Com essa declaração, eu me fechei, pois já desejava mesmo afogar aquele sentimento que nutria pelo meu marido. Voltamos ao lugar de antes, e para surpresa do Romeu, Will ainda estava numa rodinha com os primos. Ele me olhava curioso diversas vezes. Outros casais se aproximam, inclusive o tio Eduardo, o veterano simpático. Ele me apresentou a sua esposa, que no dia do meu casamento não tive oportunidade de conhecer. Estava tão atordoada naquele dia! — Querida, essa é a minha rainha, Dorotheia! Eu sorri para a mulher, que me retribuiu com a sua simpatia. Ela me beijou o rosto e me abraçou. Nesse momento, eu fiquei de costas para Romeu e ele foi atraído pelo interesse do seu sobrinho Will. Eu ouvia o casal falar animadamente, mas conseguia escutar a conversa atrás de mim. — E aí tio? Onde arranjou essa princesa? É a mesma prometida do Arthur? — o rapaz falava alto, portanto, eu ouvia claramente a conversa. — Exatamente. Como amigo do meu filho, você deve saber que ele se re
Eu me alterei. — Eu não sou uma propriedade sua, Romeu! Eu sei que você só me aceitou de volta por vontade do Arthur! Você me devolveu ao meu pai, sem nenhuma piedade! — Você mentiu, Juliette! Fez a boa moça, disse que era virgem! Achou mesmo que podia me enganar? — Achei mesmo, porque Salete fez a mesma coisa! Houve um silêncio. Ficamos cabisbaixos e ofegantes. — Acontece que eu quero continuar com isso— Ele disse. — Do que está falando? — Eu te quero de volta no meu quarto, como minha mulher. Eu sorri erguendo os olhos. — Sério! Ele também sorriu. — Você aceita ser minha mulher, minha esposa, ou que você quiser? — Claro!— Eu sorria como criança. Nos beijamos tão gostoso naquele escurinho. Um tempo depois, voltamos para a mesa de mãos dadas. Os três rapazes olharam curiosos e surpresos. — Estavam brigando e voltaram nesse chamego todo!— Will comentou. — Devem estar fingindo, eu conheço bem o meu pai — Arthur deduziu
Romeu colocou a mão na minha barriga e se assustou. — Ele chutou! Ele me chutou!— ele ficou empolgado. Eu fiquei rindo do meu marido, que correu para o corredor e começou a repetir sempre a mesma coisa: — Ele me chutou! Eu não acredito, ele me chutou! Artur saiu do quarto, usando bermuda e camiseta. — O que aconteceu, pai?— ele chegou correndo. — O filho da Juliette, ele me chutou! Nesse momento, eu murchei, literalmente! Como assim, o filho da Juliette! Desnecessário! Arthur entrou correndo no quarto. Eu estava de camisola, mas não houve constrangimento, até as criadas chegaram agitadas. Romeu ficou estático com o que viu. — Eu não acredito! Arthur também foi chutado! As criadas vieram também, mas o bebê estava cansado, não mexeu mais. Romeu ficou decepcionado. — Todos para fora, o bebê vai mexer outras vezes!— ele disse impaciente, evitando o olhar de todos. Arthur saiu sorrindo animado junto com as cri
Os olhos azuis escuro, agora brilhavam intensamente sob a luz solar, tornando mais belo o meu marido bobo. Acho que o seu jeito autoritário tinha a ver com a Salete. O desamor daquela mulher deve tê-lo machucado muito. Eu sempre achei que para a minha mãe não foi fácil ficar casada tanto tempo com o meu pai. Ele estava sempre se referindo ao casamento deles como uma obrigação, mas ela se arrumava para lhe esperar chegar do trabalho, acho que ela se esforçava para viver bem com ele e fazê-lo se sentir amado. No meu caso, eu amava perdidamente o Romeu, e ele não conseguia ver. Colocou na cabeça que era velho para mim. Era possível entender, uma vez que ele era sócio do meu e eles tinham quase a mesma idade, sendo o meu pai um pouco mais velho. Eu deduzi que isso significasse um sinal de respeito, apesar dele não negar que já se envolveu com garotas da minha idade. Naquele tempo, eu acreditava que era mentira. Bem, isso veremos lá na frente. Vamos voltar a e
Inesperadamente, Romeu ironizou. — Quero só ver se não vai! A essas alturas não deve ter mais nenhuma calcinha sua naquele quarto! — O quê!— Eu fiquei irritada. Ele me abraçou e me apertou junto ao peito. — Melhor se mudar logo para perto de mim, do que ficar me vigiando da sacada a noite. Sei que não suporta quando eu saio e que me procura quando sente necessidade de ser tocada! Eu me debati nos braços dele. — Você não passa de um convencido, me solta! Ele achou graça e me imobilizou. — Convencido que nada! Estou morrendo de ciúmes de um moleque! Eu paralisei. — Sério? Está mesmo com ciúmes? — Estou— a voz dele quase não saiu. Eu segurei o seu rosto e o puxei para um beijo. Rui suspirou, nos observando. — É, a novinha parece estar mesmo apaixonada pelo seu pai! Arthur assentiu apenas concordando, mas Will não se convenceu facilmente. — Casada obrigada, nessa idade com um homem que podia ser seu pai, eu não a
Romeu ficou intrigado com os olhares dos rapazes. — Estranho o jeito com que nos olham!— ele comentou. Eu continuei abraçada a ele, fechava os olhos de tão feliz que estava! Depois que Romeu admitiu sentir ciúmes de mim, era como ouvir dele uma declaração de amor. Uma sensação de paz e confiança se apossou do meu coração, — Vamos sair e almoçar? Depois podemos descansar no quarto— ele sugeriu segurando a minha mão. Eu senti que havia malícia nas suas palavras, e aceitei o seu convite, toda assanhada. Enquanto eu me vestia, percebi que Romeu não tirava os olhos da mesa dos rapazes. — Está tudo bem, Romeu? Parece aborrecido. Ele suspirou impaciente. — Não gosto do jeito com que eles nos olham, está me incomodando profundamente! Não vou tirar satisfação agora, por consideração ao meu filho, mas preciso deixar claro que exijo o mínimo de respeito! Eu dei de ombros, indiferente. — São garotos, ignore eles, Romeu! Romeu virou
Eu nem podia imaginar o que se passava na cabeça do meu enteado, mas naquela noite, ele saiu para encontrar os primos no bar de costume. — Alguém sabe da tal moça com quem o meu pai se relaciona?— ele chegou falando. — Ela veio atrás dele algumas vezes, com certeza ele não está mais lhe procurando!— respondeu Ailton, um outro primo, trazendo uma dose de Whisky. Arthur aceitou, e olhou em volta, curioso. — Vocês viram Rui ou Will? Eles falaram que vinham para cá! Ailton apontou para um canto, onde os primos estavam acompanhados por duas garotas elegantes. — Eles não perdem tempo!— Arthur disse isso e avançou na direção deles, mas foi abordado no caminho por uma moça loira de cabelos longos e corpo franzino. — Você deve ser o filho dele!— ela disse ansiosa. Arthur sorriu surpreso. — É você! Eu estava mesmo lhe procurando! A moça franziu a testa surpresa. — Ele mandou recado para mim? Diga-me, por que ele sumiu? Arthur segurou del
Arthur ajeitou o terno e afastou o rosto, livrando-se das mãos da moça. — Você quer o meu pai e eu só quero que a Juliette me enxergue. Você mesma disse que ele é incapaz de amar! Temos interesse incomum apenas, que isso fique bem claro entre nós! Andrea sorriu maliciosa e segurou o rosto de Arthur para trazê-lo para um breve beijo nos lábios. Ele ficou paralisado e ela disse segurando o seu braço: — O seu pai sempre foi bem servido, então vamos terminar de conversar no meu apartamento? Arthur ficou atrapalhado. — Não! Desculpe-me, mas eu acho que isso não é necessário! Está precisando de alguma coisa? Se o meu pai lhe deixou faltar algo, eu posso lhe ajudar! De quanto precisa? A moça riu irônica, e soltou o braço de Arthur, olhando-o desconfiada. — Está muito apaixonado pela menina, pelo que vejo! Espero que ela não tenha derretido o gelo do coração do seu pai. Depois de entregar seu cartão de visita, Andrea saiu andando, rebolando, e Arthur se recompôs. Os prim