Dentro do hotel Majestic se encontrava um lugar confortável e familiar, fora as caixas cheias de contrabando o lugar foi arrumado como uma sala de visitas com sofás, poltronas, mesa de centro e um tapete felpudo onde Allix estava deitada segurando sua mão direita, sentindo uma mistura de dor e humilhação.
“Não funcionou.” Ela quase chorou. “Quando eu preciso essa porcaria de mão não funciona.”
“Pois fique feliz que não funcionou.” A rainha de copas bateu na cabeça de Allix. “Se atacasse Boris com seus truques ele retaliaria e se conseguisse mata-lo o resto da gangue ia executar as leis do mercado em você e eu não poderia reclamar.”
Em seguida a rainha de copas bateu em Lumina. “Apontando uma faca no mercado? O que tem na cabeça?”
“Achei que essas regras não valiam mais.” Lumina falou bobagem e levou outra pancada da rainha de copas. “Você vive apontando o sabre.” Rolou para não receber outr
090° No restaurante do hotel Majestic a cúpula da Gangue das Maravilhas se reunião em volta da Cassandra que segurava um choro. “Eu juro que eu não fiz nada.” “Mesmo?” Izezê puxou um palito de carne seca pra boca, o que Cassandra sabia que era um sinal de que ela estava irritada. “Nós formulamos planos, os realizamos e ficamos letárgicos sem desenvolver nenhuma ideia nova.” Marilyn concordou. “Só percebemos como estávamos com a mente anuviada quando saímos da Zona Espiral.” “E não estamos pensando direito agora.” Merlin roía as unhas irritadamente. “Os poderes da Cassandra não são relacionados a Zona Espiral.” O chapeleiro tirou o chapéu para coçar a cabeça. “E dai?” Izezê socou a mão. “Dai que se a Cassandra tivesse encantado a gente, o efeito não passaria quando saíssemos da Zona Espiral.” “Eu não usei meu poder, eu juro.” Cassandra falou quase chorando. “Eu prom
094° Lucinha acordou super animada para se empanturrar no café da manhã. Infelizmente comeu com seus pais e alguns oficiais. Logo depois Lucinha escapou pra se encontrar com os cadetes. “Praticamente todo mundo saiu.” Origami informou. “Eu mesma já ia sair. Não vai ficar ninguém.” “Mesmo?” Lucinha falou desolada. “Estamos indo pra tal rua do mercado.” Origami falou. “Quer ir com a gente?” Lucinha deu um sorriso de orelha a orelha e correu até o tanque que já estava pra sair. O tanque de reconhecimento parou próxima a entrada da rua do mercado levantando bastante desconfiança. Algumas pessoas rapidamente desmontaram suas barracas e saíram correndo. Miró se levantou ao lado da metralhadora e Lucinha veio em seguida. “Caramba, falaram que a rua do mercado era grande, mas não pensei que fosse tanto.” Miró colocou a mão sobre os olhos pra ver.
098° Após o café os cadetes foram até o porto aonde também haviam montado uma base militar. Para sua surpresa havia um estranho helicóptero por lá. Era grande e arredondado no corpo, com uma cabine em cima. Pra piorar era branco e alguém havia pintado uma boca sorridente, olhos e bolas vermelhas na bochecha. “Que coisa esquisita.” Lucinha correu para se aproximar com os braços abertos. “Parece uma bolachona.” “Da vontade de apertar.” Origami confessou. Entre os cadetes que estavam lá Mayara veio cumprimenta-los segurando seu quepe e com uma prancheta nas mãos. “E o que acharam?” Mayara apontou. “Bem a sua cara.” Miró riu. “Quem pintou isso?” “Ninguém sabe, mas também ninguém quis ter o trabalho de pintar de novo.” Mayara riu junto. “Nunca vi um helicóptero assim.” Lucinha falou. “Eu construí baseado em um Sikorsky de resgate usado durante a guerra da Coreia.” Ela
102° Um grupo militar com seis tanques de guerra parecidos com insetos gigantes esperavam na frente do hotel Ritz, um grande hotel de luxo, cheio de pessoas aparentemente se divertindo. A capitã Leite e a tenente Madison saíram do hotel. “E então tenente?” O cadete Derek Dietrich deu um passo à frente. “Ele não aceitou nossa vistoria, disse que resistiria, ameaçou executar inocentes.” A tenente suspirou e tirou suas luvas com uma expressão de nojo. “Não aceitou que examinássemos todo mundo em busca de feiticeiros ilegais, disse que resistiria, ameaçou executar inocentes.” Um cadete abriu uma caixa de madeira com um visor de proteção, um par de luvas vermelhas e duas pistolas dentro. “Alias disse que se não formos embora agora disse que resistiria, ameaçou executar inocentes e disse que me esfaquearia e cuspiria no meu cadáver.” A capitã colocou as luvas, armou sua pegou
105° A capitã Laura Leite, também conhecida como a Duquesa da gangue das Maravilhas andava com seu jipe quando viu uma menina ruiva com um velho e esfarrapado casaco levando um bronca do velho Olek. “Querida!” Ela gentilmente colocou a mão em seu ombro. “Não culpe o velho Olek. Ele teve uma manhã terrível. Foi obrigado a obedecer a ordens de uns moleques, que nem tem idade para fazer a barba e ainda teve que colar cartazes, o que não é trabalho para um soldado.” “Tudo bem.” Allix concordou com a cabeça e abraçou a Duquesa com lagrimas nos olhos. “Eu estou com um amigo escondido ali atrás, tenho medo que o ataquem.” “Tudo bem menina” Allix correu e trouxe Kazan. “Você trocou o grifo por um membro da gangue Metal Head?” A Duquesa brincou. “Metal head? Que puxa!” Allix o puxou. “Você não pode ficar aqui vão pensar que é um Metal head.” “Allix eu sou o gato risonho es
109° Situações desesperadas pedem medidas desesperadas. Isso não é um ditado popular, nem qualquer forma de sabedoria ou conduta a ser seguida. É um triste e incontrolável fato. O desespero costuma nos cegar para a razão, lógica e as consequências dos nossos atos. Allix entrou em sua casa e deitou-se em uma pilha de roupas.Ela tentou massagear seu pescoço como Kazan fez. THERAPEVO Isso realmente faz com que ela se sentisse melhor. Lagrimas ainda escorriam do seu rosto, ela pegou o baralho do seu pai, isso ajudava a relaxar. Em sua bolsinha de crochê havia um recipiente de couro. Ela abriu e lá dentro estavam as cartas do baralho do labirinto dos magos. Allix costumava comparar sua vida com contos de fada. Geralmente heroína encontrava um personagem no início da sua jornada. Podia ser um lobo, um caçador, uma f
111° “O futuro esquecido.” A voz que Allix tanto se familiarizara falou. “Lembre-se.” Desde o dia do primeiro bombardeio Allix não se lembrava mais dos seus sonhos, mas sabia que eram repetidos e sentia que era importante lembrar o que era o futuro esquecido. Pela primeira vez Allix abriu os olhos e não teve essa sensação. Provavelmente por que a dona da voz estava bem a sua frente com o rosto coberto por um velho e gasto capuz e desta vez Allix não estava sonhando. 112° O medo gosta de atenção, ele faz com que todos os nossos sentidos fiquem mais aguçados e se concentrem nele. Muitas pessoas lutam seus medoscomo uma doença ou um inimigo. Não Alexandra Zmey Zanoni, também conhecida como Allix, ela gosta de seus medos, são seus amigos, lhe dão forças para perceber melhor o perigo e
114° Ela ficou tonta por um tempo, não chegou a ficar inconsciente, mas também não percebeu muito bem a passagem do tempo. A estranha criatura a levou para uma casa, colocou a em um tapete e a enxugou com toalhas felpudas. “Aqui, se enxugue com isso.” “Obrigada.” Allix pegou uma toalha e começou a se enxugar. “Você não está com medo de mim?” A criatura perguntou com uma voz horripilante. “Aterrorizada.” Allix respondeu em um tom casual. “Mas últimamente esse tem sido meu estado natural. Acho que estou me acostumando.” “É sempre assim.” A criatura se afastou. “Você nunca tem medo de mim.” “Você é a voz não é mesmo?” “Como assim?” “Foi você quem me disse pra lembrar do futuro esquecido.” “Ah...” Ela hesitou. “Sim. Eu disse algo assim na mensagem.” “Me desculpe.” Allix se sentou. “Eu não queria te ofender.” “Ofender-me?” A criat