O pedido da pequena princesa foi levado em consideração, mesmo que aquelas duas não se conhecessem.
Liam não sabia que havia sido tocada por um demônio e nem que aquele coração em seu corpo, era especial. Por que tão puro se Akame a antiga dona dele era apenas uma humana? Bem no mundo humano sim, mas entre o céu e o inferno aquele coração era a prova de um grande amor, e todo o poder de seus pais foi passado para ele. Assim como aconteceu o mesmo com o de Jia. Ao contrário do bom coração em seu peito, o seu verdadeiro coração era o pecado de seus pais.
Há doze anos atrás Li bo quem hoje é rei, se encantou pela beleza da princesa Yi jie a princesa do norte, mas não poderia tira-la de seu reino, ainda era príncipe e não tinha o poder que desejava, fora isso Yi jie estava noiva e seu reino era inimigo do mesmo, mas isso não o intimidou.
Duas noites depois quando voltou para seu reino no oeste, Li bo colocou em prática seu plano para matar o rei, seu pai.
Contratando um dos soldados que teria como pagamento tornasse líder, eles envenenaram o cálice de vinho que o senhor tomava todas as noites antes de seu descanso e que também dividia com sua esposa. Não demorou muito e Li bo foi coroado como rei e sua primeira ação foi tomar o reino do norte e arrancar Yi jie dos braços de seu marido.
Enquanto a princesa era preparada para seu descanso, ela é sua cuidadora fingiam não ouvir os gritos sobre o quarto, e o pior de tudo, ninguém sabia com quem ele falava, nunca encontravam alguém em sua presença quando entravam naquele quarto.
Porém a criança estava mais preocupada com Akame.
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O sopro quente do deserto levava consigo os odores forte de suor dos soldados que corriam em direção à cabana dos Chen. O tempo estava curto, e Ning sabia disso, pedindo que sua criança a acompanhasse elas caminham com cautela até a cabana melhor, a mesma ficava pouco distante, era apenas usada por Xiang que criava suas armas em troca de comida. Eram apenas destinadas ao reino e suas tropas.
Pedindo que Akame pegasse algo para ela, Ning fecha rapidamente a pequena porta de madeira e a tranca com rancor. “ Me perdoe. Sussurrou enquanto caminhava em direção a sua residência.”
Akame só parou de gritar por sua mãe, quando ouviu e viu através do pequeno buraco os soldados do reino parar sobre sua porta. De alguma maneira Akame sentia que precisava ficar quieta, tinha seu pulso apertado pelas pequenas garras de Bao. Reagindo com um pequeno recuo, Akame vê a porta de sua casa ser derrubada, e sua mãe ser puxada pelos cabelos.
Dando socos e chutes sobre a porta, a criança gritava por sua mãe, mas não ousava olhar o que faziam com a mesma. Sabiam que a machucava, ouvia seus gritos e choramingos como se estivesse com seus ouvidos próximos aos lábios da mesma, sentia sua dor, sua respiração cansada, sua falta de equilíbrio.
— A menina… onde está a criança?! — Perguntou ordenando que batessem na mesma por conta de seu silêncio. — A criança! — Perguntou mais uma vez antes de ouvir a porta ser derrubada e arremessada em direção a eles. — Pequem-na!
Não ousaram a tocar, Bao estava a protegê-la enquanto seu tórax estava acelerado. Seus cabelos cumpridos e maltratados escondiam sua face, mas deixava a mostra o chifre em sua cabeça.
— Pequem-na! — Decretou com mais força. — Um dos soldados aproxima sua mão da criança, mas se afasta ao sentir algo de estranho a sua volta. — Se eu quero algo, eu mesmo terei que fazer.
Dando ordem para que seus homens cercaram o animal ao lado, o general prossegue até a criança parando em sua frente e seguindo com as mãos trêmulas até sua espada. Estava com medo do que via, do que sentia, e não pretendia prolongar mais isso.
Tirou sua espada da capa, mas assim que a armou levando a mesma contra a garganta da criança, sua espada travou. Uma força enorme a impedida de se mover, e nem mesmo a força feita pelo general a fazia sair do lugar.
Quando finalmente cansou-se de fazer força, correu até Ning com uma lâmina pequena, a passaria em sua garganta e a mataria de uma vez, estava desacordada e não sentiria nada, depois disso teria Akame totalmente frágil.
Um gargalhada abafada surge de seus lábios quando finalmente consegue pegar Ning pelos cabelos, porém o que ele não esperava era que seu pulso fosse segurado e sua ação impedida. Engoliu a seco quando viu que o ser que o impedia era a criança. Olhou para ela, e para trás onde a mesma estava e deveria está. Marcas escuras começaram a cobrir seu pulso, observando aquilo, ele rapidamente puxa seu pulso e corre ordenando que os soldados ataque.
Enquanto observa afastado e em silêncio seus homens serem feridos, ele saca novamente sua espada que se encontrava sobre a areia vermelha. Observava a menina parada olhando ainda para o chão enquanto as lâminas afiadas de seu guardião lutava para se manter vivo.
— Quando me tornei general da tropa do reino, deixei claro que não mataríamos nunca uma criança se quer… — informava em movimento — e para o seu azar, o rei a quer morta e você não é uma criança, você mesma disse isso. Você é um demônio, e demônios devem morrer! — Expôs correndo entre os corpos estirados sobre o chão.
Estava confiante demais, mas não conseguia ferir a criança, era como se seus movimentos fossem lentos demais e ela os pudesse criar antes mesmo de sua existência. Quando finalmente um corte é feito sobre o ombro da criança e seu sangue corre sobre as vestes, ela decide levantar sua cabeça e olhar nos olhos do general. Ele não aparentava medo, estava acostumado com os olhos negros dos demônios, já havia matado muitos, e Akame entraria para sua lista.
Um sorriso desagradável surge na face do general, e sem pressa a criança revida os ataques. O impacto de suas mãos abertas causava grande desconforto e dor nos músculos das pernas do general, era o único lugar que a criança tinha altura para alcançar. Os movimentos circulares fazia com que suas mãos, tragasse todo o ar quente da atmosfera e o usasse ao seu favor. O general podia jurar que seus ossos estavam despedaçados sobre suas coxas, mas persistia em contra atacar.
Deslizando com seus pés descalços em uma direção bem diferente dos calçados do general, Akame desviava dos soldados que recuavam em sua direção. Bao lutava bem ao lado da menina, e cortava com rapidez todo ser que tentasse os machucar, podia sentir as duas lâminas de suas caudas rasgar as armaduras e ferir a pele de cada um. Sua espécie era apenas conhecida no céu e no inferno, mundos que não estavam tão longe, mas por algum motivo estava sobre os humanos e seu dever era proteger e honra seu mestre, mesmo que sua espécie buscasse sempre a paz e o equilíbrio.
Quando finalmente o general caiu sobre o chão e não conseguiu mais se levantar por motivos maiores que sua raiva, Akame sentiu e ouviu o coração de sua mãe bater mais rápido, o que significava que ela estava acordada. Finalmente Akame permite que todo o ódio em seu corpo termine, e com alívio ela abaixa suas mãos e chama por Bao.
— Akame? — Ning firmou seus cotovelos sobre a areia e caminhou a procura de sua filha, não sabia ela que a mesma a observava em silêncio. — Akame! Akame!
— Mama! — Gritou preparada para correr, quando sentiu algo gelado atravessar seu corpo. — Mama… — suspirou dando um passo seguido do outro, até sentir a lâmina ser retirada de seu corpo a fazendo levar as mãos sobre o ferimento. Quando finalmente conseguiu ver a face de sua mãe, ela sentiu medo, pois sabia que morreriam ali.
Novamente a lâmina gelada atravessou o pequeno corpo de Akame, o sangue sofrido escorria por entre seus dedos e seus lábios. Continuou a caminhar, a força de vontade de poder tocar sua mãe só mais uma vez era enorme. Fechou os olhos ouvindo o passo do general ao seu lado, ouviu a batida de seu coração calmo ao sentir o gemido abafado de Bao e o eco que seu corpo fez ao cair sobre o deserto.
— Minha menina. — Soprou entre os lábios enquanto uma gota escorria de seu olho. Levando a mão a frente onde encontraria a de sua filha, ela se viu em um pesadelo quando seus pés foram agarrados e seu corpo puxado para longe, o corpo de Akame caiu logo em seguida, mas ela não fechou seus olhos, e viu sua mãe ser queimada sobre a velha árvore enquanto seu coração era envolvido por uma barreira negra.
Pouco tempo depois do ocorrido, a casa da família foi incendiada, e graças a isso uma pequena e curiosa vila caminhou até o local. — Eles ainda estão vivos! — Afirmou pedindo ajuda dos outros que levaram Akame e seu guardião. Eles sabiam no que estavam se metendo, e mesmo assim a ajudariam, sabiam de seu potencial e no que ela se tornaria depois do que viu, pois eles a ajudaria em sua transformação.
Ela morreu. Não morreu? — Perguntou a princesa sentada em frente a sua grande janela. — Papai disse que estava feito, e que agora, ninguém me machucariam.— Tudo que eu me lembro é que deveria proteger alguém, e tudo que me lembro desse alguém era de seu bom coração. — A entidade se aproxima da criança. — Esse coração está em você, então é você que vou proteger.1Alguns meses depois o rei estava convocando todos de seu reino, seu castelo seria o palco de um grande comunicado. Estavam todos inquietos, a ansiedade do povo e da criança sentada ao trono era enorme.Finalmente os tambores tocaram e o rei rodeado por sua coroa e jóias se levantou. Suas vestes dignas de luxúria de colocarão azul vívido e ouro, reluzia a luz do sol que queimava sobre sua cor
Enquanto os músculos de seu pequeno corpo ardiam e sua cabeça e pés eram vítimas do sol escaldante, Akame continuava ali respirando ferozmente enquanto observava os pés do ser de pele vermelha a sua frente.Enquanto a encarava com um pedaço de madeira nas mãos, o povo ao redor prestava atenção no que deveria ser uma briga.A cada golpe desferido a criança, um gemido e sons abafados surgiam sobre o local. A areia vermelha estava sendo banhada pelo sangue ralo da jovem que até então não fazia nada a não ser aceitá-los. Farto por não conseguir mais nem uma reação da criança, o rapaz de aparência não humana se afasta largando a madeira que fazia de espada.— Vá descansar, por agora já chega…— Ainda não… — sussurrou fa
Depois daquele casamento, as coisas no castelo mudaram, a convivência e modo do rei tratar sua criança estava frio, não existia mais carinho ou palavras de conforto. O quarto de música foi trancado, e a pequena obrigada a aprender a arte da batalha, tendo como incentivo e companhia duas crianças, Chan e Chen, dois irmãos gêmeos que foram convocados para guardar a princesa.O reino nunca tinha se alinhado com demônios, mas a nova lei dada pelo rei fez com que tudo tomasse outro caminho. Os dois irmãos gêmeos descobriram há pouco tempo que tinham um dom. Enquanto Chan desenhava em seus pergaminhos, seu irmão manipulava com muita facilidade as lâminas, quaisquer que fossem.— Vamos, levante mais sua espada! — Gritou o instrutor. Liam não tinha jeito algum, não era como tocar sua flauta, não sabia como começar, não havia n
Enquanto dividia os grãos entre as crianças e seus familiares, Akame era aguardada para conhecer mais sobre si mesma. Era a criança mais linda entre todos e a única que não tinha sua pele vermelha e cabelos quebradiços, a mais habilidosa e a única com sonhos.Naquela manhã algo foi tirado das coisas do velho cego, algo que seria herdado por Akame. Após terminar o que a dava tanto prazer, a criança caminha entre os rapazes que a vê sentar-se junto ao velho na areia vermelha, e tomam o ato como incentivo para fazer o mesmo.Atraída pelo objeto tapado pelo pano logo mais a sua frente também sobre a areia, ela aproxima suas mãos na mesma direção, porém é parada quando sente um tapa em uma delas.— Acreditamos que já está na hora de saber um pouco mais daquela criança que pisou em
Os ecos da voz da rainha invadiam os ouvidos de Liam mesmo que ela estivesse no último andar do castelo, em um quarto totalmente escuro, empoeirado e de grossas paredes.Novamente mais uma tropa estava sendo mandada para as terras de sangue, a rainha mandava e o rei apenas ouvia.O trinco da porta é destravado e a maçaneta rodada, apenas uma pessoa visitava Liam, mas ultimamente as coisas sobre o castelo estavam tão corridas que uma única visita custava caro.Com a aliança entre os quatro reinos sobre a terra e o reino da serpente localizado no solo de uma grande torre que se escondia na neblina quente do deserto, o novo reino de Kumiko tinha todo poder e riquezas que ela queria.Kumiko havia convocado todos os demônios que habitavam reinos, vilas e até mesmo aqueles que se escondiam para que não fossem mortos por humanos. Todos haviam sidos chamados para a proteção da rainha, somente da rainha… Não eram os
Caminhando lado a lado, a hora de encontrar a rainha estava próxima, Akame não acreditava encontrar seu pai, mas já que estava ali, cortaria o mal pela raiz.— Você não é de falar muito, não é mesmo? — Tentava ele iniciar uma conversa. Montado em seu cavalo, o rapaz observava a jovem colada naquele animal peludo que seus olhos nunca havia visto antes. Que tipo de lâminas eram aquelas em sua cauda, e que pelagem longa era essa que ela escondia suas mãos? Aquela criança tinha um chifre no meio dos cabelos, mas por que não era igual aos demônios que ajudou a matar quando ainda habitava a vila de pessoas ingratas? — Não confia em mim. — Explanou.— Por que ele ainda estaria vivo? Sabe quem sou? — Pergunto
2Não podendo Akame seguir caminho com aqueles desconhecidos e tendo seus ferimentos ainda recentes, ela aguardou, procurou abrigo sobre o deserto e com as novas vestes que tinha para prosseguir com seu novo plano, ela se esquentou durante o frio do deserto e se acolheu nos pelos finos de seu guardião.Passados três dias, Akame finalmente consegue entrar nos domínios reais. Tudo parecia está ao seu favor, pois naquele exato momento a festa da rainha acontecia. Sobre os três tronos a família real, o rei com seu olhar distante e diferente, Liam com seu olhar carente e a rainha com um grande sorriso de orelha a orelha.Estava linda como de costume, e dessa vez usava uma linda coroa de ouro sobre os cabelos negros bem presos, vestes de seda amarela com detalhes de flores rosa.Enquanto a rainha e seus convidados, assim como soldados e demônios que n&atil
Após a retirada de Akame, Liam correu soltando a espada sobre o chão e se colocando de joelhos ao lado do corpo de seu pai. Enquanto o encarava e segurava a cabeça do mesmo com as mãos trêmulas, duas sombras pararam sobre suas costas e permaneceram em silêncio observando todo o caos.— Peçam que traga minha armadura.— O que vai fazer? — perguntou um dos gêmeos.— Vingar meu pai! — Afirmou dando as costas para ambos.— Não deixarei que faça isso. — declarou segurando o pulso de Liam que rapidamente para e observa sua mão sobre ela. — Quero dizer… nós. Nós não deixaremos que faça isso. —, Afirmou novamente Chan.— Irei com você, tem tempo que espero por uma boa luta. — Informou Chen com um sorriso de canto.— Apenas faça