Sarah Estou me sentindo exausta devido a esses pesadelos que venho enfrentando desde a minha primeira visita àquela floresta. O pior é que não consigo mais dormir direito; sinto que aquele lobo negro está me perseguindo, não importa aonde eu vá. Acredito que preciso buscar ajuda, pois o que estou passando não é normal. Há dias em que me pergunto se vou enlouquecer. Passo as noites em claro, revirando-me na cama e temendo que os pesadelos voltem. Decidi tomar um banho na esperança de me relaxar e agradeço a Deus que hoje é sábado, pois não teria condições de ir à faculdade. Esses dias têm sido terríveis, e mal consigo me concentrar nas coisas que mais amo. Coloquei uma roupa confortável e fui para a cozinha, para tomar um café bem forte. Minha mãe estava sentada à mesa junto com meu pai; é raro ele estar presente em refeições familiares. Sarah: Bom dia, mãe! Bom dia, pai! Fui até minha mãe e a beijei no rosto. Quando fui fazer o mesmo com meu pai, ele me ignorou e virou o ro
Caleb: Impossível, Sarah. Seu pai eliminou todos os lobos daquela região.Sarah: (Sinto um aperto no peito. Não sei se é tristeza, medo ou apenas choque. Já tinha ciência de que meu pai caçava lobos — minha mãe me contou isso há algum tempo —, mas nunca imaginei que ele houvesse matado todos. O que o levou a tomar uma atitude tão drástica? Meu pai nunca abordou esse tema, e se eu perguntar, sei que ele não fornecerá nenhuma resposta. Será que o lobo que vi na floresta é um sobrevivente?) Essas reflexões ocupam minha mente.Sarah: É... você tem razão. Deve ser apenas uma paranoia minha. Vamos deixar isso de lado, Caleb.Caleb: Sarah, você não parece bem. Tem certeza de que não está escondendo nada? Se precisar de ajuda, saiba que pode contar comigo. Sinceramente, você está parecendo um zumbi.Ele brinca e ri, e realmente acho que é isso mesmo que estou parecendo.Sarah: Se você quiser ocupar meu lugar na faculdade, eu aceito, porque já estou cansada e sentindo uma pressão enorme sobre
DÁRIO Dário: Vocês ainda estão interessados em ir para a cidade e conviver entre os humanos?Quando perguntei isso, eles me olharam surpresos.Rudi: Isso é uma piada, né? Você disse que não queria que a gente se misturasse com humanos e agora quer que a gente vá. O que você pretende com isso?Dário: Não quero nada, Rudi. Mas vocês têm o direito de ver com seus próprios olhos que os humanos não são como vocês pensam. Eles podem ser cruéis e até mesmo representar uma ameaça, como os feiticeiros.Pensei na feiticeira Sarah, que não sai da minha mente, enquanto eles me olhavam confusos.Adamastor: Não sei o que você está planejando. Se é para que nos decepcionemos com os humanos e você possa dizer que estava certo, tudo bem. Mas vamos arriscar e queremos ir, sim, Dário. Que seja feita a vontade da deusa da lua.Rudi: Concordo com o Adamastor.Dário: Então vou organizar tudo, e em algumas semanas estaremos na cidade. E vocês já sabem que não podem se transformar lá e precisam t
CASTIEL **Castiel**O vento da floresta soprava entre as árvores, trazendo o aroma úmido da terra e o rastro dos lobos que perambularam pelo acampamento. Observava a matilha à distância, meus olhos avaliando cada um daqueles imprudentes que se reuniam ao redor da fogueira, conversando como se tudo estivesse em ordem.Mas não estava.Dario era um líder fraco. Assumiu a posição devido à morte do pai, e não porque fosse o mais forte. Foi apenas o acaso que lançou os dados de forma desfavorável. Agora, sua liderança estava levando a matilha ao declínio, pouco a pouco.A morte do antigo Alpha e de outros lobos foi um golpe severo, mas nada justifica o afastamento de Dario. Um lobo distraído é um lobo vulnerável. E se ele continuar nesse estado, todos nós estaremos em perigo.Marius estava encostado em uma árvore próxima, afiando sua adaga de obsidiana, a lâmina negra refletindo a luz do luar. Sempre silencioso, sempre atento. Um dos poucos que consigo tolerar.Castiel: Marius.Mariu
SARAH Meu coração ainda pulsava aceleradamente. O encontro com Dário foi como um choque elétrico, despertando algo dentro de mim—uma faísca desconhecida, intensa, mas paradoxalmente reconfortante. Nunca fui daquelas que confiam facilmente nas pessoas, mas com ele era diferente. Não havia lógica, apenas um sentimento puro e instintivo de segurança.Caminhamos lado a lado, sem pressa. A cidade parecia um mundo distante, perdido além das árvores que nos rodeavam. A floresta ao nosso redor emitia uma serenidade quase mágica. Troncos robustos se erguiam como pilares naturais, com suas copas formando um teto verde que filtrava a luz do sol. O chão era coberto por folhas secas e raízes expostas, e o aroma terroso da madeira se misturava ao perfume úmido da vegetação. O som do vento farfalhando entre os galhos e o canto suave dos pássaros preenchiam o silêncio.Dário soltou minha mão suavemente, mas o calor do seu toque ainda permanecia em minha pele. Ele se dirigiu a um tronco caíd
LUIZ - PAI DE SARAH Luiz: Você consegue ver as consequências de mimar essa garota, Salomé? Vocês pensam que o trabalho na delegacia é fácil, que ser delegado se resume a ficar sentado o dia todo. Na realidade, ser delegado envolve enfrentar muitos desafios. O mínimo que ela deveria fazer é se dedicar à faculdade, esforçando-se para ser a melhor em tudo, em vez de se distrair com qualquer coisa.Salomé: Tente entender o lado dela, Luiz. Ela mencionou que tem encontrado dificuldades nas matérias, especialmente agora, que está na fase final da faculdade. Sempre foi a melhor, mas nem sempre podemos exigir isso dela.Levanto-me e bato na mesa, o que faz com que ela me olhe assustada.Luiz: Eu posso e vou exigir dela. Para que eu criei uma filha, senão para que ela busque seu potencial? Claro que não quero que ela fique em casa sem fazer nada. Se ela não estiver disposta a terminar a faculdade, vou mostrar a ela a dura realidade que a espera lá fora. Eu lhe dei a oportunidade de
DÁRIO Dário: Qual é o seu problema, Castiel? Por que você estava me vigiando na floresta? Não teme ser banido da alcateia?Castiel: E você, Dário? Não teme que sua matilha descubra que está se encontrando às escondidas com uma humana?A ira fervia em minhas veias. Cada palavra proferida por ele era como uma lâmina afiada penetrando profundamente em minha pele. Contudo, o que realmente alimentava meu ódio não era o conteúdo de suas falações, mas a maneira desdenhosa como as proferia, como se eu fosse insignificante, como se estivesse em uma posição superior.DARIO: Você não tem o direito de falar sobre ela.Castiel riu, um riso que transparecia escárnio, como se minhas palavras fossem um trocadilho vergonhoso. Meu maxilar se fechou, e os nós de meus dedos começaram a formigar, a raiva se espalhando em mim como um trovão.DARIO: Você se comporta como se soubesse de algo, mas não passa de um pretensioso que se acha sábio.CASTIEL: E você age como se fosse um rei... mas é apenas um
SARAH Assim que Dário me acompanhou até em casa, entrei e vi minha mãe olhando pela janela.Sarah: Que falta de educação, Dona Salomé, me espiando pela janela.Salomé: Filha, quem era esse rapaz que te trouxe? Sinto que há algo estranho nele.Sarah: Sério, mãe? Você vai implicar com um amigo meu?Salomé: Amigo de onde, Sarah? Porque sempre vejo você e Caleb por toda parte, e agora, do nada, esse rapaz é seu amigo?Fui para o meu quarto, com minha mãe me seguindo. Só de lembrar do Caleb, me senti estranha. Sentei na cama e ela se juntou a mim.Sarah: O nome dele é Dário. Conheci ele aqui na cidade, ele está se mudando para a nossa cidade. Não sei, mas me sinto bem ao lado dele, sinto uma proteção que nunca experimentei antes. Ele transmite uma confiança que é diferente da que tenho sentido com o Caleb ultimamente.Salomé: O que está acontecendo entre você e o Caleb, Sarah? Vocês sempre foram tão unidos, não se desgrudavam.Sarah: E é exatamente por isso, mãe. Eu amo o Caleb como