PGHoras depois...No Hospital Três Marias— Valeu chefia, tu foi firmeza com minha sobrinha e sei valorizar quem me fortalece. Um dia nós se esbarra e se tu precisar PG vai está ali pra te ajudar. — já com a cachinhos no meu colo arregada no meu pescoço agradeço ao doutor que foi sujeito homem do início ao fim e como disse tava liberando minha sobrinha no horário combinado Patricia não me encarava de jeito nenhum e eu tava era me fodendo# pra aquilo. Tudo o que me importava já estava nos meus braços e isso era o suficiente pra mim. — "Quelo" "sovete"! — a cachinhos fala fazendo carinho no meu rosto— O tio vai comprar pirralha, nós já vamos voltar pra casa. — falo colando minha testa na dela— É muito bom saber que vocês se dão bem. Depois do que ela sofreu, o amor da família é muito importante. — o doutor fala e mais uma vez agradeço — A partir de agora todo cuidado e atenção é pra ela. Se depender de mim nunca mais ela vota pra um hospital. — falo encarando sério pra Patricia qu
AliceFiquei pensativa e confesso que meu medo só aumentou ainda mais depois que assisti aquela reportagem. Por mais que eu tentasse fugir parecia que tudo me levava direto para as mãos daqueles homens. Meu Deus, quando eu conseguirei respirar e ter paz? Uma paz que a cada momento fica mais distante.Solto um longo suspiro, e com a certeza de que me preocupar não era a melhor opção, então volto a comer o meu lanche, pois de agora em diante precisaria de muita energia e força para enfrentar todos os obstáculos que surgissem em meu caminho. Mas no fundo, bem lá no fundo, eu ainda tinha a sensação de que em algum momento minha vida se cruzaria com a do homem de olhos sombrios. Nao saberia explicar o motivo, mas algo me dizua que issi seria muito mais rápido do que imaginava.Porém, só agora eu aprendi que devemos viver um dia de cada vez, e ao invés de sofrer antes do tempo eu preciso aproveitar a oportunidade que Deus estava me oferecendo. Pois somente Ele para preparar todas as coisas
PGDepois de passar aquele nervoso do caralho#, seguimos nosso caminho de volta para casa. Eu só poderia estar louco por ir atrás do papo do Nocaute e ter deixado aquela garota viva. Isso nunca aconteceu comigo e no nosso mundo deixar evidência no meio do caminho é fatal. Eu estava era fodido# e sabia muito bem disso. Mas essa porra# não iria me paralisar, eu precisava seguir o fluxo e continuar com meus corre, só que agora consciente de que esse erro nunca mais poderia acontecer. Depois de tomar o bendito sorvete, por fim, a cachinhos dormiu. Deitei ela no meu colo e aproveitei pra fazer uma ligação importante. Tinha uma nova carga de haxixe pra chegar e eu precisava saber se tava tudo no esquema. Nós ia começar a transportar mercadoria para outros países da América do Sul por mar e esse lance tinha que dar certo, ou já era a minha cabeça. Um erro nesse tipo de negócio era fatal e esse risco eu não podia correr.— Fala aí Jamal, tudo certo. — falo com o fechamento da segurança do mo
AliceAssim que cheguei na Rodoviária Novo Rio tratei logo de procurar um telefone público para que eu pudesse entrar em contato com a Damares. Mas cadê que consegui? Parecia que todos nessa cidade tem aparelho celular, menos a pobretona aqui e por isso aboliram todos os telefones públicos do Rio de Janeiro. Sabia que as coisas não seriam tão fáceis como eu imaginava, mas sou dura na queda e não vou desistir.Caminho até uma lanchonete que tinha logo na entrada da rodoviária e pergunto a atendente onde consigo fazer uma ligação. Ela na hora me lança um olhar incrédulo como se dissesse: — Telefone público em pleno ano de 2023? De onde tu saiu garota? De alguma nave extra terrestre? Depois que eu expliquei por alto a minha situação, enfim ela me indicou um lugar onde eu conseguiria fazer a bendita ligação, mas deixou claro que eu teria que pagar por isso. Na hora eu agradeço em pensamento ao Jorge por ter me emprestado aquele dinheiro, pois se não tivesse isso, eu estaria perdida. Pelo
PGEstava exausto e sempre que eu saia do morro sentia que uma tonelada tinha sido jogada nas minhas costas, mas dessa vez tudo foi mais intenso, o que me deixava mais cabreiro ainda. Terminei de comer e subi pra buscar uma camisa no meu quarto. Visto, dou um chega no quarto da cachinhos pra ver se estava tudo na paz e logo meto o pé. Eu precisava tirar esse peso do corpo e já sabia o que tinha que fazer. Desço ligeiro e já estava perto da porta quando Nocaute fala:— Vai aonde PG? Nós tem um desenrolo pra resolver lá na boca parceiro. — Nocaute fala me encarando e eu de costas mesmo respondo— Isso vai ter que esperar parceiro, tenho uma situação urgente pra resolver e tem que ser agora.Nocaute levanta ainda com um pedaço de pizza na mão e me segue.— Mas e a pirralha, vai ficar aqui sozinha com a tua irmã?Paro e coloco a mão na cabeça pensando no que fazer. De jeito nenhum a Emilie pode ficar sozinha com a Patricia, eu não posso arriscar, vai que essa sequelada faz merda outra ve
AliceNão havia muito tempo que sai do Rio de Janeiro, mas para mim parecia uma eternidade. Tudo estava tão diferente, mas o calor, esse não mudou nadinha. Eu estava usando uma regata, mas dentro daquela calça jeans eu só faltava derreter e eu precisava de um banho urgente. Durante o caminho Damares me contou um pouco da sua vida nesse tempo que nos afastamos, disse que morava na Penha com sua tia, mas era provisório até ela conseguir um emprego melhor e poder se mudar. Assim como eu, ela sempre foi apaixonada pelo magistério, mas ainda não conseguiu um trabalho de carreira assinada e precisou aceitar a primeira oportunidade que viu pela frente, mas ainda faz bicos como manicure para ajudar nos custos da casa. Então chegou a minha vez de falar e bastou eu abrir a boca para ela xingar até a décima geração do demônio do Filadelfio. Não tiro a razão dela, aquele monstro por pouco não marcou a minha vida para sempre, mas graças à Deus sai "quase" ilesa daquilo tudo, porque no fundo é imp
AliceDona Olga entra e eu a acompanho, Damares vem logo em seguida. A casa era toda arrumada, cheia de detalhes e tinha tudo no seu devido lugar. Uma verdadeira casa de avó! Um sorriso brota em meu rosto e eu só tinha a agradecer por tudo o que estava acontecendo. Depois de tanta luta e sofrimento, enfim um momento de paz. Damares me leva até o quarto, que ficava no segundo andar, enquanto dona Alda segue para a cozinha. Ao entrar me sinto no paraíso, era um quarto pequeno, mas tinha todo o conforto e o carinho distribuídos em cada detalhe. — Amiga, no banheiro tem toalha limpa e tudo o que você precisa para tomar um bom banho. Se precisar de mais alguma coisa é só chamar, meu quarto é aqui ao lado e vou estar lá caso precise. — Damares fala com carinho e eu seguro suas mãos tentando retribuir ao menos um pouco de toda aquela bondade que estavam tendo por mim— Vocês me deram muito mais do que eu precisava e espero algum dia, ainda nessa vida, poder pagar tudo o que fizeram por mi
PGAmanheceu e cadê que eu preguei os olhos? Caralho#! A voz da tia Cremilda ficou atazanando a minha mente e pra completar a cachinhos acordou gritando dizendo que teve um pesadelo e queria dormir comigo.Puta# merda! Logo hoje que tenho um monte de treta pra resolver não dormi porra# nenhuma. Quando cheguei Nocaute estava apagadão no sofá, o certo era ele tá acordado até eu voltar, mas o filho da puta# não aguentou o tranco. Aquele ali não suporta o rojão de cuidar de criança nem a pau# e eu precisava rapidão encontrar alguém de confiança pra olhar a Emilie. Porque levar ela pra boca, sem chance, e deixar ela aqui com a Patrícia, pior ainda. Preciso resolver isso hoje ainda e só tenho até o final da tarde pra conseguir essa pessoa. Mas quem? Esse era o problema. Levanto antes do despertador berrar no meu ouvido e vou direto pro banheiro. Aproveito que a cachinhos tá dormindo pra fazer minhas paradas. Ainda tava zoado, mas depois de um bom banho gelado, desperto de vez e rapid