OTTON Alina voltou alugando um condomínio inteiro na cabeça da Yanah. Malvino armou tudo direitinho, conseguiu dobrar Alina e ter ela nas suas mãos com a doença do irmão. Ele após cumprimentar todos vai embora e, lógico, sobrou para até para mim, pois Yanah sai do quarto do seu irmão muito brava. — Otton, vou embora, a minha cabeça está cheia, não estou entendendo mais nada. Você sabia de tudo e não me falou nada. — Yanah, eu não posso me meter na vida de ninguém. — Falo, Yanah entra no elevador e eu acompanho. — Estou passada com tanta coisa acontecendo e eu sem perceber nada. — Yanah fala sem olhar para mim. — Yanah, vamos para a minha casa. Malvino quis a sua irmã e não mediu esforços para tê-la, não tenho culpa de nada. Alina te ama, ama o seu irmão e por vocês ela é capaz de tudo. — Eu sei, Otton. Juro que eu não queria que ela ficasse com ele só por dinheiro, por nós, por isso que ele me escolheu para estagiar na sua empresa. — Nesse ponto de vista você está e
YANAH Não acreditei quando vi Alina com Malvino, não precisava eu nem perguntar o que estava acontecendo porque era nítido no seu olhar todo o seu sacrifício feito por nós. Juntas, vamos visitar Ykaro. — Alina, ele ainda está muito debilitado. — Falo triste. — Amo demais vocês, o nosso irmão vai ficar bem, Yanah. — Alina fala emocionada. — Alina. Precisamos conversar. Me explica tudo, estou confusa, estamos nas mãos do Malvino. — Yanah, sei que você não esperava me ver com ele, mas saiba que tudo o que estou fazendo é por Ykaro e só quem está nas mãos dele sou eu. Juro que depois conversamos. Deixo Alina sozinha do lado do meu irmão e vou para casa porque eu estava cansada, perguntando o que vai ser de mim na Cruz Engenharia. Como é ruim esse sentimento de impotência, de ver Alina fazer o que ela repugnou em toda a sua vida. Fico chateada com Otton por ele saber de tudo e não me contar nada, mas ele me faz entender que não podia impedir o que aconteceu, pois até ele
OTTON O grande dia do meu casamento chega e do meu lado o meu pai está, enquanto me arrumo para ir esperar Yanah no altar. Ela tem um poder enorme sobre mim e Yanah sabendo disso me conduz da melhor maneira possível, me amando e fazendo de mim um homem especial. Também tenho cuidado, amado e protegido Yanah, para que se sinta cuidada e protegida. Ela não demonstra, mas sei que hoje é um dia difícil para ela, pois os seus pais não estão aqui para presenciar esse momento de união. — Mãe, pode entrar, já estou quase pronto. Gostou do noivo? — Pergunto, sorrindo. — Você está perfeito, Otton. O seu sorriso, os seus olhos brilham mostrando o quanto está feliz. Filho, me desculpa por tentar tirar essa felicidade de você. — Oh! Mãe, eu te amo demais, estou feliz! Yanah é a mulher da minha vida, eu não tenho dúvidas disso. — Estarei aqui sempre! — Dou-lhe um abraço apertado e o meu pai está nos olhando, chamo ele também para o abraço. — Vamos para a igreja! — Falo e juntos vamos p
ALINA A minha vida de irmã mais velha sempre foi muito agitada, pois dedico o meu tempo trabalhando como secretária do advogado Otton Borsi, vaga essa que me foi destinada, e também por cuidar dos meus irmãos Yanah e Ykaro, o caçula, que desde pequeno enfrenta problemas de saúde. Ainda bem que, nesse meio tempo, conheci pessoas que me ajudaram desde a morte da minha mãe, e uma delas é o padre Zaqueu e a senhora Zoraide, que é dona da pequena casa em que vivemos, casa essa tão falada por Yanah, por não ter quartos o suficiente para nós três. Nunca fui uma mulher de reclamar ou de me lamentar, agradeço o pouco que tenho. Assim como todas as pessoas desse mundo, eu tinha um sonho, mas foi interrompido, e só me restou aceitar o meu destino e o fardo ficou um pouco mais leve. Busco forças em Deus, porque tem dias que falta até o que comer e a vizinha tem que nos ajudar, não porque eu ganho mal no meu trabalho, e sim porque pago a melhor faculdade para Yanah e compro os medicamentos do m
MALVINO Administrar um dos maiores escritórios de engenharia civil e arquitetura não é tão fácil quanto pensam, por eu ser um homem muito exigente, não ponho o meu sobrenome e a minha reputação em jogo quando o assunto é contratação de profissionais renomados, competentes e talentosos para trabalharem ao meu lado. Martin é um deles, que se tornou o meu homem de confiança aqui na Cruz Engenharia, e abaixo dele, Luína, que é a nossa arquiteta chefe e a minha acompanhante de todos os eventos em que frequento, todos pensam até que somos um casal. Sempre fico com ela quando eu quero, mas nada que envolva amor, nada mais pode acontecer entre nós dois além de sexo e prazer. Afinal, fico com a mulher que eu quiser, e a que me diz não, eu a compro, amo o poder que o dinheiro nos dá de comprar tudo o que queremos, inclusive prazer. Quando acordei, fui praticar exercícios, e todas as manhãs tomo o meu café no jardim, me desligo totalmente do mundo quando estou na minha casa. O mordomo me en
ALINA O almoço continuou e eu fiquei calada, vendo Otton e Malvino conversarem. Dei graças a deus quando o mesmo falou que já ia embora. — Malvino, a nossa conversa está maravilhosa, mas tenho que ir, estou com muito trabalho acumulado, inclusive os seus. — Otton fala. — Eu também tenho que ir, foi um prazer, Otton — Malvino e Otton trocam um aperto de mãos. Para mim, somente olhares indecifráveis. Não sei se ele está me odiando ou gostando de mim. Ao voltarmos para a empresa, fico sentada à frente do meu computador e abro os arquivos para organizar uma pasta somente para os contratos do Malvino. No fim do dia, me espreguiço, já pensando na volta para casa, mas meu celular começa a chamar, e vejo ser o telefone da faculdade da Yanah. Atendi imediatamente. — Alô? — Atendo rápido. — Senhorita Alina, aqui é da direção da faculdade, ligamos para avisar que a senhorita Yanah foi detida por agredir outra aluna. Fico gélida na cadeira em que estou sentada, fiquei muda do out
MALVINO O trabalho consome todo o meu tempo, não tenho tempo nem mesmo de ir visitar a minha família, que mora em outra cidade, não muito longe daqui. Nas minhas férias, penso em ir visitá-los, nunca fui muito família, é por isso que até hoje estou sozinho e isso me basta, sinto-me bem assim. Ao sair do trabalho, acompanhado do meu motorista, fui a uma casa de mulheres, e, ao chegar lá, as mulheres se rendem aos meus pés, pareço mais um rei. Sou disputado por ser um dos melhores clientes, que paga muito bem as acompanhantes de luxo, bebo a minha bebida silenciosamente. Aqui, neste lugar, tem belíssimas mulheres, mas nenhuma como a secretária do Otton, não vejo o brilho no olhar delas, como vi no olhar daquela mulher simples. Sozinho, tomei uma decisão: quero Alina na minha cama. Tudo o que eu quero, eu compro, e com Alina não será diferente. Passei a noite aqui e escolhi uma mulher qualquer para satisfazer as minhas vontades e desejos. Afinal, pago sempre pelo melhor. NO DIA SE
ALINA Malvino só pode ser um homem enviado dos infernos para me atormentar, já não basta o que aconteceu com Yanah, agora um homem desses atrás de mim, me oferecendo dinheiro para me ter na cama, o que dói mais é como ele me humilhou. Tentei me recompor, andei rápido até a copa e pedi dois cafés para levar para Otton, entrei no escritório, deixando as duas xícaras, e nem olhei sequer para ele. Ao voltar à recepção, sentei-me à frente do computador, estou com medo desse homem influenciar Otton a me despedir, mas não deixarei transparecer as minhas fraquezas para esse ser ruim, não estou em paz com esse homem aqui. A porta abriu, já esperando ele vir até onde estou, mas ele passou direto para o elevador, minhas mãos ficaram geladas. Levantei rápido e fui buscar as xícaras para ver se o Otton me falaria algo a respeito da demissão. — Senhor Otton, vim buscar as xícaras! — Falo sem jeito, esperando a repreensão dele. — Claro, Alina. Por favor, leve, o café estava delicioso. — V