Rodrigo voltou para Gramado.Vera estava sentada no sofá, com os longos cabelos soltos, segurando um teste de gravidez na mão, visivelmente ansiosa.Rodrigo olhou para o teste, dois risquinhos. Positivo.Ele se sentou no sofá, cruzando as pernas, com um ar meio despreocupado: — E aí, o que pensa em fazer?Vera estava meio aérea. Mordeu o lábio e falou: — Sei lá.Rodrigo lançou um olhar para ela: — Amanhã, vou levá-la ao hospital fazer os exames.— Tá bom. — Vera puxou os lábios, tentando sorrir, mas não conseguia. Essa gravidez veio do nada.Rodrigo a mandou subir e descansar. Quando Vera chegou no primeiro degrau, ela se virou de repente e disse: — Quero ficar com esse bebê.Ela apertou os lábios com força.— Você tem certeza? Esse filho vai nascer sem pai.Vera mordeu os lábios com mais força.— E seus pais não vão curtir muito essa ideia.Rodrigo analisou a situação com calma.Vera sabia que a família dela não ia deixá-la ter filho sem casar, mas ela tinha que manter esse bebê
Beatriz estava determinada a se vingar, nem ferrando que ela ia desistir agora. Ela só se sentia que ainda precisava ficar mais forte.Aaron, com as mãos nos bolsos, deu uma olhada rápida nela:— Faz um café, e às dez temos uma reunião no Grupo Moreno.Beatriz deixou de olhar para ele, fez o café, e o colocou sobre a mesa numa boa.Aaron desabotoou a camisa, revelando a pele bronzeada, e levantou os olhos:— Beatriz, se não quiser ir, pode falar.Beatriz arqueou uma sobrancelha:— Por que eu não iria? É o meu trabalho.Ela saiu do escritório sem dizer mais nada.Aaron, observando a postura confiante dela, concluiu que não precisava se preocupar.Chegando na porta da sala de reuniões do Grupo Moreno, Lucas viu Beatriz ao lado de Aaron e franziu levemente a testa. Ele olhou para Aaron.Aaron soltou um sorriso:— Por que o senhor tá me olhando assim de repente? Que foi?Lucas respondeu com indiferença:— Nada, não.Todos entraram na sala.Aaron, para essa reunião no Grupo Moreno, fez que
O carro preto seguia devagar no meio do trânsito, que estava uma bagunça por causa do horário de pico.Lucas tá lá, respondendo uns e-mails, mas não tira da cabeça a cena da Beatriz ajeitando a gravata do Aaron. Seus lábios finos se comprimiram, uma pontinha de irritação surgindo.O toque do celular quebrou o silêncio. Ele olhou o identificador de chamadas e atendeu.— Lucas, vou pra Cidade J pra fazer um auê do meu CD. Cuida da nossa filha, tá? — A voz da Camila soou suave do outro lado da linha.Lucas sabia que ela ainda estava chateada, chateada por ele ter achado que ela poderia ser tão maldosa.— Certo. — Ele respondeu de forma simples.Camila ouviu a resposta e foi rápida em desligar.A empresária que estava ao seu lado percebeu o mau humor de Camila e perguntou:— O que houve?— Nada demais. — Camila respondeu, tentando manter a compostura.Naquele exato momento, um funcionário apareceu com um buquê de rosas: — Sra. Oliveira, este é o presente do Sr. Moreno pra senhora.A cara d
Ela se levantou, saiu do evento segurando o cartaz de fã e o jogou fora à lixeira. Beatriz apertou os olhos, olhando para o céu — o clima estava ótimo. Ela pegou o celular do bolso e discou um número.— Senhora Gonçalves, sou a Aurora. — Beatriz falou enquanto caminhava pela rua. — Tenho umas músicas novas aqui. Tá a fim de comprar os direitos? Só pra você.Mafalda estava ali, quebrando a cuca sobre o futuro, quando recebeu um número desconhecido. Quando ouviu o que a pessoa do outro lado disse, um sorriso de alegria surgiu em seu rosto:— Claro, eu aceito. — Respondeu animada.Ao ouvir a resposta, Beatriz sorriu e fez uma brincadeira:— Precisa que eu vá comprar um anel?As orelhas de Mafalda ficaram ligeiramente vermelhas, a risada do outro lado era encantadora e sedutora.Beatriz disse:— Vou te mandar um endereço, até amanhã.— Tá, combinado. Até amanhã!Mafalda desligou e virou para Margarida: — Ei, Margarida, belisque-me aqui.Ela chegou perto para Margarida beliscar a bochec
Rodrigo se sentou, bem ao lado da Beatriz.Eles começaram a jogar cartas.Depois de três rodadas, deram um tempo.Trocaram de mesa, e o garçom trouxe comidas e bebidas.Aaron pegou a garrafa e lhes serviu o vinho pessoalmente. Depois, Beatriz, como secretária, assumiu o papel de servir as bebidas.Enquanto eles batiam papo, ela ficou na dela.— Não precisa servir mais, obrigado. — Aaron recusou de forma relaxada.Beatriz começou a comer. Ela ainda não tinha jantado.De vez em quando ela tomava um gole, e percebeu Rodrigo olhando para ela.Ela deu um sorrisinho e baixou o olhar. Rodrigo largou a faca e se recostou na cadeira, observando Beatriz com curiosidade. O vestido colorido que ela usava destacava seu pescoço, deixando-a ainda mais elegante. Ele a achou deslumbrante.Beatriz, claro, não fazia ideia do que Rodrigo estava pensando sobre ela. Quando sentiu que já estava satisfeita, parou de comer.O celular do Rodrigo, que estava em cima da mesa, tocou. Era Vera.Beatriz desviou
O carro estava em silêncio.O assistente Martins deu uma olhada pelo retrovisor. Seu chefe, Rodrigo, ainda estava com os olhos fechados, descansando. Uma hora se passou e então Rodrigo abriu os olhos. Sua voz baixa e um pouco rouca, com um toque de cansaço, perguntou:— Cadê a Laura agora?Martins se virou, já pegando o celular:— Vou ligar e descobrir.Ele ligou para o segurança da Laura na hora, descobriu onde ela estava, nem tinha desligado ainda.Aí o Rodrigo mandou: — Arrume algo pra ela curtir a noite lá mesmo.Martins ficou surpreso por um momento, mas logo respondeu:— Certo.O vidro da janela foi abaixado. O carro estava escondido na escuridão, tornando impossível ver quem estava lá dentro. Rodrigo acendeu um cigarro, segurando-o entre os dedos enquanto apoiava o cotovelo na janela. O tempo foi passando, até que deu uma da manhã.Ele desceu do carro, entrou no prédio sem sequer olhar para a portaria, tirou um cartão magnético do bolso e chamou o elevador. Quando chegou a
Laura passou a noite inteira na balada, e logo de manhã, bocejando, abriu a porta de casa e entrou. Os olhos dela, ainda embaçados, arregalaram de imediato.Ela viu um cara, só de toalha enrolada na cintura, saindo da cozinha com uma tigela na mão.Rodrigo olhou para Laura de forma preguiçosa, mas nem deu bola e foi direto para o quarto da Beatriz com o café da manhã.Esse café foi ele que mandou buscar e acabou de esquentar um pouco.Laura, curiosa, tentou entrar no quarto também, mas Rodrigo fechou a porta na cara dela. E ainda trancou.— Nem vem.A voz dele estava bem rouca.Laura piscou, confusa. Que diabos estava acontecendo ali?Rodrigo colocou o café da manhã na mesinha ao lado da cama e foi até a beira do colchão, dando uma leve cutucada no cobertor. Com aquele jeito meio relaxado de sempre, falou:— Bia, levante-se e coma alguma coisa antes de voltar a dormir.A pessoa sob o cobertor não respondeu.Beatriz estava no mundo dos sonhos.Nem um trator ia tirar ela da cama.Rodr
Laura ficou espiando pela fresta da porta e, assim que viu Rodrigo sair, abriu a porta do quarto e foi andando até Beatriz, fingindo desinteresse:— Bia, cê tá ficando com o Rodrigo, né?Beatriz, com as mãos e as costas doloridas, respondeu, sem dar muita atenção: — Não.Laura, vendo Beatriz apertando as mãos e as costas, deu uma risadinha:— Vocês se divertiram muito na noite passada, né?Beatriz apenas disse: — Não pense demais. Ela pegou as louças, foi à cozinha para lavá-los e, depois de terminar, saiu de cozinha e já estava prestes a voltar a dormir. Tinha combinado com Mafalda mais tarde.— Vou dormir mais um pouco. Se tiver algo, a gente conversa de noite. — Beatriz deu uma bagunçada no cabelo de Laura.— Tá bom. — Laura disse, bocejando. — Vou dormir também. Ontem a noite foi puxada demais.As duas fecharam as portas dos quartos.Beatriz voltou para o quarto e, antes de deitar, deu uma olhada no celular. Aaron tinha mandado várias mensagens reclamando das faltas consecutiva