Capítulo 5
No momento em que o chamei de "Companheiro", fui recebida por um rosnado alto que fez meu coração tremer. Parecia um rosnado de fúria. A única maneira de impedir-me de me mover foi fechar os olhos. Muitos membros da alcateia que não ocupavam um cargo muito poderoso começaram a cair de joelhos. Eles não podiam suportar o rosnado do Alfa. Não era algo que eles conseguissem aguentar com a força que tinham. Foi a voz fria de Pedro que me fez abrir os olhos quando ele disse:

— Levantem-se.

Achei que ele estava falando comigo, então abri os olhos lentamente. Mas eu estava errada. Ele estava olhando para outras pessoas. Porque, quando ele rosnou, todos os membros da alcateia se submeteram a ele. O medo me impediu de me levantar. Eu não tinha ideia do que fazer, perdida na minha situação.

Assim que ouviram sua ordem, todos ficaram em pé. Eles estavam com tanto medo que não ousavam pronunciar uma palavra. Eu sempre ouvia falar da dominância do Alfa Pedro sobre outros Alfas, mas hoje, eu estava realmente testemunhando isso.

— Pedro. — Murmurou sua noiva, Mila, enquanto agarrava seu braço. — O...O que essa garota louca está dizendo? Ela está mentindo, certo?

Eu podia ver que seus olhos estavam cheios de desespero. Baixei minha cabeça e mordi o lábio inferior. Eu conseguia compreender o medo que ela estava sentindo diante da possibilidade de perder a pessoa amada.

O beta de Pedro olhou para todos e anunciou:

— Senhoras e senhores, há uma confusão aqui. Podemos ter fé de que o Alfa será capaz de resolver a situação. Lamentamos informar que a cerimônia de noivado não poderá prosseguir a partir deste ponto. No futuro, forneceremos mais informações sobre isso. A família real cuidará da situação a partir de agora, então todos podem sair.

Todos os convidados, exceto os pais de Mila, saíram da casa da alcateia. Quando a mãe de Pedro viu que todos tinham saído, ela falou:

— Sofia, o que você está dizendo? Diga-nos que você está brincando, certo?

Levantei a cabeça e olhei para ela. Balancei a cabeça lentamente em resposta. Era impossível conter as lágrimas que caíam dos meus olhos. Suas pupilas se dilataram. Bruno deu um passo para trás quando me ouviu.

— Que absurdo! — Ouvi outro rosnado irritado vindo de Francisco Castro, que anteriormente ocupava a posição de Alfa chefe. Com um tom furioso, ele disse ao seu filho:

— Pedro, diga algo.

Em estado de desamparo, olhei para Pedro. Eu era o foco de sua atenção enquanto seus olhos voltavam a ficar negros.

— Bruno. — Ele chamou seu irmão, pausando por um momento como se estivesse se comunicando com ele através do elo mental.

— S...Sim, irmão. — Bruno respondeu com um tom trêmulo. Ele veio até mim e agarrou meu braço.

Franzi a testa para ele. — O que você está fazendo?

— Vamos sair daqui.

Ele me levantou e começou a me arrastar para algum lugar. Eu estava impotente. Não sabia o que fazer naquela circunstância. Virei a cabeça para olhar para Pedro enquanto Bruno continuava a me arrastar. Pedro parecia estar furioso enquanto me lançava um olhar penetrante. Eu sabia que ele estava com raiva. Ele não me queria como sua companheira. Na verdade, nem éramos familiares um ao outro. Nós nos encontramos apenas duas vezes, e ambas as vezes foram em uma situação estranha. Além disso, ele estava em um relacionamento com uma mulher com quem planejava se casar em breve. Mas eu era sua companheira, e ele não podia negar isso. Será que ele ainda planejava continuar com o noivado?

Eu podia ver um casal de meia-idade, que presumi serem os pais de Mila. Eles estavam me lançando olhares duros. Tentei ignorá-los.

— Onde você está me levando? — Perguntei a Bruno. Ele não respondeu. Eu estava tendo dificuldade em me soltar do seu aperto firme.

Ele me levou até a área residencial. Ele me puxou para dentro da casa da alcateia e subiu as escadas. Quando nos viram, as empregadas ficaram surpresas.

— Onde você está indo? Me solta. — Ele me levou para o último quarto no canto esquerdo.

— É...

— O quarto do meu irmão. — Ele respondeu e me empurrou para dentro.

Eu reconheci que este era o quarto em que entrei ontem. Bruno fechou a porta atrás de mim, mas não a trancou, o que me aliviou.

— Por que você me trouxe aqui? — Perguntei a ele.

— Meu irmão mandou.

— Ele mandou? — Perguntei em um tom mais baixo.

Bruno correu até mim e agarrou meus braços. Ele me segurou com um aperto firme. Ele estava me machucando.

— Ele é realmente seu companheiro? Você estava mentindo, certo? Você só quer destruir a reputação da minha família para se vingar de mim. Não é?

Eu o empurrei. — O que você está dizendo?

— O que você disse no salão não é verdade. — Ele disse com uma expressão confusa.

— Claro que é verdade. Você acha que eu sou como você? Eu não sou tão desonrosa como você.

— NÃO! — Ele gritou para mim.

— Isso é impossível. Você está mentindo. Como meu irmão pode ser seu companheiro?

— Eu não sei. — Murmurei.

Olhei ao redor como se estivesse tentando encontrar a resposta dentro de mim.

Ele me agarrou novamente. — Isso não é verdade. Você, você é minha.

Naquele momento, minha mente voltou ao normal. Olhei para ele. Em meio a esse caos, quase esqueci sua traição. O que ele fez comigo foi inesquecível. Como poderia esquecer tão rapidamente? Ele era um homem cruel.

— Me solta.

Tentei empurrá-lo novamente, mas ele era um Alfa. Nem sempre eu conseguia empurrá-lo sozinha. Eu não tinha essa força.

De repente, a porta se abriu com força, e ouvi uma voz profunda.

— Solte-a.

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