Tenho tanto ódio dentro de mim enquanto faço as malas que nem mesmo me organizo como eu normalmente faria, chega um ponto que eu estou apenas jogando tudo lá dentro da mala sem cuidado algum, algo que eu nunca faria. Enquanto isso, Alietta fica olhando para mim com preocupação nítida em seu semblante.– Rayna, você não precisa fazer isso. Nós podemos pagar, posso talvez pegar um empréstimo e… – ela diz enquanto eu estou fechando a última mala, mas eu a interrompo.– Não precisa fazer isso, Alietta. Eu jamais a forçaria a me ajudar em algo assim mesmo sabendo que você faria de bom grado. É uma quantia exorbitante já que ela pegou para revender, nós duas sabemos que isso não é sua culpa, se tem alguém que deveria me ajudar é a minha mãe, mas ela só sabe me afundar. Mesmo com o meu trabalho e o seu, demoraria anos para que tudo fosse pago – digo sinceramente me virando para ela e volto ao closet, vendo o que estou esquecendo. Não pretendo levar tudo para a casa de Nikola, daria muito tr
A despedida entre Alietta e Rayna poderia ter amolecido meu coração, se eu tivesse algum, mas como não tenho eu apenas me concentrei em observar as duas se abraçando como se o mundo fosse acabar porque estão separadas.– Mulheres são muito dramáticas – murmuro para mim mesma.– Não concordo, senhor – Jeong diz quase que imediatamente e eu me viro. Não sabia que ele tinha ouvido, mas estou ainda mais surpreso por ele ter dado sua opinião.– Não concorda? – pergunto levantando as sobrancelhas.– Somos amigos também. Não sofreria com a minha ausência? – ele arqueia a sobrancelha e eu estreitos meus olhos. Não consigo imaginar minha vida sem ele, é ele que cuida de tudo, é meu braço direito e amigo acima de tudo.Eu certamente sentiria falta dele, mas ele não precisa saber disso.– Estou muito surpreso por dizer que somos amigos. Você sabe, não consigo te considerar meu amigo quando você me chama de senhor a cada segundo, me faz sentir velho – exponho meu ponto de vista e ele arqueia a so
Eu poderia ter saboreado muito mais o sabor do jantar na minha “casa” nova se não estivesse sob a tensão do olhar de Nikola e do seu irmão, Viktor, em cima de mim, sem falar nos pensamentos que estavam girando na minha cabeça o tempo inteiro.Em vários momentos, me peguei sendo analisada tanto por Viktor quanto por Nikola e tudo que eu podia fazer era demonstrar normalidade e sorrir como uma idiota apaixonada para o meu marido aparentemente caloroso, já que ele segurava minha mão em toda oportunidade, fato que Viktor ficava observando com curiosidade aparentemente. Felizmente, é um papel que eu já desempenhei muitas vezes, se não, eu estaria em maus lençóis. Não tive nem mesmo tempo de olhar ao redor da propriedade além do momento em que chegamos, tudo que sei é que é uma casa bonita e luxuosa, mas não consigo explorar porque estou presa aqui com esses dois homens.Fico aliviada quando o irmão de Nikola se despede logo após a sobremesa e diz que precisa resolver algumas coisas pessoai
Estou deitado na cama a algum tempo, esperando por Rayna. Eu nunca dividi minhas coisas antes e isso inclui o meu espaço, mas há uma sensação de conforto em tê-la por perto mesmo com tão pouco tempo de conhecimento. Talvez por causa do seu humor ácido e sua total imunidade ao meu charme. Talvez eu esteja precisando de alguém que não cai aos meus pés a cada palavra dita, para variar.Olho para a aliança no meu dedo e percebo o quanto ela é presente, tão presente que pode ser notada de longe.– Será que meu pai vai gostar? – questiono para mim mesmo e meu celular toca na mesa de cabeceira. Puxo-o para mim e olho no visor. – Falando no diabo. Alô?– Finalmente resolveu me atender – Teodor, meu pai, resmunga do outro lado da linha. Ele está sempre resmungando e reclamando, nunca é um tom ameno.– E você acabou de me lembrar o motivo pelo qual eu nunca atendo – rebato. Ele é um grande bundão, mas prefiro não dizer isso em sua frente.– Não tenho tempo para as suas birras. Amanhã teremos um
Minha cama está tão quentinha e confortável que eu não tenho vontade alguma de sair daqui. Estico os braços e solto um gemidinho de prazer.– Vejo que está confortável – quatro palavras são necessárias para me despertar quase que imediatamente. Abro os olhos e percebo que estou encostada em um corpo quente, e no corpo quente há uma cabeça que me olha de uma forma muito divertida. – Então, eu sempre quis saber, é bom ficar em cima de mim? Em minha defesa, você veio para cima de mim primeiro, eu só aceitei.Pulo da cama e paro longe dele, me cobrindo com a mão como se estivesse nua e Nikola ri.– Você é sempre tão divertida assim quando acorda? – ele pergunta encostando o queixo na mão como se estivesse prestes a ouvir algo muito importante.– Nikola, se você falar mais juro que vou te matar – ameaço passando os dedos entre os cabelos e jogando-os para o lado, largando a posição defensiva. Estamos de roupa, eu estou longe dele, está tudo certo e nada vai acontecer.Não há motivo para te
Magnifica. Escultural. Deusa. Esplendorosa. Uma verdadeira rainha, assim como o significado de seu nome.Eu poderia usar qualquer um desses para descrever Rayna nesse momento.Passamos o dia separados após um café da manhã cheio de demonstrações de afeto a contragosto da parte dela e eu não consegui deixar de lembrar seu rosto forçado durante todo o dia, até me peguei rindo em alguns momentos. Somos totalmente opostos e ela me deixa no limite as vezes, mas eu estou aprendendo a gostar da presença dela cada vez mais. A mulher simplesmente não tem medo algum de mim e diz o que vem na telha. Como não gostar?Quando cheguei em casa, fui informado de que ela não havia voltado do cabeleireiro e que ia se arrumar por lá mesmo e que tudo que eu precisava era passar por lá para pegá-la e assim eu fiz. Tomei banho, vesti um dos meus melhores ternos, meu melhor par de sapatos, penteei meu cabelo para trás e fui em busca dela. Rayna é uma mulher bonita, eu já a vi arrumada antes, mas hoje… ela es
– Acho que essa é a festa mais divertida que eu já vi em todos os meus anos de vida – Viktor diz olhando para mim enquanto gira sua taça de vinho – e sei que não seria o mesmo sem você. O crédito disso tudo é seu, senhorita Rayna.– Senhora – corrijo, como se fosse natural para mim e eu dissesse isso com uma grande frequência. – E eu não fiz absolutamente nada.– Fez sim. Você nem tem noção do enorme estrago que causou – ele diz olhando para a mesa a frente da nossa e eu sigo seus olhos.Nikola está lá, de pé ao lado do seu pai, explicando a situação a família Lazarov enquanto a festa segue seu curso e pediu a Viktor para vir para cá ficar comigo para que eu não me sinta sozinha, mas sei que é tudo um truque dele para que ninguém se aproxime e tente me intimidar. Eu não sabia que ele tinha tanto poder até ver as pessoas baixando a cabeça para mim apenas por ser mulher dele, me senti uma rainha por alguns momentos, mas só até olhar diretamente para o pai dele. Naqueles poucos segundos,
Há um limite para o tanto de provocações que um homem pode aguentar por parte de uma mulher e devo dizer que o meu limite é muito pequeno. Acordar com Rayna em cima de mim moendo contra as minhas partes baixas não ajudou em nada na minha concentração ao longo do dia e vê-la me beijar e acariciar minha coxa com tanto atrevimento enquanto meu irmão nos observava foi suficiente para que eu quisesse encerrar a noite, de preferência com ela embaixo dos meus lençóis.Era isso ou dar bandeira na frente de todo mundo, se bem que isso deixaria as coisas ainda mais reais e não seria de todo ruim.No caminho até em casa, me mantenho o mais longe possível dela. É o melhor que posso fazer dentro de um carro. Me sinto aliviado quando coloco os pés fora do carro.– Você estava me evitando? – Rayna questiona assim que eu desço da limousine depois dela e estamos sozinhos em frente ao meu jardim. Há apenas umas poucas luzes no local de forma que eu consigo ver apenas um pouco do seu rosto e não consigo