Terminamos aquele dia sentados no meio fio e os adultos conversando dentro de casa. João pediu para que os deixassem sozinhos por um momento. Nomia ficou chocada com a notícia da morte de Júlia. O sorriso se esvaiu em poucos segundos.
Sofia ficou com eles na sala, nós quatro resolvemos ficar ao ar livre. O sol já estava se pondo e pintava todo o cenário de laranja. Ficamos olhando para o horizonte em silêncio por um tempo. Lembrando desse dia, talvez eles estivessem pensando em que falar
_ Oh, meu Deus _ Brenda foi a primeira a quebrar o silêncio _ não acredito que o meu casal teve um final trágico como esse. Uma mãe que se sacrifica para salvar sua filha…
_ Você é meio sem noção… _ Haru ficava indigna
Saí assustada correndo pela rua. A noite na cidade era bem movimentada, os carros iam passando correndo com luzes acesas, postes iluminavam as ruas, pessoas se aglomeravam em bares e restaurantes. Era o final do sábado, no dia seguinte era domingo e mais uma vez a semana começava.Eu não sabia para onde ir, não conhecia tantos lugares e não sabia andar por ali. Fiquei vagando de pés descalços pelas calçadas. As pessoas não gostavam muito quando eu chegava perto, achavam que eu era uma pivete. Não tinha noção naquela época o que era pivete.Reconheci as ruas que andei com Haru no dia que quebramos as regras. Estava mais escuro do que imaginava mas, continuei caminhando até chegar àquela bela praça em frente a grande igreja. Qual foi minha
_ Eu só queria mostrar a mãe dela… _ meu pai desabafava para os adultos enquanto nós escutávamos dentro do quarto, todos em silêncio. _ O que será que eu fiz de errado?_ Francisco, _ a mãe de Brenda falava maciamente _ você não fez nada de errado, talvez fosse um pouco cedo demais. Aiyra está lidando com muita coisa ao mesmo tempo.Brenda era uma Excepcional mas, a sua mãe não. Era apenas as duas em um grande apartamento no centro da cidade. Todos os cômodos eram espaçosos, a sala tinha um piso
A história não terminou!!! Areias Brilhantes vai voltar com mais capítulos inéditos. Estou aprontando capítulos novos para a nossa história, organizando melhor a segunda parte pra sair bonitinho para vocês e como isso demanda tempo, vai ter um intervalo nas publicações de capítulos aqui.Enquanto isso, compartilhe, curta e comente essa história maravilhosa "fica comigo então, não me abandona não!"Eu acredito que Aiyra tenha agora, um lugar especial no coração de vocês porque ela deixou no meu.Essa história veio através de um sonho meu e comecei a desenvolver e criar esse universo dos Excepcionais e Aiyra foi ficando cada vez mais forte e independente. Eu sei como ter esse tipo de personagem feminino é importante para a representatividade.Gostei muito de escrever os relatos dela e ver a sua evolução em u
Brenda parecia estar preparada para o que vinha. Ela estava lá desde os doze anos, assim como Hugo. Ela sabia da personalidade animalesca de Hugo, porém, não tinha conhecimento que suas chantagens iriam longe demais.Ser chamada por ele um tempo depois querendo que ela fizesse com ele de novo, ele ficou estupefato com a negação dela. Brenda fez com ele porque quis e sabia muito bem que se aceitasse ele a subjugaria sempre e ela se tornaria apenas um brinquedo para diversão. Ele tinha feito isso com outras garotas, ele as usava até se cansar, era um ser insaciável. Mas com ela não. Hugo não sabia onde ele tinha se metido.Quando Haru falou sobre os boatos, viu que suas habilidades de lógica não adiantariam. Não era preciso ser um Excepcional para saber que aquele nú
Depois daquela reunião, o final da tarde foi apenas com nós dois tentando tirar a tal selfie juntos. Apesar do meu pai ter tido contato com celulares antes de se isolar, ele tinha mais dificuldade do que eu para usá-los. Os aparelhos da época dele eram de flip e tinham teclados, agora eram os famosos touchscreen.Tentamos por várias vezes tirar uma selfie decente, sempre um de nós ficava cortado, em outras fotos não estávamos rindo ou tínhamos uma cara estranha, até que conseguimos tirar uma foto perfeita. Nós dois abraçados rindo para a câmera. Eu imprimi aquela foto mais tarde e ainda a tenho na prateleira do meu apartamento e com o passar do tempo, ela foi ganhando novas companheiras.Lembrei-me naquela tarde do álbum de fotos que meu pai me mostrara, depoi
Querida Sofia,A cada momento que passo aqui me sinto cada vez mais feliz. A família me recebeu bem, todos são muito simpáticos e trabalham arduamente. Descobriram que sei fazer mais trabalhos manuais, nossa experiência em fazer roupas do zero me calhou muito bem, estão pensando em montar um bazar com as peças que eu crio.Ele ainda não me reconheceu. Não esperava por isso também, então me contento em vê-lo todos os dias e trocar apenas algumas palavras. É muito bom reencontrar velhos amigos e conhecer caras novas.Mas, essa felicidade não me impediu de sentir saudades de todos vocês. Principalmente de você, minha querida irmã. Espero que esteja construindo experiências novas e conhec
_ Como você pôde fazer isso? _ eu ligava do único telefone público da escola ainda resistindo. Estava brava com o meu pai por ter me omitido a verdade._ Aiyra… Do que está falando? _ ele perguntava confuso do outro lado da linha _ O que foi que eu fiz?_ Como pôde me omitir parte da verdade! Como pôde esconder isso de mim?_ Filha, se você não me explicar direito eu não vou entender sobre o que está falando… O que aconteceu?_ Você… Você só me contou parte da verdade! Disse que eu menstruava para ter bebês mas nunca me contou como eram feitos! Pois bem, eu descobri isso hoje!Naquele dia houve uma aula de ci&
A “Florestinha” foi o nome dado aos fundos do internato. Era na verdade um terreno mal cuidado e por lá algumas árvores se espalhavam deixando o lugar mais escuro e escondido. Um bom espaço para fazer coisas proibidas.Os frequentadores eram os matadores de aula, em sua maioria casais. Haviam os grupos dos chamados turistas, que quase não apareciam nas aulas, sumiam pelas árvores, muitas vezes pulavam o muro. À noite, os casais e ficantes iam para transar entre as árvores, foi o que Brenda fez no começo do ano com o tal do Hugo.A Florestinha era o local da primeira vez de muitos internos do colégio. Foi o local da minha primeira vez também, em uma noite escura com alguém especial.Estar praticamente o ano inteiro trancado