– Acho que essa é a festa mais divertida que eu já vi em todos os meus anos de vida – Viktor diz olhando para mim enquanto gira sua taça de vinho – e sei que não seria o mesmo sem você. O crédito disso tudo é seu, senhorita Rayna.– Senhora – corrijo, como se fosse natural para mim e eu dissesse isso com uma grande frequência. – E eu não fiz absolutamente nada.– Fez sim. Você nem tem noção do enorme estrago que causou – ele diz olhando para a mesa a frente da nossa e eu sigo seus olhos.Nikola está lá, de pé ao lado do seu pai, explicando a situação a família Lazarov enquanto a festa segue seu curso e pediu a Viktor para vir para cá ficar comigo para que eu não me sinta sozinha, mas sei que é tudo um truque dele para que ninguém se aproxime e tente me intimidar. Eu não sabia que ele tinha tanto poder até ver as pessoas baixando a cabeça para mim apenas por ser mulher dele, me senti uma rainha por alguns momentos, mas só até olhar diretamente para o pai dele. Naqueles poucos segundos,
Há um limite para o tanto de provocações que um homem pode aguentar por parte de uma mulher e devo dizer que o meu limite é muito pequeno. Acordar com Rayna em cima de mim moendo contra as minhas partes baixas não ajudou em nada na minha concentração ao longo do dia e vê-la me beijar e acariciar minha coxa com tanto atrevimento enquanto meu irmão nos observava foi suficiente para que eu quisesse encerrar a noite, de preferência com ela embaixo dos meus lençóis.Era isso ou dar bandeira na frente de todo mundo, se bem que isso deixaria as coisas ainda mais reais e não seria de todo ruim.No caminho até em casa, me mantenho o mais longe possível dela. É o melhor que posso fazer dentro de um carro. Me sinto aliviado quando coloco os pés fora do carro.– Você estava me evitando? – Rayna questiona assim que eu desço da limousine depois dela e estamos sozinhos em frente ao meu jardim. Há apenas umas poucas luzes no local de forma que eu consigo ver apenas um pouco do seu rosto e não consigo
Um longo momento de tensão rola entre nós e eu simplesmente não consigo retirar meus olhos dos dele enquanto faz o trabalho de retirar meus saltos, sei que lá no fundo eu não deveria deixar isso acontecer, mas não consigo interrompê-lo. Eu já estive com muitos homens na minha vida e isso me faz relembrar todas as vezes que estive com eles, como um borrão na história da minha vida e como eles me tratavam. Nenhum deles fez algo assim por mim e isso me faz perceber que eu também quero ser tocada com carinho por alguém, então, quando menos espero, as palavras estão saindo da minha boca sem freio.– Parece que você é bom com as mãos – murmuro no momento exato em que ele levanta a cabeça e olha para mim. Consigo ver em seus olhos todas as emoções que as minhas palavras causam nele.Nikola é como um livro aberto para mim nesse momento e eu consigo ver a excitação, a tensão sexual girando entre nós.– Você nem imagina o quanto – ele murmura com um sorriso travesso enquanto massageia meus pés.
Num momento estamos conversando enquanto ela tenta retirar o vestido sem a minha ajuda (fingi o tempo inteiro que não estava vendo para não deixá-la ainda mais distante que já estava) e no outro Rayna está andando pelo quarto com uma expressão preocupada enquanto fala com a amiga. Fico alerta quando ela entra no closet e sai de lá calçada em pantufas e com uma expressão fechada e preocupada ao mesmo tempo.Alguma coisa está errada. Tomo o último gole da minha bebida e largo o copo na mesa de centro.– O que aconteceu? – questiono me aproximando e ela nega com a cabeça.– Meu carro está aqui, certo? Você disse que ia trazê-lo para cá então dê-me a chave. Preciso ir ao apartamento, Alietta precisa de mim – ela diz indo até a bolsa e eu reparo em suas pantufas.Ela vai sair de pantufas e vestido de festa? Estou ainda mais preocupado agora.– Seu carro está aqui, mas você não vai sair do jeito que está. Diga-me qual é o problema e eu vou resolvê-lo para você – digo prontamente e ela olha
Estamos em frente ao meu apartamento, sentados dentro do carro em um silêncio que nunca vi mais estranho. Olho para Nikola e percebo que, ao contrário de mim, ele parece muito confortável. Provavelmente ele já fez isso milhares de vezes, tenho certeza que já precisou perseguir ou até mesmo vigiar seus inimigos.Nikola está escorado no volante, os cabelos bagunçados e a camisa meio aberta e amassada, olho para mim mesma e percebo que também não estou numa situação boa, de vestido de festa e pantufas, tenho certeza que pareço até mesmo um pouco patética agora. Começo a balançar a perna, uma sensação de impaciência tomando conta do meu corpo.– O que exatamente estamos esperando? – pergunto quando não aguento mais me segurar.– Uma mensagem de Viktor dizendo que já acabou. Eu poderia ter ido até lá e cuidado de tudo, mas quero mostrar a nossa querida Merggie que ela não é especial e muito menos lembrada. Ela se acharia importante se um de nós aparecesse e isso não vai acontecer. Quero qu
Uma semana se passou desde o nosso show particular no meu suposto “noivado” e a quase invasão da mãe de Rayna ao seu apartamento. Durante esses dias, tenho estado o mais ocupado e atento que posso. Ocupado ficando longe de Rayna e dando-lhe espaço para assimilar o desejo carnal que ela sente por mim e assimilando o tamanho do desejo que eu sinto por ela. Atento em relação ao meu pai, ele ainda não fez nenhum dos movimentos que eu achei que faria e isso está me deixando de cabelos em pé.Antes, quando eu fazia alguma coisa que ele desaprovava, ele fazia questão de me visitar e demonstrar em palavras o quanto eu sou inútil e o quanto a minha vida o deixa insatisfeito, mas não dessa vez. Dessa vez ele está calado em todos os sentidos, nem mesmo Jeong soube de nada e ele sempre sabe de alguma coisa. Inclusive, nesse momento, estou no meu escritório e estamos tomando um gole de whisky juntos enquanto conversamos sobre o assunto e eu aproveito alguns minutos de pausa.– É muito suspeito, Ni
Balanço a cabeça no ritmo da música e curto a batida alta que sai dos alto-falantes e aproveito para dançar pelo quarto espaçoso. Eu sempre gostei de música e, especialmente rock antigo, e eu sempre escuto “Call me” da Blondie quando me sinto confusa, mas não me pergunte o porque pois não há um motivo. Talvez eu só goste muito da música, só isso.Estou de olhos fechados curtindo a música e girando na minha dancinha especial que eu só costumo fazer no banheiro, mas tomo um puto susto quando abro os olhos e vejo Nikola parado na porta de entrada, os braços cruzados, como se estivesse assistindo a algo muito interessante.Corro até a música e a desligo, vermelha de vergonha. Não achei que seria flagrada, ele não chega essa hora.Parece que me equivoquei.– Por que parou? Estava divertido de assistir, não sabia que você gostava desse tipo de música – ele diz adentrando o quarto e eu evito seu olhar e me concentro em olhar pela janela.– Eu não ouvi você chegar – é tudo que consigo dizer.
Acho que essa foi a primeira vez que tive uma conversa sincera com alguém sobre algo que não fosse morte, vingança ou dinheiro. É bom falar sobre outras coisas para variar e eu estou grato por ouvir Rayna, costumo pensar que a história dela é bem parecida com a minha em alguns aspectos, na verdade, quanto mais ouço ela falar sobre sua vida, mais nos acho parecidos. Por algum tempo, eu achei que nunca encontraria ninguém que fosse tão parecido comigo em história de luta e que vivesse no mundo real, mas Rayna existe para provar que eu estava errado.A mãe dela é tão egoísta quanto o meu pai, além de cabeça dura e acha que é dona da filha. Meu pai também achava que era dono de mim, até eu mostrar para ele que eu mando na minha própria vida, mas o silêncio dele me preocupa. Devo me lembrar de ligar para Viktor a fim de pescar alguma informação, tenho certeza que ele sabe de alguma coisa e vai me contar. Meu pai tem depositado muitas das suas esperanças em Viktor e sei que meu irmão não go