AYLA ..A fúria de Azrael, assustou até mesmo os pais do Daniel, ninguém nunca havia visto uma ventania tão forte naquela época do ano.Corremos pra dentro da casa de Daniel, depois dos pais dele nos chamar, e a interrogação era evidente nos olhos deles.— O sol estava radiante até pouco tempo, o que está acontecendo?A mãe de Daniel jogou a pergunta ao vento, esperando que alguém pudesse ter as respostas pras dúvidas dela.Eu e o Daniel nos olhamos, nós sabíamos exatamente o motivo daquilo tudo, mas não podíamos revelar com o que estávamos lidando, se eles soubessem, certamente iriam impedir que o Daniel ficasse comigo.— Acho que devo ir pra casa, os meus pais devem estar preocupados.— Não Ayla, quando tudo passar, vou levar você até em casa e explico pros seus pais o motivo da demora, não é seguro você sair daqui agora.Eu concordei com a cabeça e fiquei com eles conversando sobre assuntos aleatórios, depois almoçamos juntos, e mesmo já dando pra voltar pra casa, eu fiquei o res
Quando me levantei da cama, senti o meu corpo inteiro tremer, ele não havia sido violado, não de forma definitiva, mas ainda sentia os dedos de Azrael nas minhas partes íntimas.Eu caminhei até o banheiro, ainda tentando assimilar o que havia acabado de acontecer. Como um anjo podia se comportar tão intensamente como um humano? Eu conseguia sentir o pênis dele fazendo pressão em mim, e pra mim, ainda era inacreditável tudo aquilo.Enquanto eu tomava banho, eu senti o líquido liso na minha vagina, e eu fiquei toda arrepiada, cada toque daquele anjo ainda reverberava pelo o meu corpo.Eu não falei nada em voz alta, mas a mente estava gritando, eu estava sedenta por mais e aquilo poderia significar minha ruína.Eu demorei a pegar no sono, eu fiquei imaginando se o sexo com o Daniel iria me fazer sentir as mesmas coisas que senti com Azrael, e pensar nisso soou tão errado.Na manhã seguinte, acordei com os primeiros raios de sol invadindo meu quarto. A sensação do que havia acontecido na
AZRAEL ..Durante três dias, eu me mantive isolado em meu próprio universo, imerso em pensamentos e dúvidas que jamais havia sentido. Enquanto eu ainda estava imerso na escuridão do meu próprio exílio auto imposto, uma visão se formou diante de mim, uma cena da qual não fui convidado a participar, mas que me foi mostrada como uma punição, um teste. Eu vi Ayla, seu rosto corado, a ansiedade e hesitação visíveis em cada gesto seu. Ao lado dela estava Daniel, seu pretendente, o homem que ela escolheu para cumprir o que deveria ser o meu papel.Eu ouvi cada palavra como se estivesse ali, presente no mesmo ambiente que eles, invisível, mas fervendo por dentro com um ódio que ameaçava me consumir. Ele pedindo permissão pra namorar Ayla, como se ela fosse realmente dele.Ele era gentil, amoroso, exatamente o oposto do que eu era. Ele a olhou como se ela fosse uma deusa, mas deixava claro a vontade que tinha de consumi-la.Cada palavra era uma lâmina afiada cortando minha carne, atingind
AYLA..Três dias. Três longos e angustiantes dias se passaram desde que Azrael desapareceu da minha vida. Eu esperava que ele surgisse a qualquer momento para me confrontar, para fazer o que sempre fazia, me encurralar, me fazer questionar meus princípios, testar a minha resistência. Mas ele simplesmente sumiu, como se nunca tivesse existido. Como se fosse apenas um fantasma que veio me assombrar e depois desapareceu na escuridão.A princípio, achei que isso era tudo o que eu queria. Que essa ausência traria paz ao meu coração e à minha mente. Mas conforme os dias passavam, eu comecei a perceber que algo estava errado. O silêncio dele não me trazia alívio, mas uma sensação incômoda de vazio, de algo faltando. Como se parte de mim estivesse esperando por ele, por sua presença avassaladora, por aquele toque que era capaz de me fazer perder o controle de tudo o que eu achava conhecer sobre mim mesma.E era exatamente esse o problema. Eu deveria estar feliz, mas o que sentia era uma
As folhas secas rangiam sob meus pés enquanto caminhava de volta da lavoura. O sol estava começando a se pôr, tingindo o céu com tons alaranjados, e meu corpo doía em cada músculo. O cansaço era mais do que físico, era como se eu carregasse um peso dentro de mim que não conseguia aliviar. Cada dia sem Azrael era uma luta para não me perder nos meus próprios pensamentos.Assim que entrei em casa, senti um alívio momentâneo ao deixar a cesta de legumes na cozinha. Minha mãe me lançou um olhar preocupado, mas eu não queria conversar, então fui direto para o meu quarto. Eu fechei a porta atrás de mim e me sentei na cama, tentando expulsar a imagem dele da minha mente, mas era inútil.Levantei e fui para o banheiro. Talvez um banho ajudasse a lavar a sensação horrível que me consumia por dentro. Liguei o chuveiro e deixei a água escorrer pelo meu corpo, sentindo a quentura relaxar meus músculos tensos. Fechei os olhos e, sem querer, me peguei lembrando do toque de Azrael, do jeito com
AZRAEL ..A escuridão era minha aliada, um véu que me mantinha separado do mundo dos mortais e de suas complicações. Mas mesmo no abismo em que eu me escondia, a voz dela conseguia me alcançar. Uma fraqueza que me perturbava. Eu ouvi Ayla me chamar. Não era um chamado físico, mas uma força etérea, uma invocação que atravessava as dimensões, me encontrando em meio às sombras.Havia desespero na voz dela, um tremor que fez cada fibra do meu ser estremecer. Por um momento, me perguntei se era um truque. Será que ela sabia como me invocar? Ou era simplesmente o destino me pregando peças, brincando com minha mente já perturbada?A voz dela se arrastava como um eco, como se estivesse presa em um vazio do qual não conseguia escapar. Eu a via, em minha mente, seus olhos escurecidos pelo medo e pela necessidade. Eu podia sentir o calor dela, a angústia e o desespero pulsando através do véu que nos separava.Por que ela me chamava? Era isso o que ela sempre quis, que eu desaparecesse, que
AYLA..Entrei em casa com o coração pesado e a mente girando em uma espiral confusa. Cada passo que eu dava soava oco, como se a realidade ao meu redor estivesse desmoronando. Fechei a porta do quarto e me joguei na cama, abraçando o travesseiro com força, tentando conter as lágrimas que começaram a cair de forma incontrolável.Me sentir daquela forma era absurdamente desesperador. E saber que Azrael conseguia me afetar tanto daquela forma, me deixava ainda mais vulnerável?Azrael não tinha sentimentos, ele havia deixado isso claro. Eu era apenas uma missão para ele, nada mais. Ainda assim, o fato de ele ter sumido por tanto tempo e depois reaparecido só porque eu o chamei... aquilo mexia comigo. Meu coração estava confuso, minha mente uma bagunça, e o vazio que ele deixava cada vez que desaparecia me consumia.Mas eu não podia continuar daquela forma. Não podia deixar que ele me destruísse pouco a pouco. Eu decidi naquele momento que iria acabar com aquilo de uma vez por todas. E
AZRAEL..Eu sempre fui implacável. Anos se passaram, séculos, e nunca vacilei em minhas missões. Nunca hesitei diante da pureza que deveria ser corrompida, nunca permiti que sentimentos interferissem no meu propósito. Até ela: Ayla.Cada vez que eu fechava os olhos, era a imagem dela que surgia. Cada detalhe. Seus olhos inocentes, que carregavam um desejo que antes era impossível. Seus lábios, que tremiam de raiva, medo, e algo mais profundo. Algo que eu nunca deveria ter despertado. Mas a verdade era que estava se tornando quase impossível conter meus instintos e sentimentos.Eu tentei me manter distante. Tentei me lembrar de quem eu era, um anjo obsessor, mas vê-la se distanciar, e sentir o peso dos sentimentos dela como se eles tivessem voz, me maltratou de uma forma inimaginável.Eu sabia que devia ficar longe, mas mesmo na escuridão, eu ouvi os gemidos dela, eu ouvi os lábios dela pronunciando o meu nome.— Azrael, não...Hariel estava a espreita, analisando todos os meus pas