado antes porque estava sempre no exterior, mas quando ouviu amigos mencionando, decidiu que queria conferir.Laura e Beatriz também estavam no festival. As duas usavam tiaras com laços de borboleta na cabeça enquanto se moviam pela multidão.— Bia, aqui está bem mais animado que o bar, né? — Laura teve que berrar pra Bia ouvir.— É, bem animado. — Beatriz respondeu.— Peraí que o melhor ainda tá por vir, vai rolar show de fogos no final!Bia deu uma olhada em volta e do nada ficou paralisada.No meio da multidão, ela avistou Rodrigo ao lado de Vera, que estava toda radiante. Vera, toda ousada, tava rindo e tentando enfiar um lacinho na cabeça dele.Ele virou a cara e ela não conseguiu.Vera riu alto e
— Olhe bem essa foto. O motorista que bateu na Beatriz é mesmo esse homem aí.Os olhos de Lucas ficaram fixos no rosto de Camila, que soltou um breve grito de surpresa.— Que coincidência é essa?— Cê tá desconfiando que fui eu? Que eu o mandei atropelar a Beatriz?Camila olhou para Lucas, completamente incrédula, enquanto as lágrimas começavam a escorrer incontrolavelmente.— Como você pode desconfiar de mim assim? Só por causa de uma foto? Eu nem conheço esse cara!Ela mordeu os lábios vermelhos e se virou para sair da sala, parando na porta para dizer com a voz embargada: — Por que eu mandaria alguém bater na Beatriz? Vocês já estão divorciados, não ia me trazer nenhum benefício.A porta do escritório se fechou com força, e Lucas esfregou a testa, tentando entender por que Camila faria uma coisa dessas.Seria que alguém tivesse tirado a foto de propósito para mexer com ele?Depois que Camila saiu, entrou no carro e apertou o botão para subir a divisória.O olhar dela ficou frio em
Beatriz se levantou em um pulo e deu um tapão na cara da Camila, com força.Camila ficou toda zonza, o ouvido zunindo.— Camila, a garota nessa foto é você, não é? — Beatriz falou friamente. — Veio me mostrar essa foto pra dizer que tem dedo seu naquele acidente, é?Camila segurou o rosto, tentando se explicar: — O acidente não tem nada a ver comigo. Eu só queria te mostrar que não conheço esse cara. Naquela época, fui até lá pra comprar um violino pro Lucas, e alguém acabou tirando essa foto de mim pedindo informação pra esse homem.— Isso mesmo, que coincidência? — Beatriz falou com um tom irônico, a cara fechada.Ela sempre soube que Camila estava metida nessa história do acidente. Mas não tinha prova nenhuma. Mesmo com essa foto, a polícia não ia poder usá-la como evidência.Por isso que desde que acordou do acidente, Beatriz estava planejando fazer Camila perder tudo que ela mais gostava, devagarinho.Ela armou todo esse esquema de se aproximar do Lucas só para deixar Camila doid
Rodrigo voltou para Gramado.Vera estava sentada no sofá, com os longos cabelos soltos, segurando um teste de gravidez na mão, visivelmente ansiosa.Rodrigo olhou para o teste, dois risquinhos. Positivo.Ele se sentou no sofá, cruzando as pernas, com um ar meio despreocupado: — E aí, o que pensa em fazer?Vera estava meio aérea. Mordeu o lábio e falou: — Sei lá.Rodrigo lançou um olhar para ela: — Amanhã, vou levá-la ao hospital fazer os exames.— Tá bom. — Vera puxou os lábios, tentando sorrir, mas não conseguia. Essa gravidez veio do nada.Rodrigo a mandou subir e descansar. Quando Vera chegou no primeiro degrau, ela se virou de repente e disse: — Quero ficar com esse bebê.Ela apertou os lábios com força.— Você tem certeza? Esse filho vai nascer sem pai.Vera mordeu os lábios com mais força.— E seus pais não vão curtir muito essa ideia.Rodrigo analisou a situação com calma.Vera sabia que a família dela não ia deixá-la ter filho sem casar, mas ela tinha que manter esse bebê
Beatriz estava determinada a se vingar, nem ferrando que ela ia desistir agora. Ela só se sentia que ainda precisava ficar mais forte.Aaron, com as mãos nos bolsos, deu uma olhada rápida nela:— Faz um café, e às dez temos uma reunião no Grupo Moreno.Beatriz deixou de olhar para ele, fez o café, e o colocou sobre a mesa numa boa.Aaron desabotoou a camisa, revelando a pele bronzeada, e levantou os olhos:— Beatriz, se não quiser ir, pode falar.Beatriz arqueou uma sobrancelha:— Por que eu não iria? É o meu trabalho.Ela saiu do escritório sem dizer mais nada.Aaron, observando a postura confiante dela, concluiu que não precisava se preocupar.Chegando na porta da sala de reuniões do Grupo Moreno, Lucas viu Beatriz ao lado de Aaron e franziu levemente a testa. Ele olhou para Aaron.Aaron soltou um sorriso:— Por que o senhor tá me olhando assim de repente? Que foi?Lucas respondeu com indiferença:— Nada, não.Todos entraram na sala.Aaron, para essa reunião no Grupo Moreno, fez que
O carro preto seguia devagar no meio do trânsito, que estava uma bagunça por causa do horário de pico.Lucas tá lá, respondendo uns e-mails, mas não tira da cabeça a cena da Beatriz ajeitando a gravata do Aaron. Seus lábios finos se comprimiram, uma pontinha de irritação surgindo.O toque do celular quebrou o silêncio. Ele olhou o identificador de chamadas e atendeu.— Lucas, vou pra Cidade J pra fazer um auê do meu CD. Cuida da nossa filha, tá? — A voz da Camila soou suave do outro lado da linha.Lucas sabia que ela ainda estava chateada, chateada por ele ter achado que ela poderia ser tão maldosa.— Certo. — Ele respondeu de forma simples.Camila ouviu a resposta e foi rápida em desligar.A empresária que estava ao seu lado percebeu o mau humor de Camila e perguntou:— O que houve?— Nada demais. — Camila respondeu, tentando manter a compostura.Naquele exato momento, um funcionário apareceu com um buquê de rosas: — Sra. Oliveira, este é o presente do Sr. Moreno pra senhora.A cara d
Ela se levantou, saiu do evento segurando o cartaz de fã e o jogou fora à lixeira. Beatriz apertou os olhos, olhando para o céu — o clima estava ótimo. Ela pegou o celular do bolso e discou um número.— Senhora Gonçalves, sou a Aurora. — Beatriz falou enquanto caminhava pela rua. — Tenho umas músicas novas aqui. Tá a fim de comprar os direitos? Só pra você.Mafalda estava ali, quebrando a cuca sobre o futuro, quando recebeu um número desconhecido. Quando ouviu o que a pessoa do outro lado disse, um sorriso de alegria surgiu em seu rosto:— Claro, eu aceito. — Respondeu animada.Ao ouvir a resposta, Beatriz sorriu e fez uma brincadeira:— Precisa que eu vá comprar um anel?As orelhas de Mafalda ficaram ligeiramente vermelhas, a risada do outro lado era encantadora e sedutora.Beatriz disse:— Vou te mandar um endereço, até amanhã.— Tá, combinado. Até amanhã!Mafalda desligou e virou para Margarida: — Ei, Margarida, belisque-me aqui.Ela chegou perto para Margarida beliscar a bochec
Rodrigo se sentou, bem ao lado da Beatriz.Eles começaram a jogar cartas.Depois de três rodadas, deram um tempo.Trocaram de mesa, e o garçom trouxe comidas e bebidas.Aaron pegou a garrafa e lhes serviu o vinho pessoalmente. Depois, Beatriz, como secretária, assumiu o papel de servir as bebidas.Enquanto eles batiam papo, ela ficou na dela.— Não precisa servir mais, obrigado. — Aaron recusou de forma relaxada.Beatriz começou a comer. Ela ainda não tinha jantado.De vez em quando ela tomava um gole, e percebeu Rodrigo olhando para ela.Ela deu um sorrisinho e baixou o olhar. Rodrigo largou a faca e se recostou na cadeira, observando Beatriz com curiosidade. O vestido colorido que ela usava destacava seu pescoço, deixando-a ainda mais elegante. Ele a achou deslumbrante.Beatriz, claro, não fazia ideia do que Rodrigo estava pensando sobre ela. Quando sentiu que já estava satisfeita, parou de comer.O celular do Rodrigo, que estava em cima da mesa, tocou. Era Vera.Beatriz desviou