CAPÍTULO 2 QUEM ELE PENSA QUE É?

Luna

Acordo como sempre ao raiar do dia, um costume que aprendi com meus pais de coração, sempre acordamos muito cedo!

A vida no campo começa ao raiar do sol, nossos dias são sempre muito movimentados pois temos várias atividades, o momento que paramos é na sesta, porém isso depende do movimento que esteja tendo no hotel fazenda.

Desde que meu pai e o tio Teodoro compraram a fazenda vizinha, eles construíram o hotel fazenda e deram para a mamãe e a tia Jordana administrar, e elas convidaram tia Martina e tia Maria para participarem desse empreendimento, nem sempre temos o tempo da sesta. Hoje o hotel está lotado e a tia Jordana já deve ter chegado para fazer as conferências dos livros e colocar toda a parte burocrática em dia.

Ela ama esse trabalho e tio Teodoro sempre vem junto tácom ela, é muito bonito vê eles juntos, o amor deles só perde para o amor dos meus pais.

Enquanto tia Jordana trabalha, papai e tio Teodoro e tio Heitor se reúnem para tratar de assuntos importantes.

Somos todos muito unidos, nos amamos e nos protegemos, esse é o lema da nossa família!

Encontro o meu pai na cozinha, já preparando o café e uma linda bandeja para minha mãe, após quase perdê-la ele passou a fazer esse mimo a ela diariamente, antes dela sair para o hotel.

– Bom dia pai! Mais um lindo dia está começando!

– É verdade meu solzinho, e você está cada dia mais linda. Você sabe que eu te amo não é? – fala o meu pai me dando um abraço.

– Eu sei pai, e eu também te amo muito! Dá um beijo na mamãe pra mim. Vou preparar o Sombra para ir para o hotel, assim ele não fica muito ocioso, e fica mais tranquilo e você sabe que amamos estar juntos.

– É, eu bem sei filha! Falando nisso terei umas domas essa semana para fazer, quer participar?

– Claro pai! Pode contar comigo, e fica tranquilo já que já examinei os animais e eles estão todos bem.

– Obrigada Luna, sei da sua competência e amor por esses animais. Agora vai filha, você tem que examinar os animais do hotel para o passeio dos hóspedes, nada pode dar errado.

– É verdade pai, já vou indo, seu café está delicioso, mamãe vai amar!

Saio para mais um dia de trabalho, preparo o Sombra para ser selado e me recordo do Pantera ele sempre estava em minha volta saltitante.

Após conferir todos os detalhes, tiro Sombra da cocheira e num impulso o monto saindo em galope em direção ao hotel.

Sombra ama esse momento em que saímos em um galope livre ao raiar do dia, enquanto o capim ainda guarda o orvalho da noite e as cores de um novo dia tingem o céu.

Somos um só nesses momentos, eu escolhi o Sombra como ele me escolheu, desde que o meu pai o tirou de um bolo de cobras, que estavam para acasalar, e ele coitado, já estava na boca de uma sucuri verde, somos um do outro, mesmo sua mãe esperando por ele, já que ele fazia parte de uma manada de cavalos selvagens, quando ficou bom ele não seguiu os seus, ficou conosco.

Desde então somos inseparáveis, e quando estamos galopando nos sentimos livres de tudo, somos a extensão um do outro.

Vejo a fachada do hotel se aproximar, começo a diminuir o ritmo de Sombra e quando chego ao hotel contorno o prédio desmonto e levo o Sombra para as cocheiras.

Me dirijo a cozinha e encontro tia Martina na cozinha, com as suas fieis ajudantes preparando as travessas para o self service do café da manhã.

A cozinha fervilha nesse momento eu a abraço por trás e a beijo.

–Tia o cheiro está maravilhoso! Me deu até fome.

– Sente-se e coma menina Luna, você tem muita coisa para fazer hoje, e com certeza vai querer ver sua tia Jordana

– Vou sim tia Martina, com certeza quero dar um abraço nela!

– Então se alimente bem e vamos cuidar da vida, pois também quero tomar um chá com minha amiga no meio da tarde.

Tomo meu café caprichado e troco de roupa para começar a fazer a triagem dos animais, pois o hotel não tem somente os cavalos para montaria, mas também temos muitas avestruzes, ovelhas, gado Hereford e Aberdeen Angu, fora os animais silvestres, toda a saúde desses animais tem que ser muito bem controlada.

Eles são examinados mensalmente e todos têm micro chips, tio Éder me ensinou muito com sua experiência na minha formação como médica veterinária, uma paixão que surgiu com a chegada do Sombra e vendo o meu pai usar a doma racional nos animais que ele doma para várias utilidades inclusive terapias médicas alternativas.

Eu amo lidar com esses animais, realmente foi uma decisão acertada a medicina veterinária em minha vida.

Após horas cuidando dos animais para evitar que qualquer doença seja transmitida, não somente entre os animais principalmente os cavalos selvagens que são a paixão do meu pai, mas também pelos hóspedes que podem não está acostumados com o contato com animais e ser mais fácil de ter um contágio por falta de anticorpos.

Tomo um banho, troco de roupa colocando um vestido midi sem mangas que deixam meus ombros livres, escovo meus cabelos e faço um rabo de cavalo e passo um batom nos lábios, pois vou ao escritório ver tia Jordana e não quero ir com roupas de montaria.

Assim que entro no elevador para ir ao escritório, um homem pede para segurar o elevador, faço o que me pede e ele entra apertando o terceiro andar, o mesmo andar que vou ficar.

Assim que saímos do elevador ele que já estava me olhando insistentemente diz:

– Não sabia que as camareiras neste hotel não usavam uniforme, ou você vai fazer mais do que limpar o meu quarto? É claro que não vou rejeitar sua companhia lindeza!

Primeiramente minha boca fez um O, depois eu não acreditei no que ouvi e quando realmente percebi que era verdade o que havia ouvido e vi aquele olhar cheio de superioridade e desejo em cima de mim, nem pensei duas vezes, deixei os cinco dedos marcados na cara dele!

Quem ele pensa que é?

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