_Olivia foi para Minas Gerais e eu ajudei.
E foi assim o estopim da Grande Guerra na Mansão Martins Gonçalves.
_O que Francisco? Fez isso sobre as minhas costas? Você deixou minha filha ir embora sem nem perguntar?
Jezabel iradíssima, dava socos na mesa perdendo totalmente a compostura que ela tanto prezava. Eu sentava perto do meu pai com as mão sobre a mesa e Sofia na cadeira da ponta um pouco mais afastada, de braços cruzados e olhando para baixo.
_Ela pediu para não contar.
_Mas eu sou a mãe dela!
_O que você faria? Trancar ela em um quarto? As gêmeas já são adultas.
Meu pai disse que para ir na primeira visita ao shopping eu poderia convidar alguém. Eu pensei em chamar o Haru mas, acho que depois da confusão do final de semana, ele não ficaria confortável em vê-lo. Chamei a Brenda, a ruivinha de Lógico-Matemática que adorava o meu pai. A reação dela ao vê-lo de perto foi bem engraçada. Ela queria tirar uma tal de “selfie” e “postar” em alguma coisa que na época eu não sabia o que era. Tudo naquela caixinha brilhante.A minha reação ao entrar no shopping foi parecida com a dela ao ver o meu pai. Uma espécie de espanto e euforia. Era uma casa muito grande e luminosa, pessoas e mais pessoas andando para lá e para cá. Objetos que nunca tinha visto estavam na minha frente. Havia de tudo, desde roupas até aquelas caixinha
Esse relato quem fez foi Sofia depois de um tempo. Meu pai é orgulhoso demais para falar que se divertiu fazendo compras depois de quatorze anos alheio a civilização moderna. Segundo Sofia, foi naquele dia que teve certeza que ele também estava preso a ela.Eles ficaram perto da entrada, acenando para nós duas até sumirmos de vista. Depois que sumimos ficou-se um silêncio constrangedor entre os dois. Ele balançava os braços e olhava nas outras direções. Ela sem hesitar, virou-se para ele._Por onde vamos começar? Pelo meu ou pelo seu?_Começar o quê? _ ele perguntou ainda sem graça._O nosso guarda-roupa, não íamos comprar roupas para todo mundo?
Depois que parei de rir, os colegas da minha mesa me observavam assustados, segurando seus lanches para não cair. Pelo jeito minha risada foi mais alta do que me pareceu. Uma multidão começou a nos encarar. Eu não entendia muito bem o que acontecia.Começou primeiro com um burburinho, dava para ouvir algumas palavras. “Excepcionais, aqui nessa parte do shopping?” “Eles não tem a própria parte deles, por que estão aqui?” “Melhor tomar cuidado, pelo jeito tem um intra com eles.” Daqueles burburinhos, um grupo começou a se juntar ao redor da nossa mesa. Baixamos nossas cabeças como se tivéssemos feito algo de errado. Cada vez que mais pessoas se juntavam mais tentávamos nos esconder.
Anos atrás um grupo de jovens sonhadores se reuniam com um objetivo em comum. Não eram poucos mas, muito tímidos para aparecerem. Júlia chegou para mudar essa situação. Além de ter influência por causa da sua família. Tinha um talento para falar em público mesmo sendo uma Naturalista.Era necessário alguém que não fosse um Interpessoal ou um Linguístico para lidar com os discursos e comícios, pelo menos naquele momento. Duvidariam se era verdade ou se estavam sendo manipulados. Júlia saiu da faculdade, e foi logo trabalhar no Médico sem Fronteiras, onde conheceu Francisco, que fazia uma pesquisa ali. Foi em um deserto, ela curando pessoas, ele catalogando bichos e plantas.Quando voltaram, Júlia percebeu a situação pre
Terminamos aquele dia sentados no meio fio e os adultos conversando dentro de casa. João pediu para que os deixassem sozinhos por um momento. Nomia ficou chocada com a notícia da morte de Júlia. O sorriso se esvaiu em poucos segundos.Sofia ficou com eles na sala, nós quatro resolvemos ficar ao ar livre. O sol já estava se pondo e pintava todo o cenário de laranja. Ficamos olhando para o horizonte em silêncio por um tempo. Lembrando desse dia, talvez eles estivessem pensando em que falar_ Oh, meu Deus _ Brenda foi a primeira a quebrar o silêncio _ não acredito que o meu casal teve um final trágico como esse. Uma mãe que se sacrifica para salvar sua filha…_ Você é meio sem noção… _ Haru ficava indigna
Saí assustada correndo pela rua. A noite na cidade era bem movimentada, os carros iam passando correndo com luzes acesas, postes iluminavam as ruas, pessoas se aglomeravam em bares e restaurantes. Era o final do sábado, no dia seguinte era domingo e mais uma vez a semana começava.Eu não sabia para onde ir, não conhecia tantos lugares e não sabia andar por ali. Fiquei vagando de pés descalços pelas calçadas. As pessoas não gostavam muito quando eu chegava perto, achavam que eu era uma pivete. Não tinha noção naquela época o que era pivete.Reconheci as ruas que andei com Haru no dia que quebramos as regras. Estava mais escuro do que imaginava mas, continuei caminhando até chegar àquela bela praça em frente a grande igreja. Qual foi minha
_ Eu só queria mostrar a mãe dela… _ meu pai desabafava para os adultos enquanto nós escutávamos dentro do quarto, todos em silêncio. _ O que será que eu fiz de errado?_ Francisco, _ a mãe de Brenda falava maciamente _ você não fez nada de errado, talvez fosse um pouco cedo demais. Aiyra está lidando com muita coisa ao mesmo tempo.Brenda era uma Excepcional mas, a sua mãe não. Era apenas as duas em um grande apartamento no centro da cidade. Todos os cômodos eram espaçosos, a sala tinha um piso
A história não terminou!!! Areias Brilhantes vai voltar com mais capítulos inéditos. Estou aprontando capítulos novos para a nossa história, organizando melhor a segunda parte pra sair bonitinho para vocês e como isso demanda tempo, vai ter um intervalo nas publicações de capítulos aqui.Enquanto isso, compartilhe, curta e comente essa história maravilhosa "fica comigo então, não me abandona não!"Eu acredito que Aiyra tenha agora, um lugar especial no coração de vocês porque ela deixou no meu.Essa história veio através de um sonho meu e comecei a desenvolver e criar esse universo dos Excepcionais e Aiyra foi ficando cada vez mais forte e independente. Eu sei como ter esse tipo de personagem feminino é importante para a representatividade.Gostei muito de escrever os relatos dela e ver a sua evolução em u