Morto por dentro após a sessão brutal de tortura física e psicológica, Lucas liderou a invasão ao galpão da polícia de Nova Jersey, onde estava apreendida meia tonelada de cocaína pertencente a um traficante rival chamado Snake (Cobra).
Três vigilantes noturnos que não ofereceram resistência a invasão, foram rendidos, algemados, amordaçados e vendados. Mesmo com as câmeras desligadas, a equipe de seis homens incluindo Gabriel, usava preto da cabeça aos pés, capuz e fuzis. Dois vigilantes que dispararam foram mortos por Lucas com tiros na cabeça. A sua expressão era serena enquanto os homens levavam a droga do galpão para o furgão. Uma fina garoa caía na madrugada, e o mafioso acendeu um cigarro enquanto mantinha os olhos atentos na operação. Gabriel se aproximou com sangue nos olhos e uma mala de couro preto. - Ele vai armar para mim, não é? Impassível, Lucas manteve os olhos azuis na entrada e saída do depósito onde o portão eletrônico estava parcialmente aberto. Ele disse secamente sem nenhum tipo de emoção na voz rouca e firme: - A sua vida não te pertence mais. Agora você pertence ao Ares. - Eu não aceito isso! - Gabriel explodiu e jogou a mala no chão. - Eu vou chamar a polícia e mandar vocês para a cadeia! Lucas suspirou sem perder a frieza que se apoderou dele após a sessão de tortura. - É difícil prever as intenções do meu irmão, mas eu sugiro que você pegue a porra da mala e execute a ordem. Disso, depende a integridade física da sua filha. Gabriel ponderou por um instante. - Se ele a machucar, eu arrasto o mundo inteiro no peito, mas eu o mato com as minhas próprias mãos. Lucas jogou a bituca de cigarro no chão e apagou com a ponta da sola do sapato preto e caro. Em seguida, a pegou e guardou no bolso da calça jeans preta. Ao terminar, ele encarou Gabriel com um olhar cortante. - Um dia, em algum lugar, de alguma forma, eu mesmo farei isso. Por agora, não atrase a missão com essa merda de sentimentalismo que só te deixa vulnerável. Mesmo estando de capuz preto, Gabriel se deu conta que no olho direito de Lucas tinha uma bolsa de sangue na parte inferior, e estava muito vermelho pelos vasos sanguíneos lesionados. - Você vai perder a visão se não for em um oftalmologista. O caçula Potter afastou as pernas, colocou as mãos para trás e ergueu a cabeça. A voz de comando saiu cortante igual a uma navalha. - Continue. O policial assentiu por fim, tendo pressa para voltar para Anna e Sara, que ele deixou contra a sua vontade. Imponente com um terno Ermenegildo Zegna cinza chumbo, camisa social branca e um sobretudo preto por cima, Ares saiu do helicóptero preto reluzente com as iniciais douradas AP na cauda. Ele caminhou pela trilha de terra e entrou na casa de vidro com interior de madeira na cor mogno. Ares olhou para Sara que o fuzilou com os olhos negros. Ela estava adorável com um vestido rosa bebê, longo e solto. A vendo em pé pela primeira vez, o mafioso soube que ela não chegava na altura dos seus ombros. Pequena e fofa. Um prato cheio para um leão faminto. - Eu sinto um cheiro de maconha no ar, Doutora Galtier. Anna colocou Sara atrás dela e escolheu as palavras. - Eu não tenho drogas aqui. Ares caminhou lentamente até o centro da sala e encarou a médica com seriedade: - Sai da minha frente. Essa coisinha aí atrás é minha. - Ela é só uma criança, Don Potter. Ela não é compatível com as suas intenções perigosas. O mafioso fingiu falsa modéstia com um sorriso casto. - Eu não vou machuca-la. Deus sabe que eu sou um homem correto. Eu quero apenas ensina-la uma lição necessária. Depois eu a devolvo. Anna retrucou com uma expressão de puro descaso: - Eu não creio que você possa ensinar algo de bom para alguém. Ares suspirou entediado. - Vamos, Sara. Se você quiser ver o seu pai de novo, venha comigo por livre e espontânea vontade. Não me obrigue a chamar a polícia federal para mostrar a passagem secreta com medicamentos de procedência duvidosa. Sara sabia que seria levada de qualquer jeito, e não tinha porque colocar Anna em uma posição ainda mais delicada. Ela saiu de trás da médica e encarou Ares com raiva. - Eu quero ver o meu pai e quero agora. Ele sorriu torto. - Ele estará aqui quando você voltar amanhã sã e salva. Anna tentou novamente se colocar entre Sara e Ares que a afastou com um gesto firme e disse com extrema frieza: - Se dê por muito satisfeita por eu não ter chegado atirando. Sara foi pega pela mão esquerda. Assim que ela e Ares se viraram para a porta de saída, um tiro foi disparado. Os dois se viraram para trás. Sara gritou caindo de joelhos com as mãos no peito. Lentamente, Dominic abaixou a arma. Anna tinha sacado uma pequena pistola e apontado para a cabeça de Ares. Ela caiu morta com um tiro certeiro no coração. Dominic encontrou o olhar de Ares. - Não podia ter atirado para imobilizar? O Chefe de segurança após participar da sessão de tortura contra Lucas, fez uma reverência exagerada para o seu Don, e disse secamente: - Ela pensou em matar você e apontou uma arma para você. Motivos mais do que suficientes, para ela nunca mais ver a luz do dia, Chefe. Ares viu a raiva nos olhos negros e brilhantes de Dominic. Aquilo não tinha sido um erro, tinha sido proposital. Sara chorava de soluçar, ele a pegou no colo, e caminhou lentamente para o helicóptero que levantou voo, e desapareceu na névoa da noite fria e sem estrelas. Pensativo, o mafioso viu as chamas consumirem a casa da Doutora Galtier em uma explosão de fogo e fumaça. Com Sara em estado de choque, e tremendo em seus braços, ele fez uma ligação. Lucas atendeu no primeiro toque. - Sim, Chefe? Olhando para Dominic sentado na sua frente, Ares respirou fundo. - Aconteceu um imprevisto. Leve Gabriel para nossa casa. - Positivo, Chefe. Missão dada é missão cumprida. Estamos deixando o galpão. - Bom garoto. Ares encerrou a ligação, deu um último olhar firme para o Chefe de segurança e encostou o queixo na cabeça de Sara que murmurou: - A Anna... é tudo culpa minha. A garota ganhou carícias suaves no cabelo castanho escuro e cacheado. - Está tudo bem. Ela morreu como uma heroína tentando salvar você. No entanto, você não pode mais ser salva. Sara fechou os olhos de encontro ao peito de Ares. Exausta mentalmente, ela dormiu. Um dos ocupantes da Dark Shadow foi chamado no jardim da mansão luxuosa na Flórida. O dia amanhecia e Ares ainda não tinha dormido. Ele estava de mau humor. - Você não revistou a casa da Doutora Galtier, Romeo? O homem negro engoliu em seco vendo os três rottweilers com a boca aberta e meio metro de língua pra fora. Ares segurava os três pela coleira apenas com a mão direita. Romeo deu um passo para trás e negou com a cabeça, já premeditando o seu final trágico por um erro inadmissível. - Não, Chefe. Ela parecia inofensiva. Ares suspirou com uma expressão de pesar. - Quando eu digo que erros são inadmissíveis, ninguém me leva a sério. O seu erro foi maior do que o erro da Doutora Galtier. Enfim, os meus filhos estão com fome e você não vai negar comida para eles. Ok? No auge do desespero, Romeo correu e foi facilmente alcançado, atacado e devorado vivo. Com os seus gritos, Ares acendeu um cigarro de maconha e abriu uma cerveja. Ainda era cedo para ficar com a mente entorpecida, mas ele teria um longo dia de merda. Lucas, Dominic e Gabriel queriam a sua cabeça. E por último, mas não menos importante, foder Sara iria levar mais tempo depois do assassinato de Anna. Observando Zeus roendo o osso da perna de Romeo, Ares caminhou até Dominic. - Pelos seus dez anos de serviços, eu vou deixar essa passar, mas da próxima vez que você me foder, eu vou deixar Zeus, Poseidon e Apolo te fazerem de cadela até o seu cu virar uma boceta. Eu fui claro? - Como a luz do dia, Chefe. - Ótimo. Continue reprimindo todos os seus sentimentos pelo meu irmão, e você ficará bem. Ares entrou na mansão e subiu para o quarto. A luminária que atingiu em cheio a sua cabeça, abriu um corte na sua têmpora esquerda. Ele levou a mão no ferimento, viu o sangue e sorriu. - Bom dia pra você também, minha nova pessoa favorita. Sara se ajoelhou na cama de casal e não se deu ao trabalho de se conter. Ela vociferou as palavras: - Monstro! - Cuidado. Acordos são feitos na máfia, e eu tenho uma proposta irrecusável para o seu pai. Afinal, você não vai querer que ele também queime sob o meu comando. Sara caiu sentada e escondeu o rosto entre as mãos trêmulas. - Eu te odeio. Ares fez pouco caso. - Você vai se acostumar comigo. Afinal, eu sou a perfeição. Eu sou lindo, gostoso, cheiroso, bilionário, muito inteligente e tenho um pau grande. Onde mais você encontraria um partido como eu? Sara viu Ares sentar na cama. Grande e forte, ele a puxou para o colo dele com um único movimento. Enquanto olhava para ela com os olhos vidrados, disse sério: - Eu sei que você perdeu alguém que era importante, e por isso, eu vou esquecer que nós começamos com o pé esquerdo. Eu vou esquecer até mesmo que você jogou a luminária na minha cabeça. Sara tentou levantar apenas para ter a bunda pressionada contra a ereção de Ares. Ela prendeu a respiração e ficou imóvel, tendo plena consciência de que estava prestes a ser destruída em todos os sentidos. Entretanto, Ares prendeu uma mecha do cabelo dela atrás da orelha, acariciou o seu rosto e perguntou sério: - Com fome? - Só de vingança. Cadê o meu pai? - Ele está chegando para você se sentir segura, amada e valorizada. Sara engoliu em seco e voltou a pensar em Anna. Ela se culpou e teve outra crise de choro enquanto o Diabo a confortava com beijos no rosto e carícias suaves nas suas costas. Ela tinha que ser cuidadosa para não perder tudo que ainda tinha: Seu pai.Fragilizada, Sara não deu importância para o assédio que ela estava sofrendo. Sentada sobre as coxas musculosas de Ares, ela manteve os braços abaixados e as mãos em concha sobre o colo. O vestido rosa bebê estava todo amassado, ela precisava de um banho e não tinha roupas.Virgem aos dezoito anos, Sara não tinha muita noção das reações que o toque físico de um homem poderia despertar em uma mulher. Ela respirou fundo, sentindo a brisa fresca que entrava pela varanda com as portas corrediças de vidro abertas. O lugar parecia o paraíso com sol, céu azul, mar azul turquesa, areia branca e um cheiro agradável de maresia.Ares continuava com um braço em volta da sua cintura para mantê-la no lugar, e sob o seu domínio impiedoso. Com a mão direita, ele a acariciava no braço e na coxa com movimentos firmes. Seus lábios carnudos e quentes, a beijavam no rosto e pescoço. Vez ou outra, ele soltava um rosnado baixo e rouco.Em baixo dela, Sara sentia a ereção dele que pulsava e parecia cada vez
No fim da tarde, ao pôr do sol exuberante, Sara viu a quantidade de carros de luxo que começaram a chegar na mansão com homens de terno, gravata e óculos escuros. Todos exalando riqueza, poder e influência.Perdida em um mundo novo e desconhecido que ela não entendia, exceto por Ares ser a autoridade suprema, e suas ordens por mais nojentas que fossem, não serem questionadas, Sara ficou no canto, observando a movimentação.Um buffet extravagante foi servido após a cerimônia de casamento civil e religiosa. Garçons uniformizados de preto e branco andavam pelo salão de festas que ficava no terraço com vista para o mar. Os convidados pareciam muito felizes com a união de Lucas e um ex-policial veterano, condecorado por atos heróicos durante os anos em que trabalhou nas ruas de Nova York. Para Ares foi uma espécie de troféu casar o irmão com um policial. O pedido de demissão do seu pai já tinha sido enviado para o Departamento de Polícia, e foi prontamente atendido por ter sido um pedido
Dominic tinha um olhar vazio e distante em pé no salão de festas, olhando para o que tinha sobrado do bolo de casamento de cinco andares de Lucas. Passava das três horas da manhã, e ele apenas ficou lá sozinho, e perdido em pensamentos. Ele teve tantas oportunidades, e deixou todas elas passarem. Desde que foi dado para Dante Potter para saldar uma dívida de drogas do seu pai, Dominic soube que teria um futuro melhor se tornando uma peça fundamental dentro da organização criminosa. Treinado até a exaustão física e mental, ele conseguiu o tão cobiçado cargo de Chefe de segurança de Ares. Dinheiro e bens materiais não eram mais problemas para um garoto negro de origem pobre, nascido e criado no Bronx, e com várias passagens pela cadeia por assalto a mão armada.Na Família Potter, Dominic teve a sua chance de ter coisas que a pobreza e a falta de oportunidade nunca lhe dariam, como casas e carros de luxo que ele podia usufruir nas férias uma vez por ano. Por isso, ele manteve seus sen
A noite de núpcias...Lucas entrou no seu quarto que ficava de frente para a praia, esperou Gabriel entrar e fechou a porta. Bêbado, ele zombou:- Você deveria ter me pego no colo.- Nós não somos um casal.- Ah, nós somos sim, Gabe. E a certidão de casamento prova isso.O quarto grande estava parcialmente iluminado pela lua, e um vento ameno entrava pela porta de vidro aberta para a varanda, agitando as cortinas brancas. Sobre a cama de casal forrada com um edredom branco, havia uma garrafa de champanhe dentro de um balde com gelo. Conhecendo o irmão, Lucas sabia que a bebida mesmo lacrada, estava batizada. Gabriel tirou a gravata borboleta, jogou na cama e abriu os primeiros botões da camisa social branca. Ele usou os pés para tirar os sapatos, e foi até a varanda, colocando as mãos nos bolsos frontais da calça social preta, respirou profundamente. Anna estava morta e aquilo ainda não parecia real. Na verdade, tudo aquilo parecia ser um pesadelo sem fim e devastador. Um único home
De banho tomado, cabelos soltos e úmidos, com um vestido Louis Vuitton preto básico e curto, Sara passou gloss nos lábios, sorriu e pegou um perfume Dior que ela borrifou atrás das orelhas e nos pulsos. Com cheiro de rica, ela deu uma última olhada no espelho e foi até a porta.- No momento eu não me sinto segura para abrir essa porta. Por favor, se acalme primeiro.Furioso, Ares cerrou os punhos.- Eu não quero me acalmar, caralho! Abre essa porta sua pirralha filha da puta!Revirando os olhos, Sara constatou que ela precisava fazer as unhas. As aulas também iriam começar em breve, e ela tinha que ir até Nova York pegar alguns materiais que iria aproveitar no último ano da escola. Com tantas coisas para fazer, e ela presa ali por causa de um idiota que se achava dono dela e do resto do mundo.Objetivo: Desprezar Ares Potter.Dificuldade: A beleza surreal dele.- Eu falo isso para o seu próprio bem, Ares. Você não vai querer me machucar em um momento de fraqueza.O mafioso ficou céti
Luther sabia que não poderia voltar sem a gata que ele não perguntou o nome. Mas ele também não precisava de um nome, ele era um exímio rastreador, e começou as buscas pelas redondezas com uma equipe de seis homens naquela tarde fria e cinzenta em Nova York. Sara era aluna da Trinity School, uma escola cristã particular e uma das melhores da cidade. Trabalhando para Ares em Nova York, o mafioso viu a sua chance de subir de nível. Sair dos pontos de venda de drogas, e integrar a equipe de segurança da garota que mais parecia uma bonequinha de tão linda e perfeita. Aquela era a chance da sua vida. Olhando pela janela e tomando um chá de erva cidreira para acalmar os ânimos, Sara fechou os olhos negros ao ser abraçada por trás. Do lado de fora da casa haviam três Dark Shadow e dez homens armados com fuzis. Ela descobriu que todos os seguranças tinham que usar terno e gravata obrigatoriamente. Ares prezava pela aparência e postura altiva dos seus homens. Era um exército de elite. -
O depósito com ar condicionado tinha dezenas de prateleiras que se erguiam do chão de porcelanato preto até o teto de gesso branco. O estoque era composto por bebidas fermentadas, fermento-destiladas e misturadas. Incluindo Whisky, Gin, Vodka, Cerveja, Vinho, Tequila e Energéticos. Também tinha os acompanhamentos para os coquetéis; água, suco e refrigerante, além de drogas e armas de última geração.No centro havia uma mesa de madeira no formato retangular com tampo de vidro e cadeiras de couro preto. A luz estava baixa, dando ao ambiente um aspecto agradável e ao mesmo tempo aconchegante. Se Lucas tinha em mente que Gabriel era um soca fofo, sua primeira impressão começou a se dissipar enquanto os dois se beijavam, se esfregavam e trocavam carícias.O marido estava com vontade, o puxando pela cintura com força, se entregando ao beijo úmido e quente, e soltando gemidos quase igual a um animal enjaulado. Lucas espalmou as mãos no rosto de Gabriel e disse ofegante com os lábios úmido
Atento, Dominic olhava em volta enquanto a equipe se posicionava no galpão abandonado no Brooklyn. Com o local parcialmente escuro a não ser pelos faróis acesos dos carros estacionados, um ao lado do outro, ele abriu a porta para Ares sair. O Chefe saiu e alisou o paletó preto. O Chefe de segurança fez menção de fechar a porta, mas ouviu a voz de comando.- Sai do carro, Sara.A garota hesitou.Dominic pigarreou forte.- Não tem necessidade dela presenciar isso.Ares o encarou com desaprovação.- Talvez quando você for o Conselheiro, eu te dê ouvidos.Cansado de ser desmoralizado na frente da equipe, Dominic endureceu o olhar.- Eu sei que a minha ascensão será irrisória porque a família precisa de um Conselheiro visível, mas o meu conselho agora é que isso vai te afastar, e não te aproximar do seu objetivo.Sara continuava hesitante mesmo com a mão tatuada estendida na sua direção. Para Dominic intervir por ela, era porque a merda seria das grandes. Ares estava com raiva, e pronto p