Capítulo 4
Após o café da manhã, os dois foram juntos para a empresa.

Mas Serena realmente não gostava do banco do passageiro, então insistiu em sentar-se no banco de trás.

— Eu fico enjoada, atrás é mais confortável e posso sentir o vento.

Nicanor não insistiu: — Tudo bem, vou dirigir com cuidado.

Ao chegarem na entrada da empresa, Nicanor correu para abrir a porta do carro para ela.

Quando Serena desceu, foi novamente alvo dos olhares dos funcionários no auge da hora de entrada.

Alguns executivos ainda correram até ela, bajulando, — A senhora veio? O Diretor Almeida sempre fala que a senhora gosta de café, vou buscar agora mesmo.

Outro disse: — Eu vou buscar uns docinhos, sei que a senhora gosta.

Nicanor riu e comentou: — Não exagerem, a Serena já está um pouco mais cheinha, nem a aliança cabe mais.

— Ah, Diretor Almeida, não é assim! A senhora está ótima, a aliança que deve ter encolhido!

— Ah, para com isso, essa bajulação tá muito na cara! Desde quando prata encolhe?

— Vocês não entendem, o Diretor Almeida ama tanto a esposa que, se ela está feliz, ele também está, e todos nós ficamos bem, certo?

Nicanor sorriu e disse bem-humorado: — Tá bom, tá bom, vocês sabem mesmo me pegar pelo coração.

Todos riram.

Serena foi praticamente escoltada até o escritório de Nicanor.

Frutas, petiscos, café, tinha de tudo.

Nicanor até colocou um seriado no computador para Serena, — Serena, preciso trabalhar agora. Fique à vontade e, se precisar de algo, chame a secretária.

Serena perguntou de propósito: — E sua assistente pessoal Sofia? Não vi ela hoje.

Nicanor respondeu: — Não sei, vou pedir ao RH para ligar para ela mais tarde.

Ao sair, Nicanor ainda bagunçou carinhosamente o cabelo dela e sussurrou: — Espere por mim, almoçamos juntos.

Nicanor partiu num ímpeto.

Os executivos, com expressões impacientes, rapidamente se retiraram da sala.

Mas Serena percebeu que o celular dele estava na mesa. Ela saiu correndo, mas acabou ouvindo a conversa dos executivos.

— No terraço? O Diretor Almeida e a Sofia estão cada vez piores.

— Pois é, quem diria que a Sra. Almeida ia aparecer hoje? Tiveram que mudar o local.

— Hoje ainda precisa levar camisinhas para o Diretor Almeida?

— Não precisa, quando ele subiu, vi que ele tinha várias caixas no bolso.

— Caramba, o Diretor Almeida é bom mesmo, consegue comprar debaixo do nariz da Sra. Almeida.

— Usa serviço de entrega, hoje em dia é fácil, dá para comprar qualquer coisa.

Serena finalmente entendeu.

Aquelas ligações insistentes pela manhã eram do entregador.

Ele havia feito um pedido cedo, pedindo para o entregador comprar camisinhas. Parecia ansioso para o encontro no terraço, já se preparando desde cedo.

— Não sei se algumas caixas vão bastar, da última vez ele e a Sofia passaram um dia e uma noite inteiros no carro, no dia seguinte a Sofia parecia caminhar de um jeito estranho.

— Se precisar, a gente manda mais! Como bons subordinados, temos que cuidar bem do chefe, né?

— Você não acabou de dizer que precisava conquistar a patroa?

— Ela não entende nada! Um cafezinho, uns docinhos e pronto, ela fica feliz. Com o status do Diretor Almeida, quem não tem umas mulheres por fora? Com dinheiro e poder, é normal brincar com isso, contanto que a esposa não descubra, tá tudo certo.

— É verdade, ela parece tão ingênua, não deve ser difícil enganá-la.

Enquanto conversavam, Nicanor apareceu.

— Vocês não digam bobagens na frente da Serena, entenderam?

Os executivos assentiram rapidamente, — Entendido, Diretor Almeida, estamos cientes.

Um deles perguntou: — Diretor Almeida, por que trouxe sua esposa hoje? Você e a Sofia têm que se esconder no terraço, e nós precisamos ter muito cuidado com o que falamos.

Nicanor lançou um olhar severo, — Serena é a dona da empresa, ela vem quando quiser, não é da sua conta.

— Sim, sim, claro...

Nicanor alertou novamente com firmeza: — Cuidem bem da Serena, ela passou mal ontem, não deem nada cru ou gelado para ela. E se alguém abrir a boca sobre mim e Sofia, arrumem suas coisas e sumam, entenderam?

Os executivos, com sorrisos forçados, assentiram.

Serena não ouviu o fim da conversa.

Ela já havia voltado rapidamente ao escritório de Nicanor e colocado o celular dele no meio dos petiscos.

Pouco tempo depois, Nicanor entrou.

Ele ainda demonstrava sua habitual gentileza, — Gatinha gulosa, o que você está comendo aí que está tão gostoso?

O apelido "gatinha gulosa" causou um arrepio de repulsa em Serena.

Contendo o desconforto, ela perguntou: — Você não estava em reunião? Por que voltou?

— Esqueci meu celular aqui, você viu?

Serena balançou a cabeça, — Não.

Nicanor mexeu entre os petiscos e encontrou o celular, — Estava misturado aqui. Então, aproveite, eu já vou.

Um toque de sino reverberou no ar.

Desta vez, era o celular de Serena que tocava.

Ela atendeu.

— Alô, é a Srta. Fernanda?

— Sim, sou eu.

— Srta. Fernanda, seu voo para a Noruega daqui uma semana já está confirmado. Basta trazer seu passaporte para o embarque.

— Preciso levar algum outro documento além do passaporte?

— Não, só o passaporte basta.

— Ok, obrigada.

Ao desligar, Nicanor ficou intrigado, — Passaporte? Serena, por que você precisa de um passaporte?
Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App