O carro preto seguia devagar no meio do trânsito, que estava uma bagunça por causa do horário de pico.Lucas tá lá, respondendo uns e-mails, mas não tira da cabeça a cena da Beatriz ajeitando a gravata do Aaron. Seus lábios finos se comprimiram, uma pontinha de irritação surgindo.O toque do celular quebrou o silêncio. Ele olhou o identificador de chamadas e atendeu.— Lucas, vou pra Cidade J pra fazer um auê do meu CD. Cuida da nossa filha, tá? — A voz da Camila soou suave do outro lado da linha.Lucas sabia que ela ainda estava chateada, chateada por ele ter achado que ela poderia ser tão maldosa.— Certo. — Ele respondeu de forma simples.Camila ouviu a resposta e foi rápida em desligar.A empresária que estava ao seu lado percebeu o mau humor de Camila e perguntou:— O que houve?— Nada demais. — Camila respondeu, tentando manter a compostura.Naquele exato momento, um funcionário apareceu com um buquê de rosas: — Sra. Oliveira, este é o presente do Sr. Moreno pra senhora.A cara d
Ela se levantou, saiu do evento segurando o cartaz de fã e o jogou fora à lixeira. Beatriz apertou os olhos, olhando para o céu — o clima estava ótimo. Ela pegou o celular do bolso e discou um número.— Senhora Gonçalves, sou a Aurora. — Beatriz falou enquanto caminhava pela rua. — Tenho umas músicas novas aqui. Tá a fim de comprar os direitos? Só pra você.Mafalda estava ali, quebrando a cuca sobre o futuro, quando recebeu um número desconhecido. Quando ouviu o que a pessoa do outro lado disse, um sorriso de alegria surgiu em seu rosto:— Claro, eu aceito. — Respondeu animada.Ao ouvir a resposta, Beatriz sorriu e fez uma brincadeira:— Precisa que eu vá comprar um anel?As orelhas de Mafalda ficaram ligeiramente vermelhas, a risada do outro lado era encantadora e sedutora.Beatriz disse:— Vou te mandar um endereço, até amanhã.— Tá, combinado. Até amanhã!Mafalda desligou e virou para Margarida: — Ei, Margarida, belisque-me aqui.Ela chegou perto para Margarida beliscar a bochec
Rodrigo se sentou, bem ao lado da Beatriz.Eles começaram a jogar cartas.Depois de três rodadas, deram um tempo.Trocaram de mesa, e o garçom trouxe comidas e bebidas.Aaron pegou a garrafa e lhes serviu o vinho pessoalmente. Depois, Beatriz, como secretária, assumiu o papel de servir as bebidas.Enquanto eles batiam papo, ela ficou na dela.— Não precisa servir mais, obrigado. — Aaron recusou de forma relaxada.Beatriz começou a comer. Ela ainda não tinha jantado.De vez em quando ela tomava um gole, e percebeu Rodrigo olhando para ela.Ela deu um sorrisinho e baixou o olhar. Rodrigo largou a faca e se recostou na cadeira, observando Beatriz com curiosidade. O vestido colorido que ela usava destacava seu pescoço, deixando-a ainda mais elegante. Ele a achou deslumbrante.Beatriz, claro, não fazia ideia do que Rodrigo estava pensando sobre ela. Quando sentiu que já estava satisfeita, parou de comer.O celular do Rodrigo, que estava em cima da mesa, tocou. Era Vera.Beatriz desviou
O carro estava em silêncio.O assistente Martins deu uma olhada pelo retrovisor. Seu chefe, Rodrigo, ainda estava com os olhos fechados, descansando. Uma hora se passou e então Rodrigo abriu os olhos. Sua voz baixa e um pouco rouca, com um toque de cansaço, perguntou:— Cadê a Laura agora?Martins se virou, já pegando o celular:— Vou ligar e descobrir.Ele ligou para o segurança da Laura na hora, descobriu onde ela estava, nem tinha desligado ainda.Aí o Rodrigo mandou: — Arrume algo pra ela curtir a noite lá mesmo.Martins ficou surpreso por um momento, mas logo respondeu:— Certo.O vidro da janela foi abaixado. O carro estava escondido na escuridão, tornando impossível ver quem estava lá dentro. Rodrigo acendeu um cigarro, segurando-o entre os dedos enquanto apoiava o cotovelo na janela. O tempo foi passando, até que deu uma da manhã.Ele desceu do carro, entrou no prédio sem sequer olhar para a portaria, tirou um cartão magnético do bolso e chamou o elevador. Quando chegou a
Laura passou a noite inteira na balada, e logo de manhã, bocejando, abriu a porta de casa e entrou. Os olhos dela, ainda embaçados, arregalaram de imediato.Ela viu um cara, só de toalha enrolada na cintura, saindo da cozinha com uma tigela na mão.Rodrigo olhou para Laura de forma preguiçosa, mas nem deu bola e foi direto para o quarto da Beatriz com o café da manhã.Esse café foi ele que mandou buscar e acabou de esquentar um pouco.Laura, curiosa, tentou entrar no quarto também, mas Rodrigo fechou a porta na cara dela. E ainda trancou.— Nem vem.A voz dele estava bem rouca.Laura piscou, confusa. Que diabos estava acontecendo ali?Rodrigo colocou o café da manhã na mesinha ao lado da cama e foi até a beira do colchão, dando uma leve cutucada no cobertor. Com aquele jeito meio relaxado de sempre, falou:— Bia, levante-se e coma alguma coisa antes de voltar a dormir.A pessoa sob o cobertor não respondeu.Beatriz estava no mundo dos sonhos.Nem um trator ia tirar ela da cama.Rodr
Laura ficou espiando pela fresta da porta e, assim que viu Rodrigo sair, abriu a porta do quarto e foi andando até Beatriz, fingindo desinteresse:— Bia, cê tá ficando com o Rodrigo, né?Beatriz, com as mãos e as costas doloridas, respondeu, sem dar muita atenção: — Não.Laura, vendo Beatriz apertando as mãos e as costas, deu uma risadinha:— Vocês se divertiram muito na noite passada, né?Beatriz apenas disse: — Não pense demais. Ela pegou as louças, foi à cozinha para lavá-los e, depois de terminar, saiu de cozinha e já estava prestes a voltar a dormir. Tinha combinado com Mafalda mais tarde.— Vou dormir mais um pouco. Se tiver algo, a gente conversa de noite. — Beatriz deu uma bagunçada no cabelo de Laura.— Tá bom. — Laura disse, bocejando. — Vou dormir também. Ontem a noite foi puxada demais.As duas fecharam as portas dos quartos.Beatriz voltou para o quarto e, antes de deitar, deu uma olhada no celular. Aaron tinha mandado várias mensagens reclamando das faltas consecutiva
Depois de saber que Lucas havia mandado alguém segui-la, Beatriz continuou dirigindo rumo ao restaurante que tinha combinado. No entanto, mandou uma mensagem para Mafalda.Beatriz: “Vamos nos encontrar no banheiro feminino do restaurante”Quando Mafalda viu a mensagem, achou estranho. No banheiro? Margarida, que também viu a mensagem, hesitou: — Talvez seja mais seguro no banheiro?Essa Aurora era mais misteriosa que celebridade.— Será que não é golpe? — Margarida perguntou, um pouco desconfiada e com uma leve sensação de insegurança.— Fique tranquila, eu vou com você até o banheiro, e peço ao motorista para ficar de olho no tempo. Se passar de dez minutos e eu não mandar nenhuma mensagem, ele vai chamar a polícia.Mafalda assentiu, meio aliviada.Beatriz nem imaginava que a decisão dela fez as duas acharem que poderia ser golpe.O banheiro do restaurante, por sinal, era bem limpinho, e as condições de higiene eram ótimas. Quando Mafalda e Margarida entraram, viram uma mulher de
Beatriz jogou a sacola no banco do passageiro casualmente e esfregou o rosto, pensando: — Já que comprei, deixe pra lá.Quando estava quase chegando em casa, ela ligou para Laura descer e irem comer.— Beatriz. — Alguém bateu na janela do carro.Ela deu uma olhada e viu que era Jean. Levantou uma sobrancelha, abriu a porta e ligou para Laura, pedindo para ela entrar no carro e esperar.No carro, Lucas tomou um gole de café enquanto segurava um documento.A porta de carro se abriu, e Beatriz entrou, olhou para ele e perguntou suavemente:— O que houve?Lucas largou o café, levantou os olhos e perguntou, com aquele jeito frio de sempre: — Você foi para Cidade J.Beatriz deu uma risada irônica: — Você está sempre por dentro de tudo.Quando Rodrigo disse que Lucas tinha mandado alguém segui-la, ela já sabia que não ia conseguir esconder a ida para Cidade J. Só não esperava que ele viesse tão rápido.Realmente, com o amor verdadeiro era diferente.— Fui lá torcer pela Camila como fã. N