- PELO JEITO, ENFIM CHEGOU a ajuda do Anhangá – disse Uaiuara.
— Quem é você? – Disseram o porco e Raoni juntos, mas o porco acrescentou o oinc na frase.
O ser que fingia ser o porco de Curupira olhou para a lua e percebeu que já era muito próximo da meia-noite.
— Meu nome vocês já conhecem.
Ele pulou por cima de Raoni e pousou em um galho, suas feições suínas se transformaram em feições caninas misturadas com humana.
— Uaiuara!!! – Rosnou o porco.
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- OINC, QUE TAL VOCÊ SUBIR nas minhas costas para ganharmos um pouco de tempo, hein? — Estou bem. Oinc parou em frente dele e disse: — Cara, aquilo lá não foi culpa sua, oinc, não dava para imaginar que o lobinho iria enganar a todos nós. — Mas eu tinha que saber que Anhangá tentaria me enganar. Oinc virou a cabeça tentando entender. — Espera aí, deixa eu ver se entendi bem, oinc, o cara salva a sua vida trazendo um animal lendário, porque queria te matar? 
- ASSIM QUE ELES TRAVESSARAM o rio, deram de cara com um dos seres mais horripilantes da floresta presa em uma garrafa. — Oinc, é o Saci. — Um dos guardiões que estávamos procurando. — Isso mesmo, oinc... mas, estou com uma má impressão de que isto é uma armadilha. Enquanto isso o pequeno Saci dentro da garrafa batia chamando por ajuda. — Espere um pouco que vamos te ajudar. — Tem certeza, Raoni? Oinc, ele até é um dos guardiões das florestas, mais pelo que faz
OS TRÊS ANDARAM ATÉ CHEGAR onde estavam escondidos na mesma caverna o Curupira e a Caipora. — Sabia que os dois são primos? Oinc. — Agora que você disse, são muito parecidos mesmo, talvez só se diferenciem por causa das pernas. — Para muitas pessoas, o Curupira é um ser deficiente, mas ele é o mais hábil de todos nós – disse o Saci – suas pernas para trás enganam os caçadores que são sempre levados para a direção contrária de onde ele está, fazendo com que os caçadores se percam. — E a Caipora?&nbs
- QUEM ESTÁ AÍ? – DISSE RAONI. — AH!!! SE NÃO É O JOVEM GUERREIRO, RAONI, FILHO DE TUPÃ. Raoni olhou para o lado e viu uma águia que lhe sorriu, então o pássaro se transformou em uma enorme cobra, silvando sua enorme língua. — Boiúva? – Disse Oinc, mas ele sabia que alguma coisa estava errada. — ESTOU MUITO FELIZ QUE TODOS VOCÊS ESTEJAM AQUI, MENOS VOCÊ, SACI, PEÇO A GENTILEZA DE QUE VÁ EMBORA. — Depois de me prender naquela porcaria de garrafa apertada, não, vou ajudar nosso pequeno guerr
- QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA SAIR dando meu precioso fumo, moleque, eu deveria fumar você, sabia? Caipora colocou a mão no ombro do primo. — Acredito que ele não ligará de te trazer mais fumo amanhã, primo, foi um preço pela nossa vida. O olhar de Curupira era de puro ódio e raiva. — Você pode me prender garoto, tacar fogo na floresta inteira, mas se mexer no meu fumo, você... De repente, Curupira começou a sentir um cheiro estranho no ar e percebeu que o Saci também tinha roubado um pouco de seu fumo.&
OS PORCOS ERAM INCRIVELMENTE rápidos na floresta, conheciam cada pedra e galho pelo caminho. — Já estamos chegando? — Falta pouco. — O que tem de tão especial neste poço? — Há muito tempo atrás, quando o mal dominava a terra, um homem chamado Tamandaré abriu o poço e afogou todo o mal, ele inundou toda a floresta matando a todos e sobrando apenas aqueles que eram puros de coração, ele mesmo conseguiu se salvar subindo em uma palmeira. — Mais ou menos como a história de Noé?&nb
DE REPENTE, ANHANGÁ tomou a sua forma divina, era algo que raramente, até os deuses amazônicos tiveram o privilégio de ver. Anhangá abriu o poço e águas por todos os lados começaram a apagar o fogo, era uma água diferente, começou a curar todos aqueles que tinham sido atingido pelo fogo, em alguns casos, ressuscitou alguns animais de pequeno porte, em questão de minutos. — Acabou – gritou Raoni feliz da vida. — Está na hora de me pagar o preço, Grande Guerreiro. — O que você vai querer? — Preciiiiiiso de um favorziiiiiiinho, coisa
RAONI ACORDOU BANHADO em suor e assustado, era como se tivesse despertado de um pesadelo. — Graças a Tupã – Disse Pequena Princesa – pensei que não fosse acordar mais, agora teremos uma chance de salvarmos a floresta e a nossa aldeia. De repente, Raoni sentiu seu braço formigar e em seguida uma dor terrível, algo que nunca tinha sentido na vida. — O que aconteceu? — Não sei... pensei que fosse me contar porque saiu correndo repentinamente do nosso casamento e depois voltou todo... Raoni levantou o tronco e ficou sentado em frente à sua amada.&nbs