Fragilizada, Sara não deu importância para o assédio que ela estava sofrendo. Sentada sobre as coxas musculosas de Ares, ela manteve os braços abaixados e as mãos em concha sobre o colo. O vestido rosa bebê estava todo amassado, ela precisava de um banho e não tinha roupas.
Virgem aos dezoito anos, Sara não tinha muita noção das reações que o toque físico de um homem poderia despertar em uma mulher. Ela respirou fundo, sentindo a brisa fresca que entrava pela varanda com as portas corrediças de vidro abertas. O lugar parecia o paraíso com sol, céu azul, mar azul turquesa, areia branca e um cheiro agradável de maresia. Ares continuava com um braço em volta da sua cintura para mantê-la no lugar, e sob o seu domínio impiedoso. Com a mão direita, ele a acariciava no braço e na coxa com movimentos firmes. Seus lábios carnudos e quentes, a beijavam no rosto e pescoço. Vez ou outra, ele soltava um rosnado baixo e rouco. Em baixo dela, Sara sentia a ereção dele que pulsava e parecia cada vez maior. Maior do que um desodorante aerosol. Ela soltou um suspiro entediado. - A sua barba está me arranhando. Queimando de tesão, Ares afastou o rosto depois de cheirar o pescoço de Sara. Ela era mais quente, cheirosa e macia do que as mulheres que ele costumava foder. A beleza dela também era surreal com um rosto oval, expressivos olhos negros, nariz delicado e lábios carnudos. Seu corpo pequeno e curvilíneo também eram a chave para a perdição de um lobo mau como ele. Aquele olhar de ódio, o queixo empinado de teimosia e a fragilidade no semblante cansado, fechavam o conjunto da obra de arte que ele tinha em mãos. - Olha pra mim. Sara obedeceu de má vontade e ganhou um sorriso zombeteiro que revelou dentes brancos, brilhantes e alinhados. A pele dele era bronzeada, os olhos estavam verdes iguais duas esmeraldas, a barba escura lhe conferia masculinidade e poder, os lábios estavam úmidos e entreabertos, implorando para serem beijados, e a rosa tatuada no pescoço másculo era fodidamente sexy. Abruptamente, Sara ficou em pé. - Eu preciso tomar banho! Imediatamente, Ares levantou e a tomou novamente em seus braços, como se ele fosse incapaz de manter as mãos longe dela. Antes de voltar a ser assediada, Sara espalmou as mãos pequenas e delicadas no peito dele por cima da camiseta preta. O mafioso vestia uma bermuda cinza de moletom e estava descalço. Até os seus pés longos eram bonitos com as unhas bem feitas. De repente sem fôlego, Sara puxou o ar pela boca e disse séria: - Me solta! Ares estreitou os olhos mantendo os braços musculosos em volta da cintura da sua presa. Ele perguntou com frieza: - Você sabe por que está aqui, não sabe? Olhos negros o fitaram em desafio o que lhe rendeu um arrepio na espinha. - Eu não sei. - Sara declarou com firmeza, sem desviar o olhar. - Por que você não me conta o que quer de mim? Ares abriu um sorriso inocente, consciente dos seios grandes contra a sua barriga. - Eu vi em você uma ameaça. A garota franziu a testa. - Uma ameaça? - Sim. Uma coisinha como você, me deixou um pouco fora de controle. Normalmente, eu não me desestabilizo com facilidade. E agora, eu tenho que te destruir para me sentir melhor. Me sentir no controle. Chocada, Sara lutou em vão para se soltar e não se moveu um milímetro. Se divertindo com os seus esforços inúteis, Ares levou uma mão no seu queixo e exerceu força. Ele se inclinou sobre ela com um olhar frio e calculista. - É isso o que eu faço melhor. Destruir. Sara pensou em protestar quando a língua de Ares foi parar dentro da sua boca. Ela nunca tinha sido beijada, e foi incapaz de manter os olhos abertos e respirar ao mesmo tempo. Seu lábio inferior foi sugado, mordido e levemente puxado, em seguida o superior, e a sua língua enroscou na língua de Ares que aprofundou o beijo exigente. - Chefe! É urgente! O beijo úmido e quente foi interrompido com um selinho. Ares saiu do quarto sem olhar para trás. Sara ficou petrificada ao perder a noção da realidade. O seu corpo inteiro tremia e o coração parecia que iria explodir dentro do peito. Impaciente, ela limpou os lábios com as mãos, porém, o gosto dele ficou nela. - Depois do fiasco de ontem, é bom mesmo que seja urgente, Dominic. - Tom Ford em pessoa. Ares parou no corredor com um olhar surpreso. - O Subchefe do Snake? - O próprio e com uma cara de poucos amigos. - O carregamento já está em Phoenix? - Sim, mas Lucas já deveria estar aqui. Ele não me atende. - E você esperava o quê? Dominic abaixou a cabeça. - Nada. - Ele te odeia agora, mesmo você não tendo como evitar o que aconteceu. E é assim que deve ser. - Sim, Chefe. Ares entrou no escritório do subsolo que era usado para reuniões e tinha acesso pela escada lateral da mansão. Tom fumava um charuto cubano sentado no sofá, e tinha um copo de uísque na mesa de centro. - Eu tenho que admitir que eu gosto dos seus homens, Ares. Depois de uma revista minuciosa, eu sempre ganho mimos caros. Ares sentou no sofá de couro preto com um sorriso tranquilo. - Em que posso ajudar, Tom? - Nosso carregamento foi roubado do galpão da polícia federal. Você acredita nisso? Apático, o Don suspirou entediado. - Não se pode confiar na polícia. Tom sorriu enquanto fumava, soltava a fumaça lentamente e olhava Ares com firmeza. Ao falar, ele manteve o sorriso e o tom de voz amigável. - Agora que Donald Trump está enfiando o pau no cu dos imigrantes ilegais que estão no país, Snake sendo mexicano, gostaria da sua ajuda para recuperar o carregamento. - Eu receio que... - A pele do Lucas é suave e sedosa porque ele toma banho de porra todos os dias. Inclusive, Snake fez um tratamento de pele nele recentemente. O Chefe acabou ficando mais interessado do que deveria. Ares pensava na velocidade da luz. Tom Ford se inclinou para bater a cinza do charuto no cinzeiro. - Snake solicita a sua ajuda em troca de manter privados, vídeos de teor sexual que podem ser desconcertantes até mesmo para homens como você e eu. Ares exigiu por entre os dentes. - Me mostra. O Secretário de Tom estendeu um iPhone para Ares. Em menos de dez segundos, ele devolveu e lutou contra a ânsia de vômito. - Será um prazer ajudar o Snake, sabendo que se eu ver essa merda em qualquer lugar, eu tenho permissão para mata-lo sem retaliações. Tom sorriu, assentiu e levantou. - Eu te mando o endereço para onde você deve enviar o carregamento, ou Lucas pode levar pessoalmente. O Chefe iria adorar. Com uma mão na cintura e um copo de uísque na outra, Ares observou Tom deixar a mansão com o Secretário. Do lado de fora, havia um comboio de três Mercedes-Benz na cor prata. - Leve a Sara no shopping e compre tudo que ela quiser. Na volta, traga um padre, um juiz de paz e um par de alianças de ouro que sejam masculinas. Dominic pigarreou forte. - Você vai casar? Ares se virou para o Chefe de segurança com um olhar mortal. - Eu não, mas o Lucas vai. A partir de hoje, ele não vai mais andar abrindo a bunda por aí igual uma puta. Dominic abriu a boca e Ares berrou: - Vai! - Sim, Chefe! Sara entrou no banco de trás da SUV preta e não olhou para o assassino de Anna. No entanto, ela perguntou séria: - Aonde vamos? - As compras, senhorita Larsson. Ordens do Chefe. O seu pai estará aqui na volta. Sara não fez mais perguntas. Lucas entrou no escritório. Lentamente, Ares parou de frente para ele com um olhar quase animalesco. - Snake, é sério isso? O caçula Potter abaixou a cabeça. - Foi na festa do Ferrari. Eu tinha bebido demais. E com todo o respeito irmão, quem mais além de você iria se atrever a roubar o galpão da polícia federal? Ele apenas ligou os pontos. - E teve como me chantagear com as suas promiscuidades. - Eu lamento. Eu vou melhorar. Gabriel entrou no escritório. - Cadê a minha filha?! Ares sorriu satisfeito. - Fazendo compras. - Na sequência, ele ficou sério. - Anna está morta. Eu não teria matado ela, mas infelizmente, o meu segurança misturou negócios com questões pessoais. Eu lamento pela sua perda. Gabriel ficou cético. - É mentira. Entretanto, ele tentou avançar em Ares e Lucas o jogou no chão com um mata leão. Don Potter abriu um sorriso genuíno. - Que bom que já estão se engalfinhando. Em breve, serão marido e marido. Pela ordem eu teria que me casar primeiro, mas assim será. Bem vindo a família, Gabriel. Ares saiu do escritório assobiando. Lucas foi empurrado, caiu sentado no chão e levou a mão no olho direito. A dor que ele sentiu foi muito maior do que o anúncio feito pelo irmão ardiloso. Igualmente sentado, Gabriel chorou de raiva. O sentimento de impotência fez ele ir pra cima de Lucas que protegeu o rosto machucado. O policial não chegou a desferir o primeiro soco. Olhando para baixo, ele viu o caçula Potter mijando nas calças diante de um trauma recente. Aliviada, Sara se jogou nos braços do pai que a apertou com força. Enquanto eles se consolavam, Ares revirou os olhos. Ele mal podia esperar para ficar sozinho de novo com a sua perdição. Só de pensar, o pau começou a babar. Animado com as maldades que faria, ele anunciou sorridente: - Que comece o casamento. Horrorizada, Sara viu o pai se casar com outro homem sob a mira de um fuzil. Lucas estava igualmente desacreditado. Dominic manteve a sua habitual frieza e Ares tinha planos para todos. Afinal, ele era o Chefe da Família Potter. Assim que Snake e Tom se aproximaram do carregamento, juntamente com o Secretário e o restante da gangue, uma explosão fez seus corpos voarem pelos ares igual a fogos de artifício. Naquela mesma noite, o carregamento verdadeiro estava sendo distribuído em Phoenix, Arizona. Ares estava alguns milhões mais rico, e Lucas não seria exposto por ter gostos sexuais que até o Diabo ficaria enojado.No fim da tarde, ao pôr do sol exuberante, Sara viu a quantidade de carros de luxo que começaram a chegar na mansão com homens de terno, gravata e óculos escuros. Todos exalando riqueza, poder e influência.Perdida em um mundo novo e desconhecido que ela não entendia, exceto por Ares ser a autoridade suprema, e suas ordens por mais nojentas que fossem, não serem questionadas, Sara ficou no canto, observando a movimentação.Um buffet extravagante foi servido após a cerimônia de casamento civil e religiosa. Garçons uniformizados de preto e branco andavam pelo salão de festas que ficava no terraço com vista para o mar. Os convidados pareciam muito felizes com a união de Lucas e um ex-policial veterano, condecorado por atos heróicos durante os anos em que trabalhou nas ruas de Nova York. Para Ares foi uma espécie de troféu casar o irmão com um policial. O pedido de demissão do seu pai já tinha sido enviado para o Departamento de Polícia, e foi prontamente atendido por ter sido um pedido
Dominic tinha um olhar vazio e distante em pé no salão de festas, olhando para o que tinha sobrado do bolo de casamento de cinco andares de Lucas. Passava das três horas da manhã, e ele apenas ficou lá sozinho, e perdido em pensamentos. Ele teve tantas oportunidades, e deixou todas elas passarem. Desde que foi dado para Dante Potter para saldar uma dívida de drogas do seu pai, Dominic soube que teria um futuro melhor se tornando uma peça fundamental dentro da organização criminosa. Treinado até a exaustão física e mental, ele conseguiu o tão cobiçado cargo de Chefe de segurança de Ares. Dinheiro e bens materiais não eram mais problemas para um garoto negro de origem pobre, nascido e criado no Bronx, e com várias passagens pela cadeia por assalto a mão armada.Na Família Potter, Dominic teve a sua chance de ter coisas que a pobreza e a falta de oportunidade nunca lhe dariam, como casas e carros de luxo que ele podia usufruir nas férias uma vez por ano. Por isso, ele manteve seus sen
A noite de núpcias...Lucas entrou no seu quarto que ficava de frente para a praia, esperou Gabriel entrar e fechou a porta. Bêbado, ele zombou:- Você deveria ter me pego no colo.- Nós não somos um casal.- Ah, nós somos sim, Gabe. E a certidão de casamento prova isso.O quarto grande estava parcialmente iluminado pela lua, e um vento ameno entrava pela porta de vidro aberta para a varanda, agitando as cortinas brancas. Sobre a cama de casal forrada com um edredom branco, havia uma garrafa de champanhe dentro de um balde com gelo. Conhecendo o irmão, Lucas sabia que a bebida mesmo lacrada, estava batizada. Gabriel tirou a gravata borboleta, jogou na cama e abriu os primeiros botões da camisa social branca. Ele usou os pés para tirar os sapatos, e foi até a varanda, colocando as mãos nos bolsos frontais da calça social preta, respirou profundamente. Anna estava morta e aquilo ainda não parecia real. Na verdade, tudo aquilo parecia ser um pesadelo sem fim e devastador. Um único home
De banho tomado, cabelos soltos e úmidos, com um vestido Louis Vuitton preto básico e curto, Sara passou gloss nos lábios, sorriu e pegou um perfume Dior que ela borrifou atrás das orelhas e nos pulsos. Com cheiro de rica, ela deu uma última olhada no espelho e foi até a porta.- No momento eu não me sinto segura para abrir essa porta. Por favor, se acalme primeiro.Furioso, Ares cerrou os punhos.- Eu não quero me acalmar, caralho! Abre essa porta sua pirralha filha da puta!Revirando os olhos, Sara constatou que ela precisava fazer as unhas. As aulas também iriam começar em breve, e ela tinha que ir até Nova York pegar alguns materiais que iria aproveitar no último ano da escola. Com tantas coisas para fazer, e ela presa ali por causa de um idiota que se achava dono dela e do resto do mundo.Objetivo: Desprezar Ares Potter.Dificuldade: A beleza surreal dele.- Eu falo isso para o seu próprio bem, Ares. Você não vai querer me machucar em um momento de fraqueza.O mafioso ficou céti
Luther sabia que não poderia voltar sem a gata que ele não perguntou o nome. Mas ele também não precisava de um nome, ele era um exímio rastreador, e começou as buscas pelas redondezas com uma equipe de seis homens naquela tarde fria e cinzenta em Nova York. Sara era aluna da Trinity School, uma escola cristã particular e uma das melhores da cidade. Trabalhando para Ares em Nova York, o mafioso viu a sua chance de subir de nível. Sair dos pontos de venda de drogas, e integrar a equipe de segurança da garota que mais parecia uma bonequinha de tão linda e perfeita. Aquela era a chance da sua vida. Olhando pela janela e tomando um chá de erva cidreira para acalmar os ânimos, Sara fechou os olhos negros ao ser abraçada por trás. Do lado de fora da casa haviam três Dark Shadow e dez homens armados com fuzis. Ela descobriu que todos os seguranças tinham que usar terno e gravata obrigatoriamente. Ares prezava pela aparência e postura altiva dos seus homens. Era um exército de elite. -
O depósito com ar condicionado tinha dezenas de prateleiras que se erguiam do chão de porcelanato preto até o teto de gesso branco. O estoque era composto por bebidas fermentadas, fermento-destiladas e misturadas. Incluindo Whisky, Gin, Vodka, Cerveja, Vinho, Tequila e Energéticos. Também tinha os acompanhamentos para os coquetéis; água, suco e refrigerante, além de drogas e armas de última geração.No centro havia uma mesa de madeira no formato retangular com tampo de vidro e cadeiras de couro preto. A luz estava baixa, dando ao ambiente um aspecto agradável e ao mesmo tempo aconchegante. Se Lucas tinha em mente que Gabriel era um soca fofo, sua primeira impressão começou a se dissipar enquanto os dois se beijavam, se esfregavam e trocavam carícias.O marido estava com vontade, o puxando pela cintura com força, se entregando ao beijo úmido e quente, e soltando gemidos quase igual a um animal enjaulado. Lucas espalmou as mãos no rosto de Gabriel e disse ofegante com os lábios úmido
Atento, Dominic olhava em volta enquanto a equipe se posicionava no galpão abandonado no Brooklyn. Com o local parcialmente escuro a não ser pelos faróis acesos dos carros estacionados, um ao lado do outro, ele abriu a porta para Ares sair. O Chefe saiu e alisou o paletó preto. O Chefe de segurança fez menção de fechar a porta, mas ouviu a voz de comando.- Sai do carro, Sara.A garota hesitou.Dominic pigarreou forte.- Não tem necessidade dela presenciar isso.Ares o encarou com desaprovação.- Talvez quando você for o Conselheiro, eu te dê ouvidos.Cansado de ser desmoralizado na frente da equipe, Dominic endureceu o olhar.- Eu sei que a minha ascensão será irrisória porque a família precisa de um Conselheiro visível, mas o meu conselho agora é que isso vai te afastar, e não te aproximar do seu objetivo.Sara continuava hesitante mesmo com a mão tatuada estendida na sua direção. Para Dominic intervir por ela, era porque a merda seria das grandes. Ares estava com raiva, e pronto p
Sara suspirou tendo um breve momento de paz. Deitada com a cabeça no peito do pai, ela sorriu vendo ele afagar Luna deitada na sua barriga.- Graças ao Ares, ela voltou para nós. A garota revirou os olhos negros só de ouvir o nome daquele sádico, mas disse sorrindo:- E você não a queria em casa quando a Kemi me deu ela.- Eu nunca gostei de gatos, mas essa fofura me ganhou.Sara não resistiu e zombou sorridente:- E o Lucas, ele te ganhou também?De banho tomado, e deitado na cama do casal enquanto o marido estava com o irmão no escritório acertando os últimos detalhes de um carregamento de cocaína, Gabriel respirou fundo.- Não seja insolente.- Seria vantajoso para nós, ele se apaixonar por você, pai. Gabriel ficou sério.- Eu não quero saber de você tendo ideias mirabolantes.Sara fez pouco caso e baixou a voz.- Por que você acha que o Ares não casou o irmão com o futuro Conselheiro, e sim com um completo desconhecido?Gabriel ponderou e curvou os lábios para baixo com desânimo