Prólogo.
Leonardo. Recepção do casamento do príncipe Rhuan e da Elena. O meu coração estava morto há mais de vinte anos e eu acreditava piamente que não havia nada que fosse capaz de o ressuscitar. Eu acreditava que não existia a menor chance de que houvesse algo que pudesse fazer com que a carne oca e apodrecida que chamo de coração, comida pelos bichos da solidão, voltasse a se curar, mesmo que fosse só um pouco, apenas para que eu pudesse continuar respirando e vivendo, sem sentir uma dor quase física. Não que eu estivesse com sede por continuar vivendo ou apaixonado pela vida, essa não poderia ser uma mentira maior. Quis viver pelo meu pai. O duque. O meu pai só teve a mim como filho e ficou viúvo há muitos anos, como se fosse a sina da nossa família perdermos as mulheres que amamos. Com a idade avançada, o Duque é um homem triste e um pouco solitário, eu não poderia me entregar a minha própria dor e deixar o meu pai sozinho. Eu tive que me manter forte, quando tudo o que eu queria era fraquejar e me encontrar com a minha doce Alicia em outro plano. Realmente não havia mais esperança e não estava esperando encontrar paz em algum lugar, mas, em um dia como outro qualquer, quando estava fazendo uma das minhas caminhadas costumeiras pelo jardim da mansão onde moro com o meu pai, a vida me mostrou que não importa quão ruim seja a situação, ela sempre pode surpreender. A vida pode ser cruel, como foi comigo quando me tirou meu amor e levou nosso filho junto, porque ela estava grávida. A vida foi cruel quando o destino escolheu a pior forma de tirá-la de mim. Foi um acidente idiota, enquanto ela estava andando a cavalo e o animal perdeu o controle e a derrubou de uma forma que acabou causando um traumatismo craniano. A minha mulher partiu sem que eu pudesse dizer que a amava pela última vez. Ela me deixou sozinho para lidar com a sua ausência, mas, como se eu merecesse, fui presenteado com um amor inesperado. Não o amor por outra mulher, porque não tenho a menor dúvida de que não voltarei amar novamente. Na verdade, tenho certeza de que nem mesmo voltarei a sentir desejo sexual, pois faz anos que sou celibatário e passei a não sentir falta de sexo. O meu pênis? Se tornou apenas um membro praticamente imprestável, que só uso para as necessidades fisiológicas. O amor surgiu na forma de uma garota de vinte anos de idade e que tem os olhos iguais aos meus. Em um dia nublado como outro qualquer, porque todos os meus dias se tornaram nublados depois que a felicidade foi arrancada do meu coração e nunca mais voltou, parei de caminhar e vi o que pareceu ser uma invenção da minha cabeça. Uma garota que eu nunca tinha visto. Uma bebê linda, que me lembrou alguém. Quando seu olhar encontrou meu, senti como se estivesse levando um soco no estômago, mas, ao mesmo tempo, foi como se uma fresta de luz estivesse penetrando o meu coração, quando parecia que nunca mais seria nada além de escuridão. Eu olhei no seus olhos iguais aos meus, que não têm um formato tão comum, por isso soube que não podia ser apenas coincidência sermos tão parecidos, não só pelos olhos. Na minha frente, estava garota que poderia perfeitamente ser minha filha com a única mulher que eu havia amado, mas eu sabia que não era. Era impossível que fosse. Mas não era impossível que houvesse a possibilidade de a garota ser minha filha com outra mulher. Quando estava tomado pela dor, nos primeiros meses comecei a beber como um louco, em uma tentativa de sufocar o sofrimento, embora ele só tenha aumentado. Por causa da bebida, mas nem sempre por causa dela, procurei consolo no sexo e nos braços de outras mulheres, mulheres que não eram importantes e com rostos e nomes que eu não lembrava no dia seguinte. Imediatamente passou pela minha cabeça a possibilidade de que eu havia engravidado uma dessas mulheres e então comecei a trabalhar com o intuito de descobrir a verdade. No começo era apenas curiosidade e eu não pretendia realmente criar nenhuma conexão ou amar minimamente Elena e a sua filha, que caíram de paraquedas na minha casa, porque sua mãe era amiga da minha velha governanta. Muito rapidamente, entendi que meu coração ainda era capaz de sentir e de bater, porque minha conexão com a minha até então suposta filha foi muito rápida e intensa. No espaço de uma semana, me apeguei a garota e a sua filha, de uma forma que eu sabia que sofreria no dia que ela fosse embora. Eu não podia fingir que ela não partiria em algum momento. Quanto mais a conhecia, mas a amava e mais desejava que pudesse ser minha filha de verdade. Por causa do meu sobrenome e do título que meu pai carrega, a necessidade de um exame de DNA não podia ser ignorada, mas, mesmo antes de ele ser providenciado, eu já considerava Elena minha filha e a pequena Mirella a minha neta. Minha neta, que também é neta do rei de Solari. Até mesmo o meu pai se apegou a criança e se acostumou muito rapidamente com a presença da Elena nas nossas vidas. O tempo foi passando e, sem que eu me desse conta, Elena começou a preencher o meu coração e minha vida. Eu passei a amar as nossas conversas e a esperar com mais ansiedade pelo dia seguinte, passou a não ser somente mais um dia em que tudo seria igual. A minha filha trouxe o amor. Ela me tornou pai sem um exame de DNA. Quando o fizemos e o resultado deu positivo, ler a palavra foi a segunda maior alegria que eu tive em mais de vinte anos, porque a primeira foi quando olhei nos seus olhos pela primeira vez e senti que ela era um presente. Um presente que eu não estava esperando. Eu sei que não terei o tipo de amor entre homem e mulher, que experimentei uma vez. Sei que sempre haverá um buraco no meu coração, mas já não sou mais tão solitário. Eu não me sinto mais tão só, porque tenho uma filha e uma neta para amar. Eu sou grato pela Juana, pois, apesar de eu quase não ter lembranças de quando fiquei com ela e a engravidei mais de vinte anos atrás, ela me deu uma filha. Ela me perdoou por ter mentido o meu nome, e não faço ideia das razões que me levaram a fazer isso. Ela criou a nossa filha para ser uma boa mulher e sempre serei grato. Mas gratidão é tudo que Juana terá de mim. porque não sou capaz de amar ou de me apaixonar novamente. Faz tempo que não sinto desejo. Hoje acredito que é o suficiente ter sido agraciado com a alegria de ser pai e avô. Além do meu pai, tenho duas pessoas que me amam e que eu amo de volta com tudo o que há em mim. É fácil ser pai da Elena, que hoje está se casando com ninguém menos do que o príncipe herdeiro de Solari. Esse amor que veio sem avisar e me tornou menos vazio e solitário, é o suficiente. Mas é claro que o fato de estar casando minha única filha, que prometeu que não deixará de me visitar todos os dias para que não me sinta solitário, não me mudou por completo. O homem que sou gosta de silêncio e de lugares que não estão cheios, é por isso que, vinte minutos depois de a festa ter começado, estou pronto para ir embora. Não sei por que, mas as pessoas têm necessidade de bajular aquelas que têm dinheiro e sobrenome. Eu tenho os dois e por isso sou alvo das atenções indesejadas, mas gosto de deixar claro apenas com o olhar que não tolero conversas fiadas. Nem sempre posso fugir, mas, na maioria das vezes, tenho sucesso na missão de me esconder dos idiotas e bajuladores. Hoje, por exemplo, demorei vinte minutos para reagir, e sinto que fui um pouco mais maleável com as pessoas, mas apenas porque é o casamento da minha filha e eu devia a ela um pouco de consideração. Mas o momento de receber os comprimentos pelo casamento da minha herdeira acabou e agora estou saindo pela porta de entrada do salão do hotel. Eu estou distraído checando meu celular, não porque sou viciado em tecnologia, mas pela necessidade de conferir se meu pai chegou bem a mansão, quando de repente esbarro em algo, ou melhor, em alguém. Uma massa de cabelos escuros encontra o meu pescoço e ela, estou presumindo que é uma mulher, só não cai no chão porque a seguro com firmeza pela cintura. Seguro-a tão firme contra o meu peito que consigo sentir as batidas do seu coração, elas são fortes e muito aceleradas. Depois de tirar a massa de cabelo do próprio rosto, o olhar escuro da garota encontra o meu e ela me encara com a boca aberta e os olhos arregalados por um momento. É apenas uma menina, que não deve ter mais do que dezoito anos. — Você… — Eu? — Incentivo, ainda segurando-a pela cintura contra o meu corpo. — Por que parece que desaprendi a falar? — fala baixinho consigo. Estranha. — Deveria olhar por onde anda… Por que essa criança está ofegante? O esbarrão não foi o suficiente para deixar dessa forma, foi? — Da próxima vez, tomarei mais cuidado. Sentindo que a situação durou tempo demais, deixo-a e tento passar. Mas a garota, que aparentemente tem algo para dizer, segura o meu pulso e faz com que eu olhe para ela novamente. — Você… é o homem mais lindo que vi na minha vida. Sim, a frase sai da sua boca bem desenhada. Eu não deveria estar reparando na sua boca. Quando as suas bochechas ficam vermelhas, percebo o que está acontecendo e decido cortar bruscamente. — Provavelmente, você não conhece homens o suficiente. Além do mais, não deveria dar em cima de desconhecidos que têm idade para serem seu pai, criança — digo, então viro-lhe as costas. Ela não estava dando em cima de mim, estava? A resposta não deveria me importar. Por outro lado, me questiono se não fui duro demais. Enquanto volto para a mansão, para a solidão do meu quarto, chego à conclusão de que foi melhor ter sido duro com a menina. Ela não era apenas uma jovem doce e deslumbrante. Aquela garota, Pérola… Ela é sobrinha da mãe da minha filha. A garota é prima e melhor amiga da Elena. Para terminar, ela tem idade para ser minha filha e percebi a forma como me olhou quando Elena foi pedida em casamento. São três motivos bons o suficiente para que eu não volte a pensar no que aconteceu enquanto estava saindo do salão de festas, mesmo que o seu toque quente no meu peito, os seus olhos inocentes de gazela e o cheiro do seu perfume tenham me impressionado. Essa garota não é ninguém para mim. Nunca será. Simplesmente não pode ser, porque ela tem cheiro de perigo. Aposto que deve deixar uma série de corações partidos por onde quer que passe. **** Sinopse. Depois de beber mais do que deveria, o viúvo engravidará a prima da sua filha, uma mulher vinte e três anos mais jovem. Leonardo Von Daren, filho de um dos Duques mais antigos e prestigiados do reino de Solari, perdeu a esposa cedo demais. Amargurado, o homem se fechou dentro de si e se tornou avesso a qualquer tipo de relacionamento. Quando descobre que tem uma filha, o viúvo sente que está tendo uma segunda oportunidade e que o seu amor basta, mas sua vida muda quando conhece a prima da sua herdeira. Pérola é vinte e três anos mais jovem do que Leonardo, porém, a diferença de idade não impende a atração que surge sem avisar. Ele tenta resistir, mas acaba se entregando ao desejo e, depois de uma noite quente, terá que lidar com a gravidez inesperada da garota que não deveria ter tocado. O viúvo pretende assumir o seu filho, mas um acidente leva Pérola a perder temporariamente a memória. A jovem não se lembra de que ficaram juntos e nem da identidade do pai do seu filho. Sobretudo, ela sequer consegue pensar na possibilidade de que tenha tido algum interesse no pai da sua prima. Agora, cabe ao homem superar o medo de perder novamente uma pessoa importante e fazer com que sua mulher se lembre de que não só estiveram juntos como também a engravidou.Capítulo 1. Estranha realidade presente.Pérola narrando.Quando tento abrir os meus olhos, sinto um incômodo muito grande. Uma dor aguda e estranha, que não lembro de ter sentido em algum momento da minha vida. Então tomo consciência de que o meu corpo também está todo dolorido, tanto que não consigo mexer os meus pés ou minhas mãos. Sim, tentei mover os dedos dos pés e das mãos e falhei. Meus olhos estão secos. Quando finalmente consigo abri-los, vejo um teto branco e uma luz me incomodando a ponto de eu ser obrigada a fechar os olhos novamente. Então tenho a impressão de estar ouvindo vozes e, a cada segundo que passa, mais nítidas e audíveis as vozes ficam. Depois do que parecem vários minutos, finalmente reconheço tais vozes. Mamãe.Minha irmã, Júlia. Minha prima, a princesa consorte. Minha querida melhor amiga, Elena. Ouço a voz de um desconhecido, provavelmente um médico, porque é óbvio que vim parar em um hospital. Por quê? Há quanto tempo estou aqui?Por que sinto q
Capítulo 2. Constante Provação.Leonardo narrando.Às vezes me questiono o que fiz em outra vida para merecer tantos castigos. Por que não me lembro de ter sido um homem tão ruim nos meus mais de quarenta anos de vida para merecer certas provações e perdas.Filho de um Duque e de uma socialite bondosa, que faleceu quando entrei na fase adulta, nunca tive grandes desafios na vida. Tive a infância como a de qualquer outra criança que nasceu em uma família com títulos e mais dinheiro do que deveria ter. Estudei nos melhores colégios fora de Solari e namorei bastante. Quando entrei na universidade, conheci a garota que em alguns anos se tornaria a minha esposa. Com Alicia, a paixão antes foi uma bonita amizade, mas depois que começamos a namorar, nunca mais nos separamos. Foram meses de namoro, meses de noivado e apenas dois anos casado com a mulher que eu amava, o único relacionamento sério que tive na vida. Optamos por morarmos na Europa, já que minha esposa era design de joias e p
Capítulo 3. Passado recente.Leonardo narrando.Se antes tudo o que eu queria era seguir na paz e no silêncio que só um homem solitário saberia como aproveitar sem enlouquecer, depois que minha filha surgiu e encheu o minha vida de cor e de calor com minha neta, essa mesma paz e silêncio de antes começaram a me incomodar. Elena surgiu na minha vida no mesmo período em que estava vivendo uma relação intensa com o futuro rei de Solari, então, naturalmente, ela se casou logo depois que se resolveu com o príncipe. Minha filha amada passou alguns meses morando na mansão comigo e com o papai, mas obviamente foi embora com minha neta depois do casamento e deixou apenas o frio e o vazio de antes em cada cômodo da casa. Hoje em dia ela vem me visitar com frequência, mas ainda não é o suficiente, porque, depois de ter voltado a ter um motivo para acordar todos os dias, estou sedento por essas doses de alegria que Elena e a princesinha podem me dar. Até mesmo o meu velho pai está apaixonado
Capítulo 4. Surpresa Inesperada.Pérola narrando.Depois de dias que pareceram meses, eu finalmente posso me mexer sem sentir dores no meu corpo, que está sendo um guerreiro, segundo os próprios médicos. Aparentemente, e estou feliz com isso, me livrei de algo mais sério, até mesmo de perder a vida por causa do acidente com o cavalo.Pelo pouco que sei, a esposa do Leonardo morreu dessa maneira, e talvez por isso ele estava tão diferente do seu modo habitual de agir quando veio me visitar há uns dias.Ele veio e foi o suficiente para mim. Deixou-me feliz e com vontade de sair logo dessa cama.Foi apenas uma visita que me deu energia para continuar o que eu tinha em mente antes. Posso ter perdido algumas memórias, mas lembro-me perfeitamente de que estava disposta a fazer o que fosse preciso para ser vista por ele. Leonardo não precisou mais do que um único olhar rápido em minha direção para chamar a minha atenção. Na primeira vez em que o vi, meu coração disparou e meu corpo todo
Capítulo 5. Quem é o pai?Leonardo narrando.Depois que voltei da Europa para Solari, passei a pegar apenas poucos casos como advogado criminalista e optei por trabalhar em casa, pois a dor da perda da mulher que eu amava me levou a um estado que não conseguia conviver com as pessoas. Fechei meu escritório e comecei a ser mais seletivo.Gosto de matar meu tempo com trabalho, mas simplesmente está sendo impossível me concentrar em qualquer coisa quando sei que minha mulher está em casa. Como fazer qualquer coisa quando sei que está tão perto e não posso estar com ela e a reivindicar como minha? As pessoas próximas de nós não sabem que estávamos começando algo. Ninguém tem conhecimento de que estávamos transando pelas costas de todos. Não tenho certeza se Pérola sabia antes do acidente que não era apenas sexo para mim. Não era apenas tesão. Acho que nunca foi. Nunca pensei que fosse ser fácil, mas a notícia da sua gravidez tornou tudo ainda mais complicado. Como dizer para a min
Capítulo 6. De volta para a realidade.Pérola narrando.Ele acabou de perguntar com todas as letras e pensei em contar a verdade, mas não consegui. Fiquei com medo. Eu estou com medo. Desesperada e sem saída.De repente, de virgem me tornei uma futura mãe. Como posso estar grávida se nem sei como isso aconteceu? Eu estou completamente apaixonada pelo pai da minha prima, esse homem que está na minha frente agora, me olhando como se eu tivesse atropelado o seu cachorro. Acordei de um pesadelo disposta a não mais ficar passiva e realmente usar de todas as armas para conquistar o viúvo, inclusive, sem considerar os problemas que poderia ter na hora de contar para a minha prima. Realmente tive tempo de pensar nisso no hospital e me enchi de coragem e esperança, porque percebi que seria preferível o risco de fracassar do que não tentar. Ia mesmo ser corajosa, então uma bomba caiu em cima do meu colo e não sei como me sentir. Na verdade, tudo o que sinto é vontade de me colocar em po
Capítulo 7. O calor que aquece o coração.Leonardo narrando.Embora fosse um sono tranquilo, ainda assim, eu estava conseguindo dormir.No entanto, de uma hora para outra, começo ficar incomodado e a me mexer de um lado para o outro sobre a cama.Então, flashes de momentos quentes e que eu não poderia jamais esquecer começam a encher a minha mente, é impossível que continue com o meu descanso. Passo a sentir muito calor e o suor se acumula no meu corpo. Ofegante com o coração disparado, sento-me na minha cama e passo os dedos rudemente no meu cabelo, penteando os fios para trás. — Que droga! Quando olho para o relógio, percebo que passa de uma da madrugada. Depois que deixei a mesa de jantar mais cedo, praticamente me obriguei a dormir, em uma tentativa de desligar o meu cérebro para que não pensasse mais naquela garota linda, que estava me olhando durante o jantar inteiro. Ela me encarou como se estivesse implorando para que eu rasgasse as suas roupas e a comesse ali mesmo na f
Capítulo 8. Ao seu encontro.Leonardo narrando.Ao acordar pela manhã, depois de ter gozado nos meus próprios dedos como um adolescente na puberdade, levanto-me com a cabeça latejando, como se estivesse de ressaca.Provavelmente estou mesmo, mas é uma ressaca moral. Fiquei no meu quarto sucumbindo as minhas fraquezas, quando deveria ter ido até o quarto da minha garota para mais uma vez tentar conversar com ela.A minha inércia até o momento foi uma mistura de covardia com o desejo de dar um tempo para ela, mas não sei se o que ela está precisando é de tempo. Sem querer parecer presunçoso, mas o que minha Pérola precisa é de mim. Ela tem a prima e a irmã gêmea, mas eu sou o pai do seu filho. Até o acidente, nós estávamos juntos e conversando sobre abrirmos o jogo para as nossas famílias, porque, estranho ou não para os outros, estávamos bem e queríamos de verdade tentar. Então sua vida virou de cabeça para baixo e os planos foram pausados. Depois da noite de ontem, depois de toda