Capítulo 2
— Tirei.

— Fui eu que fiz isso com minhas próprias mãos, é a prova do nosso amor. Por que tirou?

Serena respondeu de maneira evasiva: — Engordei um pouco recentemente, não serve mais.

Nicanor então relaxou um pouco e voltou a sorrir, — Então, outro dia eu levo para ajustar na joalheria.

— Veremos.

— E aquilo na mesa?

Nicanor apontou para uma caixa de joias elegante sobre a mesa, com um ar surpreso, — Serena, é um presente para mim?

Serena assentiu: — Sim.

Lá dentro havia um pequeno bloco de prata.

Ela derreteu as alianças de casamento deles e colocou ali.

Nicanor ficou feliz, — Que dia é hoje? Serena me presenteando?

O coração de Serena esfriou ainda mais.

— Hoje... é nosso aniversário de casamento.

O rosto de Nicanor instantaneamente se obscureceu, como uma tempestade que se aproxima sem aviso.

Ele tentou agradar Serena: — Desculpe, Serena, tenho estado muito ocupado com o trabalho. Que tal sairmos para jantar hoje à noite? Vou reservar um restaurante agora...

— Não precisa, já comi.

— Então, que tal darmos uma volta para ver a paisagem noturna? Um passeio à beira do rio?

— Estou cansada, quero dormir.

Nicanor tentou envolvê-la suavemente pela cintura, por trás, — Vamos, Serena, já faz um tempo que não caminhamos de mãos dadas, não é mesmo? Tenho sentido sua presença um pouco distante ultimamente. Se continuar assim, temo que a minha Serena esteja perdendo o interesse por mim.

"Perdendo o interesse? Foi você quem primeiro se distanciou de mim. Foi o seu coração que primeiro se afastou."

E desta vez, vou recuperar meu coração, junto com meu ser por inteiro.

No caminho, Nicanor dirigia, conversando animadamente sobre suas experiências recentes.

Serena estava sentada no banco do passageiro, olhando pela janela, sem ouvir nada.

Quando estava colocando o cinto de segurança, encontrou uma meia-calça de mulher entre os assentos.

Claramente usada.

Ela a colocou de volta, fingindo que nada havia acontecido.

Já que decidira partir, não queria mais discutir com ele.

Além de mentiras inúteis, não conseguiria mais nada.

Se não conseguiria, então não o queria.

Ao chegarem à beira do rio, Nicanor saiu do carro primeiro e abriu a porta para ela, — Serena, chegamos.

Serena na verdade não queria vir, mas essa beira do rio era um lugar que frequentavam muito no início do relacionamento.

Começou aqui, então terminará aqui.

— Uau, não é o Diretor Almeida que apareceu na TV hoje? Aquele que fez as alianças de casamento à mão!

— Eu lembro, um homem perfeito!

— Ele até protegeu a cabeça da esposa na saída do carro, tão atencioso!

Enquanto falavam, o celular de Nicanor tocou.

Ele disse um pouco sem graça, — Desculpe, Serena, espere um momento. É sobre o trabalho, vou atender e volto rápido.

— Pode ir.

— Fique aqui, não vá longe.

Ao redor, as pessoas exclamavam.

— O Diretor Almeida trata a esposa como uma filha, tem medo que ela se perca.

— Muito amoroso!

Apenas Serena permaneceu impassível, olhando para o rio iluminado pela noite.

Quando Nicanor viu quem estava ligando, não conseguiu esconder o sorriso.

Carinho, doçura, e um pouco de malícia.

Como poderia ser trabalho?

Mas ela não se importava mais em desmascará-lo.

Estava frio à beira do rio, então voltou para o carro para esperar.

No display do carro, o perfil social de Nicanor estava aberto, sincronizado com o celular.

As mensagens continuavam a aparecer uma a uma.

A pessoa do outro lado da conversa era conhecida como "Gatinha Sofia".

Nicanor: [Sentiu minha falta?]

Gatinha Sofia: [As noites sem você são meio vazias.]

Nicanor: [Pequena Gatinha, não bastou as sete vezes que te dei carinho hoje?]

Gatinha Sofia: [Não foi suficiente, querido, quero mais.]

Nicanor: [Tudo bem, amanhã no trabalho, no escritório, eu te satisfaço.]

Gatinha Sofia: [Então amanhã vou de meia-calça preta.]

As mensagens seguintes eram ainda mais inapropriadas.

Preenchida por frases obscenas e insinuações audaciosas.

Serena sentiu um calafrio atravessar sua espinha e prontamente apagou a tela.

Ela tremia, sem saber se era de frio ou raiva, com as unhas cravadas na pele.

Nicanor voltou rapidamente, em cerca de quinze minutos.

Ao sentar-se novamente no carro, ele soltou um grande suspiro de alívio, — Acabei de pegar o celular e não te vi, me assustei. Ainda bem que você está bem.

Serena não queria mais olhar para o rosto hipócrita dele e focou nas próprias mãos.

— Está frio lá fora, então voltei para o carro.

— Sim, sim, fique onde se sentir confortável.

Serena levantou a cabeça de repente.

Depois de ler as mensagens deles, essa frase ganhou um novo significado para ela.

"Fique onde se sentir confortável. Aquelas meias-calças no espaço entre os assentos..."

"Será que eles fizeram algo no banco do passageiro?"

Serena sentiu-se imediatamente enjoada, abriu a porta do carro e vomitou.
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