Theo Estou bufando de raiva, andando de um lado para o outro na sala principal da sede da máfia aqui em Buenos Aires. Já são dias sem um sinal, uma ligação sequer daquela mulher. Aquela caipira criada no mato, cercada por cavalos e pasto, que deveria estar rastejando para mim, implorando pela minha atenção, mas não... Luna, ou sei lá que nome está usando agora, resolveu sumir e me ignorar completamente.Pego meu celular pela centésima vez, olho para a tela e nada. Nenhuma mensagem, nenhuma ligação. Ela simplesmente desapareceu como fumaça, e o mais revoltante é que não consigo rastreá-la. Eu, Teo Schneider, com todos os recursos possíveis ao meu alcance, não consigo localizar uma caipira filha da putta que resolveu fugir às vésperas do casamento!.A fúria cresce dentro de mim. Como ela ousa? Como alguém como ela, pode ter tanta audácia? Tanto controle? Meu ego grita cada vez que penso no rosto dela, naquele jeito desafiador, como se soubesse algo que eu não sei.— Prepara o jato. Vou
Teo— Eu mesmo não consegui recebi relatórios de Luna, ou seja lá o nome que ela está usando agora, está se movimentando com uma precisão que poucos conseguem.— Relatórios? — Minha voz fica mais alta, minha raiva subindo de novo.— Sim, Theo. Porque enquanto você fica aqui gritando e esperneando, eu estou observando. Estou investigando. E pelo que vejo, você deveria fazer o mesmo. — Ele se levanta, caminhando até a mesa onde um copo de uísque espera por ele.Eu fecho os olhos por um momento, tentando processar tudo isso. Meu orgulho está ferido, mas, ao mesmo tempo, sei que ele tem razão. Se Luna está me ignorando, é porque ela quer que eu me sinta exatamente assim, descontrolado.— Então, o que você sugere que eu faça? — Pergunto, finalmente cedendo, minha voz carregada de frustração.— Jogue o jogo dela. Mas faça isso com calma, inteligência. Não com impulsividade. — Ele dá um gole no uísque, depois me encara novamente. — E lembre-se, Theo, o mais importante, nunca demonstre fraqu
Luna Hoje é meu último dia aqui no México, e eu decido passá-lo agarrada à minha avó Lupita. Estamos no quarto dela, aproveitando cada segundo juntas. Conversamos sobre tudo e nada, rimos de histórias antigas, e, às vezes, só ficamos em silêncio, sentindo a presença uma da outra. É um momento que parece fora do tempo, como se o resto do mundo tivesse parado para nos deixar aproveitar isso. Ela passa os dedos nos meus cabelos enquanto me conta sobre os tempos em que cuidava do meu pai e do meu tio Ernesto quando eram pequenos. Dá para ver o brilho nos olhos dela, uma mistura de saudade e orgulho. Eu escuto com atenção, gravando cada detalhe na minha memória, porque sei que esses momentos vão me sustentar quando a distância começar a pesar de novo. Arturo aparece na porta, sem fazer barulho, mas o peso da sua presença é inconfundível. Quando ele nos vê assim, tão próximas, seus olhos endurecidos se suavizam. Ele tenta disfarçar, mas vejo a emoção tomar conta dele. — Vocês duas... — E
LunaEu começo a tirar as peças, uma a uma, enquanto ela observa, pronta para ajudar se precisar. Ela segura minha peruca com cuidado, colocando-a de lado, como se fosse um objeto precioso. Quando estou apenas de lingerie, ela me conduz até a banheira, onde eu entro devagar, sentindo a água quente relaxar meus músculos tensos.— Lembre-se de que você é forte, mas não precisa carregar o mundo nas costas sozinha — diz enquanto pega a esponja.Ela começa a passar a esponja nas minhas costas, exatamente como fez no primeiro dia. O toque dela é delicado, quase maternal, mas há uma força silenciosa ali.— Sabe, fazia isso com o Gael e o Ernesto quando eram pequenos — ela comenta, com a voz carregada de nostalgia.Eu fecho os olhos, deixando as palavras dela me envolverem.— Obrigada por tudo, vó. Não só por esses dias, mas por... tudo mesmo.Ela sorri, embora eu não veja, mas posso sentir no jeito como as mãos dela continuam o movimento, cuidadosas e carinhosas.— Você é um pedaço do meu co
LunaO calor do abraço de Laura foi o que quebrou a última resistência de Luna. Chorando como uma criança, eu deixo que minha mãe me segure. Por um instante, tudo o que existia no mundo era aquele gesto de amor, como se o tempo tivesse parado.— Eu achei que nunca mais ia te ver, Luna. A voz de Laura tremia, e havia alívio misturado com a dor de tantos dias de incerteza e saudades.— Eu também tive medo disso, mãe. Luna apertou os braços ao redor da mãe, sentindo o perfume familiar que tantas vezes havia trazido consolo nos dias difíceis de sua infância.respirando fundo.— É como voltar no tempo... — Ele murmurou, um sorriso suave surgindo em seus lábios. — Ela sempre soube como trazer o sabor de casa, mesmo estando tão longe.Antes que Luna pudesse responder, um grito interrompeu o momento:— É a Luna!Ela se virou a tempo de ver seus dois irmãos correndo em sua direção. Primeiro veio Mateus, o mais velho e Joarez, que parecia ter crescido mais do que ela esperava. Ele a abraçou c
LunaO calor do abraço de Laura foi o que quebrou a última resistência de Luna. Chorando como uma criança, eu deixo que minha mãe me segure. Por um instante, tudo o que existia no mundo era aquele gesto de amor, como se o tempo tivesse parado.— Eu achei que nunca mais ia te ver, Luna. A voz de Laura tremia, e havia alívio misturado com a dor de tantos dias de incerteza e saudades.— Eu também tive medo disso, mãe. Luna apertou os braços ao redor da mãe, sentindo o perfume familiar que tantas vezes havia trazido consolo nos dias difíceis de sua infância.respirando fundo.— É como voltar no tempo... — Ele murmurou, um sorriso suave surgindo em seus lábios. — Ela sempre soube como trazer o sabor de casa, mesmo estando tão longe.Antes que Luna pudesse responder, um grito interrompeu o momento:— É a Luna!Ela se virou a tempo de ver seus dois irmãos correndo em sua direção. Primeiro veio Mateus, o mais velho e Joarez, que parecia ter crescido mais do que ela esperava. Ele a abraçou c
LunaNa manhã seguinte, Luna acordou com o som familiar de galinhas no quintal e o cheiro inconfundível de chimarrão fresco misturado ao aroma de pão saindo do forno. Havia algo reconfortante na simplicidade daquele despertar, como se o tempo tivesse parado desde a última vez que estivera ali.Ela desceu as escadas e encontrou Laura na cozinha, ocupada em organizar o café da manhã para todos. Sobre a mesa, uma pilha de pães caseiros fumegava ao lado de uma jarra de suco de laranja recém-espremido.— Bom dia, querida. Dormiu bem? — Laura perguntou, lançando-lhe um sorriso caloroso.— Como uma pedra. — Luna respondeu, sentando-se à mesa. — Acho que essa casa faz isso com a gente.Laura riu, concordando.— É o peso que sai das costas quando estamos em casa.–Mãe, não vai para o hotel hoje?– Não, Luna, hoje a exclusividade será da minha família. E me dá um beijo na cabeça.Enquanto Luna tomava o café, as vozes animadas dos irmãos começaram a preencher a casa. Mateus apareceu primeiro,
TheoO dia começou como uma tempestade prestes a desabar. O céu estava limpo, mas dentro de mim, o caos rugia como um trovão prestes a explodir. Já se passaram dias desde que voltei do Uruguai, mas aquela garota não sai da minha cabeça. Luna. Minha noiva. Minha maldita e indomável noiva.Só de pensar nisso, meu corpo fica tenso. Cada vez que lembro do jeito que nos conhecemos, minha mandíbula se contrai e meu sangue ferve — de raiva, de frustração, mas também de desejo. Ela tem o dom maldito de mexer comigo de uma forma que ninguém mais consegue. Luna é como um incêndio que devasta tudo por onde passa, e, de alguma forma, eu sou o combustível.Sento na beira da cama, esfregando o rosto com as mãos. Preciso sair desse transe. Preciso me focar nos compromissos do dia. Mas é difícil quando flashes daquela noite do jantar de noivado invadem minha mente. Como nossos pais não perceberam o clima carregado entre nós? Era praticamente palpável. E Luna, com aquela postura altiva e aquele olhar