23. O Peso do Esquecimento
"Viver é desenhar sem borracha".

(Millôr Fernandes)

Laura

Dias depois do acidente

Duas semanas se passam, e são as mais terríveis para mim. Flora pergunta sempre por Álvaro, e eu nunca sei o que dizer para justificar sua ausência. Não tenho mais vontade de comer, mas tento disfarçar para ela. Não quero que sinta o que estou sentindo. E nem quero imaginar como será quando o vir e ele não se lembrar dela...

Agora estamos indo para a escola. Não tive mais notícias dele e também não procurei saber. Não quero alimentar ainda mais o meu sofrimento.

Caminho com Flora pela calçada quando o carro dele passa por nós. Meu coração dispara. Álvaro segue olhando para frente, como se nunca tivesse nos visto na vida.

"Pelo visto, nada mudou."

— Olha, Laura, é o Álvaro! — exclama Flora, apontando para o carro, que já está um pouco longe.

— Não, meu amor, não era ele. Só um carro igualzinho ao dele. — Tento convencê-la.

— Nossa, parecia tanto... Já estava feliz achando que não ia mais a pé
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