*****DARIO*****
Dario: Deixa eu entender essa ideia que estou tentando processar como humano, pois a visão do lobo a considera ridícula. Vocês realmente desejam se misturar com os humanos, conscientes de que eles não nos aceitam? Afinal, eles não apreciam nossa raça, assim como nós não temos afeições pela deles, especialmente por causa das perdas que tivemos, como a de nossos pais e amigos lobos. Mesmo assim, vocês ainda querem estar perto deles? Rudi: Positivo. De fato, Dario, a sua capacidade de raciocínio como humano parece superar a de um lobo. Dario: Vocês têm ciência de que somos lobos e não humanos, correto? Aquela tarde estava quente e, sentindo uma pontada de frustração, percebi que, apesar de amar meus irmãos, eles não conseguem compreender a gravidade de viver entre os humanos. Isso é perigoso para eles e, principalmente, para nós. O homem que matou meus pais e muitos de nós ainda está solto, vivendo livremente por aí. Apenas por enquanto. No momento certo, eu o encontrarei e farei com que ele sofra, assim como ele fez no dia da morte dos meus pais. Esperei pela resposta dos meus irmãos. Pela expressão em seus rostos, percebi que não aprovaram a minha pergunta — ou melhor, a minha defesa sobre a questão deles sobre viver entre os humanos e agir como se fossem um deles. Adamastor suspira, visivelmente frustrado, antes de responder: **ADAMASTOR** — Ah, Dario… Isso foi há tanto tempo. Nós apenas queríamos tentar. Sinto a raiva se intensificar dentro de mim diante da insistência dele. Meu tom sai mais firme do que eu gostaria: **DÁRIO** — O que aconteceu com nossos pais já seria motivo suficiente para que vocês se mantivessem afastados. Minha resposta continua sendo não. Compreenderam? Antes que possam insistir mais, viro as costas e me afasto. Não quero ouvir nada além disso. Eu os amo, mas eles precisam entender que não podemos nos misturar com aquele povo insignificante. A frustração queima dentro de mim, e meu lobo clama por liberdade. Transformo-me sem hesitar e corro pela floresta. O vento sopra em minha pele, e o chão úmido de folhas e lama desliza sob minhas patas. Corro sem rumo até que um aroma diferente me alcança—doce, intenso, irresistível. Meu instinto me direciona para o sul da floresta, acelerando meus passos, mais vorazes. O aroma se torna mais intenso. Reduzo a velocidade, agindo com cautela. Entre as árvores, avisto duas pessoas.Um homem está dentro do lago, mas estou certo de que não é dele que provém o cheiro. Então, ela surge. Eu prendo a respiração. Ela é deslumbrante. Delicada. Seus longos cabelos negros dançam ao sabor da brisa, e seus olhos escuros — tão curiosos — não transmitem medo. O meu olhar se fixa nela de forma possessiva, como se minha alma reconhecesse algo que minha mente ainda não compreende. Ela se aproxima, mas não pronuncia nenhuma palavra. O homem no lago a chama, e eu sou puxado de volta à realidade, saindo correndo, irritado. O que foi aquilo? Eu desprezo os humanos. Mas ela… de alguma forma, não despertou meu instinto predador. Ao contrário, meu lobo ficou intrigado. Essa situação me enfurece. Que feitiço essa garota lançou sobre mim? Como consegui não assustá-la? Não posso me permitir estar interessado por uma humana quando há tantas lobas à minha disposição. Sou o lobo alfa da alcatéia Satomi. Retorno à cabana, agradecido à Deusa por encontrar meus irmãos ausentes. Não estou disposto a participar de mais um debate sem propósito. Transformo-me de volta à forma humana e dirijo-me imediatamente ao banho, na tentativa de eliminar aquele cheiro de minha pele—e da minha mente. No entanto, ao me deitar no quarto, a imagem dela volta a me assombrar. Seus cabelos esvoaçantes. A pele tão branca quanto a neve. Os lábios vermelhos como morangos. Droga, o que essa garota fez comigo? Permaneci deitado por um bom tempo, olhando para o teto e imerso na confusão dos meus próprios pensamentos. A imagem daquela garota continuava a me assombrar, como se estivesse presa na minha mente contra a minha vontade. O que de fato aconteceu comigo naquela floresta? Minha aversão pelos humanos sempre foi clara e firme. Mas ela… ela me afetou de uma maneira que eu não sabia descrever. Suspirei, sentando-me na cama e passando as mãos pelo rosto. Meu estômago roncou, lembrando-me que não comia nada desde a manhã. Talvez um pouco de comida ajudasse a dissipar esses pensamentos indesejados. Levantei-me e fui até a cozinha, pegando os ingredientes mais próximos e começando a preparar algo para comer. Foi nesse momento que percebi a presença deles. Adamastor e Rudi adentrou a cozinha de forma silenciosa, mas suas expressões curiosas eram inegáveis enquanto me observavam. Ignorando-os, continuei a misturar os ingredientes de maneira desordenada, resultando em uma verdadeira mistura de alimentos. Adamastor: Dario, o que ocorreu com você? Continuei a misturar os ingredientes, mantendo o olhar fixo na tarefa. Dário:Do que você está se referindo? Rudi trocou um olhar significativo com Adamastor antes de se aproximar. Rudi: Desde que você voltou daquela corrida, está um pouco diferente, distraído e distante. Isso não é comum; normalmente, você estaria tentando nos convencer a desistir de ir à cidade. O que aconteceu? Sua voz transmitia uma curiosidade persistente. Minha mandíbula ficou travada por um instante. Eles eram meus irmãos, mas o que aconteceu na floresta não dizia respeito a eles. Não poderia permitir que suspeitassem de algo que eu mesmo não compreendia. Dário: Não há motivo para preocupação. E vocês? Já desistiram dessa ideia absurda de viver como humanos? Adamastor estreitou os olhos, percebendo minha tentativa de desviar a atenção. Entretanto, Rudi não se deixou intimidar; esses pequenos lobos eram bastante astutos. Ele avançou um passo, avaliando meu rosto com aquela expressão sagaz que sempre o caracterizava. Adamastor: Para você estar assim, certamente encontrou Castiel. O que ele lhe disse para deixá-lo dessa forma, Dario? Ele sempre tenta provocá-lo, mesmo sabendo que você é o lobo alfa da alcateia. Soltei uma risada curta e seca. Ótimo. Eles estavam seguindo pelo caminho errado, o que era mais vantajoso para mim. Peguei meu prato com a mistura incomum de alimentos e me voltei para eles, esboçando um sorriso sarcástico. — Castiel não me amedronta; na verdade, ele é quem deveria temer a minha presença. A qualquer momento, posso expulsá-lo da minha alcateia. A única razão pela qual ainda não fiz isso é por respeito aos pais dele, que eram amigos dos nossos. — murmurei, me afastando da cozinha sem deixar margem para novas perguntas. Mesmo quando me distanciei, tive a certeza de que aquilo não chegaria ao fim. Meus irmãos não eram do tipo que esquecia com facilidade. E, por mais que eu tentasse negar, havia algo dentro de mim que insistia que aquela garota da floresta... ainda retornaria para me perturbar. É um sentimento peculiar que sinto por uma garota da cidade. O que está acontecendo com meu lado lobo? Eu sempre estive rodeado de lobas. Será que ela poderia ser a minha predestinada? Não, isso não faz sentido... uma humana não poderia ser.. SARAH Permaneci deitada, tentando compreender aquele sonho perturbador. Os intensos olhos vermelhos do lobo negro não saíam da minha mente, como se estivessem gravados em minha alma. Nunca havia visto um lobo de perto, apenas em documentários na televisão, mas aquele... aquele não parecia um animal comum. Havia algo nele que despertava em mim um misto de medo e fascínio. Por que ele não me atacou? O que significava aquele olhar fixo em minha direção? As dúvidas começaram a se acumular dentro de mim como uma tempestade, intensificando minha confusão. Seria aquele sonho um presságio? Meu coração batia acelerado apenas ao considerar essa possibilidade. Tentei afastar esses pensamentos, mas era uma tarefa impossível. Era como se algo dentro de mim já soubesse que o encontro na floresta e o sonho estavam conectados de uma maneira que eu ainda não conseguia compreender.Suspirei profundamente e me forcei a sair da cama. Caminhei em direção à suíte, determinada a tomar um banh
****SARAH***** Sarah: Se você não me levar, eu vou sozinha, Caleb. A escolha é sua. Quando eu disse de forma decidida ao Caleb que, com ou sem a presença dele, eu iria à floresta, ele apenas revirou os olhos e soltou um suspiro. Logo em seguida, me entregou o capacete, colocou o dele e subiu na moto. Eu rapidamente subi na garupa, e ele ligou a moto, saindo da rua da faculdade e seguindo em direção à floresta.Meu coração pulsava forte e rápido, cheio de expectativa para chegarmos logo. O vento que soprava em meu rosto ajudava a controlar minha respiração, mas era difícil conter a ansiedade que crescia dentro de mim. Quando avistei a entrada da floresta, senti uma mistura de alívio e alegria. Assim que Caleb parou a moto, desci rapidamente. Ele retirou o capacete, mas, antes que pudesse dizer qualquer coisa, seu celular começou a tocar. Enquanto ele atendia, eu observava atentamente a floresta ao meu redor, buscando perceber algum detalhe, tentando sentir a presença de
**DÁRIO** O dia amanheceu, e observar os lobos correndo pela floresta, despreocupados, era uma imensa satisfação. Eu já estava em minha cabana, contemplando meus irmãos e os outros, que competiam para ver qual lobo era mais veloz e apresentava melhor desempenho. Embora houvesse um tom de infantilidade nessa competição, os pequenos lobos possuíam um dom especial de alegrar todos ao seu redor. Meus pensamentos estavam desorganizados. Na noite anterior, fui em busca da garota na cidade, e meu lobo a farejou, reconhecendo praticamente seu cheiro. Até agora, o aroma estava atormentando minha mente: uma mistura de especiarias, mel e lavanda. Agora, essa garota se tornava meu maior tormento, perturbando minha paz. Não consegui resistir e fui até ela para vê-la pessoalmente; entrei em seu quarto e a observei dormir. Queria entender que tipo de feitiço ela havia lançado sobre mim, já que me sentia hipnotizado por uma simples humana. Que a Deusa me liberte desse sentimento que me e
SINOPSE:ALCATÉIA:O AMOR PROIBIDO.Eu levava uma vida que muitos alfas desejariam ter, sendo o lobo alfa da alcateia Satomi, forte e poderoso, cercado por todas as lobas que quisesse. No entanto, ao completar trinta anos, encontrei minha companheira predestinada enquanto passeava pela cidade.Um acasalamento predestinado com uma humana?! Isso parecia inacreditável. Mas eu a desejava intensamente, e meu instinto de lobo a cobiçava mais do que jamais quis com qualquer loba. Um alfa lobo de uma alcateia, apaixonado por uma humana que não sabe quem realmente sou. E quando ela descobrir que sou um alfa, será que ainda vai querer estar ao meu lado? Como meus companheiros da alcateia reagirão ao saber que quero me unir a uma mulher humana? A verdade é que, por causa dela, sou capaz de encarar até meus colegas alfas para proteger nosso amor. Quer saber como essa história se desenrolará? Venha embarcar nessa aventura comigo, onde a alcateia e o amor proibido se entrelaçam.Olá, pes
SARAHA vida de estudante pode ser desafiadora; em alguns momentos é cansativa e, em outros, monótona. Atualmente, estou no último ano da faculdade, cursando Pedagogia com ênfase em Educação Infantil e Adolescente. Meus pais se esforçam ao máximo para arcar com as despesas da minha formação. Em razão do esforço que meus pais fazem, dou o meu melhor, mesmo que, às vezes, me sinta cansada das aulas que considero monótonas. Após a última aula, eu e minhas amigas, Vitória e Daiana, decidimos ir à sorveteria da cidade.Meu nome é Sarah, tenho 19 anos, sou solteira e nunca namorei ou até mesmo beijei algum garoto. Não é por falta de oportunidades, mas porque nenhum dos rapazes que conheci até agora me agradou. Sinto que os meninos da faculdade são bastante imaturos e, para mim, isso não é aceitável. Minhas amigas parecem se contentar com isso, enquanto eu busco algo mais significativo.Meu pai é delegado na cidade e também é apaixonado por caça; ele adora sair para caçar nos fi
******SARAH*****Fico assustada quando alguém toca meu ombro, e acabo gritando. Ao olhar para trás, vejo o Caleb.Sarah: Você quase me matou de susto, Caleb! Por que fez isso?Ele começa a rir da minha expressão assustada.Caleb: O que tanto chamou sua atenção que gritei e você não me respondeu?Sarah: Para ser sincera, nem eu sei ao certo. Foi tudo tão rápido, mas pareceu uma espécie de lobo.Caleb: Lobo? Impossível, Sarah! Você deve ter visto errado. Os caçadores eliminaram todas as espécies da região e certamente não deixaram nenhum vivo.Sarah: Talvez tenha sido só uma impressão. Não sei. Mas vamos embora, já chega dessa floresta.Peguei minha mochila, subi na moto com Caleb e ele me deixou em casa. Antes de entrar, ele me puxa pela mão.Caleb: Está tudo bem, pirralha? Desde que saímos da floresta, você não disse mais nada. Está estranha. Normalmente, você é a que mais fala aqui.Sarah: Apenas me lembrei que preciso entregar um trabalho para a faculdade. Preciso ir. Tcha