Capítulo 6

Fragilizada, Sara não deu importância para o assédio que ela estava sofrendo. Sentada sobre as coxas musculosas de Ares, ela manteve os braços abaixados e as mãos em concha sobre o colo. O vestido rosa bebê estava todo amassado, ela precisava de um banho e não tinha roupas.

Virgem aos dezoito anos, Sara não tinha muita noção das reações que o toque físico de um homem poderia despertar em uma mulher. Ela respirou fundo, sentindo a brisa fresca que entrava pela varanda com as portas corrediças de vidro abertas. O lugar parecia o paraíso com sol, céu azul, mar azul turquesa, areia branca e um cheiro agradável de maresia.

Ares continuava com um braço em volta da sua cintura para mantê-la no lugar, e sob o seu domínio impiedoso. Com a mão direita, ele a acariciava no braço e na coxa com movimentos firmes. Seus lábios carnudos e quentes, a beijavam no rosto e pescoço. Vez ou outra, ele soltava um rosnado baixo e rouco.

Em baixo dela, Sara sentia a ereção dele que pulsava e parecia cada vez maior. Maior do que um desodorante aerosol. Ela soltou um suspiro entediado.

- A sua barba está me arranhando.

Queimando de tesão, Ares afastou o rosto depois de cheirar o pescoço de Sara. Ela era mais quente, cheirosa e macia do que as mulheres que ele costumava foder. A beleza dela também era surreal com um rosto oval, expressivos olhos negros, nariz delicado e lábios carnudos.

Seu corpo pequeno e curvilíneo também eram a chave para a perdição de um lobo mau como ele. Aquele olhar de ódio, o queixo empinado de teimosia e a fragilidade no semblante cansado, fechavam o conjunto da obra de arte que ele tinha em mãos.

- Olha pra mim.

Sara obedeceu de má vontade e ganhou um sorriso zombeteiro que revelou dentes brancos, brilhantes e alinhados. A pele dele era bronzeada, os olhos estavam verdes iguais duas esmeraldas, a barba escura lhe conferia masculinidade e poder, os lábios estavam úmidos e entreabertos, implorando para serem beijados, e a rosa tatuada no pescoço másculo era fodidamente sexy.

Abruptamente, Sara ficou em pé.

- Eu preciso tomar banho!

Imediatamente, Ares levantou e a tomou novamente em seus braços, como se ele fosse incapaz de manter as mãos longe dela. Antes de voltar a ser assediada, Sara espalmou as mãos pequenas e delicadas no peito dele por cima da camiseta preta. O mafioso vestia uma bermuda cinza de moletom e estava descalço. Até os seus pés longos eram bonitos com as unhas bem feitas.

De repente sem fôlego, Sara puxou o ar pela boca e disse séria:

- Me solta!

Ares estreitou os olhos mantendo os braços musculosos em volta da cintura da sua presa. Ele perguntou com frieza:

- Você sabe por que está aqui, não sabe?

Olhos negros o fitaram em desafio o que lhe rendeu um arrepio na espinha.

- Eu não sei. - Sara declarou com firmeza, sem desviar o olhar. - Por que você não me conta o que quer de mim?

Ares abriu um sorriso inocente, consciente dos seios grandes contra a sua barriga.

- Eu vi em você uma ameaça.

A garota franziu a testa.

- Uma ameaça?

- Sim. Uma coisinha como você, me deixou um pouco fora de controle. Normalmente, eu não me desestabilizo com facilidade. E agora, eu tenho que te destruir para me sentir melhor. Me sentir no controle.

Chocada, Sara lutou em vão para se soltar e não se moveu um milímetro. Se divertindo com os seus esforços inúteis, Ares levou uma mão no seu queixo e exerceu força. Ele se inclinou sobre ela com um olhar frio e calculista.

- É isso o que eu faço melhor. Destruir.

Sara pensou em protestar quando a língua de Ares foi parar dentro da sua boca. Ela nunca tinha sido beijada, e foi incapaz de manter os olhos abertos e respirar ao mesmo tempo. Seu lábio inferior foi sugado, mordido e levemente puxado, em seguida o superior, e a sua língua enroscou na língua de Ares que aprofundou o beijo exigente.

- Chefe! É urgente!

O beijo úmido e quente foi interrompido com um selinho. Ares saiu do quarto sem olhar para trás. Sara ficou petrificada ao perder a noção da realidade. O seu corpo inteiro tremia e o coração parecia que iria explodir dentro do peito. Impaciente, ela limpou os lábios com as mãos, porém, o gosto dele ficou nela.

- Depois do fiasco de ontem, é bom mesmo que seja urgente, Dominic.

- Tom Ford em pessoa.

Ares parou no corredor com um olhar surpreso.

- O Subchefe do Snake?

- O próprio e com uma cara de poucos amigos.

- O carregamento já está em Phoenix?

- Sim, mas Lucas já deveria estar aqui. Ele não me atende.

- E você esperava o quê?

Dominic abaixou a cabeça.

- Nada.

- Ele te odeia agora, mesmo você não tendo como evitar o que aconteceu. E é assim que deve ser.

- Sim, Chefe.

Ares entrou no escritório do subsolo que era usado para reuniões e tinha acesso pela escada lateral da mansão. Tom fumava um charuto cubano sentado no sofá, e tinha um copo de uísque na mesa de centro.

- Eu tenho que admitir que eu gosto dos seus homens, Ares. Depois de uma revista minuciosa, eu sempre ganho mimos caros.

Ares sentou no sofá de couro preto com um sorriso tranquilo.

- Em que posso ajudar, Tom?

- Nosso carregamento foi roubado do galpão da polícia federal. Você acredita nisso?

Apático, o Don suspirou entediado.

- Não se pode confiar na polícia.

Tom sorriu enquanto fumava, soltava a fumaça lentamente e olhava Ares com firmeza. Ao falar, ele manteve o sorriso e o tom de voz amigável.

- Agora que Donald Trump está enfiando o pau no cu dos imigrantes ilegais que estão no país, Snake sendo mexicano, gostaria da sua ajuda para recuperar o carregamento.

- Eu receio que...

- A pele do Lucas é suave e sedosa porque ele toma banho de porra todos os dias. Inclusive, Snake fez um tratamento de pele nele recentemente. O Chefe acabou ficando mais interessado do que deveria.

Ares pensava na velocidade da luz.

Tom Ford se inclinou para bater a cinza do charuto no cinzeiro.

- Snake solicita a sua ajuda em troca de manter privados, vídeos de teor sexual que podem ser desconcertantes até mesmo para homens como você e eu.

Ares exigiu por entre os dentes.

- Me mostra.

O Secretário de Tom estendeu um iPhone para Ares. Em menos de dez segundos, ele devolveu e lutou contra a ânsia de vômito.

- Será um prazer ajudar o Snake, sabendo que se eu ver essa merda em qualquer lugar, eu tenho permissão para mata-lo sem retaliações.

Tom sorriu, assentiu e levantou.

- Eu te mando o endereço para onde você deve enviar o carregamento, ou Lucas pode levar pessoalmente. O Chefe iria adorar.

Com uma mão na cintura e um copo de uísque na outra, Ares observou Tom deixar a mansão com o Secretário. Do lado de fora, havia um comboio de três Mercedes-Benz na cor prata.

- Leve a Sara no shopping e compre tudo que ela quiser. Na volta, traga um padre, um juiz de paz e um par de alianças de ouro que sejam masculinas.

Dominic pigarreou forte.

- Você vai casar?

Ares se virou para o Chefe de segurança com um olhar mortal.

- Eu não, mas o Lucas vai. A partir de hoje, ele não vai mais andar abrindo a bunda por aí igual uma puta.

Dominic abriu a boca e Ares berrou:

- Vai!

- Sim, Chefe!

Sara entrou no banco de trás da SUV preta e não olhou para o assassino de Anna. No entanto, ela perguntou séria:

- Aonde vamos?

- As compras, senhorita Larsson. Ordens do Chefe. O seu pai estará aqui na volta.

Sara não fez mais perguntas.

Lucas entrou no escritório. Lentamente, Ares parou de frente para ele com um olhar quase animalesco.

- Snake, é sério isso?

O caçula Potter abaixou a cabeça.

- Foi na festa do Ferrari. Eu tinha bebido demais. E com todo o respeito irmão, quem mais além de você iria se atrever a roubar o galpão da polícia federal? Ele apenas ligou os pontos.

- E teve como me chantagear com as suas promiscuidades.

- Eu lamento. Eu vou melhorar.

Gabriel entrou no escritório.

- Cadê a minha filha?!

Ares sorriu satisfeito.

- Fazendo compras. - Na sequência, ele ficou sério. - Anna está morta. Eu não teria matado ela, mas infelizmente, o meu segurança misturou negócios com questões pessoais. Eu lamento pela sua perda.

Gabriel ficou cético.

- É mentira.

Entretanto, ele tentou avançar em Ares e Lucas o jogou no chão com um mata leão.

Don Potter abriu um sorriso genuíno.

- Que bom que já estão se engalfinhando. Em breve, serão marido e marido. Pela ordem eu teria que me casar primeiro, mas assim será. Bem vindo a família, Gabriel.

Ares saiu do escritório assobiando.

Lucas foi empurrado, caiu sentado no chão e levou a mão no olho direito. A dor que ele sentiu foi muito maior do que o anúncio feito pelo irmão ardiloso.

Igualmente sentado, Gabriel chorou de raiva. O sentimento de impotência fez ele ir pra cima de Lucas que protegeu o rosto machucado.

O policial não chegou a desferir o primeiro soco. Olhando para baixo, ele viu o caçula Potter mijando nas calças diante de um trauma recente.

Aliviada, Sara se jogou nos braços do pai que a apertou com força. Enquanto eles se consolavam, Ares revirou os olhos. Ele mal podia esperar para ficar sozinho de novo com a sua perdição. Só de pensar, o pau começou a babar. Animado com as maldades que faria, ele anunciou sorridente:

- Que comece o casamento.

Horrorizada, Sara viu o pai se casar com outro homem sob a mira de um fuzil. Lucas estava igualmente desacreditado. Dominic manteve a sua habitual frieza e Ares tinha planos para todos. Afinal, ele era o Chefe da Família Potter.

Assim que Snake e Tom se aproximaram do carregamento, juntamente com o Secretário e o restante da gangue, uma explosão fez seus corpos voarem pelos ares igual a fogos de artifício. Naquela mesma noite, o carregamento verdadeiro estava sendo distribuído em Phoenix, Arizona. Ares estava alguns milhões mais rico, e Lucas não seria exposto por ter gostos sexuais que até o Diabo ficaria enojado.

Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App