Capítulo 3
Senti como se o chão tivesse sumido sob meus pés. Teria sido melhor se eu tivesse me enterrado antes de ver isso.

— S...Sofia?

Bruno parecia atônito quando me viu. O que ele pensaria? Que ele poderia continuar me traindo sem que eu soubesse?

— Como você pôde? — Dei um passo para trás. Senti um peso no peito.

A pessoa em quem eu mais confiava me traiu!

Eu sempre quis passar o resto da minha vida com ele. Eu achava que era uma garota de sorte por tê-lo, mas o que eu recebi em troca?

Traição?

— Sofia, o que você está pensando, não é nada disso, meu amor.

Bruno tentou se aproximar de mim. Mas eu o impedi levantando a mão. Balancei a cabeça. Senti como se fosse desmaiar.

Virei minha cabeça em direção a Luísa. Ela estava com a cabeça baixa. Como ela pôde fazer isso? Ela não era minha melhor amiga?

— E você? — Murmurei para ela.

Ela me olhou e balançou a cabeça. Ela esqueceu que estava enrolada em um cobertor. O cobertor caiu de seu peito.

Algumas marcas em seu corpo nu ficaram visíveis diante dos meus olhos.

Quando vi isso, quase caí no chão.

Fiquei sem palavras. Como eles puderam brincar sujo comigo?

— Sofia, me desculpe. Por favor, me perdoe, querida.

Bruno se aproximou e segurou minha mão. Senti nojo quando ele me tocou.

Arranquei minha mão de seu aperto e dei um tapa nele.

— Há quanto tempo? — Perguntei.

Ele ficou em silêncio. Por quê? Por que ele estava tão calado agora? Fazia dois anos que estávamos juntos. Ele prometeu ser um homem leal. Ele jurou que me marcaria e me tornaria sua companheira.

Alguns anos atrás, fui à casa da alcateia com meu irmão, quando ele ainda não era o Gama. Naquela época, conheci Bruno. Ele começou a aparecer na minha escola para me ver. Começamos a namorar alguns meses depois. Naquela época, ele já havia rejeitado sua companheira. Ele me disse que a rejeitou porque ela o traiu.

Mas o que exatamente ele estava fazendo agora?

— EU PERGUNTEI HÁ QUANTO TEMPO??? — Gritei para ele.

Ele permaneceu em silêncio, sem nem mesmo fazer contato visual.

Fui até Luísa. "Você, me diga. Há quanto tempo você está fazendo isso com ele pelas minhas costas?"

Eu queria ouvir por mim mesma quanto tempo eles me fizeram de idiota.

— U...Um ano. — Ela respondeu, virando-se para longe de mim.

Mordi os lábios, quase sangrando. Eu não conseguia suportar mais facadas no coração.

— Eu não queria fazer isso, Sofia. Eu só amo você. — Ouvi Bruno.

Ele ainda tinha coragem de falar?

Ri com desdém. Depois do que ele fez, ele teve a audácia de dizer isso?

— Por que você me traiu?

— Você nunca me deixou te tocar. Eu sou um Alfa. Tenho alguns desejos que preciso satisfazer. Então tive que buscar outra saída.

— Eu...eu estava esperando completar dezoito anos. Eu queria me tornar sua companheira e esposa. Antes de fazer qualquer coisa, queria dar um nome ao nosso relacionamento. Nunca considerei outro homem. Eu estava me guardando só para você. Mas você não conseguiu esperar por mim? Nem sequer mais um ano? Você começou a me trair depois de apenas um ano de relacionamento?

Fechei os punhos para parar de chorar. Respirei fundo.

— Está tudo acabado. O relacionamento entre nós está acabado. — Eu disse a Bruno.

Olhei para Luísa, a quem eu costumava chamar de minha melhor amiga. — Não apareça mais na minha frente.

Ela não tentou se justificar, como se não tivesse nada a dizer.

Virei-me para sair. Corri escada abaixo chorando.

— SOFIA!

Bruno desceu correndo as escadas e agarrou meu braço.

— Não me toque.

— Como você se atreve a dizer que terminou comigo? Você não pode ir embora assim. Ninguém vai te aceitar. Todos sabem que você é minha namorada. Você é uma Omega fraca. Ninguém vai te fazer sua esposa, apenas um brinquedo. Você deveria se sentir aliviada que eu ainda estou apaixonado por você. Então esqueça tudo e finja que não viu nada.

Eu o encarei. Como um homem podia ser tão descarado? Queria me dar um tapa por ter me apaixonado por ele. Suas palavras me fizeram desprezá-lo ainda mais.

Eu o empurrei com força.

— Você não precisa se preocupar comigo. Vá brincar com sua Luísa, como tem feito todo esse tempo.

Dizendo isso, saí da casa.

Minhas pernas estavam trêmulas. Eu não tinha ideia de para onde ir. O que eu deveria fazer agora? O que eu faria com essa traição na minha vida?

Como eu explicaria Bruno para minha mãe e meu irmão? Eu prometi apresentá-lo a eles em breve. Meu irmão parecia ser muito sábio em relação às pessoas. Ele me alertou sobre Bruno antes, mas eu nunca prestei atenção às suas palavras.

Como fui estúpida!

Segui em direção à estrada. Eu não tinha forças para esperar por um táxi. Meus pensamentos estavam confusos.

Amanhã era meu aniversário de dezoito anos. O destino realmente me deu um grande presente!

Achei que eles estavam preparando algo para meu aniversário, mas mal sabia eu que eles estavam me traindo há muito tempo.

Por que tudo isso aconteceu comigo? Eu era uma garota simples que era feliz com sua pequena família. Por que ele veio e me destruiu tão completamente?

Ele me chamou de Omega fraca! Ele pensava assim de mim o tempo todo?

Andei como uma louca até a estrada. Eu não tinha ideia de onde estava ou quanto tempo estava andando.

Meus passos ficaram mais lentos quando comecei a sentir o sol, e sua intensidade quase me deixou louca. Eu estava suando, chorando e deprimida.

Eu podia ouvir buzinas atrás de mim.

— Ei, garota! Vai morrer em outro lugar. Saia do nosso caminho. Nosso Alfa está se atrasando.

Eu estava tão imersa nos meus pensamentos confusos que não ouvi o motorista claramente.

Quando me virei, fiquei espantada ao ver uma longa fila de carros pretos atrás de mim.

Um homem corpulento saiu de um carro que estava no meio dos outros carros. Então ele abriu a porta de trás para alguém.

Um homem de terno preto saiu e veio em minha direção.

Por causa da luz do sol e dos meus olhos embaçados, eu não conseguia ver seu rosto.

Ele deu um passo lento para frente e parou na minha frente. Sua presença bloqueou a luz do sol de cair no meu rosto.

Pisquei para tentar enxergá-lo melhor.

Era Pedro Castro!

Como eu acabei encontrando com ele duas vezes no mesmo dia?

Eu não conseguia pensar em como chamá-lo agora.

Cunhado? Pedro? Alfa?

Ele estava com a testa franzida enquanto me encarava. Ele devia estar se perguntando por que eu estava no meio da estrada.

— E...Eu...

Queria contar a ele sobre o que seu irmão fez comigo, mas antes que eu pudesse, senti-me cambalear.

A escuridão começou a descer ao meu redor. Senti-me batendo contra seu peito duro.

Seus braços fortes envolveram minha cintura quase imediatamente. Quando ele me tocou, senti uma sensação estranha que nunca tinha sentido antes.

Antes que eu pudesse compreender aquele sentimento estranho,

Desmaiei em seus braços.

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